Picaretagem via internet

É, tentei não escrever sobre o assunto mas diante da barbárie que o mesmo representa para o mercado e, principalmente, para a classe de profissionais sérios, não posso deixar passar em branco.

Desculpem o palavreado chulo mas, que M* é essa?

É por isso que a nossa profissão não é respeitada e valorizada nesse país.

Dá para trabalhar via internet? SIM. Nunca neguei isso. Desde que se tenha um mínimo de ética profissional e seriedade.

No entanto, enquanto assistimos aos amigos designers gráficos sérios lutarem contra empresas como a WeDoLogos – que prega um estilo de concorrência criativa à preço de banana (ou seja: você faz o projeto da logoMARCA, envia pro site e o cliente escolhe entre os trabalhos enviados. Quem leva, leva por uma ninharia absurda) – descobri dias atrás um site que não faz a concorrência criativa, porém desrespeita completamente as regras básicas de mercado na área de Design de Interiores.

Já até tinha colocado esse assunto no grupo do blog lá no facebook mas vale a pena voltar ao mesmo por aqui para alertar o mercado e até mesmo os profissionais sobre isso. Depois quando eu escrevo que o mercado está sendo invadido por um bando de prostitutas(os) que só fazem denegrir a profissão, tem gente que vem me xingar nos comentários.

Pra piorar o tal site não apresenta absolutamente nada de currículo das “profiçonaiz” envolvidas. Só uns deseinhos (nem fotos reais são) com os nomes que deixam o site mais com cara de coisa relacionada a moda que a decoração ou interiores.

Mas vejam isso que marravilha:

Valores de projetos:

‎1 Ambiente: R$ 700,000
2 Ambientes: R$ 1.260,00
3 Ambientes: R$ 1.770,00
4 Ambientes: R$ 2.220,00
5 Ambientes: R$ 2.600,00

Achou péssimo isso? As fulanas sem rosto e sem CUrrículo ainda conseguem piorar tudo…

Pois ainda tem promoção de férias no site:

2 ambientes com 5% off – de R$ 1260,00 por R$ 1197,00
3 ambientes com 10% off – de R$ 1770,00 por R$ 1539,00
4 ambientes com 15% off – de R$ 2220,00 por R$ 1887,00
5 ambientes com 20% off – de R$ 2600,00 por R$ 2080,00

Quer mais ainda? Encontrei o anúncio desse absurdo virtual no site da revista Casa Claudia. Tudo com as bênçãos dessa que diz ser a maior e melhor revista da área. LA-MEN-TÁ-VEL!!!! Depois querem que eu acredite que não existe “jabá” para figurar lá dentro…

Me poupe!!!!

Depois que lancei a coisa no facebook, olhando o site hoje, percebi algumas alterações. Dentre elas uma seção de perguntas e respostas onde em uma diz que sim, são designers reais. Logo após, em outra pergunta sobre reforma da casa toda eles dizem que para isso é necessário que a pessoa entre em contato com um escritório de “arquitetura de interiores”.

Pera lá, se realmente fossem Designers e tivessem tido uma formação séria numa universidade também séria saberiam que um Designer de Interiores/Ambientes tem conhecimento e capacidade para fazer a reforma da casa toda (incluindo aqui cozinhas, banheiros, área de serviços que eles não fazem) portanto, não indicariam um escritório real de arquitetura e sim o de um designer. Como se não bastasse o desrespeito com os valores ainda fazem o desfavor de denegrir e menosprezar a classe profissional à qual “dizem” pertencer ao se apresentarem como “dezáiners”.

Outro detalhe é que de Design de Interiores os projetos não tem nada. É apenas o trabalho que qualquer pessoa com um mínimo de bom gosto numa cidade que tenha lojas decentes de móveis e acessórios consegue fazer.

Lançar móveis prontos sobre uma planta baixa de forma “bonitinha” ou “arrumadinha” qualquer um faz. Quero ver é entrar com projeto que exija produção, intervenções mais profundas no ambiente, personalização. Com a “vitrine de parceiros” o que me vem à cabeça é o seguinte: jogam o preço do projeto lá embaixo pois ganham nas RTs dos tais parceiros e, claro, isso eles não dizem no site.

Como se não bastasse isso, a Ro (Simples Decoração) me mostrou lá no face um outro site semelhante que apresenta um tal de “Coach Decorador” – que não faço a menor idéia do que venha a ser isso – e ainda apresenta um selo de certificação de um órgão que nunca ouvi falar em lugar algum.

Pera lá gente. Assim não tem como, assim não dá. Alguém me arranja uma bazuca???

Temos de matar um leão por dia no mercado para conscientizar o mesmo da importância e seriedade de nossa profissão para, do nada, me aperecer um bando “sem cara e sem currículo” e foder – desculpe a palavra mas não cabe outra – com todo o trabalho de anos de profissionais sérios??

Trabalhar via web é possível SIM. Mas por mais distante que esteja o cliente, ao menos uma visita real você tem de fazer se quer que seu projeto seja realmente executado e que tudo saia dentro do planejado. Isso o cliente tem de ter consciência.

Se quando estamos com uma obra, visitando-a diariamente, os parceiros (pedreiros, encanadores, eletricistas, etc) já conseguem aprontar poucas e boas, imagina se você nem der a cara na obra? O que vai virar a bagaça??? 90% dos parceiros não tem leitura de planta baixa e os clientes sempre buscam os preços mais baixos destes.

Sinceramente? Cliente honesto e mercado ético não tem como levar a sério isso.

E onde está a ABD que diz representar e trabalhar em nome dos profissionais para coibir esse tipo de absurdo?

Eu aderi à ABD à convite do Jéthero – que respeito muito – que está na diretoria atual. Mas já estou arrependido pois só estou pagando, pagando e pagando pra não receber absolutamente NADA em troca.

Não se vê qualquer ação séria e efetiva da ABD para arrumar o mercado, impor normas e tampouco buscar um projeto de regulamentação profissional sério – pois o que estão tentando colocar não vai melhorar em nada e sim manter tudo na mesma zona que está.

Desde que criei este blog venho cobrando da ABD que faça a correta distinação entre decorador, designer e arquiteto porém eles comodamente e covardemente não o fazem. Antes alegavam que por eu não ser associado não tinha direito a exigir nada. Agora, como associado pagante, simplesmente não recebo resposta alguma. O resultado dessa falta de atitude e peito da ABD de enfrentar os problemas de frente? Isso que acabo de relatar neste post é apenas um dos resultados – os outros vocês já conhecem bem e encontram facilmente aqui em meu blog. Isso já é o fundo do poço para os profissionais de Design de Interiores/Ambientes.

Se você é cliente e leu isso tudo, abra seus olhos e exija do seu profissional o seu currículo acadêmico. E se ele colocar valores muito baixos, desconfie da seriedade do mesmo.

Mais do mesmo… RTs.

Recebi a newslwtter da ABD essa semana (maio/2010) e esta tem em sua matéria de capa um tema muito importante:

“Ser assertivo para evitar possíveis conflitos”.

Creio que nem precisa reforçar o que vem a ser este “ser assertivo”, mas vamos lá. Temos de ser assertivos com o cliente, os fornecedores e os profissionais envolvidos na obra.

Ser assertivo pressupõe uma relação transparente entre as partes. Essa transparência nos obriga a firmar uma relação ética.

Se a transparência e a ética não estiverem presentes nessas relações a chance da nau virar são grandes.

Porém, na newsletter há um erro grave dentro deste assunto: quando fala sobre as RTs ainda na matéria de capa. Segundo a matéria:

“Uma das áreas de maior conflito é o recolhimento de Reserva Técnica pelo profissional. Quando o cliente ‘descobre’ o fato no meio da relação existe um sentimento de decepção. O assunto é polêmico, mas a posição da ABD é clara. O associado deve comentar o assunto antecipadamente com o cliente e deixar claro que isso não onera as compras e não interfere na indicação de fornecedores, prevalecendo sempre a decisão do cliente.” (NEWSLETTER, ABD. Ano 4, Maio 2010 – n° 14. Pag 1)

Fala sério ABD… vocês realmente acreditam que as coisas funcionam assim? Pois bem, vou explicar exatamente como as coisas funcionam nesta área:

1 – raríssimos são os profissionais que comentam com o cliente sobre a existência da RT. Tanto que temos muitos “profissionais” que estão vivendo com as RTs, não cobrando projeto e assim, prostituindo cada dia mais nosso mercado;

2 – “Comentar” não pois este termo é superficial demais. O profissional tem a obrigação de detalhar sobre como funciona esta prática para o cliente. O cliente tem de estar ciente da existência desta prática para poder optar e o profissional tem de ser ético ao oferecer dois orçamentos para o cliente: um com RT (valor aproximado das mesmas descontado do valor de projeto) e outro sem RT onde o valor do projeto é cobrado integralmente e o profissional tem de negociar as RTs como desconto para o cliente. Se não for assim, não há ética.

3 – Como “não onera as compras”? Em qualquer loja que você chegar e disser que quer a sua RT como desconto para o cliente isso é feito. Logo, este valor está sim embutido no custo do produto. Assim, o cliente está pagando duas vezes o profissional (no caso de contrato celebrado com valor integral de projeto livre de RTs). Paga o projeto e paga a “comissão” das lojas. Creio que falta leitura para a ABD sobre este assunto. Comecem por este meu texto aqui no blog: “O Paradoxo das RT’s.”

4 – Ainda sobre onerar o preço, já fiz testes sobre como o pagamento das RTs interfere no valor final. Fui a várias lojas fazer a cotação de diversos produtos. Com os orçamentos nas mãos pedi a uma amiga que passasse uma semana depois nas mesmas lojas, orçando os mesmos produtos dizendo estar sem acompanhamento profissional pois ela sabia exatamente o que precisava. Para minha não surpresa o resultado foi uma diferença de valores absurda: todas vieram com o valor das RTs descontadas já no preço acrescidas de um desconto extra para pagamento a vista. As diferenças ficaram na casa dos 20 a 30%. Então, como não onera?

5 – Também interfere sim na escolha dos fornecedores. Hoje é só ficar um pouco nas lojas observando os “profissionais” negociando com os vendedores, gerentes ou proprietários das lojas. O que mais se ouve são frases do tipo: “Ah, mas a loja tal me dá 15%, esses seus 10% eu não quero. Vou levar meu cliente na outra…” e coisas nessa linha. Isso independe de qualidade dos produtos, o que vale é a comissão mais alta. E ainda tem “profissionais” que tentam impor o percentual a receber. Já vi isso acontecendo diversas vezes.

6 – Por falar em percentuais hoje encontramos lojas pagando absurdos 20% de RT. Dois pontos aqui: A) se isso não onerar o valor final para o cliente…. B) Ainda existem lojas que diferenciam o valor pago pela RT para arquitetos e para Designers.  Geralmente o Designer recebe metade do que um arquiteto. É justo isso?

7 – As questões orçamentárias também são uma área bastante complicada pois o que vemos no mercado são “profissionais” oferecendo aos clientes somente aqueles orçamentos onde as RTs são mais gordas deixando de lado outros fornecedores que tem um produto igual por um preço mais baixo e com RTs menores. Mas aí o “profissional” pode cair numa armadilha como bem coloca o texto da Newsletter: “Depois o cliente descobre que pode obter melhores preços diretamente com o fornecedor, o que acaba reduzindo a importância da ação do profissional“.

Assim, creio que esta diretoria deveria tomar uma postura mais séria e dura com relação a este ponto fundamental da relação profissional x cliente e não ficar somente “achando que é assim”. Não se esqueçam que este texto me soa exatamente como outros da ABD sobre a prática profissional e as dificuldades que os Designers tem no mercado onde denuncias vazias, fiscalizações de um órgão que não tem nada a ver com a nossa profissão atravancavam a nossa prática profissional e as nossas relações com os clientes. A ABD não acreditava nas coisas absurdas que eu e outros blogueiros da área denunciavamos. Porém,  teve de acontecer com uma diretora recentemente para a ABD se mexer e ver que ninguém aqui está vendo “homenzinhos verdes”. São problemas reais, do mundo real, do cotidiano profissional dos Designers.

Esta prática das RTs da forma que vem sendo levada hoje em dia, é o câncer da profissão de arquitetura, design, engenharia e tantas outras. Ou os “profissionais” passam a agir eticamente ou cada dia mais corremos o risco de ter nosso mercado cada dia mais prostituído.

* Coloquei a palavra profissionais entre aspas algumas vezes para dirigir-me àqueles que são os responsáveis pela prostituição do mercado. Estes nem de profissionais com letra minúscula deveriam ser chamados pois se a RT é o câncer da profissão, estes são a metástase.

Mercado prostituído?

Apesar de eu ter postado ha pouco tempo algo sobre o lado social do Design, quero agora mostrar dois vídeos que mostram claramente o que acontece em nosso dia a dia. Esses “causos”, apesar de ser uma ficção no segundo vídeo é muito mais comum do que vocês imaginam em nosso dia a dia profissional.

O primeiro é do escritor Harlan Ellison explicando o seu desentendimento com a Warner. Pasmem: a Warner produtora de filmes e mais filmes e que não tem porque alegar não ter grana:

Já o segundo nos apresentam algumas situações que, quando comentamos com alguém, muitas vezes somos chamados de mentirosos, de que estamos malucos e mais um monte de coisas legais como estas. Parafraseando um amigo mineiro meu, “prestenção”:

Confesso que ri muito a primeira vez que assisti este vídeo mas depois de superado o acesso de riso me veio a sensação de vazio, de impotência diante de tanto descaso das associações – inertes – e do governo – que insiste em não regulamentar-nos – com esse tipo de coisa. Parece que eles vivem no país das maravilhas enquanto nós, pobres mortais, vivemos numa terra sem lei, sem ética, sem respeito, sem nada.

Aos prostitutos de plantão um recado: vocês conseguem hoje, porém amanhã os clientes estarão tão mal acosrumados por vocês mesmos que acabarão fazendo isso contra vocês mesmos. É o lance do criador e da criatura. Aguardem e verão!

A História da formiguinha

e/ou de grão em grão a galinha enche o papo…

Achou engraçado o título deste post ou o mesmo te fez voltar aos tempos de criança para recordar da história? Pois é, a intenção deste texto é trazer á tona coisas que aprendemos e que por um motivo ou outro acabamos deixando de aplicar em nosso dia a dia.

Na história em questão, narra-se a vida de uma formiga preguiçosa que não pensava na sua subsistência durante o inverno preferindo apenas curtir os dias ensolarados e quentes. É triste perceber como muitos profissionais agem dessa maneira.

Sim, este é um texto regulamentista!

Tive o insight para este tema após duas ou três trocas de mensagens com o Rodrigo neste tópico do DesignBR.

A questão é a seguinte: ainda não temos a nossa profissão regulamentada. Isso se deve a alguns fatores que muitos já conhecem mas que vale a pena lembrar alguns:

1 – Nossos parlamentares continuam confundindo artesanato com Design. Assim, fica óbvio do porque não perceberem a necessidade da regulamentação uma vez que artesanato raramente coloca em risco a vida do usuário. Já no Design, são incontáveis os produtos que o fazem diariamente.

2 – O Design ainda – aqui no Brasil – não foi enxergado como uma ferramenta de desenvolvimento – seja empresarial, social, educacional entre tantas outras.

3 – Alegam uma suposta “reserva de mercado” apenas para aqueles formados em universidades – o que não é verdade uma vez que aqueles que trabalham ha “X” anos terão seus direitos garantidos. Isso sem contar que existem profissões regulamentadas, que não colocam a vida do usuário em risco e que promovem essa reserva.

4 – Desunião e descaso da classe – este é o gancho que vou me ater neste texto.

Voltando à formiguinha, um formigueiro só se faz com o trabalho coletivo. Ou como dizem ainda, “uma andorinha só não faz verão”.

Assim, temos alguns profissionais aqui no Brasil que lutam diariamente pela regulamentação do Design. Não só pela regulamentação, mas também para que esta profissão torne-se conhecida, visível, respeitada, compreendida. Mas – como sempre existe um “mas” – percebemos que o que mais temos são formiguinhas deleitando-se o sol escaldante desta terra brasillis.

Digo isso pois pouco se vê de ações diárias por parte destes profissionais. Até mesmo em encontros casuais e informais com outros profissionais, quando tentamos entrar nestes assuntos, os mesmos fazem cara de nojo, desinteresse e similares, demonstrando claramente que não estão nem aí para este tipo de assunto. Não precisa ser especificamente sobre a regulamentação, basta ser algo além do “como estão seus clientes”. Perguntinha esta corriqueira e meramente especulativa/invejosa.

Com isso foca claro que a maioria dos profissionais, assim como aquela formiguinha da historinha da carochinha, vivem apenas o momento, não pensam com seriedade o amanhã (inverno).

“Ah, se faltar eu baixo o preço e consigo uns jobs rápidos. Posso até ganhar só na RT”. Valeu, continue assim contribuindo para a prostituição e desrespeito à profissão!

Posto isso pois já cansei de ouvir este tipo de coisa vindo de pessoas que eu até admirava profissionalmente. Hoje, sinceramente não passam de zumbis para mim.

Sempre que posso, falo sobre Design com quem quer que seja. Da dona da padaria ali na esquina até empresários que conheço, políticos, familiares e minha diarista. Esta última, por sinal, entende muito mais de Design do que muitos profissionais. É curiosa, vive perguntando o que estou fazendo, porque tem de ser feito desse jeito, pra que isso ou aquilo… Através dela já apareceram clientes.

Quando estou conversando com algum cliente sobre um projeto em questão, sempre busco nao me prender apenas à minha área mas sim, compartilhar conhecimentos. Se o cara é empresário de alguma coisa, procuro sempre entrar na área dele mstrando comop as diversas vertentes do Design podem auxilia-lo a melhorar seu negócio: produtos, ambientação, gráfico, web, etc. Mostro a importância do Design como ferramenta estratégica na busca pela qualidade e eficiência para o negócio dele.

Também busco esclarecer sobre o que é e o que não é design. Isso é muito importante também em nosso dia a dia. Assim como não aceito – e corrijo imediatamente – quando me chamam de arquiteto ou decorador. Não sou nem um nem outro: sou Designer de Ambientes. E você sabe o que você é realmente?

Quantos profissionais fazem isso diariamente? Certamente poucos, muito poucos. Você faz?

Você tem aplicado diariamente seus conhecimentos adquiridos na universidade ou tem atuado como mero trocador de almofadinhas, tapetinhos e buscado móveis prontos em lojas – em troca das maléficas RT’s? Claro que além das RT’s tem o lance da preguiça projetual/intelectual afinal, como disse Aline Durel:

“Me deixem ser buuuuuuuuurraaaaaaaaaaaaaa!!! Ser intelectual dóóóóóóóóóiiiiiiiiiiiiiiii!!!”

Pois é, projetar e ser profissional tem muito de intelectual. Respeitar a profissão nem de longe quer dizer realizar apenas os projetos de seus clientes – nem sempre de maneira clara. Mas sim e antes de tudo, respeitar os outros profissionais, a classe, a raiz Design.

A grande maioria prefere, umbiguista e egoísticamente olhar só para si. Tudo bem que o foco de todos nós são as contas à pagar no final do mês mas isso não justifica o descaso com essa luta tão importante para a classe profissional – apesar do termo, não sou sindicalista, na verdade não suporto isso. Isso também pressupõe a ÉTICA PROFISSIONAL. Ou a absoluta falta desta em muitos casos.

Muitos já aderiram ao Twitter. De início achei aquilo um porre e coisinha de adolescente com seus diários. No entanto, ontem a noite percebi, navegando lá, que pode ser uma forte ferramenta pró-regulamentação, pró-respeito, pró-visibilidade para o Design. Dia 5/11 está aí e pouco se percebe de movimentação dos profissionais sobre isso. Porém, percebe-se que estes mantem-se ativamente logados na WEB, diariamente, em diversos sites e comunidades. Mas de ações, nada.

Porque então não usar o Twitter – já que este está sendo usado por quase a maioris dos políticos e pessoas ligadas às mídias – de forma positiva? É só abrir um perfil novo e postar, nem que seja um por dia, algo relativo ao design. Ontem mesmo soltei que “lamentavelmente, nossos políticos continuam a confundir artesanato com design”. Vou repetir isso e similares incansavelmente quanto mais políticos vierem a me seguir lá. Simples, trabalho de formiguinha…

E você, o que está fazendo?

Banhando-se ao sol ou preocupado com o inverno?

Com que tipo de formigunha você quer ser comparado ou visto?

Pense nisso.

Presente de Natal à ABD

IRRESPONSÁVEIS!

Não encontro outra palavra para expor o que senti ao acessar o site da revista Casa Claudia para ver qual é a do tal “Curso de Decoração“.

Sobre as revistas já nem falo mais absolutamente nada sobre o fato delas irem – na maioria dos casos – na contramão de nossa profissão. Desrespeitam descaradamente e auxiliam na prostituição do mercado ao propor que qualquer um pode “virar” Designer ou Decorador num estalar de dedos bastanto para isso que se tenha bom gosto.

Mas o que mais me chocou nisso foi o vídeo da primeira aula. Logo de cara temos uma amostra do quão séria e dedicada à nossa profissão é aquela associaçãozinha chamada ABD – e jamais ABDI.

Para minha não surpresa, eis que em poucos segundos de vídeo aparece ninguém menos que o Negrete – digníssimo presidente da tal associaçãozinha – ensinando aos leigos como ser um Decorador. Não é de duvidar que este mesmo grupelo tenha se colocado de fora – em “nome de todos nós Decoradores e Designers – do Projeto de Regulamentação do Design. Mais uma vez, eles demonstram que são um grupo que prostitui e desrespeita a nossa profissão, bem ao contrário do que pregam.

Se lutam realmente pelo respeito e regulamentação da profissão de Designer de Interiores e Decoradores, deveriam sim postar-se totalmente contra este tipo de coisa e não vender-se para aparecer na mídia.

Observando as outras aulas percebi que outros profissionais aparecem dando tembém as suas “dicas”. Profissionais estes que respeito pela excelência de seus trabalhos, mas francamente, aparecendo ali, estão auxiliando a prostituição de nossa profissão e deveriam repensar seriamente as formas que andam utilizando para manter-se na mídia. Não precisam deste tipo de coisa uma vez que seus trabalhos já são reconhecidos.

Na segunda aula, falam sobre proporções – ergonomia. Isso é uma coisa que aprendemos em sala de aulas, muito estudo, muita análise e não em uma aulinha de pouco mais de 2 minutos onde aparecem algumas dicas – distâncias mínimas e confortáveis – que as donas de casa pegam e aplicam de seu jeito.

E a moda? É impressionante como forçam a barra sobre as tais tendências – o que está na moda e por vir. Com isso se esquecem de passar ao leigo internauta de que não devemos tratar os modismos relacionados à interiores da mesma maneira que tratamos a moda que vestimos. É moda de cortina, de tapete, de cores, de revestimentos, isso é IN, aquilo é OUT e por aí vai. No entanto, nada ou quase nada se vê falar sobre a identidade do morador e usuário. Se essa moda “serve” ou não para ele. Se essa “moda” vai ficar bem ou não para ele. Se essa “moda” é usual ou não para ele. O que vale é que “está na moda”. ECA!

Tudo bem que ao final de algumas das aulas a apresentadora fala algo como “em caso de dúvida converse com o seu decorador”. Mas isso só não basta para tirar o descrédito dado à nossa profissão – Decorador e Designer – quando se propõe um curso neste estilo. Talvez esteja aí a grade diferença e ponto chave para entender as ações dessa associaçãozinha:

Pela falta de regulamentação, qualquer um pode denominar-se de uma hora para outra Designer de Interiores. O que mais vemos são Decoradores usando o titulo Designer sem ter formação para tal. Inclusive essa associaçãozinha que de uma hora para outra mudou seu nome de Decoradores para Designers de Interiores.

Tudo bem que o nosso trabalho – Designers – é bem mais sério e profundo do que o apresentado nestas vídeos-aulas pois mexemos com coisas que um Decorador não mexe e nem pode pois nao tem qualificação para tal e que em matéria de decoração apenas, realmente, qualquer dona de casa é capaz de fazer. Mas colocar tudo isso como um grande “oba oba”, tá liberado, é desrespeitar totalmente os profissionais das áreas de Interiores, sejam estes Decoradores ou Designers.

Isso se chama IRRESPONSABILIDADE.

Isso se chama DESRESPEITO aos profissionais.

Isso se chama PROSTITUIR o mercado e a profissão.