ANTES DO DESIGNER, VEM O DESIGN. Ou, SOMOS TODOS DESIGNERS.

ANTES DO DESIGNER, VEM O DESIGN.

Somos todos designers.

É sempre bom ressaltar a diferença entre estas duas palavras: Design e designer. Constantemente vemos, do público em geral aos acadêmicos e profissionais da área (e de outras) confundindo o uso destas palavras. Este erro vindo de do público e de outros profissionais é até aceitável. Mas do pessoal ligado ao Design NÃO!

Segundo o Dicionário Michaelis estes verbetes significam,

“Design – de.sign – (dizáin) sm (ingl) 1 Concepção de um projeto ou modelo; planejamento. 2 O produto deste planejamento.

Designer – de.si.gner – (dizáiner) s m+f (ingl) Indivíduo que planeja ou concebe um projeto ou modelo.”[1]

Ou seja, o primeiro refere-se à profissão e o segundo ao profissional:

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Perceba também que no primeiro caso o verbete aparece iniciando com letra maiúscula e no segundo caso, minúscula. Isso acontece por uma convenção da língua portuguesa (e de outras também) onde os nomes das profissões sempre devem ser escritas desta forma. Design, Arquitetura, Engenharia, Medicina, Advocacia, Aviação, Jardinagem, Marcenaria e assim por diante.

Já, quando falamos dos profissionais utilizamos designer, arquiteto(a), engenheiro(a), médico(a), advogado(a), aviador(a), jardineiro(a), marceneiro(a), etc.

Mais uma vez esclarecido isso vamos seguir em frente fazendo uma análise sobre o titulo deste capítulo. Porque é necessária esta reflexão?

Simples: o Design, como área independente e específica do conhecimento, é dividido em diversos segmentos. Hoje não se fala mais em Desenho Industrial e sim em segmentos do Design. Isso se fez necessário por causa das demandas mercadológicas que exigiram, cada vez mais, a especialização do profissional em uma determinada especialidade. De inicio foi dividido em duas grandes especialidades: Produto e Gráfico. Mas isso só não bastou e hoje já contamos com uma variedade destas especialidades:

PRODUTOS:

Objetos, brinquedos, embalagens, jóias, automobilístico, instrumentos, mobiliário, vernacular, sinalização, etc:

Tecnologia de materiais: Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

Gestão:

Branding, estratégico, projetos, eventos, etc;

Acessibilidade:

Tecnologias assistivas, desenho universal, etc;

Teoria:

História, semiótica, educação, pesquisa, institucional, etc;

Interfaces:

Usabilidade, softwares, relação usuário>produto, etc;

Sustentabilidade:

Alternativas, redesign, reuso, ecodesign, etc;

Ergonomia:

Cognitiva, física, organizacional, etc;

Tecnologia de materiais:

Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

GRÁFICO:

Informação, editorial, impressos, ilustração, arte-finalização, comunicação visual, sinalização, etc;

 

Tecnologia de materiais: Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

Audiovisual:

Vinhetas, produção, filmes, videografismo, animação, etc;

Jogos:

2D, 3D, flash, interativos, educativos, raciocício, etc;

Gestão:

Branding, estratégico, projetos, eventos, etc;

Acessibilidade:

Tecnologias assistivas, desenho universal, etc;

Teoria:

História, semiótica, educação, pesquisa, institucional, etc;

Interfaces:

Usabilidade, softwares, relação usuário>produto, etc;

Sustentabilidade:

Alternativas, redesign, reuso, ecodesign, etc;

Tipografia:

Historia, produção, criação, composição, paginação, etc;

Ergonomia:

Cognitiva, física, organizacional, etc;

Tecnologia de materiais:

Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

 

MODA:

Figurino, comportamento, têxtil, estamparia, modelagem, vitrina, alta-costura, instrumentos, etc;

Tecnologia de materiais: Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

Gestão:

Branding, estratégico, projetos, eventos, etc;

Acessibilidade:

Tecnologias assistivas, desenho universal, etc;

Teoria:

História, semiótica, educação, pesquisa, institucional, etc;

Interfaces:

Usabilidade, softwares, relação usuário>produto, etc;

Sustentabilidade:

Alternativas, redesign, reuso, ecodesign, etc;

Ergonomia:

Cognitiva, física, organizacional, etc;

Tecnologia de materiais:

Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

 

INTERIORES E AMBIENTES:

Exposições, cenografia, varejo, mobiliário, saúde, entretenimento, residências, institucionais, paisagismo, hospitality, automotivo, aviação, embarcações. etc.

Tecnologia de materiais: Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

Gestão:

Branding, estratégico, projetos, eventos, etc;

Acessibilidade:

Tecnologias assistivas, desenho universal, etc;

Teoria:

História, semiótica, educação, pesquisa, institucional, etc;

Interfaces:

Usabilidade, softwares, relação usuário>produto, etc;

Sustentabilidade:

Alternativas, redesign, reuso, ecodesign, etc;

Ergonomia:

Cognitiva, física, organizacional, etc;

Tecnologia de materiais:

Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

Perceba que dentro destas especialidades principais já encontramos, hoje, outros segmentos que vem se desenvolvendo, sempre em busca dos melhores resultados. Por mais que pareçam semelhantes, a pesquisa específica dentro de cada especialidade alcança resultado distinto de uma área para outra, pois cada especialidade pesquisa temas relevantes para o seu segmento ampliando, assim, o conhecimento específico destes segmentos e das próprias especialidades.

O melhor é que os conhecimentos produzidos por estes segmentos não ficam amarrados apenas ao Design e sim, buscam auxiliar e também melhorar todas as outras profissões em diversos aspectos. E não duvidem se, em breve, termos mais segmentos específicos atendendo a uma ou diversas especialidades.

Isso será sempre bem vindo afinal, estamos constantemente contribuindo com a sociedade através do conhecimento e a visão do mundo (e das coisas) pela ótica de nossa área.

Do preconceito – ou pré-conceito

É bastante comum vermos no dia a dia, especialmente nas redes sociais, provocações preconceituosas contra a nossa área. Sejam estas provocadas por mero desconhecimento e ignorância sobre o que é Design até mesmo as mais graves vindas daqueles que sabem exatamente do que se trata e do potencial da área. Todas estas tem a sua origem no pré-conceito que, segundo o Dicionário Michaelis, significa:

“Preconceito

pre.con.cei.to – sm (pre+conceito) 1 Conceito ou opinião formados antes de ter os conhecimentos adequados. 2 Opinião ou sentimento desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão. 3 Superstição que obriga a certos atos ou impede que eles se pratiquem. 4 Sociol Atitude emocionalmente condicionada, baseada em crença, opinião ou generalização, determinando simpatia ou antipatia para com indivíduos ou grupos. P. de classe: atitudes discriminatórias incondicionadas contra pessoas de outra classe social. P. racial: manifestação hostil ou desprezo contra indivíduos ou povos de outras raças. P. religioso: intolerância manifesta contra indivíduos ou grupos que seguem outras religiões.” (grifos meus).

Como fica claro, toda e qualquer manifestação preconceituosa tem a sua raiz na ignorância das pessoas sobre determinado assunto ou tema. E vivemos aqui no Brasil uma situação complicada, especialmente fora dos grandes centros, onde o Design e seus profissionais são alvos constantes dessa ignorância. E ele vem da sociedade, de outras áreas profissionais e o pior de todos: dos profissionais e acadêmicos de nossa própria área.

Da sociedade

Quem já não ouviu frases como “ah, você faz desenhos no computador”? Acredito que a maioria dos designers já trombaram com esta e outras frases que deixam claro o desconhecimento por parte das pessoas sobre o que é Design e o que um designer faz. Até mesmo dentro da própria família é comum isso acontecer. O ato de confundir o Design com a Arquitetura também é bastante comum porém, igualmente errado.

O problema aqui é que sempre que vemos matérias na grande mídia – seja esta digital, televisiva ou impressa – há equívocos apresentados como se verdade fossem. E, para um leigo da sociedade, ok. Se é isso que estão falando, amém. Porém o problema maior é que raramente estas mídias buscam entrevistar designers verdadeiros, com formação na área. Grande parte das matérias usam profissionais de outras áreas que acham que são designers só porque desenvolveram um ou outro mobiliário e saem falando absurdos que o mercado, por sua ignorante inocência, acaba assumindo como se verdade fosse.

Um exemplo clássico disso é o Lighting Design. Por mais que a área já tenha mais de 20 anos de desenvolvimento e conte com profissionais especializados é bastante comum profissionais sem conhecimento aprofundado em iluminação utilizarem este termo como forma de agregar valor aos seus projetos. No entanto, quando questionados sobre o que é o Lighting Design soltam respostas como: “É uma iluminação mais cênica.” (SIC). E o mercado acaba assimilando esta ideia de que o LD trabalha apenas com cenas programadas em equipamentos de automação residencial ou de efeitos visuais. Está totalmente equivocada esta informação, pois o LD trabalha desde o desenvolvimento de luminárias até as questões ergonômicas, de salubridade, segurança e informativas, qualidade da luz nos ambientes entre diversos outros aspectos antes de chegar à tal luz cênica. Aliás, a iluminação cênica é o berço do LD e muito de sua técnica é aplicada em projetos desenvolvidos por verdadeiros lighting designers.

Um exemplo?

Num bom projeto de LD o que importa é a qualidade da luz, a quantidade correta de luz para cada usuário e/ou tarefa. Num bom projeto de LD as luminárias raramente ficam visíveis por o que importa são as sensações que a luz irá provocar nos usuários. Assim como num palco de teatro onde você não vê os projetores, você apenas sente a luz – sem perceber – e como ela enriquece a cena.

De profissionais de outras áreas

Neste caso encontramos problemas variados que vão dos pré-conceitos aos preconceitos.

No caso dos pré-conceitos o problema é bastante similar ao citado no exemplo anterior, da sociedade. Resumem-se meramente à desinformação sobre o que é Design.

Já os preconceitos vêm daqueles que se julgam designers e não tem habilitação técnica específica na área. Seja como forma de se manter num nicho de mercado que encontraram, totalmente desregulamentado – portando “sem dono” – ou por mero melindre pessoal, já que não aceitam que existam outras pessoas mais criativas e capazes de solucionar problemas que eles. Estes são os mais danosos e perigosos. E sempre são estes que acabam falando bobagens nas mídias disseminando a desinformação sobre o que é Design e quem é ou qual o papel do designer na sociedade e no mercado.

Isso fica claro quando, ao mesmo tempo em que alegam que “são designers”, não sabem nem explicar o que é isso. Quando questionados, dão explicações vazias que confundem o Design com as suas áreas de origem. Quando falam sobre Design em mostras, especialmente, referem-se à esta área apenas como detalhes e equipamentos utilizados em seus projetos que fazem parte dos catálogos de lançamentos de seus patrocinadores como revestimentos, por exemplo.

Quando questionados sobre Ergonomia, sempre confundem com acessibilidade ou fazem uma verdadeira salada misturando as duas coisas e soltando respostas, por vezes, sem sentido, duvidosas e até mesmo equivocadas.

Entre os próprios designers

Sim, há preconceito dentro das universidades e no mercado de trabalho. Até pouco tempo atrás o Design de Interiores/Ambientes não era reconhecido pelos designers de outras áreas como uma área do Design. Alegavam que era decoração e que por isso era coisa da Arquitetura. Foi árdua a luta travada por diversos profissionais para conseguir mostrar a eles que sim, somos designers e a nossa raiz é o Design. Mas ainda hoje existem alguns que não aceitam.

Prova disso é que a nossa área só foi reconhecida oficialmente no NDesign (Encontro Nacional dos Estudantes de Design) em 2012, quando ganhou o devido espaço e reconhecimento na grade do evento. Já na Bienal Brasileira de Design a nossa área ainda não foi aceita. Preferem contratar cenografistas ou resolver da forma deles mesmos, a inserir a nossa área na Bienal, aproveitando para aprender mais sobre a nossa área além de mostrar ao público do que o Design de Interiores e Ambientes é capaz.

Mas dentro da academia ainda perduram o que alguns chamam de brincadeiras, mas que na verdade expressam preconceitos e pré-conceitos seja por parte de discentes e de docentes. Infelizmente essas atitudes não se resumem apenas à nossa área.

“Ah, ele partiu pra Produto porque não tem o dom da arte”, diz um gráfico.

“Ah, ele foi pra Gráfico porque é péssimo em desenho técnico” diz o de produto.

“Ah, Interiores é coisa de patricinha ou de fresquinho”, dizem alguns.

Estas são frases comuns nos corredores e, até mesmo, em algumas salas de professores. Se fossem Docentes, seriam decentes. Mas percebe-se que não passam de pseudos-professores (com “p” minúsculo mesmo, daqueles que não estão preocupados com a qualidade da educação e formação acadêmica). Isso nos mostra que ainda falta interação:

Entre alunos; Entre turmas do próprio curso; Entre turmas de cursos diferentes; Entre docentes; Entre disciplinas; Em trabalhos e pesquisas; Em eventos acadêmicos.

Não há interação, não há integração. Ficam todos fechados em seus mundinhos, observando e absorvendo apenas o que está em seu campo visual (aproximadamente 150° somando a visão central + a periférica) nos esquecendo dos 210° restantes, não percebendo, portanto, as possibilidades que estão à sua volta.

Tenho observado, em alguns eventos que ando participando, a realidade disso. Mesmo em eventos onde todas as áreas do Design estão presentes é comum perceber as panelinhas. Desde a baixa participação e interesse por palestras, oficinas e workshops de outras áreas até a interação entre os profissionais ou acadêmicos de especialidades distintas. Na realidade são poucos aqueles que já perceberam a importância de conhecer – ao menos o básico – sobre a outra especialidade, seja para não sair falando bobagens, seja para observar e absorver conteúdos e conhecimentos que possam ser aplicados em seus trabalhos e até mesmo, analisar como criar potenciais parcerias profissionais.

No entanto, vale destacar aqui que isso tudo acontece porque fomos programados assim. Duvida? Observe estas frases:

“Somos ricos, não se misture com “aquela gentinha”;

“Aquele menino não é uma boa companhia para você”;

“Não devemos nos casar com outro de jugo desigual”;

“Meu garoto! Esse vai ser garanhão, pegar muitas meninas e ter vários filhos”.

“A sociedade, que devemos participar, é apenas aquela à qual pertencemos”;

Atire a primeira pedra quem nunca ouviu ao menos uma destas ou outras carregadas de pré-conceitos e preconceitos sobre diversos aspectos de nossas vidas. Isso reflete claramente os padrões sociais que foram sendo formulados com o tempo e que, apesar do passar de tantos anos, ainda perduram em algumas mentes e são repassadas de pai para filho, de geração em geração.

O “não se misture” ainda permanece vivo nas mentes de alguns que insistem em não evoluir, infelizmente. Saia perguntando aos designers que você conhece “O que é Design?”. Não se surpreenda se constatar que cada um vai responder de acordo com a sua especialidade. O gráfico irá responder de acordo com a sua visão. O de produtos idem. O de Interiores idem e assim por diante. Poucos são os que conseguem ver o Design antes do designer.

Dificilmente um designer de moda conseguirá lhe dizer, com um mínimo de precisão, o que é Interiores. Provavelmente ele irá responder algo bastante próximo da Decoração. Assim como o inverso é verdadeiro.

Se você perguntar como Produto interage com Gráfico, a maioria não saberá responder com precisão.

Por acaso você sabe qual a relação e interação entre Moda e a sua área e quais as possibilidades de atuação conjunta entre vocês?

O que e como o pessoal de Gráfico pode aproveitar os conhecimentos de Interiores e vice-versa?

O que e como o pessoal de Produto pode aproveitar os conhecimentos de Interiores e vice-versa?

O que e como o pessoal de Games pode aproveitar os conhecimentos de Interiores e vice-versa?

Lamentavelmente este desconhecimento acaba afastando profissionais que poderiam trabalhar em parcerias gerando excelentes projetos, aumentando a qualidade dos mesmos bem como agradando ainda mais os clientes através dos resultados.

Portanto o que devemos fazer é acabar com os guetos, com este apartheid que ainda impera, mesmo que disfarçadamente, em alguns cantos. O Design é uma área em constante mutação e evolução como já demonstrei anteriormente quando citei as especialidades. Algumas já bem posicionadas e definidas e outras ainda em evolução.

Então, vamos evoluir?

Muitos alegam que o Design é uma área multidisciplinar. Porém, esta palavra significa que existe uma temática comum, mas não existe relação entre as disciplinas.

“Mais de uma disciplina; aparentemente, não tem relação uma com a outra; cada disciplina permanece com sua metodologia própria; não há um resultado integrado. Segundo Piaget, é quando a solução de um problema requer a obtenção de informações de uma ou mais ciências ou setores do conhecimento sem que as disciplinas evocadas sejam alteadas ou enriquecidas.”[2]

Eu sinceramente não consigo perceber o Design desta forma, trancafiado numa caixinha e isolado, contribuindo pouco ou nada com outras áreas. A produção do Design já tem mostrado que isso é uma inverdade. Acredito sim que esta é uma área transdisciplinar, que acontece quando há cooperação entre todas as disciplinas e interdisciplinar.

“Etapa superior a interdisciplinaridade; não atinge apenas as interações ou reciprocidades, mas situa essas relações no interior de um sistema total; interação global das várias ciências; inovador; não é possível separar as matérias.”[3]

Design é uma área totalmente híbrida e permeável. Ao mesmo tempo em que se apodera dos conhecimentos de diversas disciplinas (ou áreas), é capaz de encontrar erros e corrigi-los, alterar a forma de observar, analisar os problemas e propor soluções mais adequadas entre tantas outras possibilidades. Sim, o Design invade outras áreas. Mas nem de longe deseja assumir o papel destas. Não deseja pois sabe que pode contribuir com o desenvolvimento das mesmas sem precisar assumir um papel que não lhe cabe. Portanto, interdisciplinar.

Apesar de tantos designers, tantos “pensares” distintos… Todas são, antes de tudo, Design.

Todas as áreas do design interagem umas com as outras. Todas necessitam de conhecimentos das outras.

Saia de sua zona de conforto e comodismo.

Evolua!

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[1] Dicionário Michaellis.

[2] https://osmurosdaescola.wordpress.com/2011/07/06/multi-pluri-trans-inter-mas-o-que-e-tudo-isso/

[3] Idem.

The Victorias Secret Fashion Show 2012

É, de novo o “The Victorias Secret Fashion Show”, edição 2012 é uma verdadeira aula de muito sobre Design.

E eu novamente babei em cada detalhe desse verdadeiro show de Design. Assisti várias vezes para conseguir assimilar tudo o que ali se faz presente.

vejam só:

Para o pessoal de Moda> cortes, camadas, tramas, produção, acessórios, estilo, sensualidade, etc etc etc

Para o pessoal do Gráfico> grafismos, cores, produção de vídeos e vinhetas, etc etc etc

Para o pessoal de Produtos> acessórios, complementos, produtos diversos, etc etc etc

Para o pessoal de Ambientes> cenografia, passarela, platéia, coxia, etc etc etc

Para o pessoal de LD> luz, luz, luz e mais luz!!!

Divirtam-se!!!

Reciclando para iluminar a vida

Não é de hoje que venho falando sobre reciclagem. Não só eu mas sim muitos e muitos sites e blogs.

Hoje volto ao tema para mostrar uma idéia simples – e tentadora – para quem curte o estilo.

Lembram-se daqueles antigos letreiros com backlight em néon? É… Me refiro exatamente àqueles que agora encontram-se empilhados nos ferro-velhos. Pois é…

Que tal transformá-los em luminárias?

Podem vir a ser apenas peças decorativas ou, melhor ainda, fazer parte do projeto de lighting:

Com os conhecimentos técnicos que você adquiriu em seu curso aliado à tecnologia e materiais disponíveis, não é nada difícil chegar a esse tipo de coisa. Basta pensar.

Fonte: YankoDesign

100% Nacional – José Alcino Alano

Quem é José Alcino Alano? De que faculdade ele vem? Qual a sua formação cadêmica?

Nada disso importa pra mim. O que vale é a consciência ecológica dele e de sua família e de sua capacidade inventiva.

Um senhor da cidade de Tubarão-SC,  já aposentado e bastante incomodado com os rumos que nosso planeta está tomando e com o descaso das pessoas com as questões ambientais. Tanto que abre mão dos direitos autorais deste projeto por ele desenvolvido em prol de um bem maior: nosso planeta. Digno de aplausos e reconhecimento.

Portanto, fica aqui neste post, a minha humilde contribuição à ação por este também humilde senhor e sua família.

Aquecedor solar de garrafas PET e caixas tetra pak.

Este é o produto desenvolvido pelo sr José.

Além do quase zero impacto ambiental, este produto é ecologicamente correto e tem uma eficiência energética altíssima. O desempenho pode chegar a 37ºC no inverno e 50ºC no verão, proporcionando uma economia de aproximadamente 35% de energia elétrica.

O melhor de tudo é que o custo para o desenvolvimento deste produto é baixíssimo e pode facilmente ser construído por você mesmo. Basta começar a recolher garrafas PET transparentes e caixas de leite tetra pak com os amigos e parentes, comprar poucos materiais hidráulicos e baixar GRATUITAMENTE a apostila que ensina a montar o equipamento através deste link.

Abaixo um vídeo mostrando o projeto e a sua aplicação:

O malhor de tudo é que não é preciso nenhuma bomba para movimentar a água. O sistema funciona sozinho através de um sistema conhecido como termo-sifão, como fica bem claro no vídeo.

Mais uma vez, parabéns ao sr João e sua família!

Encontrei este produto no excelente Design Atento.

O desenho do produto e o desenho do espaço

* Yvonne Mautner

A idéia deste ensaio é construir relações entre a produção de mercadorias e a produção do espaço urbano. Para isso, explorei as contradições entre as propostas de apropriação coletiva de parcelas do espaço da reprodução – a moradia – relativas às atividades domésticas tradicionalmente incorporadas à moradia, e a reapropriação individual delas por meio da utilização de equipamentos domésticos produzidos industrialmente. O movimento modernista alemão mostrou-se um campo fecundo para estudo destas contradições ao se projetar mundialmente por meio de nova linguagem formal tanto para a produção industrial dos objetos como do espaço.

A disputa entre o espaço coletivo e a mercadoria no modernismo

Dos produtos industriais, o que mais diretamente foi associado a mudanças na estruturação do espaço urbano, é, sem dúvida, o automóvel. A moradia como produto industrializado que deveria, como aventavam arquitetos modernistas, ser produzida em série como o automóvel, não chegou a cumprir este destino, devido às peculariedades de seu processo de produção (1). Porém, de forma bem mais sutil que o automóvel, os equipamentos que povoam o interior da moradia também concorreram para as resultantes espaciais das cidades contemporâneas.

As propostas dos arquitetos do movimento modernista alemão aliaram os resultados do avanço técnico-científico das primeiras décadas do século XX ao projeto de uma nova ordem social, fermentada nos anos conturbados da República de Weimar, dando início em larga escala à industrialização da construção e à racionalização do desenho do interior da moradia. Estruturaram no espaço externo da habitação uma dimensão coletiva (2) do cotidiano que, por um lado, deslocava do seu interior algumas atividades e equipamentos (3) (lavanderia, lojas cooperativas, creche, jardim de infância) criando, por outro, no exterior das edificações dos novos conjuntos habitacionais, espaços para as atividades esportivas e de lazer (ver nas imagens ao lado a planta de Bruchfeldstrasse e afoto de Westhausen).

O projetar pelo e para um coletivo não foi apenas uma metáfora, os arquitetos envolvidos tiveram de fato seus interlocutores: os sindicatos, que desempenharam um papel importante no delineamento e execução das políticas habitacionais do entre-guerras na Alemanha. Em 1924, o sindicato operário ADGB, o sindicato de empregados AFA-Bund e o sindicato dos funcionários ADB fundaram uma Sociedade Anônima para o Alojamento dos Operários, Empregados e Funcionários: a DEWOG, que passou a ser a promotora de operações de habitação social, pública, tendo sido a própria construção assumida por organismos de origem sindical (4) (Kopp,1984:43).

Esta nova dimensão coletiva que se imprimiu na organização espacial de vários dos conjuntos de habitação social implantados por arquitetos modernistas em Frankfurt, Berlim, Stuttgart e outras cidades alemãs, estabeleceu-se paralelamente ao extraordinário desenvolvimento da indústria de bens duráveis no entre-guerras (que se afirmou definitivamente no pós segunda guerra, nos Estados Unidos e Europa) (5).

A difusão destes bens duráveis, contribuindo no interior de cada moradia para a simplificação e redução do trabalho doméstico, acabaria por diminuir a importância dos espaços projetados para uma “intensa vida associativa fundada em equipamentos coletivos”. O movimento na direção da “des-domesticação” e coletivização de tarefas caseiras, levando à outra divisão de trabalho entre o homem e a mulher e a novas propostas espaciais urbanas, engendrado ainda no século XIX por utópicos socialistas e por militantes feministas (Hayden,1981) acabou sendo interceptado, pelo processo de generalização da forma mercadoria, isto é, pela gradual predominância dos valores de troca sobre os valores de uso na organização da produção, penetrando também no âmbito da própria reprodução (6).
Parte do trabalho passaria a ser realizado individualmente no interior de cada moradia (resultado do aprimoramento e difusão dos aparelhos e gadgets domésticos) e parte passaria, com o tempo, a se constituir em mercadoria comprada no mercado de serviços.

Liselotte Ungers (1983) em seu livro A procura de uma nova forma de morar, Siedlungen dos anos 20, ontem e hoje, relativiza o impacto das novas propostas dos modernistas alemães se comparadas àquelas dos arquitetos soviéticos:

“O projeto das plantas das moradias dos conjuntos (Siedlungen) modernistas não era tão revolucionário a ponto de erigir um ‘novo homem’ para habitá-las. Não se foi tão longe, como na mesma época, os arquitetos e planejadores soviéticos, que de acordo com seu ideário político, queriam reduzir a unidade habitacional a dormitórios e um nicho de cozinhar (Kochnische), enquanto todas outras funções como cozinhar propriamente dito, comer, lazer, formação e educação eram retirados da esfera individual e colocados sob responsabilidade social. Desta forma intentava-se preparar o caminho para o socialismo e, ao mesmo tempo, dar condições de liberar a mulher do trabalho doméstico para incorporá-la ao processo produtivo” (Ungers, Liselotte,1983:224)

A cozinha de Frankfurt, desenhada por Ernst May e Grete Schütte-Lihotzky, “onde os equipamentos de cozinha transformados em produtos industriais farão sua entrada na habitação mínima da nova arquitetura” (Kopp,1990:56), é ao mesmo tempo o desdobramento de experiências anteriores (7) e a instauração de um modelo de cozinha que passará a ser adotado, com variações locais, como solução de projeto universal para a simplificação dos serviços domésticos. E, longe de constituir um ‘projeto revolucionário’, no sentido das experiências dos arquitetos russos, propõe a fusão de um novo espaço com o potencial de recursos oferecidos pelos novos equipamentos produzidos industrialmente para o interior da habitação (a seguir a ilustração do ‘novoespaço’ e da cozinha de Frankfurt):

“No projeto da habitação mínima os arquitetos não se limitaram a reproduzir em dimensões reduzidas as habitações tradicionais, pelo contrário, desenvolveram em parte devido a novas determinações técnicas, uma nova proposta de espaço. Pode-se dizer que eles partiram menos de premissas ideológicas radicais do que de conceitos de igualdade social: “moradia racionada” (Ration Wohnung) para todos, procurando enfrentar as limitações materiais através da racionalização da construção, planejamento cuidadoso, estética gestáltica, que respondessem à sua tarefa em seu tempo. Essas habitações exigiram dos moradores mudanças em suas práticas cotidianas – seja devido à nova e desconhecida organização do espaço, seja pela necessidade de mobiliar os pequenos cômodos com móveis leves e modernos em vez dos móveis “burgueses” aos quais estavam acostumados” (Ungers, Liselotte, 1983:224)

Esta ambigüidade resultante da incorporação simultânea nos projetos modernistas de ideais socialistas e dos resultados do desenvolvimento capitalista é discutida por Tafuri, em Projecto e Utopia (1985), enquanto parte integrante de uma contradição mais geral na produção intelectual e arquitetônica na Alemanha no período entre-guerras. As Siedlungen são consideradas utopia realizada, porém alheias aos processos de reorganização global da produção: ilhas ordenadas e organizadas (mortas) em meio à vitalidade da produção de um novo espaço metropolitano. A produção intelectual, por sua vez, estaria permeada pelo diálogo com o capital  (abstração tecnológica e sujeito produtivo universal) ou com as massas (abstração revestida de significado ético). No confronto das forças sociais atuantes no período (socialistas, social-democratas e liberais), convivem projetos coletivos e de expressão individual ou tradicional, e ainda no mesmo período, assiste-se ao movimento de incorporação dos princípios socialistas à economia capitalista:

“O contra-ataque capitalista … assume para si e redefine os elementos fundamentais da estratégia ‘socialista’. Socialismo como acumulação acelerada, reconstrução industrial, intervenção estatal no ciclo econômico, mas sobretudo como defesa do trabalho vivo (…). O Sozialismus do grande capital alemão entre 1918 e 1921, garante assim uma relação orgânica, no concreto, com a organização operária, política e sindical. E é inevitável que esta fase seja inexoravelmente abandonada quando, destituído qualquer perigo de organização autônoma a nível operário, o capital possa reassumir diretamente a gestão e a organização social do próprio ciclo”. (Cacciari, Massimo (1972) Sur probleme dell’organizzazione.Germania 1917-1921, Marcilio, Padua, in Tafuri,1985:51).
O processo associado de suburbanização e produção em massa nos EUA

Nos Estados Unidos, durante a ascensão da ‘cidade capitalista densa’ (8) (1870 a 1930), que conjugou, o aumento da concentração da população urbana e constantes inovações tecnológicas, o movimento das ‘feministas materialistas’ (material feminists) viveu sua época mais ativa. As campanhas pelo trabalho doméstico socializado e remunerado (1868) foram concomitantes à promoção pelos arquitetos de espaços urbanos residenciais coletivos nas cidades do Leste por meio dos primeiros edifícios construídos para as classes alta e média, como também de edifícios modelo, os tenements, para os pobres. Hayden aponta em seu livro, The grand domestic revolution (1981), o impacto poderoso dos agentes do processo combinado da suburbanização e da produção em massa sobre as concepções de cidade dos movimentos de vanguarda de urbanistas e feministas, que caminhavam para propostas de reorganização urbana bem distintas da casa isolada nos subúrbios das cidades. O início dos anos 1920 assistiu à miniaturização da tecnologia de grande escala desenvolvida para hotéis, flats, restaurantes e sociedades cooperativas de serviços domésticos, que incorporaram à arquitetura equipamentos coletivos como os compartimentos de refrigeração, aspiração de pó, e sua transformação em mercadoria a ser “plugada” em tomadas suburbanas.

Estes movimentos de vanguarda foram desgastados por anos de lutas e perseguições e campanhas de difamação (red-baiting) e terminam vencidos pela implantação das políticas habitacionais contidas no Relatório da Comissão Hoover (1931): Home Building and Home Ownership  apoiadas por construtoras, banqueiros e industriais, e que advogava propriedades residenciais suburbanas unifamiliares. Na década de 1960, os subúrbios já continham uma porcentagem maior da população urbana nacional que as áreas centrais. Na década de 1970, sete em dez famílias moravam em casas unifamiliares (Hayden,1981: 9 e 25), base do consumo individualizado de automóveis e de todos os equipamentos domésticos. Vale a pena citar uma passagem de Kenneth Jackson (1985), relatando como, na recessão entre 1929 e 1933 (onde cai de 95% a produção habitacional), era mantida a visão da casa própria para o povo americano, por meio das campanhas dos programas hipotecários da Federal Housing Administration:

“A ‘casa modelo’, em particular, tornou-se um objeto de marketing popular, especialmente mais para o fim da década. Cada novo loteamento e casa modelo dos subúrbios, geralmente incluía uma casa ideal, escala um para um, repleta com os últimos equipamentos domésticos. Em 1935, a General Electric Company financiou um concurso de arquitetura para uma pequena habitação unifamiliar. Aos 2.040 participantes era requisitado listar os equipamentos da GE a serem incorporados ao projeto; um dos arquitetos propôs 76 aparelhos” Jackson1(1985) :187.

O modelo de urbanização americano, de multiplicação de subúrbios, baseado na casa própria, isolada em bairros residenciais, e no automóvel, será a base perfeita para receber a produção acelerada de equipamentos domésticos empreendida pela grande expansão industrial do entre e pós-guerra. A implantação da casa própria suburbana, enquanto política nacional de habitação nos Estados Unidos, ofereceu uma idéia do pós-guerra I à sociedade do pós guerra II. Parcelamento do preço e dedução de impostos, oferecidos pelo Estado a proprietários de casa própria na era do pós-guerra II, derrotou históricas aspirações feministas, porém, possibilitou o grande boom dos construtores especulativos, dos produtores de eletrodomésticos e de automóveis. As mulheres tendo sido expulsas dos empregos assumidos durante a guerra, passaram para a nova vida de esposas suburbanas contribuindo para o aumento da taxa de natalidade e o consumo de massa. Empresas construíram milhões de casas unifamiliares, sem cuidados de implantação, de provisão de espaço comunitário ou de participação de arquitetos nos projetos. Estas casas eram verdadeiras caixas a serem entupidas de bens de consumo produzidos em massa (Hayden,1981:23).
Capitalismo luterano ou indomado?

O embate entre uma produção industrial “planejada” e o livre rolar das forças do mercado, que se materializa na guerra ideológica entre a União Soviética e os Estados Unidos, respectivamente, após a Segunda Guerra Mundial, será um profícuo campo de debates sobre qual deveria ser a amplitude e natureza desta produção.

O interesse em mencionar esta discussão, mesmo se de forma breve, deve-se ao fato de ela não ter repercutido ao longo deste século somente no campo das políticas econômicas, porém de ter penetrado também no âmbito da formação de quadros técnicos para a produção de mercadorias e do espaço urbano. O próprio princípio da economia de materiais, do desperdício consumista e algumas premissas dos atuais movimentos ecológicos ligadas à organização da produção já eram questionados no início do século XX. A discussão se abrigava muitas vezes no confronto entre a “racionalização”, o utilitário (necessários aos projetos sociais) e a “liberdade criadora”, a arte, (refúgio único da expressão individual), mantendo em esferas separadas o princípio modernista de reprodutibilidade e socialização da arte e o da diversificação para a “individualização” do consumo (9).

Ainda antes da Primeira Guerra Mundial, o problema da produtividade industrial era abordado na Alemanha por meio da racionalização e tipificação dos objetos a serem produzidos em série (10). Na mesma época, nos Estados Unidos, o problema era colocado de forma diversa: a produtividade era considerada na totalidade do processo produtivo, isto é, por meio das relações entre a organização científica do trabalho na fábrica e a configuração formal do produto. Ford (1863-1947), por exemplo, estudou a cadeia de montagem em função do modelo “T”, e vice-versa, em um processo que resultaria na primeira grande vitória da produção em massa, e por quase um século, permaneceria o epítome do capitalismo “moderno”.

Em 1907, Muthesius (1861-1927) faz a famosa conferência sobre A Importância da ArteAplicada (Die Bedeutung des Kunstgewerbes) na Escola Superior de Comércio de Berlim. Nesta época o Kunstgewerbe alemão ainda seguia as modalidades formais dos estilos decorativos herdados da tradição e gosto da era vitoriana: neo-egípcio, neo-grego, neo-gótico, neo-chinês, neo-renascentista etc.
 
Muthesius atribui os sucedâneos e imitações às “pretensiosas atitudes de parvenu” de uma determinada classe social, a dos “burgueses melhor situados”, obcecados pelo desejo de “aparentar mais”. Muthesius observa, portanto, assim como o fazia também Veblen (10), os objetos de um novo ponto de vista: associando-os a uma classe; expõe também, na mesma conferência de 1907, implicações de ordem econômico-produtivas: “…gasta-se (mal) antes de mais nada, um colossal patrimônio nacional em matéria prima, agregando-se a ele um trabalho inútil”. Um ano após, Loos (1908) usa praticamente o mesmo argumento para negar a legitimidade a todo objeto decorado:  “A ornamentação é força-trabalho esbanjada, e portanto saúde mal gasta… Hoje em dia isto significa também material mal gasto e por último, capital esbanjado”. (12)

Discursos similares ao de Muthesius adotam também outros artistas e arquitetos, como Behrens (1863-1940), R. Riemerschmid (1868-1957), Schumacher (1869-1947). Estas e outras adesões fizeram nascer em Munique, em 1907, uma nova associação, o Deutscher Werkbund, cuja finalidade era a de estabelecer no trabalho industrial uma contínua colaboração entre indústria, arte e artesanato. Em 1914, Muthesius e Van de Velde tornam-se oponentes no Werkbund, o primeiro defendendo a racionalização e tipificação e o segundo “a liberdade criadora do artista”. O conflito entre a desconsideração e a necessidade da norma que disciplina a dinâmica produtiva, entre a Konstanz (constância) e a Veränderung (mudança) ainda estará em discussão no Werkbund suiço em 1954 (Maldonado,1977).

A importância desta discussão, é que seus protagonistas prevêem nela a aproximação de uma encru¬zi¬lhada no capitalismo moderno: “a produção industrial apontará para a disciplina ou turbulência do mercado? ela se dirigirá a um aprofundamento controlado ou a uma expansão incontrolada? para uma estratégia de poucos ou de múltiplos modelos de produtos?” ( Maldonado,1977:39-45).

O histórico de Maldonado sobre a discussão do início do século, a respeito da hegemonia da técnica ou da arte, da “norma” ou da “liberdade” nos produtos industriais que vão formar a cultura material de uma sociedade, mostra os defensores da racionalização e tipificação como representantes do fordismo europeu, um “fordismo culpado”, ou talvez, um capitalismo luterano, que tornou ambígua a ideologia do produtivismo na Europa. Maldonado, em seguida, compara a ambigüidade das posições alemãs com a objetividade de Ford expressa em My life and work, do qual cita:
“Se o plano construtivo de um produto foi bem estudado, as modificações serão poucas…, no entanto, no processo de produção, as mudanças serão freqüentes e espontâneas… Para mim é motivo de orgulho que cada peça, cada artigo que produzo seja bem trabalhado, forte, e que não se veja necessidade de substituí-lo. Todo bom automóvel deveria durar como um bom relógio… No passado sempre namorei com a idéia de um modelo universal”. (Maldonado, 1977:46)

Nos Estados Unidos, no entanto, o fordismo não sai vencedor na produção capitalista depois de 1930, menos ainda a defesa da utilidade da função ante o decorativismo, a maquilagem. Ainda nos anos 1920, o modelo “T”da Ford começa a sentir a competição da General Motors, mais caro, porém mais ao gosto do público. O mesmo passa a ocorrer com outros produtos, e vai se transformar em um fenômeno generalizado após a crise de 1929. Diz Maldonado:

“uma coisa é certa: enquanto antes da crise a indústria americana nos setores automobilístico e de eletrodomésticos estava orientada para uma política de poucos modelos de grande durabilidade, ela se orienta após a crise para uma política de muitos modelos de pouca durabilidade. E se antes da crise a forma dos produtos é concebida respeitando as exigências da simplicidade construtiva e funcional, depois dela sucede o contrário. Trata-se do nascimento do styling”.

A expansão do mercado consumidor realizada originalmente pelo barateamento propiciado pela repetição de um modelo, acabou por se difundir por meio de outros artifícios e novas técnicas de sedução mercadológica e produção industrial: o styling aparece como o precursor da obsolescência programada, a pesquisa de mercado como o horizonte formal da mercadoria e o marketing como o desbravador de novos nichos de consumo.

 
(1) Ball, Michael(1988) Rebuilding Construction; Clarke,Linda (1992); Mautner,Yvonne (1991).

(2) “A casa alugada desaloja a casa de família herdada, cessa a domiciliação amarrada a um lugar e começa um novo nomadismo dos indivíduos, favorecido pela rápida progressão dos meios de transporte. Assim como a tribo perdeu suas terras, a família perde sua casa. O poder do laço familial retrocedeu diante do direito público da cada indivíduo. As condições de produção social permitem que o indivíduo independente troque de lugar de trabalho, por sua livre vontade, a liberdade de locomoção aumenta enormemente. A maior parte das antigas funções da família torna-se presa da socialização gradativa;” Gropius,Walter (1997:147). Artigos de Gropius da década de 1930.

(3) O aspirador de pó percorre uma trajetória exemplar, pois nasce como um serviço, ou como um equipamento coletivo, passando a ser posteriormente desenvolvido enquanto produto individualizado: “Mais eficientes que aparelhos de limpeza manuais eram as máquinas a vácuo, movidas a eletricidade. Estas foram desenvolvidas ao mesmo tempo na Inglaterra e França  por volta de 1902. Movidas por eletricidade ou parafina, as máquinas eram grandes e operadas por companhias que as alugavam com os operadores. Os serviços eram utilizados principalmente em edifícios grandes, como lojas de departamentos e teatros, mas eram também ocasionalmente usados individualmente para limpeza doméstica. Uma alternativa à mobile vacuum plant era uma instalação permanente com saídas para cada cômodo. Sistemas como este foram instalados no Frick Building em Nova York em 1902 e logo após na Câmara dos Comuns em Londres; instalações permanentes para uso doméstico eram propagandeadas nos Estados Unidos, seu custo porém as restringiu certamente para os muito ricos” Forty (1987):176.

(4) ADGB (Allgemaine Deutsche Gewerksschaftbund), AFA-Bund (Allgemeine Freie Angestelltenbund), ADB (Allgemeine Deutcshe Beamtenbund) e DEWOG (Deutsche- wohnungfürsorge Aktien Geselshchaft für Beamten, Angestellten und Arbeiter). Sobre a necessidade de uma nova forma de projetar, tanto no plano social como arquitetônico, consultar o capítulo III de Kopp,1990:42)

(5) No fim do século XX o uso eletricidade já era praticamente compulsória para operar toda uma nova classe de mercadorias, os eletrodomésticos. Em 1913, metade do comércio mundial em produtos eletro-químicos estava em mãos da Alemanha (AEG e Siemens & Halske-Schukert, que trabalhavam em colaboração desde 1908); a outra metade com os Estados Unidos, na GE (uma associação entre a Thomas- Houston & Edison Co). A generalização do consumo de eletricidade possibilita a difusão dos aparelhos eletrodomésticos, dos quais, por exemplo, o aspirador de pó, que começa a ser difundido nos anos 1910, chega a seu desenho mais conhecido, o modelo Hoover 150, (realizado pelo desenhista industrial Henry Dreyfuss para a American Hoover Suction Sweeper Company) nos anos 30. O seu primeiro modelo clássico, na melhor tradição fordista, perdurou de 1916 a 1936, (ambos são ilustrados ao lado, Forty (1987) p:177 e 180).

(6)Marx, (1867) Capital, volume 1,The Pelican Marx Library, Harmondsworth, 1976.

(7) Como a Bauhaus Küche, cozinha projetada para o Haus am Horn em 1923, ou a cozinha projetada por Bruno Taut em 1927, ainda como exemplos únicos ou artesanais da racionalização doméstica do trabalho (Kopp,1990:56). É importante lembrar também a experiência concomitante americana relatada em livro de Christine Fredericks (1921) traduzida para o alemão em 1922 e que serviu como base de pesquisas realizadas na Alemanha para “taylorização” do trabalho doméstico na cozinha

(8) Nesta época, feministas materialistas percebem que várias decisões sobre a organização da sociedade futura eram incorporadas no ambiente construído. Por isso, apontavam as transformações espaciais do trabalho doméstico sob controle do movimento como um ponto chave de ligação com campanhas de eqüidade social, justiça econômica e reforma urbana (Hayden,1981:10)

(9) Tafuri (198-:79) diz que a Siedlung Siemensstadt, em Berlim, planificada por Sharoun, é um exemplo de ruptura do movimento modernista. Se Gropius e Bartning se mantêm fieis à construção do conjunto como cadeia de montagem, aos “blocos” arquitetônicos, os “objetos” de Sharoun e Häring se contrapõem a estes na recuperação da “aura” benjaminiana nos edifícios por eles projetados para o conjunto.

(10) Riemerschmid, Richard (1868-1957), um dos fundadores do Deutsche Werkbund, colabora com seu cunhado Karl Schmidt, marceneiro, no design de móveis para produção industrial. Os primeiros modelos são expostos em 1905 na Exposição de Dresden. ThePenguin Dictionary of  Design and Designers (1984:412), Penguin Books, England

(11) Assim como Th. Veblen (1857-1929) em seu livro The theory of the leisure class, publicado em 1899.

(12) Quanto a Loos, aqui entrando nas criticas ao funcionalismo na arquitetura, Benjamin chama a atenção para uma “nova pobreza” na arquitetura e urbanismo, tomando como exemplo o “reducionismo estético e a proibição formal” de Loos, considerado o arquiteto da tabula rasa e do “calvinismo”. Contra esta visão mais formalista da arquitetura modernista ver Quando o modernismo era uma causa e não um estilo de Anatole Kopp.

(13) Maldonado,Tomas(1977) El diseño industrial reconsiderado, Coleccion Punto y Linea, Ed G. Gili, Barcelona. Styling: cosmética de produto, atividade que permanece na superfície, na pele do produto. A preocupação estética de se separa do resto dos fatores que intervêm na determinação da configuração de um produto industrial: análise de necessidades, factibilidade técnica de produção, disponibilidade de materiais, normas, redução de custo.
Bibliografia

BALL, M. Rebuilding Construction: Economic Change and the British Construction Industry. London: Routledge,1988.

CLARKE, Linda. The production of the built environment: peculiar or backward? Bartlett International Summer School Proceedings 6, University College London,1985.

COLUCCI JR., José) O design na era da integração, Dissertação de Mestrado, FAUUSP), 1988.

Das Paradies kommt wieder. Museum der Arbeit, Hamburg, 1993:23

FORTY, Adrian. Objects of desire. Thames & Hudson, 1987.

GROPIUS,Walter Bauhaus: Novarquitetura. S.Paulo: Ed. Perspectiva,1997, 5ª. edição, p:147.

HAYDEN, Dolores. The grand domestic revolution. London: MIT Cambridge, Mass, 1981.

________________. Redesigning the american dream,  NY, London:W.W. Norton & Company 1984.

JACKSON, Kenneth T. Crabgrass Frontier-The Suburbanization of the United States. NY, Oxford: Oxford University Press, 1985.

KOPP,Anatole. Quando o moderno não era um estilo e sim uma causa. São Paulo: Nobel/Edusp, 1990.

LOOS, Adolf (1908) Ornament und Verbrechen (Ornamento e Delito), Prachner Verlag (Sondereinband – 2000)

MALDONADO,Tomas El diseño industrial reconsiderado. Barcelona: Coleccion Punto y Linea, Ed G. Gili, 1977.

MARX, (1867) Capital, Volume 1, The Pelican Marx Library, Harmondsworth, (1976).

MAUTNER,Yvonne  “A periferia como fronteira de expansão do capital” in Deák, Csaba & Schiffer, Sueli (orgs.) O processo de Urbanização no Brasil. São Paulo: Fupam, Edusp, 1999.PAMPLONA,Telmo. Desenho da Ruptura – Modernidade na Implantação da Indústria. São Paulo 1900-1920  Tese de Doutorado FAU/USP, 1992.

TAFURI, Manfredo Projecto e Utopia. Lisboa: Ed. Presença, 1985.

The Penguin Dictionary of  Design and Designer. England: Penguin Books, 1984.
UNGERS, Liselotte Die suche nach einer neuen Wohnform.  Stuttgart: Deutsche Verlags-Anstalt, 1983.

Fonte: Revista AGIPROP

Copa 2014 0 Curitiba candidata a sede

Bom, quem me conhece sabe que sou totalmente contra trazer este tipo de evento aqui para o Brasil por um mmotivo bem simples: existem muitas carências a serem resolvidas em nosso país e que são muito mais importantes que uma copa do mundo.

Mas me chamou a atenção um informativo que recebi do Revestir.com:

“Curitiba Copa 2014

No dia 31 de outubro iniciou um ciclo de palestras para alunos e professores dos cursos de arquitetura das universidades PUCPR, UFPR e Positivo, que tomaram conhecimento das propostas para desenvolver o Workshop Curitiba Copa 2014 organizado pela AsBEA-PR.

O ponto alto das palestras foram as explanações do arquiteto italiano, radicado em São Paulo, Bruno Padovane, que demonstrou de maneira objetiva e brilhante, as diversas formas de implantar, com forte impacto urbanístico, um megaevento esportivo e seus desdobramentos positivos. Posteriormente, o engenheiro paulista Fernando Telles, outro especialista na área de arquitetura esportiva, reafirmou a importância de dimensionar adequadamente os diversos formatos que envolvem um estádio esportivo. Por último, o arquiteto Carlos Dellacosta trouxe para o público presente, informações de relevância na hora de selecionar o local do evento.

fonte: Revestir

Vejamos:

As três universidades citadas e envolvidas no evento tem entre seus cursos os de Design:

PUCPR

Desenho Industrial – Programação Visual
Desenho Industrial – Projeto do Produto

UFPR

Design

Positivo

Design – Projeto de Produto
Design – Projeto Visual

Isso sem contar cursos de Engenharias – pra isso os arquitetos vão precisar de muita engenharia – Artes, Turismo e várias outras que DEVEM ser aproveitadas da mesma maneira que arquitetura num evento deste porte. E olha que nem olhei os cursos de pós oferecidos por elas e que sabemos também existem em Design.

No entanto, não se vê movimentação alguma por parte das IES e das coordenadorias de cursos de Design, (produto, grafico, interiores, etc) destas e de outras IES, para inserir nossa área dentro do todo que comporá o projeto final de adequação da cidade de Curitiba às necessidades reais que este evento impõe.

ASBEA, claro, vai tentar fechar ao maximo o acesso de outras áreas à “essa bocada” em benefício umbigusta aos seus associados e nem tanto à importância do evento em si. Jajá aparecem IAB também na parada.

Portanto, creio que nossos amigos Designers, Engenheiros, Turismólogos, Artistas, Light Designers e vários outros devem começar a se movimentar para evitar que isso – projeção ou $$ – sejam aproveitado por poucos quando na verdade deveria ser um bem de TODOS.

E não digo apenas aos de Curitiba não, afinal o Estado todo tem profissionais qualificadíssimos nessas áreas e que certamente poderão contribuir em muito para isso.

Fica aqui, mais um protesto meu contra panelinhas e movimentaçãoes tácitas e falaciosas de alguns grupos.

 

 

Yellow Goat Design Company

o Yellow Goat Design Company éformado por quatro Designers e que resolveram direcionar bastante o seu trabalho para um nincho específico: peças exclusivas.

Começaram criando peças para lojas, restaurantes, bares e com o tempo, e com suas peças caindo facilmente no gosto do mercado, passaram a desenvolver peças voltadas à residencias também. Há uma série de peças que hoje já são produzidas industrialmente e que pode-se encontrar a venda, apenas na Europa e EUA.

Estes são apenas alguns exemplos. Entre no site do grupo e delicie-se com os outros modelos.

 

Você sabe o que é Design?

Este é especial!

Produzido pela Rede Gaúcha de Design, o vídeo mostra claramente o trabalho de um Designer e todo o processo que este engloba. É um excelente vídeo para ser mostrados àqueles clientes que viram para você e dizem: “Tudo isso? Más é só fazer uns deseinhos aí no papel…”

Desenho e detalhamento de móveis

 

Uma das maiores dificuldades e que também muito tempo na hora de projetar, além de gerar muitos problemas na execução de um projeto são os móveis à serem confeccionados especificamente para o ambiente.

O principal problema ou falha – para o projetista – está no desenho e detalhamento.

Muitos profissionais não levam em consideração ou não dão a devida importância à parte de detalhamentos. E é esta parte do projeto que irá concretizar e enfatizar a qualidade do mesmo. É esta parte que fará a diferença no resultado final.

É comum vermos profissionais entregando esboços, croquis ou até mesmo projetos bastante falhos, com falta de informações aos marceneiros e montadores. Muitos entregam pranchas com elevações, cortes e uma perspectiva básica. Tudo devidamente cotado. E apenas isso.

Porém, para que o projeto seja confeccionado devidamente e com qualidade, outros detalhes devem ser mostrados no projeto: outras formas de expressão, detalhamentos minuciosos, para garantir que tudo saia exatamente como imaginado, criado e planejado.

Detalhes ergonômicos devem ser tratados com o devido cuidado e atenção.

Primeiro temos de ter consciência de que será preciso fazer um desenho detalhado de todas as peças que comporão o produto final. Estes desenhos tem de ser cotados, com cortes e vistas. Não basta apenas as elevações e cortes gerais do produto final. Sem isso podem ocorrer erros crassos na execução.

Devemos também mostrar detalhes pertinentes ao funcionamento e manuseio do produto. Isso é fundamental para quem está confeccionando o seu produto. E também para o cliente conseguir visualizaro que terá em mãos posteriormente.

Além da perspectiva manual, faz-se necessário hoje em dia o uso das perspecticas em 3D que facilitarão a visualização do produto final por quem a estará confeccionando.

Devemos também não nos esquecer das perspectivas explodidas. Estas devem ser bastante claras para que o executor possa visualizar e entender perfeitamente como deverá ser feita a montagem, onde entra e encaixa-se cada elemento. Na imagem acima – cadeira de Mauricio Azeredo – não há uso de ferragens. São apenas encaixes. Porém, quando existem parafusos e outros metais e ateriais, estes devem fazer parte da perspectiva explodida.

Quando trabalhamos com juntas, as mesmas devem ser milimetricamente detalhadas para que não haja erro na execução.

Outro detalhe importante, são as ferragens (parafusos, dobradiças, soldas, etc) que devem ser facilmente visualizados no desenho, a sua locação e, por vezes, forma de colocação/aplicação. Estes itens, além de detalhados nos desenhos, devem fazer constar em um memorial descritivo.

Creio que com estas dicas rápidas eu consiga contribuir um pouco mais com o seu trabalho. Lembro que este tipo de detalhamento não se faz necessário apenas em projetos de móveis, mas sim de qualquer outro produto ou equipamento desenvolvido especificamente e também em gesso, projeto luminotécnico, hidráulico e outros que se fizerem presentes no projeto.

Bom trabalho!!!

Lareiras? Não, fireplaces…

O designer alemão wolf udo wagner desenvolveu para a Maison Object uma produto que tem as características de uma lareira, porém, móvel. Você a leva para onde quiser. Com isso é mais um fireplace que uma lareira. Batizou o produto de Ponton Fireplace.

Pode ser usada em ambientes internos e externos. Produzida com um vidro resistente ao fogo e aço, funciona por mais de duas horas e meia sem precisar ser recarregada. A emissão de dióxido de carbono é mínima.

Mais informações:

http://www.pontonliving.eu
http://www.maison-objet.com

 

Leds Orgânicos

Já havia postado aqui, bem no início deste blog uma pequena matéria sobre isso, mas vale a pena “sugar” esta da revista ABCDesign.

 

Recebo muitas sugestões de produtos aqui para a revista. A maioria é legal, mas normal.

Quando recebi esta sugestão da OSRAM, achei bem mais interessante. Leds Orgânicos ou OLEDS.

Com uma nova composição para os diodos produtores de luz, os leds orgânicos mantém as qualidades de eficiência de energia, baixa voltagem e design livre de mercúrio, mas, além disso, possui algumas propriedades impressionantes: a fonte não é uma coleção de pontos de luz individuais, mas uma superfície uniforme geradora de luz.

“Será possível usar OLEDs como fontes de luz flexíveis ou transparentes”, garante Guilherme Sartori, gerente do departamento de Semicondutores Óticos da OSRAM. “Um OLED transparente em um telhado poderá transmitir luz natural ao interior da residência durante o dia. No entanto, à noite, quando ligado, fornecerá uma iluminação artificial fascinante”.

Outra diferença em relação à iluminação convencional é a fonte que gera luz. Graças à própria estrutura, será possível não apenas produzir OLEDs muito finos, mas também escaláveis, ou seja, manipulá-los da maneira que for mais conveniente.

Seria possível transformá-los em telas de televisão com poucos centímetros de espessura, ou algumas divisórias e paredes poderão ser substituídas por OLEDs na nova Era das luzes.

“Quando um funcionário de uma empresa quiser fazer uma reunião, por exemplo, poderá acender quatro paredes inteiras de luz no meio do escritório e criar uma mini-sala, sendo que as paredes serão coloridas e ninguém, do lado de fora, enxergará o seu interior”, exemplifica Sartori.

As possibilidades vão além. Estão em estudo aplicações para estas novas fontes de luz na indústria automotiva, criando uma perfeita integração de todos os elementos que compõe a iluminação dentro do pára-brisa.

Ou seja, bem interessante…

Hoje, a utilização desse material ainda não é viável financeiramentea, mas a empresa acredita mas em um futuro próximo essa idéia deve se difundir. Especialistas prevêem que o mercado deve valer milhões em 2015. Quem está dando o primeiro passo para a utilização do OLED é o designer Ingo Maurer.

Conhecido no mundo todo por utilizar a iluminação como obra de arte, o alemão apresentou no Light&Building 2008, uma das maiores feiras de iluminação do planeta, a luminária Early Futures, que tem formato de mesa e demonstra o enorme potencial dos LEDs orgânicos. Maurer utilizou placas com uma área de 132 x 33 milímetros para uma luminosidade de 1000 cd/m2 (candela por metro quadrado).

O tempo de vida da luminária é de aproximadamente 2.000 horas. Para Maurer, “a Early Future representa um estágio importante na transição do objeto abstrato para iluminação funcional projetada”. Não há mais dúvidas, os LEDs orgânicos vieram para ficar

Obrigada ao Rubens Nogueira (assessor da OSRAM) por ter conseguido as fotos!
Sugado: Revista abcDesign

Marcas e Patentes – importante

A revista Lumière deste mês (ed 121) traz uma entrevista com a chefe da divisão do Estado de São Paulo do INPI, Maria dos Anjos Marques Buso, que já atua há 28 anos junto ao INPI.

Dentre os vários temas abordados estão a função do INPI, importância de uma patente de produto ou registro de marca, meios para solicitar uma patente ou registro, desmistifica o alto custo deste serviço, direitos de quem registra uma patente ou registro de marca entre vários outros assuntos.

Está muito boa!!!

http://www.portallumiere.com.br/revistaonline/abre_revista.php?arq=174&altura=800&largura=1280

E aqui, um link direto na página do INPI sobre Desenho Industrial.

Rua Mayrink Veiga, nº 9 – Centro – Rio de Janeiro/RJ – Cep: 20090-910
Praça Mauá, nº 7 – Centro – Rio de Janeiro/RJ – Cep: 20081-240
Telefone: 21 2139-3000
CNPJ: 42.521.088/0001-37

Boa leitura a todos!!!

 

Aproveitem também para ler as seguintes matérias nesta edição:

– Regulamentação para Etiquetagem Voluntária do nível de eficiência energética de edifícios comerciais, de serviços e públicos – PROCEL EDIFICA.

– NBR 5413 – o que e por que deve mudar?

– Imprescindíveis – uma matéria bastante interessante sobre os amados abajures.

Boa leitura!!!

Design & Marketing – Uma relação tumultuada

Marketing do design – Design do marketing

Atraídos pela liberdade de criação e pelo retorno financeiro, alguns designers desenvolvem itens específicos para o marketing de produtos. Fernando e Humberto Campana, Marcelo Rosenbaum e Gaetano Pesce estão entre os designers premiados que colocaram seu talento a serviço da Souza Cruz. Mas, alguns puristas ainda reagem, irados, ao menor sinal de aproximação entre design e marketing.

Há pouco mais de dois anos, a multinacional Souza Cruz vem fazendo contato com designers de respeitada atuação no mercado brasileiro e internacional. Alguns confessam que relutaram, no primeiro momento, devido à imagem desgastada e negativa dos cigarros. Mas depois aceitaram, e não se arrependeram.

Marcelo Rosenbaum, que no ano passado criou uma linha de produtos para a marca Lucky Strike, explica por que essa experiência foi tão gratificante: “Primeiro, porque foi mais uma oportunidade de trabalhar com grandes indústrias, desenvolvendo produtos que serão fabricados em larga escala. Depois, porque tornou possível a realização de pesquisa de novos materiais, que não seria feita sem o suporte de uma grande empresa. Por último, pela necessidade de projetar com liberdade de criação, mas obedecendo a uma série de restrições”. Um exemplo de tais restrições é dado pelo projeto da lixeira destinada a uso em aeroportos. Além das exigências do cliente, era necessário atender também às especificações da Infraero, empresa pública que administra os aeroportos brasileiros.

Na linha de produtos de pequeno porte destinados a bares e restaurantes, composta por bandeja, cinzeiro de mesa, balde de gelo e lamparina, tanto os materiais como a linguagem deveriam ser adequados ao público-alvo da marca. Os irmãos Humberto e Fernando Campana também consideram a experiência extremamente positiva, pelo exercício de linguagem, pela disciplina necessária ao cumprimento de prazos rígidos e pelo financiamento de novas pesquisas. Em dois anos de trabalho para a Souza Cruz, os Campana projetaram cerca de 40 itens para a marca Free, nem todos aprovados ou produzidos. “O mais importante”, conta Fernando, “é que eles queriam produtos com nossa cara, mas com os quais os fumantes daquela marca se identificassem.”

Os designers recorreram ao vasto repertório de materiais que utilizam normalmente: fio espaguete (cestinha para lojas de conveniência), poliestireno translúcido (lixeira), alumínio repuxado (cinzeiro), tubos plásticos transparentes (lixeira com cinzeiro), plástico inflável (bowl para caixas de fósforos e luminária), polipropileno (luminária com alça de metal), chapas metálicas (espelho imantado e porta-revistas) etc. A identificação com os consumidores se deu muito mais pelo design do que pela marca, discretamente estampada em cada produto. Tanto que boa parte dos cinzeiros espalhados em bares ou restaurantes foi levada pelos clientes.

O arquiteto e designer italiano Gaetano Pesce também desenvolveu peças exclusivas, em resina de poliuretano, para a marca Free: jogos americanos, relógio, luminária, porta-fósforos e porta-copos. A arquiteta Carla Caffé ilustrou uma coleção exclusiva de canecas de cerâmica para a marca Carlton.

Texto resumido a partir de reportagem de
Airton Ribeiro

http://www.arcoweb.com.br/design/design17.asp

Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 249 Novembro 2001.

Mas é uma Porta…

É sempre um desprazer quando entramos num local e damos de cara com aqueles velhos e comuns modelos de portas.

Eu ao menos tenho vontade de sair trocando todas mas isso depende e muito do cliente que desconhece as possibilidades de brincar com este elemento muito importante na decoração. Talvez porque os mesmos só tem acesso aos modelos encontrados (todos iguais) nas lojas por aí.

Porém podemos, como designers, criar novos padrões e modelos para os projetos.

Estas portas foram desenhadas e produzidas por Snickarper.

Fonte: YankoDesign

 

Olheiros….

Não sou muito adepto de certas coisas que vejo como frescurites até mesmo porque tenho um estilo bem minimalista no projetar.

No entanto algumas coisas me chamam a atenção seja pela leveza, pela graça ou por sutilidade.

Estas imagens são de uma instalação artística realizada pelo grupo multidisciplinar composto por Canary Warf, Wokmedia e o lighting designer Admir Jukanovic/Mindseye.

Achei muito criativa e lúdica a idéia. Uma brincadeira que nos remete a alguns animais de nossa fauna (siris, lesmas, sapos, etc) e dependendo da aplicação até mesmo de seres imagináveis. Imagine isso na cabeça de uma criança a quantidade de versões e visões divertidíssimas.

Acho que a notícia de que serei titio novamente acabou me deixando meio bobão ehehehehehe

Particularmente adorei as iluminadas.