Muitas vezes me pego a pensar sobre a arquitetura brasileira na atualidade. É incrível como tudo é parecido e segue a forma básica de um cubo. Normalmente o que vemos é uma tentativa de mascarar a forma identica à do vizinho através dos materiais da fachada. Raramente vemos algo diferente.
Engraçado que (ou triste que) isso acontece não só em edifícios comerciais ou resideciais mas também naqueles poderiam claramente ter suas formas mais condizentes com o uso que seá dado ao mesmo. Tenho acompanhado ja ha algum tempo os concurso de arquitetura e vejo sempre a mesma coisa: pavilhões e mais pavilhões, cubos e mais cubos. Aqui em Londrina, no concurso para o projeto de arquitetura do Teatro Municipal, não foi diferente, infelizmente. Ganhou o maior caixote.
Sei que na maioria das vezes isto e deve às exigências e relutâncias dos próprios clientes que acabam por amarrar os arquitetos e também pela constante mania dos clientes de querer copiar aquilo que vêem nas revistas. Quando entramos nos condomìnios horizontais o que vemos é um festival de casas quase gêmeas com raras diferentes, quando há alguma realmente diferente. Isso também acontece na nossa área de Interiores/Ambientes. Muitas vezes vemos um festival de projetos que te deixam aquela sensação de déjà vu…
Porém creio que já passou da hora da arquitetura brasileira e do design começarem a se impor e mostrar do que é capaz, ou melhor, que são tão capazes ou até mais, quanto os de qualquer outro país.
Nosso país é um dos mais ricos em formas e beleza e não vemos o aproveitamento disso nos projetos em nossas cidades. Vejo daqui de minha casa quatro predios em construção e pra não variar, todos idênticos na forma: caixinhas com um ou outro adorno diferente.