Carta aberta ao Senado Federal.

Prezado(a) Senador(a),

Novamente venho pedir a atenção especial dos Senhores e Senhoras para a nossa causa.

Somos milhares de Designers de Interiores em todo o Brasil mobilizados pela regulamentação da nossa profissão. O PLC 97/2015 já se encontra na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) desta casa aguardando a votação pela mesma.

Precisamos do seu apoio na regulamentação de nossa profissão!

Caso o(a) Senhor(a) faça parte da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), solicitamos que vote favoravelmente ao PLC 97/2015 para que possamos exercer nossa profissão com dignidade. Caso não faça parte desta Comissão, nos ajude junto a seus pares para que votem favoravelmente pela regulamentação de nossa profissão.

Lembramos que essa é uma das atividades que mais cresce no país. Hoje, somos mais de 100 mil designers de interiores formados atuando profissionalmente em todo o Brasil. A cada ano, cerca de 6.500 novos profissionais entram no mercado de trabalho após concluir seu curso de nível técnico ou superior. Aqui no Brasil contamos atualmente com mais de 190 escolas e universidades formando estes profissionais de acordo com as Diretrizes do MEC.

Os trabalhos desenvolvidos por mais de 100 mil profissionais injetam cerca de 60 bilhões/ano na economia de nosso país. Estes números comprovam a importância social e econômica dessa atividade e já justificariam a regulamentação da profissão.

Mas a sociedade exige mais que isso. E nós também.

Queremos assumir, de fato e de direito, os deveres e as responsabilidades inerentes ao pleno exercício de nossa profissão, inclusive o de sermos fiscalizados por um órgão próprio.

Entendemos que esse também  é um direito de quem contrata um Designer: que o profissional seja responsável pelos seus projetos. Trabalharmos com contratos muito bem elaborados juridicamente, resguardando os direitos e deveres do profissional e do cliente bem como a nossa sobre a responsabilidade técnica de nossos projetos. Além disso, consta em nosso Código Civil a questão da Responsabilidade Civil que é indicada em nossos contratos. Mas a Responsabilidade Técnica (registro em órgão de representatividade da classe profissional) faz-se necessária assim como ocorre com as Engenharias (ARTs) e a Arquitetura (RRTs) para que seus conselhos possam, de fato, tomar as medidas necessárias com relação a profissionais que causem danos aos clientes e à sociedade como, por exemplo, a cassação do direito ao exercício profissional assim como acontece com outras profissões em seus respectivos conselhos.

Temos consciência da importância e do papel social e econômico da nossa profissão e o quanto podemos contribuir através de nossos conhecimentos na construção de um País melhor para todos, intervindo e transformando os diversos espaços utilizados direta ou indiretamente pelos usuários sejam estes uma edificação, uma embarcação, uma aeronave, um motorhome, uma praça, enfim, qualquer espaço que necessite de nosso trabalho para implantar, melhorar, revitalizar, atualizar, redestinar e reestruturar os diversos lugares utilizados pelos usuários, tornando-os seguros, funcionais, confortáveis, energeticamente eficientes, ecologicamente corretos e esteticamente agradáveis.

Ressalto também que a nossa área pode – e deve – ser aproveitada no âmbito social onde podemos contribuir no redesign (ou reuso) de residências, comércios, escolas, creches, asilos, orfanatos e todos outros ambientes da população de baixa renda demonstrando, portanto, a nossa responsabilidade social.

Ocorre que somos estamos sofrendo uma perseguição no mercado e na academia por profissionais e Conselhos que não fazem parte da área do Design, inibindo e atuando para impedir que a nossa área se desenvolva plenamente, assim como desenvolveu-se em outros países como EUA, Inglaterra, Alemanha, Japão, Portugal e outros tantos. Somos constantemente acusados de termos cometido erros que provocaram danos graves (desabamentos de edificações, por exemplo). Porém, em nenhum destes sinistros conseguiram identificar – provar – a atuação de um profissional devidamente habilitado em Design de Interiores/Ambientes. Encontram sim, pessoas que se autodenominam designers sem ter a devida formação acadêmica ou oriundas de outras áreas e que utilizam o título profissional livremente exatamente pela ausência da restrição ao uso da mesma. E isso tem provocado danos graves à nossa profissão e aos profissionais.

Para vencer esta árdua batalha e termos direito ao pleno exercício profissional, precisamos que nosso trabalho seja valorizado e respeitado. Infelizmente em nosso país, em áreas técnicas como a nossa, isso somente acontece através da regulamentação profissional que a torna legal perante a Lei. Já somos reconhecidos pelo MEC, MTE e outros órgãos. Porém, precisamos da regulamentação, da legalização jurídica de nossa profissão.

Contamos com o seu voto para que a profissão de Designer de Interiores seja, finalmente, regulamentada!

#RegulamentaJá!

Atenciosamente,

Paulo Oliveira

Designer de Interiores/Ambientes e Lighting Designer.

IES e Design: THE

Num post da Lígia Fascioni no facebook uma seguidora dela estava triste pois desistiu do curso. O detalhe é que ela descobriu que não sabe desenhar – já DENTRO DO CURSO.

Respondi à ela dizendo que o problema poderia ser um destes dois:

1 – a falta de um THE (Teste de Habilidade Específica) no vestibular que verificaria este problema através de provas de conhecimentos específicos como desenho, cálculos e outros;

2 – a péssima formação (ou escolha, ou capacidade, ou, ou, ou) dos professores que se mostraram incapazes de ajuda-la nesse sentido por causa de sua falta de didática, metodologia, comprometimento com a EDUCAÇÃO.

A Mônica Fuchshuber respondeu no mesmo momento comentando sobre a ausência dos THEs nos vestibulares.

Primeiro vamos analisar o segundo item:

É visível o despreparo (didático e metodológico) de grande parte dos professores das Instituições de Ensino Superior (IES), principalmente dentro das particulares. Nestas o que vale é a “amizade” e não o mérito. Se você é amiguinho do coordenador do curso ou do reitor (dono) está dentro sem ter de passar por uma banca. Os que tem mérito ficam de fora. Pra piorar a situação vemos inúmeros professores dentro das particulares que são profissionais frustrados, que não deram certo dentro de suas áreas profissionais e acabam entrando para a “educassão” primeiramente como bico e depois acabam ficando lá, sem aprender a ministrar aulas, a preparar aulas, a pesquisar ou seja, continuam os mesmos porqueiras de quando entraram. Ou aqueles que ficam por lá apenas como “bico”, para complementar a sua renda. Ou seja: não levam a Educação à sério.

Tive vários professores assim nas particulares por onde passei: completos ignorantes na disciplina que estavam ministrando.

Já nas IES públicas é bem diferente: para entrar o postulante a professor tem de passar por uma banca examinadora que, além do currículo (títulos), você tem de prestar provas, ministrar uma aula teste e ainda ser entrevistado por esta banca.

Ok, podem ocorrer coleguismos, mas são raros uma vez que se o outro candidato tiver um currículo melhor e for melhor nas outras partes da banca, não há como reprova-lo em favorecimento do amiguinho.

Mas temos de lembrar também que isso não garante a excelência profissional deste professor. Tem muita gente que manda super bem nestas bancas e depois, por causa da estabilidade do emprego público, viram vagabundos plenos e acabam prejudicando o nome da IES e o curso. Grande parte deste grupo são ligados a sindicatos e partidos de esquerda. São sempre os primeiros a apoiar greves, são aqueles que sempre dizem que “não são pagos para fazer mais que a chamada” ou ainda que “o que eu recebo não paga o tempo que gasto preparando aulas” e assim por diante. Sempre tem uma “desculpa na ponta da língua” para justificar a sua safadeza.

Porém, a grande maioria dos professores das IES públicas são mais que competentes e dominam a didática e a metodologia.

Já sobre o primeiro item citado posso afirmar categoricamente: os Testes de Habilidades Específicas (THE) são mais que necessários para os cursos de Design – de TODAS as áreas.

Como pode uma pessoa querer ser Designer se não sabe desenhar? Não sabe ao menos esboçar através de rabiscos as suas idéias? Não sabe ou menos o básico sobre o que é o Design e os conhecimentos envolvidos e necessários para atuar profissionalmente?

Por isso percebemos que as turmas (nas IES particulares) começam com 60/80/100 alunos e formam-se com uma média de 20 – quando chega nisso. A ausência deste tipo de prova no vestibular é a responsável pelo sentimento de frustração de acadêmicos como a Isabella, que gerou essa breve discussão através do facebook da Lígia.

É triste vermos alunos frustrados e desistindo de seus cursos por descobrirem lá dentro que não são capazes (não sabem e nem conseguem aprender a desenhar) assumindo uma culpa que não é deles e sim dos péssimos professores e da IES que não aplica o THE – claro, o idiota do aluno já injetou uma boa quantidade de dinheiro até descobrir a “sua” incompetência e incapacidade. AH AH AH.

IES que não aplicam os THEs nos vestibulares devem ser olhadas não com um, mas com os dois pés atras pelos vestibulandos.

Devo ressaltar ainda (novamente) que tem muita IES particular por aí que só cobra uma redação no vestibular. E olha que se o vestibulando escrever um único parágrafo (mal escrito, com péssima gramática e ortografia) já está valendo. Imaginem então o níve da “tchurma” que você terá de conviver durante o curso.

Nesse ponto concordo plenamente com a Monica quando ela colocou que “Por isso é que as públicas continuam sendo as melhores.

Então fica aí a dica:

VESTIBULANDOS:

Não é porque você é descolado, sociável, tem na cabeça zilhões de idéias fervilhando, seus olhos brilham quando vêem algo sobre Design entre tantas outras desculpas corriqueiras que você serve para ser um Designer. Se quer fazer Design procure então IES sérias, que cobram um vestibular completo (provas de conhecimentos gerais + THE) pois se você já começa sendo preguiçoso em não esforçar-se e preparar-se para enfrentar um vestibular completo, dificilmente será um profissional competente e reconhecido.

Design não é “modismo”, não é uma coisa meramente “legal”. É sim uma profissão séria, que exigem muito esforço e empenho pessoal, muita pesquisa, técnica e visão.

IES:

Não sejam dinheiristas em excesso.

Apliquem o THE e uma prova de vestibular normal (redação + conhecimentos gerais).Não sejam safadas ao ponto de abusar da recomendação do MEC (outro safado e culpado por isso) onde diz que a IES é livre para elaborar o seu vestibular sendo exigência mínima a cobrança de uma redação.

TODAS as pessoas de bem sabem perfeitamente que esta recomendação surgiu através de lobbie, de corrupção feita nos bastidores envolvendo tanto os gestores do MEC como os representantes das IES particulares dinheiristas.

Não façam valer os coleguismos na contratação dos professores*, usem critérios de mérito.

Não sejam meros acolhedores de alunos mal formados no ensino básico, passando a mão na cabeça da incompetência dos governos municipais, estaduais e federal.

Assim vocês estarão reforçando a imagem positiva de vocês perante a sociedade.

Do contrário, vocês estão sendo co-responsáveis pelo emburrecimento da população, pela formação de péssimos profissionais, pela falta de senso crítico, pela ausência de uma sociedade sadia e pensante.

Ou vocês acreditam mesmo que a grande maioria dos seus alunos escolheram vocês pela “excelência” do nome da IES? Pela qualidade de seus cursos?

Não mesmo!!!

Se nunca ouviram falar disso lá vai o nome da escolha: PPPPapai Pagou Passou – ou simplesmente PPPagou Passou. Ah, tem também a alcunha de “UniEsquina” que muitos usam para referir-se à estas IES irresponsáveis.

Por sinal este detalhe deve ser repensado também na pressão que os coordenadores de cursos fazem sobre os professores que não podem reprovar alunos que não aparecem nas aulas, não fazem provas e não entregam trabalhos – mas pagam a mensalidade né…

Dá para pensar num Brasil decente e parar de serem coniventes com esse país que está afundando dia a dia?

E tenham consciência de que vocês (IES e professores coleguinhas) são co-responsáveis por isso.

#ProntoFalei

* talvez as porcarias de vestibulares aplicados por muitas IES seja para facilitar a vida dos “profeçores” coleguinhas dentro das salas de aulas né??? (pensando, refletindo, acrescentando).