cada macaco no seu galho…

ou cada um no seu quadrado, é o que alguns de outras áreas correlatas adoram pregar alfinetando-nos sobre possíveis áreas de sombreamento ou interposições profissionais.

Infelizmente, estes mesmos que bradam fervorosamente isso são, geralmente, os primeiros a burlar o que seria ético, correto.

Imagem: rleite

Hoje mesmo tive mais um exemplo de como isso não é uma via de mão dupla no nosso caso.

Sempre me senti bastante incomodado com duas figuras daqui que vira e mexe estão na mídia local blablablaseando sobre a importância do lighting design nos projetos. Porque o LD isso, porque o LD aquilo e aquele outro também… Mas me falaram que eles eram especialistas em iluminação e tal, resolvi deixar quieto mesmo quando tempos depois comecei a suspeitar de que havia algo de errado pois os discursos sobre LD eram recorrentes, repetitivos… daqueles tipo de frases prontas ou na pior da hipótese, dado um ctrlC+ctrlV verbal de frases retiradas de sites específicos de lighting design.

Fui logo cedo numa loja daqui para comprar umas lâmpadas aqui para minha casa e acabei topando com as duas figuraças lá. Estavam sentados numa mesa afastada com um vendedor detalhando um projeto.

Enquanto esperava que minha lâmpadas chegassem do depósito, foi inevitável ouvir a conversa deles e, para minha surpresa, descobri que de experts em iluminação estas figuras tem tanto quanto eu de açougueiro.

Eles, de um lado da mesa, com a planta aberta mostrando a locação dos pontos e o que pensaram pera a luz. Do outro lado, o vendedor analisando a situação e especificando lampadas, luminárias e equipamentos. Pelo que percebi, as figuras mal sabem os nomes de lâmpadas básicas.

Fala sério gente, isso é um embuste sem tamanho. Uma absurda falta de vergonha na cara e de ética pessoal (nem falo da profissional pois percebi que isso não existe ali).

É mentir na cara dura, enganando clientes sobre uma coisa que você não tem: conhecimento. E olha que ja tive relatos de pessoas que pagaram caro nos tais projetos de LD desenvolvidos por eles. Agora fica mais claro do porque do mercado londrinense não perceber a diferença entyre um projeto de iluminação e um de LD. Tem rato no balaio vendendo gato vira latas por lebre.

Mas fazer o que né?

Eles tem grana, vivem na mídia, fazem parte do rol de estrelinhas de minha cidade. Não me surpreende afinal tudo aqui nesta cidade beira o “fake”, indo das pessoas até a aparência urbana de fotos passando, claro, pela administração pública e seus gestores. Porque no meio profissional isso seria diferente?

Hoje mesmo conversando com um conhecido ele me disse que tem gente trabalhando, inclusive na área de arquitetura, batendo no peito dizendo que é arquiteto e humilhando designers quando na verdade não tem formação em arquitetura.

Vou denunciar?

Não!

Isso é dever dos arquitetos daqui e não meu que sou “apenas” um designer e não lhes devo satisfação. Já que á cada macaco no seu galho, então truco! Descubram por si mesmos e ajam.

Aí fica a questão: não deveria ser cada macaco no seu galho? Ou cada um no seu quadrado? Respeitar outros profissionais e não utilizar de meios embusteiros para concorrer no mercado?

Isso não tem a ver com uma “guerrinha” entre arquitetos e designers e sim de alguns profissionais contra todos os outros profissionais afinal, eles não puxam apenas o meu tapete como especialista em lighting ou como designer mas também dos colegas arquitetos oferecendo um produto para o qual eles não são especializados, ao menos até terminarem alguma especialização em Design.

Por falar nisso, como está cada dia mais comum vermos nas placas de escritórios de arquitetura termos como Design de Interiores, Lighting Design e outros tipos de Design né gente? Triste é constatar que nas matrizes curriculares dos cursos por eles feitos não tem absolutamente nada disso, nenhuma disciplina que os autorize a usar estes termos baseado em conhecimento específico adquirido.

E os CREAS da vida insistindo em vir em cima dos Designers, fechando os olhos para o que seus agregados andam aprontando no mercado.

Façamos então a seguinte campanha colegas Designers: procure manter sempre a mão uma lista de escritórios e profissionais de arquitetura que estão utilizando erroneamente as áreas do Design em seus materiais de divulgação. Quando aparecer algum fiscal do CREA pra te encher o saco, mande-os ir a estes escritórios verificar a autenticidade das informações divulgadas pelos profissionais responsáveis.

Já disse aqui e repito: uma vez que o sistema CREA/CONFEA não nos aceita de maneira justa entre os associados, eles não tem qualquer poder sobre a nossa atuação profissional. Então, que se entendam com seus queridinhos protegidos e façam eles cumprir as regras, leis e normas às quais estão presos pelo sistema.

Pra cima de nós não!!!

Assim teremos sim cada macaco no seu galho, cuidando daquilo que é especializado.

ABD – Já deu o que tinha que dar. Basta!

Recebi isso por e-mail através de um colega de profissão. Posto meus comentários depois do texto…

“Qual o futuro da Reserva Técnica?

Caros Colegas,

Realizamos no dia 07 de Maio, em parceria com a Revista Kaza, um Encontro com Empresários em São Paulo com o tema “O Futuro da Reserva Técnica”. Estiveram presentes como debatedores, o Dr. Igor Nascimento de Souza advogado tributarista, com larga experiência nas causas junto ao Ministério da Fazenda e Receita Federal, os empresários João Saccaro, diretor da Saccaro e Eduardo Machado, diretor da Artefacto, além de Renata Amaral, diretora da ABD e do Dr. Rodrigo Eterovic, advogado da ABD. Podemos resumir da seguinte maneira as conclusões que o debate nos proporcionou:

a) O mercado do design de interiores está, cada vez mais, impactado pela especificação. Muitas vezes, os negócios gerados através dos designers de interiores podem responder por até 80% das vendas em muitos fornecedores. Na média, segundo estudos feitos pela ABD, essa participação atinge a 40%, mesmo considerando lojas de materiais de construção, por exemplo.

b) Essa realidade de mercado está diretamente associada ao avanço na prática do comissionamento das empresas para os designers de interiores. Inicialmente restrita a um grupo especifico de fornecedores, em geral lojas de decoração mais sofisticadas, a reserva técnica está hoje disseminada em diversos segmentos. Grandes organizações do varejo praticam a RT. O mesmo acontece em indústrias.

c) É preciso estar atento aos desdobramentos da crescente pressão dos órgãos públicos (Ministério da Fazenda e Receita Federal) para a formalização de diversos segmentos da economia, entre eles, a área de prestadores de serviços. O pagamento da RT deve estar orientado para essa nova realidade.

d) Entende-se que a prática da RT seja legítima, porém existe de fato a necessidade de promover no segmento a adoção de certos procedimentos para que o pagamento da RT possa ser melhor estruturado nas empresas e também nos escritórios. Vejam quais são esses procedimentos:

– a empresa que concede a RT deve exigir a filiação do profissional à ABD como condição para comissionar. Isso é uma forma de proteger a empresa e o profissional no comissionamento. A ABD pode agir aplicando o código de ética, orientando seus associados (empresas mou profissionais) quando verifica uma conduta inadequada. Mas se o profissional (ou a empresa) não é associado ABD, a entidade nada pode fazer. Por isso, não basta exigir o CREA. A filiação à ABD é importante.

– o profissional para ter direito à RT deve, efetivamente, especificar o produto ou serviço para seu Cliente, materializando esse ato através do encaminhamento antecipado de uma solicitação de orçamento, com a identificação do Cliente, por e-mail ou por telefone. Outra possibilidade é o profissional visitar o fornecedor acompanhado ou não do Cliente. Em qualquer situação, deve haver a identificação do Cliente.

– a empresa que comissiona define as condições (percentual, forma e prazo de pagamento) e se compromete a cumpri-las.

– a empresa se compromete a não oferecer como desconto a RT quando o Cliente declara que não tem Arquiteto ou Designer de Interiores envolvido na operação.

– a ABD orienta os associados a serem transparentes com seus Clientes comunicando que existe uma prática no mercado – a RT – e que essa condição não afeta o preço final do produto (para isso, a empresa que pratica a RT deve se comprometer com a não alteração de preço quando existe um profissional ou concedendo descontos quando não existe).

– a ABD recomenda aos seus associados profissionais que façam da RT uma forma adicional de captação de recursos. Quando a RT representa mais do que 20% do faturamento de um escritório de Arquitetura ou Design de Interiores o negócio corre risco. Portanto, cabe à ABD fazer alertas aos associados, ajudando esses colegas a compreenderem o risco de depender de fontes de renda que não sejam fruto da remuneração pelo projeto ou administração de obra.

– a ABD continuará a promover seminários e palestras (a pauta do CONAD 2008 está toda estruturada na Organização e Operação dos Escritórios) preparando seus associados para negociar melhor seus honorários, estabelecer novas formas de remuneração e adotar sistemas modernos de gestão do negócio. Só em 2007, foram realizados 100 eventos em todo o Brasil com a presença de 12.000 profissionais.

– a ABD está preocupada com o desdobramento que a RT pode ter com a crescente pressão dos órgãos públicos que exigem a formalização da operação. Nesse sentido, está orientando seus associados na melhor alternativa para constituição de pessoa jurídica.

Importante: Associe-se à ABD e fortaleça uma instituição cuja finalidade é promover ações que possam contribuir para a adoção das melhores práticas no exercício profissional e na estruturação do mercado.

Profissional e Empresário: se você ainda não é um associado ABD acesse http://www.abd.org.br e venha participar desse movimento.

Abraços,

Roberto Negrete – Presidente da ABD”

É impressionante o descaramento e cara de pau da ABD mesmo através de informativos oficiais da associação.

Os destaques em negrito apontam para dois pontos

Primeiro: a formação de cartel é evidente o que caracteriza CRIME segundo o Código Civil Brasileiro. Seria muito mais ético e mereceria aplausos e reconhecimento de todos se a ABD lutasse por coisas do tipo independete se o profissional é ou não associado à ela. No entanto, a panelinha fervilha e eles pensam que estão acima das Leis e que só quem fica lá babando ovo merece ser tratado como profissional e respeitado como tal. No entanto cale-se e não opine pois nós ditamos as regras pois somos ditadorezinhos.

Segundo: a tentativa de colocar-se, mesmo após colocar uma falácia criminosa como a acima descrita, como entidade séria e que realmente luta seriamente pela categoria profissional. Lutar por “melhores práticas no exercício profissional e na estruturação do mercado.” nem de longe tem a ver com este tipo de açao. Muito pelo contrário, isso só reafirma a formação de CARTEL, de panelinhas umbiguistas e o uso de uma políticagem excludente típica de partidecos políticos: se você não está conosco é inimigo e como tal deve ser tratado.

O mal da ABD, o seu câncer, é exatamente esta política onde postam-se como deuses detentores de todos os saberes e direitos e que estão acima da LEI onde ignoram os apelos de seriedade e ética de quem não faz parte da mesma por causa disso.

Já cansei de enviar e-mails solicitando esclarecimentos sobre estas ações embusteiras e nunca obtive resposta alguma sobre nada. Preferem continuar em seu joguinho de faz de conta de que tudo está bem, de que tudo o que fazem é correto e o melhor para o mercado e para os profissionais.

Se fosse realmente assim, eles teriam levado à sério a reunião com o grupo de Designers que está realizando o projeto de Regulamentação do Design no Brasil e não teriam colocado-se como arrogantes imbecís do tipo “não precisamos disso pois já temos o nosso próprio projeto” como se Interiores não fizesse parte do Design. E pior, o projeto que a ABD diz ter não vai mudar absolutamente nada e tampouco faz distinção entre decorador, designer de interiores ou arquiteto de interiores até mesmo porque eles mesmos desconhecem as diferenças básicas entre elas.

Realmente chega! Já ultrapassaram todos os limites do bom senso, da falta de ética e do descaramento.

É um lixo e merece ser tratado como tal daqui pra frente.

Até então eu estava mantendo um certo tom amigável na ilusória tentativa de que alguém de lá pudesse esclarecer alguns pontos duvidosos sobre a atuação dessa associaçãozinha mequetrefe e embusteira. Porém como preferem ignorar a mim e a tantos outros Designers indignados com tudo isso, agora será no pontapé na bunda.

BASTA DE GENTE MENTIROSA E MELINDROSA QUE NAO TEM CORAGEM DE ENCARAR AS SUAS PROPRIAS MENTIRAS!

Se você é Designer mesmo (formado em alguma área do Design) e está associado à este antro, caia fora em nome do bom nome do Design Brasileiro. O post abaixo (do presidente da Kartell) tem muito a ver com isso tudo. Deixe aquele antro pros “dezáiners” e vamos juntos construir um futuro realmente sério para o Design Brasileiro.

Paulo Oliveira

 

 Texto também publicado no Blog Design.com.br