Materiais: madeirados e lenhosos II

Dando sequencia à série de posts sobre materiais, vamos finalizar esta parte sobre madeiras e derivados.

Diante de algumas necessidades e demandas do mercado, outros produtos foram sendo desenvolvidos tendo como base a madeira maciça. De questões como valor (barateamento) aos ligados diretamente à sustentabilidade, vários foram os que moveram a indústria à desenvolver novos materiais.

Dentre os principais derivados da madeira atualmente temos:

AGLOMERADO

O aglomerado é uma chapa com miolo composto de resíduos de madeira como pó e serragem. No processo de fabricação são adicionados resina e cola. Após a prensa se transforma em painel de madeira.

Não possui um acabamento dos mais bonitos mas pode receber qualquer tipo de revestimento.

É bastante utilizado na fabricação de móveis de baixa qualidade. Geralmente a montagem é feita com cavilhas e cola pois o uso de pregos e parafusos não é recomendado devido ao risco de ocorrerem rachaduras.

Encontramos no mercado chapas no tamanho-padrão de 2,75 m x 1,83m e espessuras que variam de 0,6 mm a 30 mm .

Material com baixíssima resistência à água.

MDF

MDF é a abreviação de Medium Density Fiberboard ou Fibra de Média Densidade.

É um painel de fibras de madeira e tem composição homogênea em toda a superfície e em seu interior. Bastante resistente e estável, características que tornam possível obter excelentes acabamentos onde quer que este material seja aplicado.

Dentre as chapas, é o material que mais se aproxima da madeira maciça com relação às possibilidade de manuseio e uso, que são muitas: pode ser pintado, laqueado, cortado, lixado, entalhado, perfurado, colado, pregado, parafusado, encaixado, moldurado. Apesar de todos estes processos que ele pode vir a passar, permite sempre um excelente acabamento tanto com equipamentos industriais quanto com ferramentas convencionais para madeira.

Encontramos no mercado chapas que variam em espessura (3, 6, 9, 18, 20, 25, 30 e 35mm). Cada uma tem uma aplicação específica e seu uso depende da observação das características e propriedades de cada fabricante.

O MDF tem nas faces maior densidade que a camada interna.

Se você não sabe como ele é produzido, este vídeo da Masisa irá te mostrar:

De um modo geral temos propriedades em comum entre todos os fabricantes:

Flexão Estática: O mesmo processo da madeira maciça. (ver post anterior)
Tração Perpendicular: O mesmo processo da madeira maciça. (ver post anterior)
Tração Superficial: quando submetemos a superfície à uma força de tração aplicada perpendicularmente ao plano da face, para promover o arranque de uma determinada área da camada superficial.
Arranque de Parafuso: É a resistência que um corpo oferece ao arrancamento de um parafuso, colocado na superfície ou topo, quando submetido a uma força de tração. No entanto, arrancamanto não deve ser confundido com espanamento. Com o tempo, por ser um material poroso, é normal que o buraco comece a aumentar ante o esforço.

Importante:

Este é um material que não resiste à ação da água e nem aos cupins.

Ao absorver a água, as fibras que compõem a chapa incham. Se este for um processo permanente ou que ocorra sistematicamente o material certamente será danificado.

Se o ambiente onde o móvel for instalado estiver contaminado por cupins, estes certamente irão atacar o móvel também pois trata-se de madeira.

O MDF não é mais ou menos resistente que os outros materiais derivados da madeira maciça. O que pode torna-lo mais ou menos resistente são detalhes técnicos: projeto do móvel, execução e ferragens utilizadas.

Como todo material, o MDF também sofre interferências de fatores externos.  Calor e frio provocam o inchamento e achatamento do material. Portanto, muito cuidado ao projetar grandes áreas. Para evitar aberturas nas juntas de placas, o ideal é que se projetem juntas de dilatação ou a aplicação de frisos para escondê-las.

O MDF é encontrado com ou sem revestimento:
– Com revestimento melamínico em Baixa Pressão (BP)
– Com revestimento Finish Foil (FF)
– Ou sem revestimento, pronto para aplicação de Lâminas de Madeira, Laminados de Alta-Pressão ou Pintura e Impressão.

MDP

MDP é a abreviação de Medium Density Particleboard, ou Painel de Partículas de Média Densidade.

Difere-se do MDF por ser formado por partículas de madeira em camadas, ficando as mais finas nas superfícies e as mais grossas no miolo. O processo de fabricação é o mesmo que o do MDF.

O consumo de madeira para a fabricação do MDP é menor que na fabricação do MDF tornando-o, portanto, mais ecologicamente correto.

Suas principais características são:

– Alta densidade das camadas superficiais, garantindo acabamento superior nos processos de impressão, pintura e revestimentos;
– Produção através de 3 camadas: colchão de partículas no miolo e camadas finas nas superfícies;
– Homogeneidade e grande uniformidade das partículas das camadas externas e interna;
– Propriedades mecânicas superiores: melhor resistência ao arrancamento de parafuso e menor absorção de umidade e empenamento; Porém não é imune à ação da água.

O MDP é especialmente indicado para a produção de móveis de linhas retas ou com formas orgânicas, desde que não exijam usinagens em baixo relevo, entalhes ou cantos arredondados. Para estes casos o melhor é o MDF.

Principais aplicações: Portas retas, laterais de móveis, prateleiras, divisórias, tampos retos, tampos pós-formados, base superior e inferior, frentes e laterais de gavetas.

Também não é resistente à água e pode sofrer contaminação por cupins.

O MDP é encontrado com ou sem revestimento:

– Com revestimento melamínico em Baixa Pressão (BP)
-Com revestimento Finish Foil (FF)
– Ou sem revestimento, pronto para aplicação de Lâminas de Madeira, Laminados de Alta-Pressão ou Pintura e Impressão.

OSB

OSB significa Oriented Strand Board, ou Painel de Tiras de Madeira Orientadas. É um produto de grande resistência mecânica, versatilidade e qualidade absolutamente uniforme. Por suas características é tratado como um painel estrutural.

O OSB é um painel de madeira impregnado com resina sintética, feita de três camadas prensadas com tiras de madeira ou strands, alinhados em escamas, de acordo com a EN 300 OSB (Norma Européia).

Dependendo do tipo da liga, ele pode ser usado em condições secas (OSB/2) ou úmidas (OSB/3 e OSB 4), de acordo com o DIN 68800-2 (Norma Alemã) que fala sobre a preservação da madeira. A aplicação de cola líquida assegura um equilíbrio do conteúdo de umidade similar à umidade predominante de 8 +/- 3%.

Vantagens que o OSB oferece:

– inexistência de espaços vazios em seu interior;
– inexistência de nós soltos ou fendilhados;
– sem laminação;
– qualidade consistente e uniforme;
– tem espessura perfeitamente uniforme e calibrada (menos perdas);
– maior resistência a impactos;
– excelentes capacidade de isolamento termo-acústico;
– rigidez instantânea no uso para  “steel-framing construction”;
– preço mais competitivo e atrativo;
– visual esteticamente atrativo  e agradável.

Principais aplicações: paredes, tetos, base de pisos para a aplicação de carpetes, pisos de madeira, ladrilhos, etc; tapumes e barracões de obras; Pallets tipo container.

Encontramos no mercado algumas variedades (de chapas para diferentes aplicações) deste produto. A empresa Global Wood, por exemplo, disponibiliza as seguintes variações:

LP TechShield são painéis de LP OSB revestidos em uma das faces com foil de alumínio que garante uma menor absorção do calor proveniente dos raios solares. O LP TechShield pode ser aplicado sobre telhados ou em paredes, melhorando o desempenho térmico das construções.
Top-Form é um painel OSB específico para uso em fôrmas de concreto. Bitolado e esquadrejado, apresenta resistência mecânica e baixos índices de inchamento.
OSB Canteiro tem o aspecto natural do OSB. Sua alta resistência, à ação das chuvas, assegura durabilidade e boa aparência durante toda a obra.
OSB tapume é utilizado na montagem de tapumes, barracões de obras e bandejas de proteção.
OSB Indu-Plac é um painel produzido com resinas potentes. Apresenta uma variedade de espessuras que permitem diversos usos.
OSB Home Plus Estrutural possui bordas seladas com impermeabilizante, garantindo maior resistência à umidade. Otimiza materiais e mão-de-obra, tendo a opção de encaixe macho-fêmea e garantia estrutural de 20 anos para o sistema steel-framing, além da garantia anti-cupim por 10 anos.

As espessuras das chapas variam de acordo com o tipo das mesmas. Mas de uma maneira geral encontramos chapas de 8 a 30mm.

LAMINADO

Vou deixar para falar sobre eles no post sobre pisos ok?

É bom sempre ressaltar que para a durabilidade da aplicação destes produtos temos de considerar sempre:

– condições térmicas e de umidade do ambiente projetado
– qualidade do projeto
– qualidade e especialização da equipe de produção
– ferragens utilizadas (um dos próximos temas desta série de posts)

Bom pessoal, por hora é isto. Espero que ajude vocês em seus projetos.

Até o próximo post onde falarei sobre os seguintes revestimentos:

– laminado melamínico
– laminados AP, BF e FF
– laminado formplast !!!

See you!!!

;-))

Materiais: madeirados e lenhosos I

Bom, vou começar uma sequência de posts seguindo esta linha: apresentando os principais materiais e outros nem tanto que podemos (e devemos) usar em nossos projetos. Sei que nas universidades muitos professores desta disciplina simplesmente largam os alunos à própria sorte, não compartilham conhecimentos e ainda tem a cara de pau de dizer que os trabalhos estão muito básicos… Como primeiro post da série, entram então os madeirados e lenhosos ou seja: as madeiras maciças.

Madeira maciça

Este é, sem sombra de dúvida, o material mais nobre de todos dentre aqueles usados nos projetos. Porém, dada a sua escassez e, por vezes, proibição legal de corte por causa do desmatamento e da demora de crescimento de novas mudas (reflorestamento), acaba ficando bastante cara tornando inviáveis alguns projetos.

Existem dois tipos de madeira: as coníferas e as folhosas. Lembram-se das aulas de biologia???

Um detalhe interessante à ressaltar é a Higrospicidade, que é a capacidade de absorver umidade do ar e de perdê-la por evaporação, e todas as madeiras são higroscópicas. Daí a necessidade de tratamento correto delas para o uso.

A diferenciação na coloração, durabilidade e resistência mecânica variam muito entre as espécies. Algumas apresentam excelente resistência à tração e torção por serem duras e outras já são mais frágeis. Algumas são mais resistentes à água e outras sofrem sérios danos quando em contato com a menor quantidade dela.

A madeira apresenta duas formas de resistência:

– a mecânica: que é a sua capacidade para suportar cargas ou forças;
– a deformação: que determina em qual proporção a madeira é comprimida, fletida ou distorcida sob carga ou força. Esta pode ser de dois tipos:
– deformação elástica: sofre mudança na forma instantaneamente.
– deformação reológica: sofre mudança com o tempo de aplicação da carga ou força sobre a madeira.

Como a grande maioria dos materiais, ela também sofre alterações provocadas por fatores externos (chuva, sol, vento, etc). A retratibilidade e o inchamento se fazem presentes neste material. E as propriedades mecânicas dependem das direções principais de corte efetuado na madeira.

A madeira apresenta três planos ortogonais de corte principais:

Plano RT (corte transversal) é aquele que evidencia os anéis da madeira.
Plano LR (longitudinal à partir da medula) é aquele que evidencia linhas aproximadamente paralelas.
Plano LT (longitudinal tangente à casca) que evidencia linhas sinuosas superpostas.

A madeira é um material elástico e sempre que sofre sobrecargas, se deforma. Dependendo da carga ela pode ou não romper-se. Quanto maior a carga, maior o risco dela se quebrar, pois os danos na sua estrutura interna foram intensos e excessivos. Quando a carga não atinge o limite elástico da madeira, ainda é possível recuperá-la.

No corte paralelo às fibras, temos uma madeira com maior resistência.

Já no corte na direção normal às fibras, a resistência é bem menor.

Segundo Hellmeister (1982) a densidade (porosidade) é a propriedade física mais significativa da madeira destinada à construção civil, à fabricação de chapas ou à indústria moveleira. Desta propriedade dependem todas as outras três propriedades de resistência da madeira:

– Compressão:
Cargas que provocam o encurtamento do material (Ex: uma prensa).
Na compressão paralela às fibras temos uma maior resistência.
Na compressão perpendicular às fibras temos uma menor resistência.
Esta é, talvez, a maior propriedade da madeira. Blocos de algumas espécies, com umidade controlada e 15cm de espessura podem suportar até 20.000Kgf.

– Tração:
São as situações que exigem o alongamento do material. Estra é a maior propriedade da madeira.
Na tração paralela às fibras temos uma maior resistência.
Já na tração paralela às fibras temos uma menor resistência.

– Flexão:
São as cargas que provocam o encurvamento do material. Nesta ação temos a combinação de compressão e de tração agindo ao mesmo tempo.

A NBR 7190/1997 estabelece a caracterização completa das madeiras pelas seguintes propriedades.

Temos também outras características importantes para a área de interiores e que devem ser observadas, como nos mostra o site Guia do marceneiro:

CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS
As madeiras apresentam algumas características que auxiliam no processo de identificação: são as chamadas características sensoriais, isto é, que podem ser reconhecidas pelo órgãos dos sentidos, como cor, cheiro, sabor e brilho.
Cor – É uma das propriedades da madeira diretamente relacionada ao seu uso, principalmente como elemento decorativo.
A coloração da madeira origina-se normalmente dos pigmentos e outros materiais, como taninos e resinas, que se fixam principalmente no cerne.
A cor é alterada pela incidência da luz solar, pelo teor de umidade e pela exposição ao ar.
A madeira escurece devido à oxidação de componentes orgânicos.
O aspecto acinzentado da madeira velha se deve ao fato de as fibras de celulose da superfície se soltarem.
Isso acontece principalmente quando a madeira não recebeu verniz, tinta ou outro tratamento superficial preservativo.
Para identificação, a cor pode ser observada na superfície do cerne recém-polido com uma navalha.
Madeiras identificáveis por sua cor típica são o pau-rosa, o pau-amarelo e a braúna preta.
Cheiro – A presença de compostos orgânicos determina o cheiro da madeira.
Essas substâncias em geral são encontrada no cerne, o0nde o odor é mais pronunciado.
É possível identificar algumas espécies de madeiras apenas pelo seu odor característico.
Alguns exemplos de espécies com cheiro agradável são os louros e o cedro.
A cupiúba tem odor desagradável.
O piquiá tem cheiro suave de fermento ou vinagre; a cerejeira tem odor agradável, lembrando baunilha.
O cheiro também determina o uso da madeira, pois caixas para embalagens de alimento, por exemplo, não podem ter odor algum.
Sabor – O sabor ou gosto da madeira está relacionado com o seu cheiro e em geral é mais pronunciado em madeiras verdes ou recém-cortadas.
Madeiras com altos teores de tanino, por exemplo, têm sabor amargo.
Alguns exemplos são a peroba-rosa e o angelim amargoso, de sabor amargo; o Pinus elliottii, resinoso; o angico-vermelho, adstringente; a canela-sassafrás, ligeiramente picante; a cerejeira, adocicado.
Brilho – É a propriedade de as paredes celulares da madeira refletirem a luz. Em geral as madeiras são mais brilhantes nas fases radiais.
Espécies consideradas brilhantes são a itaúba e a canela.”

Lâminas

Além da madeira maciça, temos as lâminas de madeira natural que podemos aplicar nos projetos.

Seja para revestir uma parede ou um móvel, ou ainda para criar acessórios aproveitando-se de sua elasticidade, o seu uso deve considerar a base onde este material será aplicado.

Superfícies de materiais que trabalham muito (expansão/retração) não são uma boa área para uso destas lâminas, pois as mesmas podem rachar estragando o acabamento. Também é importante ressaltar que para melhores resultados, as áreas à serem revestidas não devem ser muito grandes. As lâminas podem soltar-se, rachar e, como qualquer madeira, empenar caso não esteja totalmente seca.

Elas são originárias das placas de madeira maciça de onde são extraídas através do processo de descascamento (laminação) e podem ser encontradas em chapas de 2 ou 3mm de espessura.

Sua aparência dependerá da região onde a laminação foi feita.

Se esta vier do caule, temos a lâmina com aparência natural de madeira.

Já a laminação da área das raízes nos fornece a rádica.

Aproveitando a maravilhosa biblioteca que é o site Guia do Marceneiro, vale ressaltar aqui alguns cuidados fundamentais para a escolha e compra de madeiras:

CARACTERÍSTICAS E PRECAUÇÕES
Madeira peluda:
Madeiras com “pelos” nas bordas, também conhecidas como “miolo” ou “bica”, são muito ruins para se trabalhar, além de empenarem muito, ainda há o problema do acabamento, pois, não se consegue um acabamento polido nesse tipo de madeira.
Independente da madeira que se compre, deve-se observar com cuidado esse detalhe em todas elas.
Madeira empenada:
Madeiras empenadas quase sempre apresentam problemas mesmo após o seu aplainamento na desempenadeira.
Algumas vezes elas voltam a empenar, principalmente quando cortadas na serra estacionaria.
Madeira com nós:
Madeiras que apresentam “nós”, quando trabalhadas costumam rachar e até mesmo perder o nó, deixando um buraco no lugar.
Madeira rachada:
As madeiras rachadas não oferecem grande aproveitamento, mesmo se tentarmos contornar as rachaduras podem ocorrer novas rachaduras ou ainda o agravamento de outras .
Madeiras sósias:
Madeiras sósias, ou seja, madeiras que se parecem muito umas com as outras, são muito comuns nas lojas.
Algumas vezes nem mesmo seu vendedor de confiança saberá a diferença.
Um bom exemplo é o mogno, que tem vários sósias bem parecidos tais como o louro rosa, o cedro vermelho, o Jitó e etc..”

Finalizando esta parte sobre madeiras maciças, lembro que de nada adianta você projetar com madeira maciça fazendo seu cliente gastar muito dinheiro, se não educa-lo sobre os cuidados e a manutenção do material. Novamente, dicas diretas do site Guia do Marceneiro:

Como começam os danos?
 Com o passar dos anos a madeira tende a perder suas características, principalmente se estiver exposta aos raios solares e a umidade.
Os raios solares possuem raios ultravioletas que descolorem e ressecam a madeira. Já o excesso de umidade apodrece a madeira.
Buracos feitos por insetos
Para desaparecer com pequenos buracos feitos por insetos, podemos utilizar palitos ou pequenas lascas de madeira para tampá-los.
Para isso aplique cola dentro dos buracos, a seguir enfie os palitos com força e deixe secar.
Depois de seco corte os palitos junto á tábua e lixe com lixa fina para acertar.
Amassados e marcas
Marcas feitas na madeira por objetos pontiagudos podem ser retiradas da seguinte maneira :
Coloque um pano molhado sobre o local marcado, depois passe um ferro elétrico (ferro de passar roupas) bem quente sobre o pano até que a marca desapareça.
Riscos e Arranhões
A madeira quanto mais macia, mais marcada pode ficar com um golpe de uma cadeira ou a queda de um objeto mais duro sobre ela e etc.
Para retirar uma marca quanto mais rápida for a ação mais chances teremos de sucesso.
Comece por retirar o polimento ou verniz do lugar onde foi feita a marca.
Faça uma boneca ( prepare uma bola pequena de algodão, estopa ou pano, coloque dentro de um pano macio e torça podendo mesmo dar um nó para que fique firme e fácil de manipular) .
Prepare com cuidado um recipiente com água fervendo.
Molhe a boneca nesta água e aplique encima da marca, tenha cuidado para que não escorra encima de outros lugares, poderá manchar uma parte do móvel que esta perfeita.
Não deixe a água esfriar, é muito importante que esteja todo o tempo “fervendo”, vá aplicando até que a marca tenha desaparecido.
Deixe secar espontaneamente (pelo menos 12 horas), depois de bem seco passe uma lixa fina para conseguir o nivelamento da região afetada com o resto da madeira em volta. Dê acabamento.
Fungos (mofo), Brocas e Cupins
Prevenir é a única solução, para isso, as madeiras novas devem ser protegidas com imunizantes que podem ser adquiridos nas lojas.
Deve ser aplicados em toda a madeira ou conjunto de madeiras (cadeiras, camas, mesas, etc.) conforme especificação do fabricante.
A aplicação normalmente é feita com pincel ou bomba de spray em todos os lados do objeto.
Trabalhe numa área ventilada, longe de crianças e animais domésticos, proteja os olhos, as mãos e vias respiratórias, estes produtos são muito tóxicos.
Preste muita atenção ás recomendações dos fabricantes.
Fungos (mofo)
Os ataques de fungos, que causam o apodrecimento da madeira, são o resultado da permanência no sol ou na chuva.
Ficar ao tempo é o principal fator para o aparecimento de grandes quantidades de fungos.
Alta umidade e calor também colaboram. Além do empenamento das madeiras pelas constantes mudanças climáticas.
A melhor solução para madeiras expostas são os vernizes, fáceis de aplicar com pincel, isolam e protegem a madeira do tempo, com grande elasticidade acompanham a dilatação retração da madeira.
A manutenção também é extremamente fácil, uma vez que se aplica uma nova camada encima da anterior.
Os vernizes em geral já contém inseticidas e fungicidas.
Brocas
podem atacar todo o tipo de objeto em madeira e papel, fazendo verdadeiras avenidas no interior de moveis ou livros.
A indicação que o lugar esta tomado pelas brocas, é o aparecimento de quantidades de “areia” e “poeira”(de madeira) junto ao objeto infestado.
O cupim
Ele se instala no interior da madeira seca e uma das poucas maneiras de saber que ele esta lá é pelo aparecimento de camada de pó de madeira (parecido com areia) no chão embaixo do local da infestação.
Qualquer objeto pode estar infestado pelos cupins, portas, rodapés, moveis, forros, etc.
Na madeira úmida ou molhada (enterrada) o cupim é mais difícil de ser descoberto.
Afinal tanto podem ter seu ninho feito “com terra” acima como abaixo do piso.
Mas uma maneira eficaz é verificar se existem sinais de terra fresca, em armários de áreas úmidas como na cozinha, banheiro, área de serviço, caixas de interruptores ou tomadas, rodapés, etc.
Se for descoberta uma infestação, e a injeção do produto não for possível no local, é melhor se aconselhar com um profissional da área.
Nos casos mais graves de “infestação” deve-se injetar o inseticida nos próprios orifícios abertos pelos insetos até ficarem saturados ou fazer vários furos com uma broca bem fininha e injetar o produto adequado, com a ajuda de uma seringa comum. Pode-se também mergulhar por um ou dois minutos (ver indicação do fabricante) a madeira no produto.Depois espere secar bem.
Para a aplicação destes produtos a madeira deve estar limpa, seca e livre de qualquer tipo de acabamento.
Depois de dez dias, se a infestação continuar repita a operação.
Descolamento de laminas de compensado e revestimentos
Se o revestimento ou laminado está se descolando, levante com cuidado para não quebrar.
Tente retirar toda a cola já existente no local descolado, pode raspar com uma faca afiada, lixa, espátula ou usar água bem quente para amolecer a cola.
Depois de secar ou limpar o local passe cola branca (PVA) nas partes a serem re-coladas; junte-as e mantenha sob pressão com grampos ou outro meio (um peso, etc.) e espere secar por 24 horas, em ambiente seco.
Rachaduras
Rachaduras nas extremidades de madeira maciça:
Aplique cola branca no local depois enfie uma cunha feita da mesma madeira e no formato da rachadura, aperte bem no sentido horizontal.
Espere secar e corte o excesso, lixe ou raspe para tirar qualquer diferença.
Sumindo com os “Nós”
A resina de alguns “nós” de madeira, continuam correndo por muito tempo. Algumas vezes os “nós” apresentam rachaduras e as vezes se soltam.
A solução é a retirada do nó e no seu lugar colar uma peça no mesmo formato feita da mesma madeira. Para tirar o nó, dê pancadas leves sobre ele com um martelo e uma cunha de madeira.
Cunhando rachaduras
Para colocar uma cunha de madeira em outra madeira seca ou rachada e não correr o risco de rachar ainda mais, faça o seguinte: coloque a cunha (pedaço no formato da rachadura) em água fervendo e ainda quente embutir na outra madeira já com a cola aplicada.
O mesmo se aplica aos “nós” de madeira.
Pisos de madeira | Assoalhos – Laminados – Tacos – Parquetes
Aplicação de madeira na construção ou revestimento de pisos, é uma das TÉCNICAS mais antigas usada para aquecer e dar conforto em ambientes para moradia.
Assoalhos são feitos de réguas de madeira maciça que podem ter comprimento, espessura e larguras variáveis, conforme a necessidade e a geometria.
Geralmente estas tábuas são aplicadas diretamente sobre contra-piso (piso sem acabamento) e fixadas por barroteamento (pequenos pedaços de madeira embutidos no cimento ao nível do piso, nos quais serão aparafusadas ou pregadas).
Lateralmente, as peças são encaixadas de modo a não deixar qualquer espaço vazio.
A colocação pode ser feita também em diagonal e até mesmo de maneira mista, dependendo somente da capacidade de quem o faz. é muito importante calcular bem a espessura do piso e sua relação com o espaço abaixo (a altura) das portas.
Laminados (tapete de madeira), são réguas resinadas de cerca de 8mm de espessura (existe uma enorme variedade de pisos laminados), que tentam reproduzir artificialmente os padrões da madeira.
São fixadas entre si por colagem e encaixe, em geral coladas diretamente no piso preparado, mas também podem ser colocadas em cima de um assoalho já existente, dependendo das condições encontradas.
Nem sempre o resultado é o mais “natural”.
Tacos são pequenas placas de madeira maciça com tamanhos variáveis, encaixadas e coladas entre si, geralmente são aplicados diretamente sobre contra-piso.
Pode-se escolher o tipo e cor dos tacos, permitindo desenhos e nuances na composição do piso.
Parquetes constituem-se de placas compostas por pequenos grupos de tacos colados, formando uma espécie de mosaico.
Colados diretamente sobre o contra piso, por melhor que sejam as colas sempre existirá a possibilidade de descolagem.
Pode-se escolher o tipo de madeira e cor dos parquetes (que são muito variados), permitindo desenhos e nuances na composição do piso.”

E lembrem-se:

Usem apenas madeiras de demolição ou aquelas com certificado de procedência garantindo assim, a vida em nosso planeta.

Bom, espero que tenham gostado. No proximo post desta sequência escreverei sobre os derivados da madeira (MDF, OSB, etc).

Referências bibliográficas:

– HELLMEISTER, J.C. Madeiras e suas características. In: ENCONTRO BRASILEIRO EM MADEIRAS E EM ESTRUTURAS DE MADEIRA,I, São carlos, 1983. Anais. São Carlos: USP, SET, LaMEM, 1983. v.I
– DIAS, FABRICIO MOURA. LAHR, FRANCISCO ANTONIO ROCCO. Estimativa de propriedades de resistência e rigidez da madeira através da densidade aparente. In: SCIENTIA FORESTALIS, n° 65. p. 102-113, jun. 2004.