Como hoje a minha pimpolha (foto acima) Leeloo está completando 4 aninhos, resolvi – em homenagem à ela – escrever sobre cuidados que devemos ter ao projetar ambientes onde os bichos de estimação estão presentes. (Já dei muitos amassos e beijocas nela hoje ahahahaha)
É cada dia mais comum clientes que possuem bichos de estimação, especialmente os cães e os gatos. Então vou apresentar aqui algumas informações importantes que devem ser consideradas quando projetamos para clientes que possuem essas delícias.
Pisos
Creio que todos já ouviram o barulhinho das patinhas de cães andando dentro de casa. Quem tem um vizinho em cima que possui um cão sabe bem do que estou falando pois sabemos exatamente onde ele está por causa do som emitido pelo atrito de suas patinhas com o piso. Esse som se deve às unhas deles. Muitos acreditam que os cachorros pisam com aquelas “almofadinhas” que possuem nas patas apenas. Porém, um fato importante e que deve ser considerado é que para se equilibrar, eles usam as unhas. Agora, imagine você mulher tentando equilibrar-se sobre 20 “saltinhos altos”(unhas). O esforço muscular exigido para isso é imenso e o esforço repetitivo pode causar sérios danos, especialmente aos cães.
Os gatos, por andarem mais tranquilamente e ter maior suavidade nos passos sofrem menos com isso, mas também sofrem.
Já perceberam que quando eles tem a sensação de que vão cair de nosso colo, usam as unhas para agarrar-se? O mesmo acontece com o chão. Se o chão for liso demais eles irão ficar o tempo todo esforçando-se para equilibrar-se, não à toa que vemos muitos escorregando. As pessoas acham graça quando isso acontece, mas para eles, não tem nada de engraçado nisso e sim, é doloroso por vezes.
Assim, quando aparecer um pet no meio de seu projeto pense nisso e opte por pisos mas ásperos ou porosos, especialmente nas áreas onde eles permanecem por mais tempo.
Alturas
É também divertido e gostoso ver, especialmente os cães, saltando de um lado para o outro, de um sofá para o outro, do chão para cima da cama especialmente quando estão brincando conosco. Porém isso pode trazer sérios riscos à saúde deles, por vezes irreversíveis.
Vale aqui atentar para dois detalhes importantíssimos:
1 – quando a altura não é tão grande (ex: até a altura do assento de um sofá), independente do piso utilizado, deve-se prever um tapete com antiderrapante e razoavelmente fofo. O anti derrapante vai evitar que ele escorregue no momento da subida pois ele utiliza as unhas para firmar-se na hora do impulso. A maciez do tapete deve ser pensada para amortecer a descida.
2 – Quando a altura já é elevada (ex: cama box) devemos pensar em algum elemento de suporte para evitar que eles pulem na descida. O impacto neste caso é bem forte, especialmente nos de pequeno porte. Boas dicas sobre isso e produtos já prontos vocês podem encontrar no site PetEscadas. São rampas, escadas e bases de apoio visando diminuir o esforço físico do animal e os danos.
Produtos
Assim como crianças, cães e gatos são curiosos por natureza e adoram explorar o ambiente em sua totalidade. Se eles encontram algum produto de limpeza onde o odor ou o barulho da embalagem chamem a sua atenção, fatalmente ele irá investigar e, nessa brincadeira aparentemente inocente podem ocorrer sérios envenenamentos e intoxicações. Lembrem-se sempre que a maioria dos produtos atingindo nossos olhos podem nos cegar – apesar de corrermos para lava-los – e que eles podem estar sozinhos no momento. Há também a intoxicação por ingestão ou inalação.
Então, produtos de limpeza, medicamentos e outros produtos que podem ser tóxicos devem ser guardados em caixas e fora do alcance de seus focinhos curiosos.
Vale ainda acrescentar aqui uma lista de produtos de consumo humano (alimentação) que são tóxicos para os pets:
Chocolate; Ossos cozidos (com exceção do pescoço de frango leve a moderadamente cozido); Cebola e alimentos preparados com cebola – mesmo em pequenas quantidades, o n propil dussulfito das cebolas pode provocar um tipo grave de anemia nos pets; Batatas, inhame, mandioquinha, cará crus – apresentam solamina, uma toxina que pode deprimir o sistema nervoso central e provocar distúrbios gastrointestinais; Abacate – contém persina, uma substância que pode causar desarranjos gastrointestinais; Linhaça crua – contém ácido erúcico, que pode intoxicar os pets; Açúcar e alimentos açucarados – podem levar os pets à obesidade, a ter cáries e a apresentar diabetes; Frituras; Alho – o alho é um santo remédio, mas em excesso causar anemia nos pets. Não ofereça mais do que uma fina lâminazinha (cerca de 1/6 ou 1/7) de um dente de alho cru por dia; Macadâmias – uma toxina pode causar até paralisia muscular nos cães; Chá preto; Café; Bebidas alcólicas; Batata germinada; Brotos de batata; Pimenta; Uva e uva passa – muitos cães adoram uvas e passas, mas elas possuem uma toxina não identificada que pode provocar sérios danos renais aos cães; Adoçantes; Refrigerantes; Folhas e caules de tomate; Folhas de abacate; Folhas e caules de batata; Ruibarbo; Folha de berinjela; Folha de beterraba; Sementes de frutas (podem liberar cianeto no estômago, como no caso das sementes de maçã).
Portanto, nada de especificar aquela fruteira de aberta onde estes produtos ficam expostos aos curiosos.
Meu cantinho
Devemos nos atentar a um detalhe muito importante aqui: nunca coloque a área do “pipi e totô” junto ou próximo da área de alimentação. Isso pode provocar contaminação da água e da ração.
Vale salientar ainda que a área do “pipi e totô” deve ser prevista próxima a um ralo para facilitar a limpeza.
Já a área da caminha – caso o pet nao durma na cama do dono – busque um local onde o chão não seja muito frio, especialmente se optar pelo uso das caminhas comuns. Caso o piso seja frio, prefira as caminhas elevadas.
Se possível, coloque algum revestimento na parede para evitar a friagem transmitida por ela.
Plantas tóxicas para cães e gatos
Seja num ambiente interno ou externo, se houver plantas, deve-se tomar muito cuidado ao especificá-las. Cães adoram comer plantas porém muitas delas são perigosas. Estas estão na lista negra e não devem ser utilizadas nos projetos:
Alamanda (Allamanda cathartica)- A parte tóxica é a semente.
Antúrio (Anthurium sp) – As partes tóxicas são folhas, caule e látex.
Arnica (Arnica Montana) -A parte tóxica é a semente.
Arruda (Ruta graveolens) -A parte tóxica é a planta toda.
Avelós (Euphorbia tirucalli L.) -A parte tóxica é toda a planta.
Beladona (Atropa belladona) – As partes tóxicas são flor e folhas. Antídoto: Salicilato de fisostigmina.
Bico de papagaio (Euphorbia pulcherrima Wiild.) -A parte tóxica é toda a planta.
Buxinho (Buxus sempervires) -A parte tóxica é são as folhas.
Comigo ninguém pode (Dieffenbachia spp) -As partes tóxicas são as folhas e o caule.
Copo de leite (Zantedeschia aethiopica Spreng.) -A planta é toda tóxica.
Coroa de cristo (Euphorbia milii) -A parte tóxica é o látex.
Costela de Adão (Monstera deliciosa) – As partes tóxicas são as folhas, caule e látex.
Cróton (Codieaeum variegatum) – A parte tóxica é a semente.
Dedaleira (Digitalis purpúrea) – As partes tóxicas são flor e folhas.
Espada de São Jorge (Sansevieria trifasciata) – A parte tóxica é toda a planta.
Espirradeira (Nerium oleander) – A parte tóxica é a planta toda.
Esporinha (Delphinium spp) – A parte tóxica é a semente.
Fícus (Ficus spp) – A parte tóxica é o látex.
Jasmim manga (Plumeria rubra) – As partes tóxicas são flor e látex.
Jibóia (Epipremnun pinnatum) – A parte tóxica são as folhas, caule e látex.
Lírio da paz (Spathiphylum wallisii) – As partes tóxicas são as folhas, caule e látex.
Mamona (Ricinus communis) – A parte tóxica é a semente.
Olho de cabra (Abrus precatorius) – A parte tóxica é a semente.
Pinhão paraguaio (Jatropha curcas) – As partes tóxicas são semente e fruto.
Pinhão roxo (Jatropha curcas L.) – As partes tóxicas são as folhas e frutos.
Saia branca (Datura suaveolens) – A parte tóxica é semente.
Saia roxa (Datura metel) – A parte tóxica é semente.
Samambaia (Nephrolepis polypodium). Existem vários tipos de samambaias e outros nomes científicos. Essa é apenas um exemplo, todas são tóxicas. A parte tóxica são as folhas.
Taioba brava (Colocasia antiquorum Schott) – A parte tóxica é toda a planta.
Tinhorão (Caladium bicolor) – A parte tóxica é toda a planta.
Vinca (Vinca major) – As partes tóxicas são a flor e folhas.
Fonte: Cachorro Verde
Piscinas
Em ambientes onde existe piscina temos duas opções:
1 – capas
2 – cercas
As capas podem até resolver para aqueles cachorros mais calmos. Porém, os mais levados e peraltas adoram vasculhar e fuçar, inclusive embaixo de coisas (tapetes, cobertores, etc). Assim, eles podem sentir uma certa curiosidade pelo que aquele “tapetão” está escondendo embaixo. Sabemos que estas capas deixam frestas nas bordas e é exatamente por estas que eles conseguem entrar e, infelizmente, cair dentro das piscinas.
Vale então, incorporar no projeto uma cerca. Hoje existem modelos lindos que certamente irão valorizar ainda mais o seu projeto.
Lembro também que está bastante comum clientes pedirem a instalação de piscinas. Caso isso ocorra, procure aptar por modelos como o da foto que possuem escada interna. Isso evita que o animal fique nadando em círculos, sem conseguir alcançar a borda da piscina para apoiar-se ou sair, caso caia (ou pule) na mesma sozinho.
Existem ainda outros cuidados que devem ser tomados ao projetar para clientes que possuem animais de estimação – nada existe que o Google não encontre – visando o bem estar de todos os usuários. Estas foram apenas algumas dicas a mais para vocês.
Espero que sejam úteis em seus projetos e que levem a serio estas informações ok?