Deus, óh Deus, onde estás que não me respondes? Em que mundo, em que estrelas Tu te escondes, embuçado nos céus?
O clamor acima, desesperado, é de uma esquete que participei ja ha bastante tempo atrás, de autoria de uma grande pessoa e muito querida, Anatilde Julião. Era uma esquete voltada ao treinamento do pessoal ligado à saúde.Numa parafrase a um poema de Castro Alves – Vozes d’Africa – mostrávamos o desespero daqueles que esperavam por horas a fio o atendimento nos Postos de Saúde e, principalmente ns emergências dos Hospitais. Esse é um clamor de desespero.
No entanto, em maior ou menor grau, todos nós passamos por esses momentos de clamor em algum ou vários momentos de nossa vida. Clamor de agradecimento, clamor de arrependimento, clamor de adoração, clamor de desespero.
É bastante comum vermos nos dias de hoje que muitas pessoas tem clamado a Deus em momentos ruins, de desespero sejam estes por quais motivos forem. Sejam por coisas graves e sérias, tristesas, medos enfim, tudo que possa vir a nos tirar dos trilhos.
Porém, nenhum sofrimento, nenhuma dor pode ser comparada àquela sofrida por Jesus. Ninguém, por mais profundo que seja o poço em que se encontra, pode sentir-se mais desamparado que Ele naquele dia fatídico, triste e vergonhso.
O Filho do Homem ali, sozinho, humilhado, triste. Aquele que veio para trazer amor e paz ao mundo. O Cordeiro de Deus, ali… Só.
Tamanho desespero, se reflete em sua indagação: “Ó Deus, porque me abandonaste?”
Porém tudo isso aconteceu para que todos nós tivéssemos a oportunidade de viver a plenitude do amor de Deus por cada um de nós.
E no terceiro dia Ele ressuscitou.
Venceu o mundo, venceu a humilhação, venceu a dor e venceu, principalmente, aqueles que pensavam que Ele tinha fracassado.
Quando passamos por momentos de tribulação em qualquer área de nossa vida, devemos ter como nosso foco a cruz. Nos lembrar da cruz e tudo que ela significa.
Mas não aquela cruz ensanguentada, triste e feia.
Não aquela cruz dolorosa e humilhante.
Não aquela cruz humana.
Esta devemos ter a consciência de sua existência mas não a ter como significado.
O real significado da cruz é a vida plena e abundante banhada pela luz que irradia dessa cruz.
A luz da salvação.
A luz da redenção.
A luz do perdão.
E, acima de tudo, a luz do amor incondicional de Jesus por cada um de nós.
Amor este que devemos refletir e disseminar por onde quer que passemos.
Amor esse que devemos compartilhar com todos os que temos contato.
Amor esse que deve ser dado gratuitamente sem esperar absolutamente nada em troca.
Esse é o amor puro, ágape.
Aquele que vem lá do fundo de nossos corações.
Que flui naturalmente em nossas palavras e ações diárias.
Portanto, ame o teu próximo!
Assim como Ele te amou e deu a Sua vida por você.
Assim como Ele amou profundamente cada ser com o qual teve contato e sua vida terrena os perdoando e lavando de todo pecado, de toda dor, de toda humilhação, de toda doença, de todo deslize.
Que esta páscoa seja um momento de reflexão entre cada um de vocês e Deus e percebam como estão ou não fazendo uso desse amor em seu dia a dia.
Que nesta páscoa, recebam toda a pureza da luz que vem da cruz em suas vidas.