Ah essa maldita matemática….

Gente, sem brincadeira: a maioria dos comentários que recebo aqui no blog são de postulantes à Designer de Interiores questionando sobre a existência da matemática na profissão. Então, para ver se param com isso vai o recado:

Tem matemática sim e não é pouca não. Porém não é nenhum bicho papão – ao menos para os esforçados.

Fonte: Grandes Mestres da Matemática

Na verdade, creio que não há área onde a matemática não esteja presente. Comentários como “odeio matemática” ou “sou péssimo em matemática” para mim representam apenas uma coisa: gente preguiçosa, sem vontade de esforçar-se para ser alguém na vida.

Eu sempre fui péssimo em matemática e hoje estou aqui envolvido em cálculos e mais cálculos de iluminação – não, não uso programas que os fazem para mim.

De uma maneira bem direta vou repetir: se quer fugir da matemática, nem sonhe em fazer Design de Interiores. Até os decoradores tem de gostar de matemática. Logo, também é uma área correlata que não te serve.

Vamos brincar um pouco analisando as disciplinas mais comuns que compõem um curso de Design de Interiores que tem matemática:

Projeto de Interiores – todos os módulos, sem excessão, tem matemática: cotas, medições, paginações, quantificações, etc etc etc

Composição Espacial – ergonomia, dimensão, volumetria, geometria, etc
Desenho – cotas, números, geometria, etc etc etc

História da Arte – dimensões das obras: você sabe quantos m² uma tela de 1,20m x 2,00m vai ocupar de uma parede?

Desenho Construtivo – cálculos, leituras de plantas, escalas, etc etc etc

Antropologia Cultural – linha do tempo: você sabe dizer ha quantas décadas aconteceu a revolução industrial? Ou sabe dizer que século é este (XVIII) sem ter de contar letra por letra?

Gestão – agenda, cronograma, orçamentos, etc etc etc

Informática – a maioria dos softwares utilizados são baseados em numeros.

Desenho de Perspectiva – numeros, cotas, geometroa, espacialidade, etc etc etc

Ergonomia – altura, largura, espessura, flexibilidade, densidade, etc etc etc

Produção Fotográfica – quantidade de luz, espacialidade, etc etc etc

Maquete – cotas, escala, dimensão, relação, formas, geometria, etc etc etc

Projeto de Moveis – cotas milimétricas, quantificação, espessura, largura, profundidade, ergonomia, etc etc etc

Técnicas de Representação – escala, dimensão, etc etc etc

Materiais e Revestimentos – escala, quantificação, dimensão, paginação, formas, geometria, composição, etc etc etc

Instalações Elétricas e Hidráulicas – cálculo luminotécnico, quantificação, desenho, cotas, etc etc etc

Sistemas, Equipamentos e Instalações – cálculo de carga elétrica, consumo, quantificação, etc etc etc

Conforto Ambiental – cálculo acústico, cálculo térmico, paginação, resistênsia, absorção, reflexão, etc etc etc

Projeto de Paisagismo e Jardinagem – quantificação, forma, geometria, volumetria, etc etc etc

Tecnologia Dos Materiais – resistência, flexão, torção, composição, etc etc etc

Gerenciamento de Obras – cronograma, orçamento, etc etc etc

Métodos e Técnicas de Pesquisas – pesquisas geralmente envolvem quantificação, lógica, tabulação, percentuais, etc etc etc

Gestão Empresarial – vai levar a sua empresa à falência por nao saber cuidar de seus gastos?

Estes são apenas alguns exemplos de onde a matemática entra em design de Interiores/Ambientes, existem ainda outras disciplinas e componentes matemáticos presentes nessa profissão.

Então, se você pensa em entrar nesta área pensando que não vai precisar de matemática: DESISTA!

E aí?

Deu preguiça?

Vai encarar?

Desenho e detalhamento de móveis

 

Uma das maiores dificuldades e que também muito tempo na hora de projetar, além de gerar muitos problemas na execução de um projeto são os móveis à serem confeccionados especificamente para o ambiente.

O principal problema ou falha – para o projetista – está no desenho e detalhamento.

Muitos profissionais não levam em consideração ou não dão a devida importância à parte de detalhamentos. E é esta parte do projeto que irá concretizar e enfatizar a qualidade do mesmo. É esta parte que fará a diferença no resultado final.

É comum vermos profissionais entregando esboços, croquis ou até mesmo projetos bastante falhos, com falta de informações aos marceneiros e montadores. Muitos entregam pranchas com elevações, cortes e uma perspectiva básica. Tudo devidamente cotado. E apenas isso.

Porém, para que o projeto seja confeccionado devidamente e com qualidade, outros detalhes devem ser mostrados no projeto: outras formas de expressão, detalhamentos minuciosos, para garantir que tudo saia exatamente como imaginado, criado e planejado.

Detalhes ergonômicos devem ser tratados com o devido cuidado e atenção.

Primeiro temos de ter consciência de que será preciso fazer um desenho detalhado de todas as peças que comporão o produto final. Estes desenhos tem de ser cotados, com cortes e vistas. Não basta apenas as elevações e cortes gerais do produto final. Sem isso podem ocorrer erros crassos na execução.

Devemos também mostrar detalhes pertinentes ao funcionamento e manuseio do produto. Isso é fundamental para quem está confeccionando o seu produto. E também para o cliente conseguir visualizaro que terá em mãos posteriormente.

Além da perspectiva manual, faz-se necessário hoje em dia o uso das perspecticas em 3D que facilitarão a visualização do produto final por quem a estará confeccionando.

Devemos também não nos esquecer das perspectivas explodidas. Estas devem ser bastante claras para que o executor possa visualizar e entender perfeitamente como deverá ser feita a montagem, onde entra e encaixa-se cada elemento. Na imagem acima – cadeira de Mauricio Azeredo – não há uso de ferragens. São apenas encaixes. Porém, quando existem parafusos e outros metais e ateriais, estes devem fazer parte da perspectiva explodida.

Quando trabalhamos com juntas, as mesmas devem ser milimetricamente detalhadas para que não haja erro na execução.

Outro detalhe importante, são as ferragens (parafusos, dobradiças, soldas, etc) que devem ser facilmente visualizados no desenho, a sua locação e, por vezes, forma de colocação/aplicação. Estes itens, além de detalhados nos desenhos, devem fazer constar em um memorial descritivo.

Creio que com estas dicas rápidas eu consiga contribuir um pouco mais com o seu trabalho. Lembro que este tipo de detalhamento não se faz necessário apenas em projetos de móveis, mas sim de qualquer outro produto ou equipamento desenvolvido especificamente e também em gesso, projeto luminotécnico, hidráulico e outros que se fizerem presentes no projeto.

Bom trabalho!!!