De o que?!?

Encontrei este artigo na WEB no excelente blog PanaceaDesign e resolvi compartilha-lo com vocês. Ele fala diretamente sobre o Design Gráfico porém não é nada difícil pensarmos nele voltado para qualquer área do Design, especialmente Interiores. Boa leitura!

 

Afinal, o que será esse tal negócio/coisa o Design? Quem será essa criatura/desconhecido o Designer? Ambos envoltos por segredos e questionamentos. Seria o Design algo mágico a se revelar somente aos poucos iniciados? E o Designer seria um iniciado, talvez um mestre, desses caminhos tortuosos? Pode, inicialmente, parecer que sim, afinal toda atividade criativa invoca alguns mistérios, mas isso fica só nas aparências.

Fazer Design é, básica, mas não exclusivamente, comunicar/informar, (seja em mediuns estáticos ou animados, bi- ou pandimensionais, objetais ou imagéticos). É corporificar idéias, expressar conceitos, exprimir sentimentos e ideais, sendo, isto sim, o essencial do Design. Fazer Design é coordenar diversas possibilidades comunicacionais, maximizando sua eficiência no atingimento de seus fins. É levar a inquietação do Designer para além de si, para o outro, positivamente, instigando questionamentos, a curiosidade e despertando o interesse. É incitar um clamor entre tantos chamamentos disputando a atenção e o querer do outro.

O Design não é simples instrumento/técnica de aumento da compra/venda, e nem o Designer um vendedor/técnico. Ainda que o Designer exerça o Design como atividade, no mais das vezes remunerada e autônoma, e seja, também, consumidor. Quanto ao Design, temos que é uma área do conhecimento, especializada, que aplica seus conhecimentos à consecução de fins predeterminados. Para isso o Design aplica saberes, técnicos, teoréticos e empíricos, usados pelo Designer. E, por não serem estáticos, o Design ou o Designer, se aperfeiçoam no tempo/espaço, reciprocamente.

Fazer Design, ou criar Design, ou aplicar Design, ou desenvolver Design, não é, tão-somente, fazer algo bonitinho, que seja, conseqüentemente, rentável. Design é a expressividade condicionada ao comunicar/informar. Design não é escolher uma letrinha diferente e fazer um amontoado de rabiscos coloridos e alegres. Superficialmente, até pode parecer, entretanto, observando, nota-se que o amontoado de rabiscos tem desenvolvimento coordenado, sua conformação equilibrada, pois lastreado por conhecimentos de forma, equilíbrio e composição, para evocar uma determinada reação/sentimento. A letrinha diferente, não foi aplicada ao acaso, por ser legal. Foi selecionada, manipulada criada, criteriosamente, por sua legibilidade, leiturabilidade acorde a conceituação definida projetualmente. Não basta que seja bonitinho, se não for eficaz. Todos os conceitos, conhecimentos e técnicas cometidos ao Designer culminam nessa parecência de bonitinho, pois o Design visa ao belo, qualquer que seja a percepção e definição deste, projetual e socialmente concebida. É tudo isso que confere à letrinha diferente e o amontoado de rabiscos coloridos e alegres valia comunicacional. Isso é que o Design faz, por meio do Designer, e tantas coisas mais. Valorando o projeto externalizando-o plenamente, para que não fique entrevisto. Ressaltando a subjetividade, aquela indefinível sutileza que a tudo permeia, manifestando-a e, assim, fazendo extraordinário o projeto.

O Designer provoca, é desavergonhado, que a atenção de todos, quer se comunicar com todos e quer que todos se comuniquem entre si, na produção de resultados, de Design, positivos, ágeis e mensuráveis qualitativa e quantitativamente. Ou seja, o Designer quer a solução que atenda às necessidades do cliente/produtor e do cliente/consumidor. Os atos de Design falam às necessidades do outro. Seja essa necessidade originária (fome, sede, proteção) ou derivada, (estilo, luxo, conforto). Atos que se materializam pelo Designer, que é seu núncio.

Seja qual for o problema que se apresente, dentro no âmbito do Design, o Designer está capacitado a solucioná-lo, não escondendo eventuais problemas, fazendo um embuste de projeto, maquiando. O Designer explora, realmente, as possibilidades do projeto e as utiliza plenamente. Isso, também, é o que diferencia um Designer daqueles que se arrogam qualidades e habilidades que ainda que as possuam, não sabem, no mais das vezes, as usar, podendo fazer do projeto um fiasco irrecuperável, com resultados catastróficos para o cliente/produtor. Por isso, ao contratar um profissional da comunicação, especificamente, o Designer, não deve-se pautar por questões só imediatas. A decisão deve ser ponderada, considerando não somente o investimento que é feito, mas no que esse investimento pode reverter. Afinal, de um produto/objeto, o que é esperado, é que se firme e continue por muito e muito tempo, não que se acabe ali, agora. Ainda que essa continuidade seja só na memória. É isso que o Designer, o profissional do Design, faz.

Frederico Souza

É um designer versado na arte da escrita, domando os obscuros conhecimentos da semiótica e da psicanálise freudiana, os quais usa para suas fundamentações teóricas.

http://panaceadesign.com.br/blog/

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