Yes! Nós temos CBO!!!

Uma brincadeira com a música “Yes! Nós temos bananas!”.

Encontrei a nova classificação do CBO (Cadastro Brasileiro de Ocupações) da área de Design de Interiores/Ambientes.

Dentre tudo o que venho defendendo sobre a nossa área, a nossa atuação profissional, muitas agora já constam lá. Copiei alguns trechos para voces:

2629 :: Designer de interiores de nível superior

Participantes da Descrição

Especialistas
Adriana Siqueira Dos Santos Oliveira
Ana Lúcia Rodarte
Carolina Szabó
Daniela Buscaroli
Jéthero Cardoso De Miranda
Marize Malta
Sérgio De Oliveira
Thaís Luz De Oliveira

Instituições
Amide – Assoc. Mineira De Decoradores De Nível Sup
Buscaroli Arq-design E Interiores S/c Ltda.
Carolina Szabó Interiores
Faculdade De Belas Artes De São Paulo
Faculdades Integradas Teresa Dávila
Sérgio De Oliveira Prof. Arquitetura De Decoração Ltda.
Thais Luz – Designe De Interiores
Universidade Federal Do Rio De Janeiro (Ufrj)

Instituição Conveniada Responsável
Fundação de Desenvolvimento da Unicamp – Funcamp

Áreas de Atividade:

A   – ANALISAR PROPOSTA DE TRABALHO
A.1  – Realizar entrevistas com cliente para identificar intenções
A.2  – Identificar os procedimentos e atividades a serem executadas
A.3  – Avaliar limites orçamentários
A.4  – Avaliar prazos
A.5  – Avaliar possibilidades e limites técnicos do espaço a ser trabalhado
A.6  – Elaborar proposta de trabalho
A.7  – Elaborar proposta de honorários
A.8  – Estabelecer cláusulas do contrato de trabalho
B  – CONCEITUAR O PROJETO
B.1  – Realizar entrevistas com o cliente para definir necessidades funcionais e técnicas
B.2  – Realizar levantamento e análise do espaço
B.3  – Pesquisar o tema e o perfil do usuário
B.4  – Pesquisar contexto social e histórico da obra
B.5  – Pesquisar as necessidades específicas das diferentes áreas do espaço a ser planejado
B.6  – Levantar normas e legislação
B.7  – Analisar os dados levantados
B.8  – Diagnosticar problemas
B.9  – Definir programas de necessidades
B.10  – Definir conceito e partido do projeto
B.11  – Planejar espaços
B.12  – Elaborar fluxograma
B.13  – Elaborar organograma
C  – ELABORAR ESTUDO PRELIMINAR
C.1  – Definir ocupações do espaço
C.2  – Elaborar a solução criativa para o espaço
C.3  – Sugerir eventuais modificações ao projeto arquitetônico
C.4  – Definir soluções de conforto ambiental
C.5  – Aplicar conceito ergonômico
C.6  – Pesquisar materiais
C.7  – Representar espaço criado graficamente
C.8  – Apresentar estudo preliminar ao cliente
D  – ELABORAR ANTEPROJETO
D.1  – Adequar as alterações do projeto ao espaço
D.2  – Definir formas, texturas e cores
D.3  – Definir materiais e equipamentos
D.4  – Representar graficamente o espaço redimensionado
D.5  – Elaborar planilha e especificação de materiais e equipamentos
D.6  – Interagir com projetos complementares
D.7  – Apresentar o anteprojeto ao cliente
E  – ELABORAR PROJETO EXECUTIVO
E.1  – Representar graficamente o projeto para execução
E.2  – Projetar a locação de pontos luminitécnicos
E.3  – Locar pontos de lógica
E.4  – Locar pontos de telefonia
E.5  – Locar pontos elétricos
E.6  – Locar pontos de ar condicionado
E.7  – Locar pontos hidráulicos
E.8  – Especificar os materiais e equipamentos a serem utilizados considerando normas de higiene
E.9  – Criar peças especiais
E.10  – Criar móveis considerando ergonomia
E.11  – Adaptar projetos às normas da abnt
E.12  – Estabelecer interfaces gerenciando projetos complementares
E.13  – Elaborar memorial descritivo
E.14  – Orçar projeto
F  – EXECUTAR O PROJETO
F.1  – Elaborar cronograma físico e financeiro
F.2  – Realizar cotação ou concorrência de produtos e serviços
F.3  – Selecionar fornecedores
F.4  – Estabelecer colaboração com outros profissionais (engenheiros, arquitetos, paisagistas)
F.5  – Contratar serviço de mão-de-obra especializada (pintor, eletricista etc)
F.6  – Coordenar as diferentes equipes de trabalho
F.7  – Gerenciar obra ou projeto
G  – ACOMPANHAR A EXECUÇÃO DA OBRA
G.1  – Supervisionar os processos construtivos
G.2  – Supervisionar cronograma
G.3  – Fazer ajustes ao projeto quando necessário
G.4  – Avaliar resultado do projeto junto ao cliente
G.5  – Orientar a execução específica de materiais e serviços
G.6  – Avaliar a pós ocupação do espaço
H  – PESQUISAR PRODUTOS, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
H.1  – Testar produtos, materiais e equipamentos
H.2  – Participar de grupos de especialistas para avaliar produtos e materiais
H.3  – Contribuir para o desenvolvimento de produtos, materiais e equipamentos
H.4  – Criar espaços ou ambientes utilizando novos produtos
H.5  – Participar do lançamento de novos produtos
H.6  – Adaptar materiais para criação de ambientes
H.7  – Criar soluções para portadores de necessidades especiais
H.8  – Pesquisar materiais que garantam a preservação ambiental
I  – PROMOVER O CONSUMO
I.1  – Criar ambiente favorável ao consumo
I.2  – Criar ambientes temáticos e estéticos
I.3  – Montar espaços que destaquem o produto
I.4  – Destacar atrativos sensoriais na distribuição dos objetos para estimular o consumo
I.5  – Proporcionar atrativos sensoriais no ambiente para promover bem-estar
Z  – DEMONSTRAR COMPETÊNCIAS PESSOAIS
Z.1  – Comunicar-se com diferentes públicos
Z.2  – Demonstrar poder de persuasão
Z.3  – Participar de exposição e mostras
Z.4  – Divulgar trabalhos na mídia
Z.5  – Demonstrar capacidade de aplicção de técnicas de representação gráfica
Z.6  – Demonstrar capacidade de captar os objetivos do cliente
Z.7  – Ser capaz de transmitir informações culturais para o cliente
Z.8  – Ser capaz de atender as necessidades do cliente
Z.9  – Ter formação de nível superior
Z.10  – Demonstar domínio técnico, tecnológico e científico
Z.11  – Exercer liderança
Z.12  – Estar capacitado para promover bem-estar, saúde e segurança
Z.13  – Prestar consultoria na sua área e áreas afins
Z.14  – Ser capaz de ministrar aulas
Z.15  – Ser capaz de realizar pesquisas
Z.16  – Manter-se atualizado à respeito da aplicação de materiais e equipamentos
Z.17  – Manter-se atualizado com as tendências de mercado
Z.18  – Demonstrar capacidade de técnicas de informática
Z.19  – Demonstrar ética profissional

É, como podemos ver agora sim a nossa profissão está começando a ser respeitada e ter a sua atuação delimitada coerentemente. Está completa? Não! Ainda faltam alguns pontos, mas isso já basta para dar um cala boca em muita gente.

Então é isso pessoal, mais uma vitória nossa, de nossa classe, de nossa profissão! Mais um passo rumo à regulamentação profissional.

Bons projetos daqui pra frente e, agora, respaldados por um órgão federal superior a qualquer associação ou conselho.

2 comentários sobre “Yes! Nós temos CBO!!!

  1. Caro Paulo

    Estou disponibilizando, para divulgação, alguns comentários sobre a participação do design na II Conferencia Nacional de Cultura, bem como suas contribuições para a formulação do Plano Nacional de Cultura.

    Atenciosamente

    Wagner

    Texto abaixo

    O design na II Conferencia Nacional de Cultura
    Wagner Braga Batista

    Entre os dias 10 de 14 de março realizou-se a II Conferencia Nacional de Cultura- II CNC, em Brasília. com a presença de mais de 1925 participantes ( 1.325 delegados da sociedade civil, dos quais 743 eleitos em conferências estaduais; 190 em pré-conferências setoriais e 392 delegados do poder público). Contou, ainda, com a participação de 350 observadores e 250 convidados, entre eles 22 palestrantes.

    A II CNC teve como objetivo formular, debater e definir diretrizes para a implantação do Plano Nacional de Cultura- PNC e criar condições favoráveis para prover o Sistema Nacional de Informação e de Indicadores Culturais- SNIIC, em escala municipal, estadual e federal. A realização de Conferencias, destinadas à proposição de políticas públicas tem alcançado resultados êxitos. Entre eles, a reversão de metodologia precedente, que confinava formulações políticas em gabinetes e restringia a decisão sobre prioridades culturais a experts e tecnocratas, muitos dos quais com pouca ou nenhuma inserção em campos de atividades, objetos de suas deliberações.

    Transferir aos agentes culturais a responsabilidade pela elaboração e pela implementação de políticas sociais é uma orientação salutar. Esse princípio diretor tem se mostrado fecundo, uma vez que políticas públicas formuladas a partir de expectativas e demandas de seus protagonistas diretos revelam-se mais pertinentes, eficazes e tendem a gerar maior comprometimento na sua execução.

    A II CNC foi organizada a partir de duas dinâmicas convergentes. Essas dinâmicas foram desencadeadas pela discussão das mediações de setores especializados em seus respectivos foruns e pela participação de segmentos populares em plenárias municipais, estaduais e distrital. Os seguintes setores integram a agenda do MINC: Arquitetura, Arquivos, Arte Digital, Artes Visuais, Artesanato, Audiovisual, Circo, Cultura Afro-brasileira, Culturas Indígenas, Culturas Populares, Dança, Design, Livro, Leitura e Literatura, Moda, Museus, Música, Teatro, Patrimônio Material e Imaterial. Esses debates deram origem a rico mosaico que expressava a pluralidade e as peculiaridades das áreas culturais envolvidas no debate.

    A consolidação desse amplo espectro de proposições em diretrizes abrangentes e integradoras foi um trabalho árduo. Considerando os perfis, as experiências, os acúmulos e as múltiplas expectativas dos diferentes segmentos representados na conferencia, podemos afirmar que esse propósito foi alcançado. Senão em sua plenitude, ao menos parcialmente, contemplando expectativas de representações de estados, de setores culturais, de etnias e de diversos grupos sociais presentes na II CNC.

    As reflexões e a formulação de diretrizes encaminhadas à II CNC estiveram centradas na observância de 5 eixos temáticos: Produção simbólica e diversidade cultural; Cultura, cidade e cidadania; Cultura e desenvolvimento sustentável; Cultura e Economia Criativa; e Gestão e institucionalidade da Cultura.

    O evento foi precedido por um amplo processo de discussão, em 26 estados e no DF, bem como por plenárias de 19 setores de atividades artísticas e culturais, que atualmente integram o Ministério da Cultura- MINC. Entre eles, o Design, incorporado à agenda do Ministério da Cultura, desde outubro de 2009, juntamente com o setor de arquitetura e urbanismo, artesanato, moda e arte digital.

    Ainda que organizada e realizada de modo incipiente, a I Preconferência Setorial de Design, realizada nos dias 25, 26 e 27 de fevereiro, no Rio de Janeiro apresentou resultados positivos. Entre eles, podemos arrolar:

    1- a elaboração de 5 diretrizes que viabilizem a inserção do design no PNC;
    2- a indicação de 10 delegados e um observador para a II CNC;
    3- a escolha de três nomes para a lista tríplice, para a nomeação de um componente do Colegiado Nacional de Cultura. ( Vide URL: http://culturadigital.br/setorialdesign/ )

    São as seguintes a s diretrizes aprovadas:

    Eixo I – Produção simbólica e diversidade cultural
    Instituir o registro da memória do design no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e financiar a criação de centros de memória do design brasileiro, que privilegiem a pesquisa, o resgate, a preservação, a conservação e a documentação, difundindo a produção do design nacional de forma descentralizada e com gestão integrada.
    Eixo II – Cultura, cidade e cidadania
    Fazer valer os direitos do cidadão ao design universal, previstos no Decreto Presidencial número 5.296/2004 e contemplados na NBR 9050/ABNT, compreendendo o design como elemento estruturante dos processos de planejamento e projeto urbano, por meio de mapeamento dos potenciais campos de intervenção do design na cidade e da aplicação de critérios de design em editais de compras, prestação de serviços e obras públicas.
    Eixo III – Cultura e desenvolvimento sustentável
    Criar incentivos fiscais ou adaptar os incentivos existentes para: empresas patrocinadoras de pesquisas, eventos e projetos que contemplem a ação do design pelo desenvolvimento sustentável; empresas que adotem o design na adequação de seus produtos a critérios de sustentabilidade; ações de formalização da indústria criativa e ações de criação de pólos de produção de design em áreas degradadas ou regiões estratégicas para o desenvolvimento regional.
    Eixo IV – Cultura e Economia Criativa
    Inserir o tema design como item financiável no Fundo Nacional de Cultura (FNC), por meio do Fundo Setorial de Ações Transversais e de Equalização, da Renúncia Fiscal, além de outras fontes de fomento, contemplando projetos para as seguintes áreas e atividades: ensino fundamental e médio, museus, eventos de design, prêmios, concursos, promoção à memória, design público, design urbano, design social, design de informação, projetos de desenvolvimento sustentável, estudos, pesquisas, artigos e publicações, linhas editoriais e intercâmbio cultural nacional e internacional, entre outras.
    Eixo V – Gestão e institucionalidade da Cultura
    Garantir participação institucionalizada em todas as instâncias do Sistema Nacional de Cultura, assegurando: unidades específicas de Design nos órgãos gestores da Cultura; a presença dos representantes do design nos Conselhos de Política Cultural e Conferências de Cultura; ações de design nos planos de Cultura; recursos nos orçamentos e inserção do design no
    Sistema Nacional de Informações e Indicadores da Cultura (Sniic) e nos programas de informação nas três esferas dos governos federal, estadual e municipal”

    Essas iniciativas contribuem para valorização, o reconhecimento, a divulgação e o fomento do design.

    É provável que no âmbito de políticas culturais abrangentes e integradoras, o design enfrente novos desafios para afirmar sua identidade, romper resistências existentes nesse campo, evidenciar suas potencialidades, bem como encontrar novos caminhos. Caminhando junto com outros setores culturais que se pautam pela transversalidade, pelas ações cooperativas e pela destinação social de seus projetos.

    O design certamente estará sujeito a novas inflexões, uma delas apontando que o mercado é apenas uma das esferas da vida social. Que a cultura não se reduz as suas oscilações e tendências. Que o design não pode ser refém de sua volatilidade.

    As potencialidades sociais, técnicas e criativas do design tornar-se-ão mais evidentes na medida em que sejamos capazes de fornecer consistência aos nossos projetos integrados a políticas públicas abrangentes e de grande alcance social. Essa integração pressupõe a interlocução qualificada e a manutenção de relações mais harmoniosas e coerentes com outros setores da arte e da cultura. Setores que enfrentam os mesmos desafios na afirmação de suas identidades, especificidades e virtualidades.

    A II Conferencia Nacional de Cultura também foi marcada pela profusão de linguagens e pela criatividade demonstrada na defesa das diversas proposições ali expostas. A explicitação de idéias exigiu vigoroso esforço de convencimento. Os coletivos proponentes organizaram-se para tornar mais convincentes suas intervenções, lançaram mão de da dança, da coreografia, da cenografia, dos mais variados recursos técnicos e lingüísticos para serem identificados, valorizados e inseridos nas políticas culturais. Comunidades indígenas, ribeirinhos, quilombolas, vaqueiros, griôs, mestres da tradição oral, grupos étnicos e religiosos, entre tantos se fizeram ver e ouvir. Por meio de primorosos artifícios deram maior projeção as suas demandas. Evidenciaram dentro do cenário das discussões políticas as virtualidades críticas e criativas da cultura e das artes de diferentes regiões do país.

    No tocante à apreciação e à deliberação das propostas setoriais obtivemos consenso pleno. Alcançado graças ao entendimento de que a autenticidade e a pertinência de políticas culturais implicam no reconhecimento de que devem ser propostas pelas respectivas áreas de intervenção cultural. Essa compreensão amadurecida ao longo do evento permitiu que todas as 95 propostas oriundas dos 19 setores de arte e cultura, fossem aprovadas em bloco, por unanimidade, inclusive as formuladas pela I Preconferencia Setorial de Design.

    Após intenso e profícuo debate, ao final do Conferencia, eleitas pelo voto de 811 presentes foram selecionadas as 32 prioridades culturais, dentre as 347 propostas formuladas em plenárias estaduais, municipais e distrital.

    As propostas aprovadas na plenária final da CNC serão as matrizes constitutivas do PNC .

    Entre as propostas prioritárias, há algumas de especial interesse para o fomento do design. Entre elas, destacamos uma mais genérica, que procura resgatar a unidade entre educação e cultura, por meio da maior articulação entre os ministérios responsáveis pela execução de políticas nesses âmbitos, e outra que remete a um pleito que vem sendo desprezado pelo Poder Legislativo: a regulamentação da profissão de desenhista industrial ou designer. A proposta defende a “regulamentação de todas as profissões da área cultural, criando condições para o reconhecimento de direitos trabalhistas, previdenciários no campo da arte, da gestão e da produção cultural, incluindo os profissionais de cultura em atividades sazonais”

    A inserção do design no Plano Nacional de Cultura- PNC e no Sistema Nacional de Informação e de Indicadores Culturais- SNIIC, implicará numa série de providências que exigem a participação coletiva, entre elas a constituição de Colegiado Setorial, integrado por 15 representantes de 5 macrorregiões.

    Os avanços produzidos pelas deliberações da II CNC podem se traduzir em novas conquistas. Impõem práticas mais consoantes com as diretrizes e os objetivos que, ora, estamos alcançando. Não podem ficar restritas a quatro paredes ou ao domínio de poucos.

    A socialização dessas informações e o envolvimento de todos interessados no debate subseqüente devem ser os primeiros passos para a efetivação destas conquistas.

    Devemos transformar as proposições da II CNC em iniciativas permeáveis à participação de profissionais e estudantes de design ou desenho industrial, aprofundando o entendimento de seu significado num contexto em que a cultura, novas identidades sociais e a tônica no desenvolvimento social e sustentável ganham relevância política.

    Por si só, a institucionalização do design no campo da cultura merece ênfase. Constitui um fato que estimula a reflexão e a participação organizada nesse processo de consolidação e de execução de uma política pública, abrangente e integradora. Especialmente se consideramos que nossa área de atividades, até então era esquecida ou neglicenciada por formuladores de políticas de governo.

    No entanto, é necessário advertir que a inserção do design no campo da cultura não é um trajeto de mão única. Pressupõe a valorização da cultura pelos designers. Requer que ampliemos nossos horizontes, que tenhamos maior coesão na busca de enlaces e de intervenções que façam valer a relevância social da cultura e do design. Não podemos ser encarados e depreciados à luz do pragmatismo daqueles que examinam a cultura com o olhar pregado na chave do cofre.

    Um dos mecanismos de inserção no campo da cultura, da integração com outros setores de atividades e de provimento de demandas especificas é o Colegiado Setorial de Design. Esse colegiado previsto no Decreto nº 5.520, de 24 de agosto de 2005, tem como função precípua a definição de políticas, diretrizes e estratégias destinadas a suprir demandas do nosso setor de atividade no âmbito do MINC.

    O colegiado setorial de design deve ter a legitimidade e a qualidade da representação exigida para o exercício de suas funções e atribuições. Portanto, a escolha de seus membros deve ser democrática e criteriosa. Precedida pela divulgação de proposições, pela mobilização da categoria e pela discussão qualificada que dê força e vitalidade crítica aos nossos representantes.

    A realização de seminários e encontros, em estados e regiões, pode culminar na realização de evento nacional de maior amplitude, capaz de fornecer maior representatividade e fortalecer o colegiado setorial de design.

    Por outro lado, é necessário que alimentemos a relação com outros setores de atividade que enfrentam problemas análogos aos nossos, entre eles, a superação de indefinições, a busca de identidade profissional, a formulação de código de conduta, as frágeis condições de trabalho e a impermeabilidade do mercado, o impacto das novas tecnologias, , entre outros temas. A importância do design nesse novo cenário advirá de um dialogo construtivo com os responsáveis pela formulação e execução de políticas públicas, bem como com todos os demais interessados na sua consecução.

    Esse debate pode convergir para a retomada da campanha pela regulamentação da profissão e para a exigência de avaliação sistemática dos cursos de design e desenho industrial, instaurando padrões de qualidade de ensino que melhorem a formação educacional.

    A deflagração desse processo de discussão em ambientes de trabalho e em instituições de ensino favorece o esclarecimento, permitindo agregar novas forças à luta pela regulamentação da profissão e pela melhoria da qualidade dos cursos de design e de desenho industrial.

    Todos estão aptos a contribuir com esse processo de discussão. Desde já, devemos divulgar, sensibilizar e mobilizar nossos colegas para imprimir maior vigor as nossas iniciativas conjuntas, desenhando um campo e um futuro mais auspicioso para o exercício da nossa atividade profissional.

    Nesse patamar a interação cultural pode ter como conseqüência o reconhecimento definitivo do design, a valorização de suas potencialidades, viabilizando a realização de projetos que promovam e assegurem o respeito à diversidade cultural, à cidadania e aos pressupostos do desenvolvimento sustentável.

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