ANTES DO DESIGNER, VEM O DESIGN. Ou, SOMOS TODOS DESIGNERS.

ANTES DO DESIGNER, VEM O DESIGN.

Somos todos designers.

É sempre bom ressaltar a diferença entre estas duas palavras: Design e designer. Constantemente vemos, do público em geral aos acadêmicos e profissionais da área (e de outras) confundindo o uso destas palavras. Este erro vindo de do público e de outros profissionais é até aceitável. Mas do pessoal ligado ao Design NÃO!

Segundo o Dicionário Michaelis estes verbetes significam,

“Design – de.sign – (dizáin) sm (ingl) 1 Concepção de um projeto ou modelo; planejamento. 2 O produto deste planejamento.

Designer – de.si.gner – (dizáiner) s m+f (ingl) Indivíduo que planeja ou concebe um projeto ou modelo.”[1]

Ou seja, o primeiro refere-se à profissão e o segundo ao profissional:

POCC_35 Apr. 21 15.18POCC_36 Apr. 21 15.19

Perceba também que no primeiro caso o verbete aparece iniciando com letra maiúscula e no segundo caso, minúscula. Isso acontece por uma convenção da língua portuguesa (e de outras também) onde os nomes das profissões sempre devem ser escritas desta forma. Design, Arquitetura, Engenharia, Medicina, Advocacia, Aviação, Jardinagem, Marcenaria e assim por diante.

Já, quando falamos dos profissionais utilizamos designer, arquiteto(a), engenheiro(a), médico(a), advogado(a), aviador(a), jardineiro(a), marceneiro(a), etc.

Mais uma vez esclarecido isso vamos seguir em frente fazendo uma análise sobre o titulo deste capítulo. Porque é necessária esta reflexão?

Simples: o Design, como área independente e específica do conhecimento, é dividido em diversos segmentos. Hoje não se fala mais em Desenho Industrial e sim em segmentos do Design. Isso se fez necessário por causa das demandas mercadológicas que exigiram, cada vez mais, a especialização do profissional em uma determinada especialidade. De inicio foi dividido em duas grandes especialidades: Produto e Gráfico. Mas isso só não bastou e hoje já contamos com uma variedade destas especialidades:

PRODUTOS:

Objetos, brinquedos, embalagens, jóias, automobilístico, instrumentos, mobiliário, vernacular, sinalização, etc:

Tecnologia de materiais: Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

Gestão:

Branding, estratégico, projetos, eventos, etc;

Acessibilidade:

Tecnologias assistivas, desenho universal, etc;

Teoria:

História, semiótica, educação, pesquisa, institucional, etc;

Interfaces:

Usabilidade, softwares, relação usuário>produto, etc;

Sustentabilidade:

Alternativas, redesign, reuso, ecodesign, etc;

Ergonomia:

Cognitiva, física, organizacional, etc;

Tecnologia de materiais:

Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

GRÁFICO:

Informação, editorial, impressos, ilustração, arte-finalização, comunicação visual, sinalização, etc;

 

Tecnologia de materiais: Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

Audiovisual:

Vinhetas, produção, filmes, videografismo, animação, etc;

Jogos:

2D, 3D, flash, interativos, educativos, raciocício, etc;

Gestão:

Branding, estratégico, projetos, eventos, etc;

Acessibilidade:

Tecnologias assistivas, desenho universal, etc;

Teoria:

História, semiótica, educação, pesquisa, institucional, etc;

Interfaces:

Usabilidade, softwares, relação usuário>produto, etc;

Sustentabilidade:

Alternativas, redesign, reuso, ecodesign, etc;

Tipografia:

Historia, produção, criação, composição, paginação, etc;

Ergonomia:

Cognitiva, física, organizacional, etc;

Tecnologia de materiais:

Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

 

MODA:

Figurino, comportamento, têxtil, estamparia, modelagem, vitrina, alta-costura, instrumentos, etc;

Tecnologia de materiais: Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

Gestão:

Branding, estratégico, projetos, eventos, etc;

Acessibilidade:

Tecnologias assistivas, desenho universal, etc;

Teoria:

História, semiótica, educação, pesquisa, institucional, etc;

Interfaces:

Usabilidade, softwares, relação usuário>produto, etc;

Sustentabilidade:

Alternativas, redesign, reuso, ecodesign, etc;

Ergonomia:

Cognitiva, física, organizacional, etc;

Tecnologia de materiais:

Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

 

INTERIORES E AMBIENTES:

Exposições, cenografia, varejo, mobiliário, saúde, entretenimento, residências, institucionais, paisagismo, hospitality, automotivo, aviação, embarcações. etc.

Tecnologia de materiais: Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

Gestão:

Branding, estratégico, projetos, eventos, etc;

Acessibilidade:

Tecnologias assistivas, desenho universal, etc;

Teoria:

História, semiótica, educação, pesquisa, institucional, etc;

Interfaces:

Usabilidade, softwares, relação usuário>produto, etc;

Sustentabilidade:

Alternativas, redesign, reuso, ecodesign, etc;

Ergonomia:

Cognitiva, física, organizacional, etc;

Tecnologia de materiais:

Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

Perceba que dentro destas especialidades principais já encontramos, hoje, outros segmentos que vem se desenvolvendo, sempre em busca dos melhores resultados. Por mais que pareçam semelhantes, a pesquisa específica dentro de cada especialidade alcança resultado distinto de uma área para outra, pois cada especialidade pesquisa temas relevantes para o seu segmento ampliando, assim, o conhecimento específico destes segmentos e das próprias especialidades.

O melhor é que os conhecimentos produzidos por estes segmentos não ficam amarrados apenas ao Design e sim, buscam auxiliar e também melhorar todas as outras profissões em diversos aspectos. E não duvidem se, em breve, termos mais segmentos específicos atendendo a uma ou diversas especialidades.

Isso será sempre bem vindo afinal, estamos constantemente contribuindo com a sociedade através do conhecimento e a visão do mundo (e das coisas) pela ótica de nossa área.

Do preconceito – ou pré-conceito

É bastante comum vermos no dia a dia, especialmente nas redes sociais, provocações preconceituosas contra a nossa área. Sejam estas provocadas por mero desconhecimento e ignorância sobre o que é Design até mesmo as mais graves vindas daqueles que sabem exatamente do que se trata e do potencial da área. Todas estas tem a sua origem no pré-conceito que, segundo o Dicionário Michaelis, significa:

“Preconceito

pre.con.cei.to – sm (pre+conceito) 1 Conceito ou opinião formados antes de ter os conhecimentos adequados. 2 Opinião ou sentimento desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão. 3 Superstição que obriga a certos atos ou impede que eles se pratiquem. 4 Sociol Atitude emocionalmente condicionada, baseada em crença, opinião ou generalização, determinando simpatia ou antipatia para com indivíduos ou grupos. P. de classe: atitudes discriminatórias incondicionadas contra pessoas de outra classe social. P. racial: manifestação hostil ou desprezo contra indivíduos ou povos de outras raças. P. religioso: intolerância manifesta contra indivíduos ou grupos que seguem outras religiões.” (grifos meus).

Como fica claro, toda e qualquer manifestação preconceituosa tem a sua raiz na ignorância das pessoas sobre determinado assunto ou tema. E vivemos aqui no Brasil uma situação complicada, especialmente fora dos grandes centros, onde o Design e seus profissionais são alvos constantes dessa ignorância. E ele vem da sociedade, de outras áreas profissionais e o pior de todos: dos profissionais e acadêmicos de nossa própria área.

Da sociedade

Quem já não ouviu frases como “ah, você faz desenhos no computador”? Acredito que a maioria dos designers já trombaram com esta e outras frases que deixam claro o desconhecimento por parte das pessoas sobre o que é Design e o que um designer faz. Até mesmo dentro da própria família é comum isso acontecer. O ato de confundir o Design com a Arquitetura também é bastante comum porém, igualmente errado.

O problema aqui é que sempre que vemos matérias na grande mídia – seja esta digital, televisiva ou impressa – há equívocos apresentados como se verdade fossem. E, para um leigo da sociedade, ok. Se é isso que estão falando, amém. Porém o problema maior é que raramente estas mídias buscam entrevistar designers verdadeiros, com formação na área. Grande parte das matérias usam profissionais de outras áreas que acham que são designers só porque desenvolveram um ou outro mobiliário e saem falando absurdos que o mercado, por sua ignorante inocência, acaba assumindo como se verdade fosse.

Um exemplo clássico disso é o Lighting Design. Por mais que a área já tenha mais de 20 anos de desenvolvimento e conte com profissionais especializados é bastante comum profissionais sem conhecimento aprofundado em iluminação utilizarem este termo como forma de agregar valor aos seus projetos. No entanto, quando questionados sobre o que é o Lighting Design soltam respostas como: “É uma iluminação mais cênica.” (SIC). E o mercado acaba assimilando esta ideia de que o LD trabalha apenas com cenas programadas em equipamentos de automação residencial ou de efeitos visuais. Está totalmente equivocada esta informação, pois o LD trabalha desde o desenvolvimento de luminárias até as questões ergonômicas, de salubridade, segurança e informativas, qualidade da luz nos ambientes entre diversos outros aspectos antes de chegar à tal luz cênica. Aliás, a iluminação cênica é o berço do LD e muito de sua técnica é aplicada em projetos desenvolvidos por verdadeiros lighting designers.

Um exemplo?

Num bom projeto de LD o que importa é a qualidade da luz, a quantidade correta de luz para cada usuário e/ou tarefa. Num bom projeto de LD as luminárias raramente ficam visíveis por o que importa são as sensações que a luz irá provocar nos usuários. Assim como num palco de teatro onde você não vê os projetores, você apenas sente a luz – sem perceber – e como ela enriquece a cena.

De profissionais de outras áreas

Neste caso encontramos problemas variados que vão dos pré-conceitos aos preconceitos.

No caso dos pré-conceitos o problema é bastante similar ao citado no exemplo anterior, da sociedade. Resumem-se meramente à desinformação sobre o que é Design.

Já os preconceitos vêm daqueles que se julgam designers e não tem habilitação técnica específica na área. Seja como forma de se manter num nicho de mercado que encontraram, totalmente desregulamentado – portando “sem dono” – ou por mero melindre pessoal, já que não aceitam que existam outras pessoas mais criativas e capazes de solucionar problemas que eles. Estes são os mais danosos e perigosos. E sempre são estes que acabam falando bobagens nas mídias disseminando a desinformação sobre o que é Design e quem é ou qual o papel do designer na sociedade e no mercado.

Isso fica claro quando, ao mesmo tempo em que alegam que “são designers”, não sabem nem explicar o que é isso. Quando questionados, dão explicações vazias que confundem o Design com as suas áreas de origem. Quando falam sobre Design em mostras, especialmente, referem-se à esta área apenas como detalhes e equipamentos utilizados em seus projetos que fazem parte dos catálogos de lançamentos de seus patrocinadores como revestimentos, por exemplo.

Quando questionados sobre Ergonomia, sempre confundem com acessibilidade ou fazem uma verdadeira salada misturando as duas coisas e soltando respostas, por vezes, sem sentido, duvidosas e até mesmo equivocadas.

Entre os próprios designers

Sim, há preconceito dentro das universidades e no mercado de trabalho. Até pouco tempo atrás o Design de Interiores/Ambientes não era reconhecido pelos designers de outras áreas como uma área do Design. Alegavam que era decoração e que por isso era coisa da Arquitetura. Foi árdua a luta travada por diversos profissionais para conseguir mostrar a eles que sim, somos designers e a nossa raiz é o Design. Mas ainda hoje existem alguns que não aceitam.

Prova disso é que a nossa área só foi reconhecida oficialmente no NDesign (Encontro Nacional dos Estudantes de Design) em 2012, quando ganhou o devido espaço e reconhecimento na grade do evento. Já na Bienal Brasileira de Design a nossa área ainda não foi aceita. Preferem contratar cenografistas ou resolver da forma deles mesmos, a inserir a nossa área na Bienal, aproveitando para aprender mais sobre a nossa área além de mostrar ao público do que o Design de Interiores e Ambientes é capaz.

Mas dentro da academia ainda perduram o que alguns chamam de brincadeiras, mas que na verdade expressam preconceitos e pré-conceitos seja por parte de discentes e de docentes. Infelizmente essas atitudes não se resumem apenas à nossa área.

“Ah, ele partiu pra Produto porque não tem o dom da arte”, diz um gráfico.

“Ah, ele foi pra Gráfico porque é péssimo em desenho técnico” diz o de produto.

“Ah, Interiores é coisa de patricinha ou de fresquinho”, dizem alguns.

Estas são frases comuns nos corredores e, até mesmo, em algumas salas de professores. Se fossem Docentes, seriam decentes. Mas percebe-se que não passam de pseudos-professores (com “p” minúsculo mesmo, daqueles que não estão preocupados com a qualidade da educação e formação acadêmica). Isso nos mostra que ainda falta interação:

Entre alunos; Entre turmas do próprio curso; Entre turmas de cursos diferentes; Entre docentes; Entre disciplinas; Em trabalhos e pesquisas; Em eventos acadêmicos.

Não há interação, não há integração. Ficam todos fechados em seus mundinhos, observando e absorvendo apenas o que está em seu campo visual (aproximadamente 150° somando a visão central + a periférica) nos esquecendo dos 210° restantes, não percebendo, portanto, as possibilidades que estão à sua volta.

Tenho observado, em alguns eventos que ando participando, a realidade disso. Mesmo em eventos onde todas as áreas do Design estão presentes é comum perceber as panelinhas. Desde a baixa participação e interesse por palestras, oficinas e workshops de outras áreas até a interação entre os profissionais ou acadêmicos de especialidades distintas. Na realidade são poucos aqueles que já perceberam a importância de conhecer – ao menos o básico – sobre a outra especialidade, seja para não sair falando bobagens, seja para observar e absorver conteúdos e conhecimentos que possam ser aplicados em seus trabalhos e até mesmo, analisar como criar potenciais parcerias profissionais.

No entanto, vale destacar aqui que isso tudo acontece porque fomos programados assim. Duvida? Observe estas frases:

“Somos ricos, não se misture com “aquela gentinha”;

“Aquele menino não é uma boa companhia para você”;

“Não devemos nos casar com outro de jugo desigual”;

“Meu garoto! Esse vai ser garanhão, pegar muitas meninas e ter vários filhos”.

“A sociedade, que devemos participar, é apenas aquela à qual pertencemos”;

Atire a primeira pedra quem nunca ouviu ao menos uma destas ou outras carregadas de pré-conceitos e preconceitos sobre diversos aspectos de nossas vidas. Isso reflete claramente os padrões sociais que foram sendo formulados com o tempo e que, apesar do passar de tantos anos, ainda perduram em algumas mentes e são repassadas de pai para filho, de geração em geração.

O “não se misture” ainda permanece vivo nas mentes de alguns que insistem em não evoluir, infelizmente. Saia perguntando aos designers que você conhece “O que é Design?”. Não se surpreenda se constatar que cada um vai responder de acordo com a sua especialidade. O gráfico irá responder de acordo com a sua visão. O de produtos idem. O de Interiores idem e assim por diante. Poucos são os que conseguem ver o Design antes do designer.

Dificilmente um designer de moda conseguirá lhe dizer, com um mínimo de precisão, o que é Interiores. Provavelmente ele irá responder algo bastante próximo da Decoração. Assim como o inverso é verdadeiro.

Se você perguntar como Produto interage com Gráfico, a maioria não saberá responder com precisão.

Por acaso você sabe qual a relação e interação entre Moda e a sua área e quais as possibilidades de atuação conjunta entre vocês?

O que e como o pessoal de Gráfico pode aproveitar os conhecimentos de Interiores e vice-versa?

O que e como o pessoal de Produto pode aproveitar os conhecimentos de Interiores e vice-versa?

O que e como o pessoal de Games pode aproveitar os conhecimentos de Interiores e vice-versa?

Lamentavelmente este desconhecimento acaba afastando profissionais que poderiam trabalhar em parcerias gerando excelentes projetos, aumentando a qualidade dos mesmos bem como agradando ainda mais os clientes através dos resultados.

Portanto o que devemos fazer é acabar com os guetos, com este apartheid que ainda impera, mesmo que disfarçadamente, em alguns cantos. O Design é uma área em constante mutação e evolução como já demonstrei anteriormente quando citei as especialidades. Algumas já bem posicionadas e definidas e outras ainda em evolução.

Então, vamos evoluir?

Muitos alegam que o Design é uma área multidisciplinar. Porém, esta palavra significa que existe uma temática comum, mas não existe relação entre as disciplinas.

“Mais de uma disciplina; aparentemente, não tem relação uma com a outra; cada disciplina permanece com sua metodologia própria; não há um resultado integrado. Segundo Piaget, é quando a solução de um problema requer a obtenção de informações de uma ou mais ciências ou setores do conhecimento sem que as disciplinas evocadas sejam alteadas ou enriquecidas.”[2]

Eu sinceramente não consigo perceber o Design desta forma, trancafiado numa caixinha e isolado, contribuindo pouco ou nada com outras áreas. A produção do Design já tem mostrado que isso é uma inverdade. Acredito sim que esta é uma área transdisciplinar, que acontece quando há cooperação entre todas as disciplinas e interdisciplinar.

“Etapa superior a interdisciplinaridade; não atinge apenas as interações ou reciprocidades, mas situa essas relações no interior de um sistema total; interação global das várias ciências; inovador; não é possível separar as matérias.”[3]

Design é uma área totalmente híbrida e permeável. Ao mesmo tempo em que se apodera dos conhecimentos de diversas disciplinas (ou áreas), é capaz de encontrar erros e corrigi-los, alterar a forma de observar, analisar os problemas e propor soluções mais adequadas entre tantas outras possibilidades. Sim, o Design invade outras áreas. Mas nem de longe deseja assumir o papel destas. Não deseja pois sabe que pode contribuir com o desenvolvimento das mesmas sem precisar assumir um papel que não lhe cabe. Portanto, interdisciplinar.

Apesar de tantos designers, tantos “pensares” distintos… Todas são, antes de tudo, Design.

Todas as áreas do design interagem umas com as outras. Todas necessitam de conhecimentos das outras.

Saia de sua zona de conforto e comodismo.

Evolua!

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[1] Dicionário Michaellis.

[2] https://osmurosdaescola.wordpress.com/2011/07/06/multi-pluri-trans-inter-mas-o-que-e-tudo-isso/

[3] Idem.

Um esclarecimento necessário: eu e a regulamentação.

Desde que começou  a movimentação pela regulamentação do Design, ainda lá no “falecido” Orkut, procurei estar presente nos debates nas diversas comunidades buscando contribuir.

Quando foi apresentado que seria montado um comitê para elaborar uma minuta de projeto de lei, apoiei de imediato a idéia. Melhor um grupo que se reunisse no mundo “físico” que os diversos grupos que nunca chegavam à um denominador comum no mundo virtual.

Porém, em determinado ponto foi lançado que este comitê seria formado esencialmente por associações com alguns poucos profissionaos convidados.

De pronto indaguei se a associação que representaria a minha área (Design de Interiores/Ambientes) seria a ABD e tive uma resposta positiva: sim, seria a ABD.

Parti então numa tentativa de mostrar que a ABD não seria a melhor opção mostrando com diversos exemplos práticos e reais os porques disso. Especialmente aquele que até hoje ela não fez: a ética e correta distinção entre Decorador, Arquiteto Decorador e Designer de Interiores/Ambientes.

Em momento algum exigi ser “o profissional convidado” de minha área. Apenas me dispus a contribuir seja fornecendo material e conhecimentos específicos sobre a minha área ou até mesmo, caso convidado, participar das reuniões com recursos proprios.

Como um determinado integrante deste comitê deturpou absolutamente tudo o que eu tinha exposto e percebi que, por ele, eu não seria bem vindo nem pessoalmente e tampouco virtualmente, passei a indicar outros profissionais formados na minha área e indiquei a AMIDE como uma associação mais coerente.

Porém ele preferiu ignorar e fazer absolutamente tudo o que eu e diversos outros profissionais (até mesmo de outras áreas do Design) imploramos para que não o fizesse. Isso inclui ir buscar inormações da área dentro do meio da Arquitetura. Sim, ele entrou em diversas comunidades e fóruns de Arquitetura para buscar informações sobre Design de Interiores.

De qualquer maneira eu nunca postei-me contra a regulamentação, mesmo depois de saber que minha área havia sido excluída do PL. Passei sim a lutar contra a palhaçada da ABD e seu arrogante rascunho de um projeto de lei independente que é absurdamente ineficaz e não vai alterar em nada a realidade das academias e do mercado de Design de Interiores/Ambientes. Vai continuar tudo na mesma: uma bagunça, todos dentro do mesmo balaio como se fossem a mesma coisa.

Dias atrás recebi uma chuva de despautérios surtados desse senhor por causa deste comentário que fiz na page do Portal DesignBR:

“XXX, quantas vezes terei de te avisar que a ABD não é referência para falar sobre Design de Interiores/Ambientes? Que eles nem sabem o que é isso pois só entendem de decoração? Ha aproximadamente duas semanas você teve uma nova reunião com eles. De nada adianta alerta-lo (coisa que faço desde quando começou a movimentação pela regulamentação lá no orkut). Cansei de me disponibilizar para participar das reuniões do comitê e vc preferiu me ignorar, me agredir publicamente nas comunidades (tem “n” testemunhas disso) e foi exatamente pelo caminho inverso e fez tudo que te alertamos para não fazer. Você não sabe o que é Design de Interiores/Ambientes… vc pensa que sabe mas nao verdade não sabe NADA sobre minha área. Teria sido muito importante que você tivesse ido participar do NDesign deste ano onde eu eu outros verdadeiros profissionais de minha área estiveram presentes para entender do que se trata e porque é sim DESIGN. Os presentes (convidados e encontristas) conseguiram entender a minha área sim como Design. Uma pena que vocês, cabeças duras, não tenham enviado um único representante nem que fosse apenas como ouvinte ou que fosse procurar os profissionais da minha área para conversar. Isso que estão fazendo não é regulamentação, é palhaçada, cirquinho baseado em guetinhos estúpidos. E o Design não precisa disso. Paulo Oliveira”

Tudo bem que errei ao generalizar e dar a entender que eu me referia a todo o comitê, o que nem de longe é verdade. Referi-me especificamente a este senhor que, desde nossos primeiros contatos nas comunidades do Orkut preferiu, na falta de argumentos, passar a agredir-me ferozmente na pessoa, já que nas idéias sempre deixou claro não ter competência. O que se seguiu da parte dele nem vale a pena postar aqui pois nao vou sujar meu blog com suas palavras e palavrões em momento de “piti” e histeria.

Logo após esse entrave na page do portal, o mestre Freddy solta uma nota no grupo setorial. De inicio não me atentei para o “FVC” no final da nota e pensei ser coisa do fulano. Independente do autor, percebe-se que distorcem o que escrevo alegando que:

“Temos visto algumas observações de que”faltamos” ao NDesign. Na verdade nós somos um grupo de pessoas que se dispõe a participar desta luta e não um grupo de interesse que representa alguem ou alguma instituição. No momento atual com um projeto correndo no Congresso, com a necessidade de pressão para que nossos interesses sejam respeitados e apoiados, nos surpreende que o item não tenha sido ao menos incluido na pauta do NDesign. Pode até ser que tenha havido alguma discussão mas a falta de convite a alguém deste grupo, ao menos para esclarecer do que se trata, mostra uma profunda falta de interesse da atual classe de estudantes pelo assunto. Dá vontade de perguntar se há “futuro” nesta discussão e luta!!! /FVC”

Provavelmente tem a ver com o que rolou lá na page do Portal. Mas erraram novamente: vários convidados falaram sobre o assunto em suas atividades. Vários bate papos aconteceram informalmente (alguns até bem quentes com divergências). Sim estiveram presentes, mas não sei o que fizeram ou se fizeram algo.

Porém destaco que SE fizeram foi algo muito tímido e, tratando-se de NDesign, sabemos que com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, se nao fizer barulho, não é notado.

Eu, que participei do dia 19 até o último dia não vi sequer um cartazinho qualquer com a palavra regulamentação chamando o pessoal para conversar numa sala ou o qualquer outra ação que fosse.

Portanto, deixo claro que não sou contra a regulamentação do Design. Sou contra a exclusão da minha área do PL e a resistência em não inseri-la entre as áreas contempladas no PL.

Até propus a alguns membros do comitê uma simples alteração:

Eliminar as áreas e regulamentar o Design.

Depois disso, dentro do Conselho, delimitar as áreas. É o mais correto, o mais justo, o mais ético.

Como o projeto ainda está em tramitação (leia-se: sofrendo alterações), é possível fazer isso sem grandes consequências. Pode ser que demore um pouco mais o trâmite até a aprovação e sanção, porém não o inviabilizará ou levará tudo à estaca zero como alguns estão falando por aí na rede. E, para quem espera por isso ha mais de 20 anos, o que serão alguns meses a mais nesse processo?

Então, que fique bem claro:

Eu nunca fui contra a regulamentação do Design.

Sempre apoiei mesmo discordando da exclusão de minha área.

O que sempre fui contra é a regulamentação separada de minha área, especialmente sendo feita pel ABD que usa indevidamente o nome Design de Interiores quando, na verdade, nem sbe o que é isso.

Antes do designer, vem o Design.

Como se já não bastasse toda a problemática que enfrentamos entre profissões – alguns profissionais de outras áreas são ardilosamente maldosos – e a desinformação geral, ainda temos de lidar com preconceitos dentro do próprio Design!

É corriqueiro e comum no meio do Design preconceitos entre as áreas. Rola de tudo um pouco. É só olhar em qualquer fórum de Design e também nos das áreas.

Toda piadinha, por mais inocente que seja, carrega em si um lastro de preconceito. Já as acusações vêm impregnadas do preconceito e uma absurda ignorância sobre o assunto.

“Ah, ele partiu pra Produto porque não tem o dom da arte”, diz um gráfico.

“Ah, ele foi pra Gráfico porque é péssimo em matemática” diz o de produto.

“Ah, Interiores é coisa de patricinha ou de viadinho”, dizem muitos.

São imensuráveis as piadinhas. No último NDesign ouvi muitas delas, especialmente sobre a minha área, Interiores.

A não inserção de minha área na Regulamentação do Design tem muito a ver com isso.

Basta de apartheid! Chega de guetinhos!

O que ocorre é o seguinte: quando entramos para a faculdade pensamos que vamos encontrar um mundo maravilhoso, um universo infinito de possibilidades. Mas rapidamente percebemos que não é bem assim. Ou não, às vezes não nos damos conta de que as coisas não são bem assim. Somos forçados a acreditar que as coisas são exatamente como nos pintam.

Por exemplo: numa universidade existem quatro cursos de Design: Produto, Moda, Gráfico e Interiores (Ambientes). Cada um tem o seu departamento, seus laboratórios, suas salas, seus professores (alguns compartilhados, mas em horários distintos), seus alunos, seus espaços.

Muitas vezes percebemos que se trata de guetos que não se misturam nunca e/ou raramente algum maluco ousa interagir com outro grupo quando já é rapidamente repreendido seja lá de que maneira for.

Não há interação, não há integração. Ficam todos fechados em seus mundinhos, observando e absorvendo apenas o que está em seu campo visual (aproximadamente 150° somando a visão central + a periférica) nos esquecendo dos 210° restantes.

Não os culpo afinal, já foram condicionados a isso desde quando cursaram suas universidades. Na verdade o ser humano sempre é condicionado a isso, desde quando nasce:

– Somos ricos, não se misture com “aquela gentinha” (pobres);

– Aquele menino não é uma boa companhia para você;

– A sociedade, que devemos participar, é apenas aquela à qual pertencemos;

– Não devemos nos casar com outro de jugo desigual (igrejas);

Entre outras incontáveis frases que ouvimos desde que nascemos que condicionam, normatizam e engessam o nosso desenvolvimento como seres humanos. Se ousarmos quebrar uma destas regras somos tirados como loucos, irresponsáveis, etc. Na verdade,

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=ruN_LR60ZfQ

A gente se acostuma numa vã ilusão de que seguindo estas regras seremos felizes… a gente se acostuma até mesmo a engolir e sofrer calados quando estas regras nos trazem tristeza, sofrimento e dor…

Durante os cursos, a gente se acostuma a focar em nossa especialidade, a conviver com nossos colegas de curso, a pensar apenas em nossa área. Chegamos à faculdade e vamos direto para o nosso gueto. Se vamos à biblioteca buscamos as prateleiras de nossa área. Se encontrarmos com professores pelos corredores, só paramos para conversar com os de nosso curso. Na verdade só conhecemos estes. Só lemos revistas, livros, artigos, blogues, sites e toda forma de informação relativa à nossa área. Somos condicionados a isso. O sistema nos leva a isso.

Pergunte a um professor: “o que é Design?”.

Certamente ele irá começar um discurso teórico que rapidamente entrará em sua especialidade. Se ele for de produto, levará o discurso para esse lado.

Interrompa-o. “Professor, eu perguntei o que é Design, não Design de Produto.” Tenho certeza que a maioria dos professores não conseguirá fazê-lo ou tentará algo que ficará genérico demais.

A gente se acostuma a viver em nossos mundinhos, em nossos guetos, fechados em nossas conchas. E isso tem muito a ver com os profissionais no mercado também.

Daí nascem essas piadinhas e comentários maldosos e errados sobre as áreas.

Quando cheguei ao NJeitos, conversando com alguns encontristas e convidados ou ouvindo conversas paralelas, ouvi diversas vezes a frase  de que “interiores é coisa de patricinha ou viadinho”. Ficava quieto e apenas lançava: procure assistir a mesa redonda ou a palestra de amanhã sobre esta área. Acho que vai ser interessante para vocês.

E o pessoal de gráfico que não aceita muito bem seus próprios colegas de curso que preferem trabalhar com ilustração? Porque não foram fazer artes plásticas então já que gostam tanto de desenhar?

Mesmo diante de uma grade de conteúdos cobrindo uma imensidão de assuntos, percebe-se que o pessoal prefere informar-se apenas sobre a sua área. Muitos se tornam “achistas” sobre vários assuntos porque ouviram outros “achistas” dizer que é assim e aceitaram passivamente a desinformação como se fosse informação. Tornam-se achistas porque recebem uma informação e não vão pesquisar sobre o assunto para ver se confere com a realidade. Perguntam para um professor de Produto, o que é o curso de Interiores, por exemplo. Se este não tiver ligação com o curso de Interiores, certamente não conhece a especialidade para poder falar sobre com autoridade e acaba lançando ideias e teorias erradas.

Professores também são assim. Vem direto para as aulas, quando tem um tempinho ficam na sala de professores de seu departamento/curso, não interagem – ou muito pouco – com professores de outros cursos. Muitos nem conhecem a maioria dos professores dos outros cursos além do visual.

O de Grafico “acha” que sabe o que é Moda. O de Produto “acha” que sabe o que é Interfaces. O de Moda “acha” que sabe o que é Interiores. E o ciclo segue: a desinformação vai imperando.

As associações segmentadas também contribuem alimentando esse tipo de desinformação e apartheid. Elas até conversam entre si, mas não – ou pouco – cooperam umas com as outras.

E as coisas não devem, não podem continuar assim.

Essa linha de pensamento afeta o mercado onde profissionais se digladiam e não se entendem. Isso está afetando até mesmo o processo de regulamentação profissional em trâmite no Congresso Nacional.

Temos de ter em mente que:

Antes do designer (especialidade), vem o Design (área).

Não podemos e nem devemos manter ou alimentar estes guetinhos como se fossem coisas absolutamente distintas, não misturáveis, não integráveis ou integrantes da mesma raiz: o Design.

Um exemplo rápido: o pessoal de Moda quando faz um desfile, não busca conversar com o pessoal de Interiores/Ambientes para que estes desenvolvam a cenografia de seus desfiles ou produções de catálogos e editoriais. E as salas de aulas são ali, uma ao lado da outra. Mas ficam isolados em seus mundinhos.

Não podemos nos esquecer de que a base de todas as especialidades é a mesma: o Design.

Pregam que o Design é multidisciplinar, mas na pratica não vemos isso acontecer de maneira efetiva. Produto pega parte de Gráfico apenas no que lhe interessa. Interiores pega parte de Moda apenas no que lhe interessa. E não há uma busca real de integração, interação, complementação, cooperação. O que temos é apenas um aproveitamento de conhecimentos.

Prefiro afirmar que o Design é trans ou até “megadisciplinar”. Ele não é apenas multidisciplinar. Ele passeia e dialoga por praticamente todas as áreas do conhecimento que seus conteúdos abrangem.

Portanto, entes de sermos designers, temos de ter em mente que temos uma raiz em comum: o Design.

Então, não leiam e pesquisem apenas sobre a sua especialidade.

Professores, não falem sobre outra especialidade se não tem autoridade sobre o assunto. Não fechem as possibilidades de seus alunos apenas na sua especialidade. Não limitem os TCCs ou TFGs à especialidade.

Alunos, interajam com alunos de outros cursos, busquem formas de integração, cooperação. Ampliem seus conhecimentos.

Porque não uma associação nacional que agregue todas as áreas do Design? Seria muito mais forte, teria muito mais peso e, consequentemente, mais facilidade de trânsito e visibilidade que as segmentadas.

Somos muito mais do que nos condicionam e nos acostumamos a pensar.

O NJeitos foi um excelente exemplo disso. Apesar das piadas paralelas, a integração entre especialidades foi excelente e engrandeceu o Design e a compreensão sobre o Design.

Quem não é da área e assistiu ao Dedo de Prosa ou à minha palestra sobre Design de Interiores/Ambientes saiu com uma visão diferente da que tinha sobre a mesma. Conseguiu compreender – além do porque é sim Design – como é importante e integração e cooperação entre as áreas. E assim foicom as outras atividades. Isso ficou bastante claro nos dois últimos dias nas conversas que tive com o pessoal e pude perceber a alteração positiva de pensamento sobre a área pelo pessoal de outras áreas.

Viemos do Design, e ele é muito maior que as especialidades.

Design de Interiores/Ambientes – localização

Tenho visto ja a um bom tempo pessoas tentando definir ou explicar o Design de Interiores/Ambientes. Porém percebo que tais visões encontram0-se sempre distorcidas por vários fatores tácitos ou explícitos.

Então, lá vou eu tentar resumir um pouco essa bagaça e tentar botar ordem na casa.

Estou bem sem tempo agora, portanto vou apenas lançar algumas idéias que podem servir como direcionamentos para debates e pesquisas sobre o assunto ficando, portanto, bem longe de querer bater o martelo sobre este assunto.

Sobre o projeto de regulamentação do Design, Interiores/Ambientes foi excluído do projeto como já exposto aqui neste post.

Mas vamos desenvolver a análise sobre os pontos que provocaram essa exclusão:

1) ABD

A ABD insiste em não fazer a distinção correta entre os profissionais que são associados a ela. Ali, encontramos Designers, arquitetos, engenheiros, decoradores (sim há muita diferença) e pessoas não formadas em POHHA nenhuma. Assim, ela lança o status “Designer” para qualquer um. A impressão que fica é: pagou a mensalidade, és dezáiner (SIC).

É óbvio que a ABD não vai se mecher nesse sentido. Afinal, as estrelinhas são, em sua maioria, arquitetos. E se a ABD fizer esta distinção, certamente muitas estrelinhas irão se sentir ofendidas e sairão da associação. E, associação sem estrelinhas, é o mesmo que associação sem crédito na praça.

Esta semana mesmo vi uma arquiteta paisagista  se apresentando na TV como “Designer de Exteriores” (PASMEM!).

É o KCT!

É paisagista ou arquiteta e ponto final.

Assim, fica mais fácil$$ para a ABD manter-se calada comodamente. Faz vista grossa sobre este e diversos outros detalhes e só se mexe quando a água bate na propria bunda – caso aconteceu no caso da Brandalise.

Sobre a avaliação dos cursos indicados pela ABD, pelo que se percebe, qualquer lixo entra naquela lista. E também há o caso de que a própria ABD estimula as diversas formações dando status igual a elas. Sem contar que tem cursos que aparecem no site da ABD como reconhecidos que tem qualidade altamente questionável seja pela estrutura curricular, ementário e corpo docente.

Eu, sinceramente, estou perdendo o crédito – novamente – na ABD. Jéthero, me perdoe dizer isso mas essa é a verdade. Acreditei em você, por isso me associei. Mas vejo que você não passa de mais um voto vencido lá dentro, infelizmente, como sempre aconteceu com quem tentou levar a VERDADE lá para dentro.

Isso já está cansando.

2) Outras associações

ADP, ADEGRAF e tantas outras associações das outras áreas que existem no Brasil. São válidas sim e estas – ao que parece – agem com mais dignidade que a ABD, lutando por seus profissionais representados.

No entanto, é um descabimento ter de ler profissionais de Design Gráfico ou Produto – apenas – tentando definir o que é ou onde se encaixa Design de Interiores/Ambientes dentro da raiz DESIGN.

Nem vale à pena repetir aqui as asneiras que tenho lido. Isso se deve a um simples fator: eles não são da área, não a conhecem profundamente como conhecem as suas próprias. Acabam se deixando levar por “achismos” (Morin) e disseminam estes absurdos como se verdades fossem.

Devo ressaltar aqui também o preconceito de alguns com relação à Interiores/Ambientes. Ressalto que preconceito = pré-conceito de algo, desconhecido com exatidão.

3) Design

Se formos analisar friamente, hoje não existe mais essa de Produto ou Gráfico puro. O que existe, na verdade, é o Design e as suas possíveis especialidades.

Vejam bem, esta imagem vem de um PDF da ADEGRAF explicando alguns dos porquês da necessidade da regulamentação:

Como se vê, Design é uma área permeável, multi, intra e transdisciplinar. Assim como ela influencia e/ou avança sobre outras áreas, também sofre influências destas.

É impensável hoje em dia alguém afirmar que a área de produto lida apenas com produtos. Isso é MENTIRA!!! Assim como Gráfico também não lida apenas com Gráfico.

Para desenvolver um produto, por exemplo, invariavelmente, o profissional terá de lidar com outras “disciplinas” – vamos chamar assim – à saber alguns exemplos bem rápidos:

– do produto vem a concepção desenho (gráfico) e detalhamento geral do objeto, o conhecimento técnico, estrutural, materiais, texturas, etc.

– do gráfico temos toda a parte de representação gráfica necessária para a apresentação e entendimento do objeto, cores e grafismos, etc

– das engenharias vem a parte estrutural, resistencia dos materiais, produção, etc

– da psicologia vem tudo o que engloba a parte sensorial, perceptiva, usabilidade, conforto, etc

– da administração vem todo o processo produtivo, vendas, etc

Da mesma forma podemos fazer a análise acima com relação ao Gráfico ou a qualquer outro tipo de Design.

Como se vê, não existem mais áreas dentro do Design, o que existem são as especialidades que dialogam entre si. O que acontece é que cada profissional é quem escolhe como e com o que trabalhar.

4) Design de Interiores/Ambientes

Este faz parte da arquitetura?

Pode até fazer, mas é um elo tão infimamente ridículo que resume-se apenas à edificação. O uso que se fará desta e como se dará este uso.

As imagens abaixo ( também do PDF da ADEGRAF) reforçam esta minha visão:

Existe alguma diferença no método de desenvolvimento de projetos entre um Designer de Interiores/Ambientes e outros Designers?

Não! É exatamente a mesma coisa. Tudo gera em torno de um problema (o ambiente e seu uso) e na busca da melhor solução para ele (o produto final).

As dificuldades de inserção ou diálogo com equipes multidisciplinares é a mesma. E, da mesma forma, estas equipes acham que sabem/entendem o sufuciente sobre Design a ponto de acreditar que não necessita de um profissional desta área junto delas. Porém, aquelas que já perceberam esse erro e assumiram profissionais de Interiores/Ambientes como membros das mesmas estão obtendo resultados fantásticos, antes impensáveis.

Com relação à sua participação na área DESIGN, esta se faz bem mais presente pois o que o profissional desta área busca é a solução de problemas assim como qualquer outra área do Design. Não é o mero ajeitar de peças dentro de um espaço buscando a disposição mais “bonitinha”. É bem mais que isso.

– Projeto de mobiliários: sim, o Designer de Interiores/Ambientes é capaz de realizar projetos de mobiliarios da mesma forma e padrão que um designer de produtos faz. A diferença é que este produto pode ser confeccionado como peça exclusiva (que também acontece no DP) ou seriada. O projeto é o mesmo.

– No trabalho com cores e texturas entra a parte gráfica. Sim, pois não é raro vermos grafismos em projetos sejam na pintura de uma parede, na paginação de um piso, na composição têxtil de um jogo de cama ou panejamento (têxtil), entre outros alémde que sempre nos vemos desenvolvendo novos padrões de texturas para superfícies.

– Superfícies? Porque não? Afinal sempre nos vemos trabalhando com materiais diversos buscando a melhor solução estética para alguma coisa através do tratamento das diversas superfícies de um projeto (produto final).

– Materiais também pois nos vemos constantemente pesquisando e até mesmo desenvolvendo novos materiais ou aplicações para os já existentes.

– Produtos novamente pois é bastante comum – especialmente na área de lighting ou num projeto de iluminação (que faz parte de Interiores) – desenvolvermos luminárias, suportes e outras partes para servir de suporte para o projeto  ou até mesmo para ser a peça central do projeto. Aqui inclui-se até mesmo alteração/inserção de elementos arquitetônicos.

– Gráfico mais uma vez que engloba toda a parte de apresentação de um projeto – dos rabiscos na concepção ao desenho final do projeto executivo.

Enfim, se formos esmiuçar tudo ainda cabem diversas transições entre-áreas do design que formam o Design de Interiores/Ambientes. Esta lista ficaria bastante extensa. Assim ocorre em qualquer outra área do Design. Pegue um caderno aí (ou o word) e procure fazer isso com a sua área e perceberá o quanto ela é maleável, dialoga e por vezes usa especialidades de outras áreas sem que você se dê conta.

Assim, se for para falar ou tentar definir sobre Design de Interiores/Ambientes, que o façam os Designers desta área.

Portanto, reitero aqui a minha posição: regulamentem o DESIGN.

Depois, dentro do Conselho, regulamenta-se as especialidades.

E vamos que vamos

Pois a correria tá grande e o tempo muito curto.

Bom pessoal, lá vou eu com um tapão na fuça de alguns ok? Não se assustem.

Quero e preciso destacar aqui que deu entrada no Congresso Nacional um projeto de regulamentação do Design (mais um).

Ótimo! Espero realmente que dessa vez a coisa ande.

Porém tenho algumas considerações à fazer sobre o referido projeto. Isso terá de ser muito debatido pois do jeito que está, vai dar complicações.


Coloquei na resposta no Portal DesignBR o seguinte sobre o mesmo:

“(Comunicação Visual, Desenho industrial, Programação Visual, Projeto de Produto, Design Gráfico, Design Industrial, Design de Moda e Design de Produto)

é,

pra não variar, a panelinha dos “dotôres” do dezáine brasuca excluíram mesmo interiores/ambientes do processo demonstrando claramente o quanto entendem realmente sobre Design.

Entendem tanto que não conseguem perceber a obviedade da áres de interiores/ambientes ser parte da matriz Design.

LAMENTÁVEL!

Mas observem o absurdo disso:

Art. 5º A denominação “designer” é reservada aos profissionais que atendam as exigências previstas no art. 3º, desta Lei.

Ah sim senhores dôtores, então nós da área de Interiores/ambientes não poderemos nos apresentar mais como Designers? Aham… senta lá cráudia… pode sentar…

Art. 7º A pessoa física ou jurídica que desempenhar ilegalmente as atividades reservadas aos profissionais de que trata esta lei, ficará sujeita as sanções previstas no Decreto-Lei nº 3.688, de 1941.

Aham cráudia, continua sentadinha tá??? Eu vou sim continuar a usar o título que tenho e quero ver quem vai me impedir.

Não, não sou contra a regulamentação e todos sabem o quanto luto por ela. Meu blog e este portal são provas disso.

No entanto, nao posso ficar calado diante desse absurdo.

Fica aqui registrado o meu protesto com relação a isso e intimo os “dotôres” que estao fazendo isso a efetuar consultas públicas no congresso, convidando os Designers de Interiores/Ambientes para o debate.

Mas não associações vendidas, chamem os profissionais. E nao ajam, novamente, desta forma sorrateira e covarde.

Apoio a causa, mas nao o meio.

Como se vê, o projeto não contempla a área de Interiores/Ambientes e tampouco sonha com a existência da de Lighting.

Isso se deu por dois motivos que já expus aqui neste blog e vale a pena ressalta-los:

1 – porque o grupo que se reuniu para elaborar este projeto convidou a ABD para fazer parte e a mesma fez pouco caso dizendo que tem um projeto próprio de regulamentação da área de Interiores. Porpem vale ressaltar aqui que até hoje a ABD não teve culhões para separar decoradores, arquitetos e designers e continua insistindo no ERRO de classificar todos como designers. E o projeto que a dita cuja pretende enfiar no Congresso Nacional seguirá essa linha tosca de pensamento.

2 – porque a maioria dos “dotôres” que participaram da elaboração deste projeto preferem viver no achismo (Morin) à ir pesquisar sobre o que realmente é Design de Interiores/Ambientes. Preferem continuar vomitando seus lixos intelectualóides sobre uma coisa que sequer se preocuparam em ler sobre, em conversar com um profissional da área realmente sobre.

Mas vale ressaltar que nos dois casos há um “argumento” velado: não querem se indispor com o pessoal da arquitetura.

Cráudias, um detalhe:

DESIGN DE INTERIORES/AMBIENTES NÃO É ARQUITETURA FOFFY’S, É DESIGN!!!

Dá pra entender isso?

Porém a coisa é mais grave: este projeto elimina outras vertentes (áreas) do Design.

Eu já tinha falado várias vezes que o correto seria um projeto que regulamentasse o DESIGN.

Depois disso, no Conselho à ser criado, regulamentariam-se as áreas.

Mas os “dotôres-sabe-tudo-e-reis-da-razão” preferiram seguir seus egos. Ou melhor, as associações e grupinhos “falando em nome de” sem consultar os inúmeros “des”, que são os profissionais.

Isso vai sim dar merda!!!

Então, já que está no Congresso Nacional o projeto, vamos lá, para ajudar nisso tudo:

1) Que se promovam audiências públicas (várias – pois o tema é amplo e complexo) onde os profissionais sejam convidados a participar, opinar, alterar enfim, fazer parte do processo que irá regulamentar a sua área profissional e que este não seja feito nos bastidores, apenas com grupinhos que se acham os reizinhos da cocada branca.

2) Que estas audiências não sejam realizadas apenas em Brasília dada a dificuldade de acesso para quem mora longe, mas sim que sejam realizadas plenárias em todos os Estados (e não só nas capitais) para que um maior número possível de profissionais possam ser ouvidos. Me disponho a organizar aqui no interior do Paraná.

3) Também que nestas audiências sejam realizadas mesas separadas por áreas, para que todas possam ser ouvidas em suas reivindicações e realidades, sem a interferência de outras áreas ou de “achistas” de plantão.

Sim, é uma intimação isso!

Se é pra ser, que seja.

Mas que seja JUSTO, CORRETO e ÉTICO para TODOS os profissionais de Design.

E aí?

Vão encarar?

#5do11 O que comemorar?

Pois é Designers, chegamos a mais um #5do11. Mais um do mesmo, de novo.

Mais um ano se passou e aí?

Como vai o Design por aí onde você mora e trabalha?

Como vai o design por aí, dentro de você?

QQ tá rolando? QQ tá pegando? QQ tá acontecendo? Alguma novidade sobre isso tudo?

Pois é, vi que ha pouco tempo atrás fundaram uma tal de associação de designers aqui do Paraná, só feita por curitibanos e pelo que pude observar, a tal paranaense só vai atender aos curitibanos… e se diz “paranaense”. Sei, sei… E ainda há o fato de os mentores terem “engolido” atravessado a sub-área de moda, porém regurgitaram completamente a de Interiores e Ambientes.

“Isso me fez pensar…” e tem gente que odeia quando escrevo isso….

Outra coisa é que tivemos recentemente também aqui no Paraná uma tal de Bienal de Design. Tudo bem ser realizada em Curitiba até mesmo porque nas outras cidades do Estado, infelizmente, não encontramos estrutura necessária para a realização de um evento deste porte. Mas então, observando as noticias, coberturas, fotos e posts por aí, além de todos os pappers lançados anteriormente, percebi com tristeza que a minha área foi deixada de fora. Deixada não, foi ignorada mesmo. No entanto, contrataram profissionais de outras áreas para fazer trabalhos que qualquer profissional de Design de Interiores e Ambientes é capaz de fazer. Mas não estranhei tanto não isso…

Pouco antes disso, percebi numa comunidade do Orkut que alguns profissionais de outras áreas do design estão atacando seriamente Interiores e Ambientes. Afirmo com toda certeza de que se tratam de “dezáiners” independente de ter formação superior, mestrado ou doutorado. Pelo tipo e formato de argumentação percebe-se claramente que, depois de anos de estudos e vida profissional, ainda não conseguiram compreender a complexidade e abrangência do DESIGN. Porém, o mais triste foi ver um deles (que é arrogante ao extremo e se acha um deus, e odeia críticas) que é da área de produtos, postar que está começando a fazer… interiores… #KiMedo…. rsrsrs

Pois é, mais um ano se passou, nada mudou e a população do país reelegeu o partido que diz que o Design não deve ser regulamentado porque “senão a dona Maria, que mora lá na vila, não vai mais poder pintar seus panos de pratos”…. é gente, a dona Maria vai continuar a ser uma excluída, à margem da sociedade, com a sua TV de plasma pendurada na parede da sala que ela ainda tem mais umas 500 prestações à pagar nas Casas Bahia, vai continuar a pisar no esgoto a céu aberto no portão da sua casa, agonizando nas filas do SUS, vendo seus netinhos serem deseducados na escola e marginalizando-se pelas ruas mas está feliz: tá pintando e vendendo os seus paninhos de pratos.

Enquanto isso a gente vai seguindo, sem uma identidade própria, vendo empresas e empresários importarem design e designers, a mídia deseducando e desinformando ao apresentar “dezáiners e dezáine”, qualquer um virando “dezáiner e fazendo dezáine”, nossos parlamentares continuando a confundir Design com artesanato e a gente aqui, no nosso cantinho, cômodamente vendo a caravana passar… e aplaudindo… assoviando e chupando cana… e batendo no peito cheio de orgulho e arrogância que “eu sou Designer!”

E as associações? O que elas fizeram por nós este ano?

Ah, você nem sabe que existem associações de Designers? Ah, você sabe, faz parte mas apenas paga a anuidade e nem se importa com o que rola dentro da associação? Tem um número apenas para dizer que tem?

Aham… senta lá Cláudia, senta….

Pois é né, e aquele monte de grupos, comunidades, redes sociais que você participa?

Tá ja sei, você [Insane mode enabled] entra diariamente em todas elas, troca lances imagéticos (coraçõezinhos, leõezinhos, carneirinhos, cachorrinhos, inhosinhosinhos) com seus contatos, marca baladas e apenas dá uma geral nos assuntos. Afinal você é uma pessoa normal. E o Design não precisa nem um pouco do seu pensamento, da sua voz, da sua reflexão… Para quê se, afinal de contas, já existem uns 20 malucos por ai que já fazem isso, pensam por todos nós não é mesmo? Eles até falam sobre todos os assuntos que me interessam, então nem preciso me meter, propor algo, questionar nada, já está tudo ali mastigadinho. Ah, eu prefiro entrar nos blogs de meus amigos, ver aquele monte de imagens lindas e deixar um beijinho pra eles no comentário. Tá ótimo! Já fiz a minha parte!

Quando eu precisar de alguma coisa dou uma corrida até o blog da Mônica, ou o IFD da Iris, este aqui do Paulo, quem sabe o do Morandini, dou uma chegadinha até o Portal DesignBR, talvez no Espaço.com, pode até ser no Brains9 ou quem sabe ainda na Design Brasil do Orkut. Tem tudo por aí, dou um ctrlC+ctrlV, troco umas palavrinhas e pronto, posso apresentar a minha criação pro meu professor ou pro meu cliente. Tá ótimo!

Mas eu acho que ainda faltou trocar a cor daquela cadeira… azul não tá “ornando”.. acho que vou mudá-la pra vinho aí ninguém vai perceber de onde chupei a idéia.

Ah meu, tem tbm aquele povo chato daquele grupo que tá achando que eu sou um trouxa e vou dar dinheiro pra ajuda-los a manter aquilo lá… Tudo bem que tem muita coisa legal lá, fiz excelentes contatos, já rolaram até alguns jobs por lá.. ah, mas eu não tenho nada a ver com isso não. Nem tem empresários que visitam aquele espaço mesmo… Como o nome de lá diz é um ponto de encontro apenas para designers. E também tem outra, eles que são donos que tem de agitar aquilo lá e não vir entupir a minha caixa de e-mails com spams pedindo que eu entre lá para dar idéias. Fala sério meu…

E se tem uma coisa que me irrita profundamente é começar a trocar umas idéias com uns colegas da minha área lá naquele grupo e sem mais nem menos vem uns idiotas de outra área querer dar pitaco. Pô que sem noção aquela mina que faz roupas vir querer discutir sobre grafismos com a gente… [Insane mode disabled]

Pois é, meio amargo ler isso tudo não é mesmo? Mas infelizmente é a realidade.

Tá bom, parei!!!!

Afinal hoje é dia #5do11 e temos de comemorar!

Ok, então apesar da #vergonhalheia, eu vou comemorar o meu sucesso profissional, os novos contatos que eu fiz, clientes atuais e prospects, novos projetos, idéias e possibilidades, o sucesso deste meu blog, o respeito e reconhecimento que venho recebendo, o diálogo com parlamentares sérios que consegui abrir e que vou usa-los para regulamentar as minhas área s profissionais, entre outras coisas mais.

E faço da alegria desta minha comemoração, um brinde a todos os Designers brasileiros, de todas as áreas por este dia tão especial.

Tim-tim!

CREA autua Designers de Interiores. Saiba como agir.

Com esse título, a ABD colocou em seu site uma matéria até que interessante sobre o tema.

Para ler na íntegra, acesse o site nesse link.

No entanto, não posso deixar de tecer alguns comentários, especialmente porque agora sou associado e tenho o direito de questionar, observar, propor, etc. Bom vamos lá:

1) um erro gravíssimo nesse texto e que confirma o que escrevo ha muito tempo sobre a ABD está neste trecho:

A atividade do Designer de Interiores (antigo decorador) existe no Brasil desde o início do século 20 e, anualmente, os diversos cursos reconhecidos pelo MEC, colocam no mercado de trabalho centenas de novos profissionais. Hoje, no Brasil, existem 70 cursos técnicos, 47 tecnólogos e 10 superiores na área de Design de Interiores. Como ignorar esse fato? Como acreditar que essa profissão não existe?”

“Antigo Decorador”…

Por Deus!!!!

Ainda não aprenderam que Decorador é uma coisa e Designer de Interiores é outra completamente diferente? Que decorador é decorador e Designer de Interiores é DESIGNER?????

Por favor diretoria da ABD, leiam isso aqui.

* Jéthero, precisa urgentemente colocar em prática as coisas que me falou aquele dia pelo telefone!!!!

2) A parte que  o assessor jurídico fala sobre as áreas de atuação profissional e mais abaixo onde a própria ABD faz as suas colocações é bem interessante e ressalta a hipocrisia do CREA e outros órgãos com relação à nossa atuação profissional.

Vejam bem, nos proibir de pintar uma fachada é mais que ridículo, absurdo. Essas proibições só servem para satisfazer os egos dos profissionais protegidos por essas instituições pois se formos VER o mundo real, esses fiscais teriam de multar 90% dos predios. Me digam a quantidade de condominios que tenham feito a pintura de suas fachadas ou quantas residência tiveram suas fachadas pintadas por pintores apenas sem o acompanhamento de qualquer profissional? Geralmente os sindicos ou donos de imóveis chamam um pintor, fazem um orçamento e mandam ver e o tal CREA nem percebe isso.

E agora vem com esse tipo de palhaçada pra cima de nós? HIPÓCRITAS!!!

3) Ainda bem que logo abaixo no texto, o Jethero reafirmou o que eu ja postei aqui no blog:

“Segundo Jethero Cardoso, Designer de Interiores e membro do Conselho Deliberativo da ABD, o exercício de Design de Interiores não esta de nenhuma forma vinculado ao CREA, portanto não pode ser fiscalizado por essa entidade.”

AHHHHHHHHHHHHH alguém me ouviu e entendeu o que eu sempre disse!!!!!!

4) Infelizmente, essa ação da ABD só aconteceu porque, como dizem, a “água bateu na própria bunda”, ou seja, afetou algum deles. Já estavamos cansados de denunciar esses abusos cometidos por CREAS, IABS e outras entidades que nada tem a ver com a nossa área e parecia que a ABD fazia vista grossa, nunca conseguia ver a realidade do problema,  como isso afetava a nossa produtividade e reconhecimento profissional. Mas por uma dessas ironias do destino, aconteceu com uma diretora, a Brandalise, de Curitiba. Só assim para eles entenderem e perceberem a realidade dos profissionais normais, aqueles que não frequentam as paginas e sites das revistas.

Admiro muito o trabalho da Brandalise e sempre dou uma espiadinha no que ela vem produzindo. É uma excelente profissional. Uma pena ter passado por esse transtorno.

Mas que bom que passou pois assim a ABD caiu na real e viu que o que sempre reclamamos e denunciando não era apenas intrigas da oposição ou reclamações de profissionais mediocres.

Eu mesmo ja levei varias prensas de arquitetos porque em lojas os vendedores acabam soltando que vão terminar de atender aquele outro arquiteto (apontando para mim) e logo irão atendê-los. Eu sempre deixo mais que claro e corrijo quantas vezes forem necessárias: “EU SOU DESIGNER E NÃO ARQUITETO!”  Mas vendedor é vendedor… Também ja tive problemas em obras e, como a Brandalise coloca no  texto “Foi uma experiência desagradável pois exigiu tempo e recursos financeiros para a minha defesa, além do desgaste”. Isso sem contar o estresse que você passa.

Parabéns Fabianne Brandalise, é de gente assim que a ABD – e nós Designers – precisamos: com MAIS ATITUDE E MENOS DISCURSO.

5) E lá vem vista grossa de novo no final do texto:

“Boa parte da fiscalização do CREA é resultado de denúncias feitas por moradores de condomínios que se sentem importunados por obras do vizinho. Eles ligam para o disque denúncia do CREA e o fiscal parte para a verificação e possível autuação.”

Fala sério ABD, a maioria das denuncias vem de arquitetos que perderam clientes para os designers.

Vamos parar de agir socialmente para sair bem na foto e sermos honestos?

Apoiei vocês na eleição baseado na confiança que tenho no Jéthero e acreditando na seriedade, honestidade e comprometimento dessa diretoria. Desse jeito ja começo a desacreditar.

Um bom começo seria você assumirem a distinção entre Decorador, Designer de Interiores e Arquiteto decorador.

Tou aqui para ajudar no que for necessário, mas não compactuarei com o que não concordo e com o que vejo ser errado.

Yes! Nós temos CBO!!!

Uma brincadeira com a música “Yes! Nós temos bananas!”.

Encontrei a nova classificação do CBO (Cadastro Brasileiro de Ocupações) da área de Design de Interiores/Ambientes.

Dentre tudo o que venho defendendo sobre a nossa área, a nossa atuação profissional, muitas agora já constam lá. Copiei alguns trechos para voces:

2629 :: Designer de interiores de nível superior

Participantes da Descrição

Especialistas
Adriana Siqueira Dos Santos Oliveira
Ana Lúcia Rodarte
Carolina Szabó
Daniela Buscaroli
Jéthero Cardoso De Miranda
Marize Malta
Sérgio De Oliveira
Thaís Luz De Oliveira

Instituições
Amide – Assoc. Mineira De Decoradores De Nível Sup
Buscaroli Arq-design E Interiores S/c Ltda.
Carolina Szabó Interiores
Faculdade De Belas Artes De São Paulo
Faculdades Integradas Teresa Dávila
Sérgio De Oliveira Prof. Arquitetura De Decoração Ltda.
Thais Luz – Designe De Interiores
Universidade Federal Do Rio De Janeiro (Ufrj)

Instituição Conveniada Responsável
Fundação de Desenvolvimento da Unicamp – Funcamp

Áreas de Atividade:

A   – ANALISAR PROPOSTA DE TRABALHO
A.1  – Realizar entrevistas com cliente para identificar intenções
A.2  – Identificar os procedimentos e atividades a serem executadas
A.3  – Avaliar limites orçamentários
A.4  – Avaliar prazos
A.5  – Avaliar possibilidades e limites técnicos do espaço a ser trabalhado
A.6  – Elaborar proposta de trabalho
A.7  – Elaborar proposta de honorários
A.8  – Estabelecer cláusulas do contrato de trabalho
B  – CONCEITUAR O PROJETO
B.1  – Realizar entrevistas com o cliente para definir necessidades funcionais e técnicas
B.2  – Realizar levantamento e análise do espaço
B.3  – Pesquisar o tema e o perfil do usuário
B.4  – Pesquisar contexto social e histórico da obra
B.5  – Pesquisar as necessidades específicas das diferentes áreas do espaço a ser planejado
B.6  – Levantar normas e legislação
B.7  – Analisar os dados levantados
B.8  – Diagnosticar problemas
B.9  – Definir programas de necessidades
B.10  – Definir conceito e partido do projeto
B.11  – Planejar espaços
B.12  – Elaborar fluxograma
B.13  – Elaborar organograma
C  – ELABORAR ESTUDO PRELIMINAR
C.1  – Definir ocupações do espaço
C.2  – Elaborar a solução criativa para o espaço
C.3  – Sugerir eventuais modificações ao projeto arquitetônico
C.4  – Definir soluções de conforto ambiental
C.5  – Aplicar conceito ergonômico
C.6  – Pesquisar materiais
C.7  – Representar espaço criado graficamente
C.8  – Apresentar estudo preliminar ao cliente
D  – ELABORAR ANTEPROJETO
D.1  – Adequar as alterações do projeto ao espaço
D.2  – Definir formas, texturas e cores
D.3  – Definir materiais e equipamentos
D.4  – Representar graficamente o espaço redimensionado
D.5  – Elaborar planilha e especificação de materiais e equipamentos
D.6  – Interagir com projetos complementares
D.7  – Apresentar o anteprojeto ao cliente
E  – ELABORAR PROJETO EXECUTIVO
E.1  – Representar graficamente o projeto para execução
E.2  – Projetar a locação de pontos luminitécnicos
E.3  – Locar pontos de lógica
E.4  – Locar pontos de telefonia
E.5  – Locar pontos elétricos
E.6  – Locar pontos de ar condicionado
E.7  – Locar pontos hidráulicos
E.8  – Especificar os materiais e equipamentos a serem utilizados considerando normas de higiene
E.9  – Criar peças especiais
E.10  – Criar móveis considerando ergonomia
E.11  – Adaptar projetos às normas da abnt
E.12  – Estabelecer interfaces gerenciando projetos complementares
E.13  – Elaborar memorial descritivo
E.14  – Orçar projeto
F  – EXECUTAR O PROJETO
F.1  – Elaborar cronograma físico e financeiro
F.2  – Realizar cotação ou concorrência de produtos e serviços
F.3  – Selecionar fornecedores
F.4  – Estabelecer colaboração com outros profissionais (engenheiros, arquitetos, paisagistas)
F.5  – Contratar serviço de mão-de-obra especializada (pintor, eletricista etc)
F.6  – Coordenar as diferentes equipes de trabalho
F.7  – Gerenciar obra ou projeto
G  – ACOMPANHAR A EXECUÇÃO DA OBRA
G.1  – Supervisionar os processos construtivos
G.2  – Supervisionar cronograma
G.3  – Fazer ajustes ao projeto quando necessário
G.4  – Avaliar resultado do projeto junto ao cliente
G.5  – Orientar a execução específica de materiais e serviços
G.6  – Avaliar a pós ocupação do espaço
H  – PESQUISAR PRODUTOS, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
H.1  – Testar produtos, materiais e equipamentos
H.2  – Participar de grupos de especialistas para avaliar produtos e materiais
H.3  – Contribuir para o desenvolvimento de produtos, materiais e equipamentos
H.4  – Criar espaços ou ambientes utilizando novos produtos
H.5  – Participar do lançamento de novos produtos
H.6  – Adaptar materiais para criação de ambientes
H.7  – Criar soluções para portadores de necessidades especiais
H.8  – Pesquisar materiais que garantam a preservação ambiental
I  – PROMOVER O CONSUMO
I.1  – Criar ambiente favorável ao consumo
I.2  – Criar ambientes temáticos e estéticos
I.3  – Montar espaços que destaquem o produto
I.4  – Destacar atrativos sensoriais na distribuição dos objetos para estimular o consumo
I.5  – Proporcionar atrativos sensoriais no ambiente para promover bem-estar
Z  – DEMONSTRAR COMPETÊNCIAS PESSOAIS
Z.1  – Comunicar-se com diferentes públicos
Z.2  – Demonstrar poder de persuasão
Z.3  – Participar de exposição e mostras
Z.4  – Divulgar trabalhos na mídia
Z.5  – Demonstrar capacidade de aplicção de técnicas de representação gráfica
Z.6  – Demonstrar capacidade de captar os objetivos do cliente
Z.7  – Ser capaz de transmitir informações culturais para o cliente
Z.8  – Ser capaz de atender as necessidades do cliente
Z.9  – Ter formação de nível superior
Z.10  – Demonstar domínio técnico, tecnológico e científico
Z.11  – Exercer liderança
Z.12  – Estar capacitado para promover bem-estar, saúde e segurança
Z.13  – Prestar consultoria na sua área e áreas afins
Z.14  – Ser capaz de ministrar aulas
Z.15  – Ser capaz de realizar pesquisas
Z.16  – Manter-se atualizado à respeito da aplicação de materiais e equipamentos
Z.17  – Manter-se atualizado com as tendências de mercado
Z.18  – Demonstrar capacidade de técnicas de informática
Z.19  – Demonstrar ética profissional

É, como podemos ver agora sim a nossa profissão está começando a ser respeitada e ter a sua atuação delimitada coerentemente. Está completa? Não! Ainda faltam alguns pontos, mas isso já basta para dar um cala boca em muita gente.

Então é isso pessoal, mais uma vitória nossa, de nossa classe, de nossa profissão! Mais um passo rumo à regulamentação profissional.

Bons projetos daqui pra frente e, agora, respaldados por um órgão federal superior a qualquer associação ou conselho.

Pós que podemos (e devemos) fazer

Muita gente me questiona sobre quais os cursos de pós são interessantes fazer após o curso superior de Design de Interiores/Ambientes. Bom, isso depende da sua formação superior, da modalidade em que se formou.

Se você se formou em um curso sequencial poderá optar por especializações (lato senso). Já aqueles que optaram por um curso tecnológico podem entrar em especializações (lato senso) , mestrados e doutorados (lato senso – profissionalizantes). Importante não confundir técnico (ensino médio) com tecnólogo (ensino superior).

Se a sua formação for uma graduação (licenciatura/bacharelado) poderá optar pelas especializações (lato senso) ou os mestrados e doutorados (strictu senso).

É importante salientar que no caso dos cursos tecnológicos e sequenciais, de acordo com o MEC, nenhuma universidade ou faculdade pode proibir o ingressos de pessoas formadas nessas modalidades nos cursos de especializações. Assim como, para o ingresso nos mestrados e doutorados (profissionalizantes), o acesso dos tecnólogos é garantido por Lei (Lei 9394/96, Parecer do Conselho Nacional de Educação – CNE/CP 29/2002, Resolução CNE/CP nº 3, de 18/12/2002 e Decreto 5773, de 09 de maio de 2006).

A IES que faz isso está infringindo a Lei.

Assim temos hoje as seguintes modalidades de Ensino Superior aqui no Brasil e suas respectivas características:

Bacharelado:
Formação de profissionais como médicos, engenheiros, advogados.
Horas De 2.400 horas (por exemplo museologia) a 7.200 horas (medicina).
Anos De 3 a 6 anos.
Pós-Graduação: Pode fazer qualquer tipo (profissional chamado de latu sensu, mestrado ou doutorado).

Tecnologia:
Formação de profissionais com ênfase na atividade prática.
Horas: Carga horária menor, varia entre 1.600 horas e 2.400 horas.
Anos: De 2 a 3 anos.
Pós-Graduação: Pode fazer qualquer tipo (profissional chamado de latu sensu, mestrado ou doutorado).

Licenciatura:
Formação de professores para ensino fundamental, médio e técnico.
Horas: No mínimo 2.800 horas Pelo menos 300 horas devem ser de estágio.
Anos: De 3,5 a 4 anos.
Pós-Graduação: Pode fazer qualquer tipo (profissional chamado de latu sensu, mestrado ou doutorado).

Sequencial de Formação Específica:
Não são cursos superiores de graduação. Oferecem formações diversas.
Horas: No mínimo 1.600 horas e 40 dias letivos.
Anos: No mínimo 2 anos.
Pós-Graduação: Só pode fazer pós-graduação profissional, chamada de latu sensu.

(fonte: Universitário)

Então, por partes, vamos aos cursos que são interessantes para a nossa formação:

Para aqueles que pretendem tornar-se professores universitários, o curso de Metodologia e Didática do Ensino Superior é fundamental, pois nele são repassadas a base pedagógica que não tivemos em nossa formação. Na maioria das IES, este curso é obrigatório para o ingresso no corpo docente.

Outros cursos de especialização:

Design de Interiores: eu sempre digo que é interessante assistir mais de uma palestra ou ler mais de um livro/artigo sobre o mesmo tema, pois cada palestrante/autor tem uma visão diferente sobre o mesmo assunto, uma abordagem diferenciada. Além disso há a possibilidade de realizar pesquisas que, infelizmente aqui no Brasil, nossa área é tão carente. Portanto, é interessante sim uma pós em nossa área específica.

Artes: serve tanto para quem pretende atuar como professor quanto para aqueles que querem aumentar o repertório/conhecimento artístico. Aqui encontram-se os cursos em artes plásticas, cênicas, música e dança em todas as suas vertentes: história, aplicadas, arteterapia, etc.

Artes cênicas: coloco este em separado também pois nestes cursos você poderá optar pela área de cenografia.

ECO’s: desenvolvimento, ecodesign, eficiência energética e tantos outros na linha “ECO” são cada dia mais solicitados pelo mercado de trabalho. O formação e conscientização correta sobre como projetos ECO podem melhorar a vida do ser humano e de nosso planeta deve ser uma constante em nosso trabalho.

Gestão: como administrar/gerir/empreender um projeto ou a área do Design é o foco destes cursos.

Ergonomia: cada dia mais presente e importante nos projetos, a ergonomia vem sendo valorizada tanto pelos clientes quanto pela indústria.

Moda: para aqueles que, como eu, trabalham com moda também. Entender o universo e os processos da moda é fundamental para a realização de trabalhos coerentes e que atendam as necessidades do cliente/produto.

Lighting Design: para aqueles que querem trabakhar nesta área é fundamental a conclusão deste curso pois, a formação recebida no curso superior faz apenas o iluminador básico. E, uma iluminação de qualidade técnica/estética pressuõe uma ampla especialização na área.

Produtos: para aqueles que desejam melhorar a qualidade técnica de seus projetos de mobiliários, equipamentos e acessórios ou até mesmo seguir profissionalmente a área de produtos.

Conforto Ambiental: iluminação, acústica e térmica são os pontos chaves desse curso e elementos essenciais num projeto.

Gráfico: é um curso bastante interessante para anossa área pois através dele teremos maior fundamentação sobre cor, semiótica, imagens, linguagens e tantos outros elementos gráficos que usamos rotineiramente em nossos projetos.

Paisagismo: para quem quer ampliar conhecimentos e o leque de mercado neste segmento.

Design de Interação: cada dia mais em voga e real, o design de interação busca aprimorar a experiência entre o usuário X produto, seja este físico ou sensorial.

Eventos: voltado para profissionais que atuam com produção/decoração de eventos.

Além destes existem muitos outros cursos de pós graduação possíveis. Basta que você analise o que deseja profissionalmente e direcionar a sua formação.

Regulamentação e respeito profissional

Está bastante interessante o debate sobre a regulamentação proposto pelo Morandini num dos tópicos do DesignBR no Ning. Mas ainda percebo uma divergência séria que sempre levanto em tópicos sobre esse assunto:

O pessoal tende a pensar o DESIGN apenas como a sua área. O que, na verdade, é apenas uma sub-área do Design…

O pessoal de gráfico tende a só pensar no design gráfico e por isso não consegue compreender a complexidade dos problemas enfrentados pelo pessoal de Produto e Interiores, especialmente.

Outro dia vi no orkut uns carinhas de WEB sentando o pau na questão “risco ao usuário”. Eles não entendiam como o trebalho deles poderia colocar em riso de morte um usuário WEB… Porém, não se ligavam que, num exemplo bem estúpido, o monitor que eles usam para trabalhar poderia explodir e uma peça vazar seus crânios… Ok, melhorando um pouco então: que o forro de gesso sobre as suas cabeças despencasse… A culpa seria de quem? Pela lógica deles, não do design, esquecendo-se que aquilo é um produto, alguém fez um projeto. Também de DESIGN.

Portanto, antes de entrar num tópico e sentar a marreta, tenha consciência de que a regulamentação não é apenas para gráfico, ou para WEB, ou para Produto, ou para Interiores, ou para Moda. Mas sim, e antes de tudo, é para o DESIGN!!! E que o Design compreende várias sub-áreas. A sua é apenas uma delas.

Um outro ponto muito sério é a tendência em pensar que a regulamentação visa uma “reserva de mercado”. Isso é balela e argumento de quem ainda não entendeu a complexidade de uma regulamentação. Confesso que já pensei assim, mas hoje isso é o que menos importa afinal já consegui compreender que quem faz o mercado é o profissional, a sua competência e qualidade. Logo, não há necessidade dessa reserva.

Eu luto muito mais pelo reconhecimento, respeito e visibilidade da profissão. Através dessas três coisas todo o resto se ajusta sozinho com o tempo.

As questões levantadas pelo Fernando lá no tópico são cotidianas para nós de Interiores/Ambientes. E olha que ele ainda está pegando leve. Tem coisa muito pior acontecendo que ele sequer citou.

Mas, na verdade, isso tudo tem um porque – como tudo na vida tem: despeito. Os problemas mais sérios enfrentados por nós no mercado de trabalho tem a sua raiz nisso.  Outras questões são mais jurídicas e que também são facilmente desmistificadas. Explico:

Eu já sofri várias denúncias “anônimas” por exercício ilegal da profissão. Nas primeiras tremi, fiquei assustado, cedi à pressão… Mas depois, inteirando-me sobre leis e mais outras coisas pertinentes, coloquei meu advogado em ação e constatamos que de anônimas elas não tinham nada. Judicialmente você consegue todas as informações sobre isso e claro, aparece o nome o denunciante. Assim, acabei por descobrir que quem denuncia é sempre um outro profissional – infelizmente sempre arquitetos – que estava na disputa e acabou perdendo o cliente pra mim. Por despeito, tenta atrapalhar meu trabalho, me desacreditar e desautorizar perante o cliente. Tenta impor-nos normas de um Conselho que sequer nos reconhece como profissionais e mal e porcamente consegue definir qualquer coisa sobre a nossa formação acadêmica.

É comum em fóruns, usuários colocarem que devemos “virar arquitetos” uma vez que nos vê como profissionais frustrados… Haja desinformação. Haja saco para tamanha ignorância…

Nosso foco jamais foi fazer arquitetura e sim outro. Outro especialmente que os próprios arquitetos não dominam. É só observar a desesperada correria que eles estão atrás de especializações em Interiores para tentar entender o porque de nossos projetos serem infintamente superiores aos deles no que nos propomos a fazer. Entender o porquê conseguimos captar a alma dos clientes em nossos brieffings e eles não…

Numa analogia bem piegas: não queremos construir casinhas, e sim arrumar as casinhas para que nossos amiguinhos possam brincar tranquila e confortavelmente tendo todas as suas necessidades satisfeitas.

Vi ainda hoje um texto muito interessante sobre infância, criatividade e design no blog Mari ao Mar entitulado “Pequenos Designers”. LEIAM!!!! É uma ordem rsrsrsr

Existe ainda a questão “jurídica” que nos impede muitas coisas. Coloco jurídica entre aspas pois tratam-se de normas de um conselho que não nos reconhece portanto, não tem valor legal sobre nossa atuação.

Muitos devem desconhecer o fato de que nós não podemos projetar lojas em shoppings pois os mesmos exigem a ART. Querem maior reserva de mercado – e diga-se de passagem, que mercado!!! – que essa?

Pois é, realmente não temos essa anotação de responsabilidade técnica MAS, no entanto, porém e todavia, conseguimos resolver isso facilmente em nossos contratos. Basta para isso que coloquemos cláusulas tratando especificamente desse assunto, especificando absolutamente tudo pertinente à essa questão. Juridicamente estaremos calçados e também “amarrados”, assim como a ART faz com os profissionais do CREA.

Enquanto o nosso conselho federal não sai, temos sim por onde nos proteger e, principalmente, proteger nossos clientes.

Com a regulamentação, esses pormenores serão plenamente eliminados, mas enquanto ela não vem, temos de ser conscientes e éticos.

Portanto, se você acha que a tua área não precisa de regulamentação, lembre-se que tem outros de outras áreas que precisam sim, e muito.

No mínimo, como já coloquei, por respeito.

É isso, por hora.

Formação plena x parcerias profissionais

Em uma de minhas palestras – Design de Ambientes – áreas de atuação profissional – logo de início chamo a atenção dos ouvintes para um fator essencial nos dias de hoje: as parcerias profissionais.

Antes de entrar neste assunto – e ainda dentro do embróglio do assunto – tenho de destacar a forma como entro neste assunto na palestra.

É mais que comum vermos profissionais auto-suficientes, todo-poderosos, detentores mor de todo o conhecimento. BALELA!

O profissional que se coloca desta forma é no máximo medíocre pois sabe um tiquinho de nada de tudo. BÁSICO.

Nossas formações acadêmicas nos mostram caminhos que podemos seguir. Isso nem de longe quer dizer que podemos fazer tudo ou que estamos realmente aptos a fazer tudo. Seja em engenharia, arquitetura, design, advocacia, medicina…Dois excelentes exemplos por sinal estas duas ultimas áreas citadas.

Não vemos um médico que faça de tudo em todas as áreas da medicina assim como não vemos um advogado que atue em todos os campos do direito. Porque em nossa área (engenharia, arquitetura e design) tem de ser diferente? EGOS!!!

Muitos vão dizer que se eu me especializei em determinada área em detrimento das outras vou ficar refém de outros profissionais, ou ainda que vou atuar na sombra destes e mais um monte de afirmações descabidas e inconsequentes.

Ao especializar-me em uma determinada área estarei ajustando o foco e direcionando os meus trabalhos para aquilo que realmente gosto e tenho interesse. Aquilo que realmente me dará prazer pessoal e profissional. Confesso aqui que não gosto nem um pouco de trabalhar com a parte hidráulica. Por isso mesmo, sempre entrego estas partes a algum engenheiro parceiro que trabalhe exclusivamente com hidráulica. Prefiro que ele faça isso de forma correta e perfeita a eu ter de queimar a cabeça re-estudando e relendo sobre isso o que me gastaria tempo precioso.

A área de design de ambientes hoje nos proporciona um grande mercado com muitas áreas para atuação profissional. Porém, assim como na medicina, faz-se necessário que o profissional seja mais que apenas qualificado e sim altamente especializado em determinado assunto.

É o caso da iluminação x lighting design. Engana-se muito quem pensa tratar-se da mesma coisa – vá pesquisar direito! Assim como também engana-se quem continua a acreditar que arquitetura de interiores é o relativo à design de interiores na área de arquitetura. Desinformação pura!

Quando escolhi especializar-me em lighting design, não foi uma coisa motivada por modismos – até mesmo porque nem se falava em lighting aqui no Brasil ainda. Foi uma escolha motivada por gosto mesmo. A luz sempre me fascinou, me hipnotizou, me seduziu, me incomodou. Daí, partir para esta área foi um estalo pois já entrei na faculdade com este foco bem específico.

Eu já vinha analisando ha muito tempo como o mercado externo funcionava e o que estava sendo alterado. E é exatamente no ponto das parcerias que estavam as maiores alterações. Mas como parcerizar se os profissionais se acham “deuses”?

Aí é que está o X da questão! Os ego-centrados preferem fazer tudo sozinhos a ter de compartilhar os créditos do projeto com outros profissionais. No entanto esta maneira de ser pode reverter-se contra ele mesmo pois seus projetos acabarão caindo numa mesmice, erros básicos – como os de lighting expostos no post anterior, muitas cópias, releituras e etc.

Quando você toma consciência de que na verdade não sabe quase nada de tudo, o seu lado profissional tende a sofrer uma grande mudança: para melhor!

Quando você toma consciência de que chamar algum amigo para auxilia-lo num projeto nem de longe quer dizer que você não entende do assunto mas sim que você realmente está preocupado com a qualidade final do projeto e a satisfação dos seus clientes, a sua vida profissional e pessoal vai mudar também: para melhor!

Isso nem de longe quer dizer que você ficará refém ou estará atuando na sombra deste ou daquele profissional, mas sim que você é um profissional consciente, racional, que prima pela qualidade e que vê isso como PARCERIAS PROFISSIONAIS.

Profissionais parceiros tendem a agrupar-se e acabam por “trocar favores” entre si. Tenho um engenheiro parceiro que sempre me chama para fazer os projetos de iluminação e lighting dos projetos dele. Todos os projetos são realizados por mim.

Outros parceiros arquitetos – que não gostam de interiores e sim de obras – fazem a mesma coisa.

Como retribuo? Sempre que aparece algum projeto que necessite de alguma alteração que não posso assinar, chamo-os para resolver. Entrego os esboços com os conceitos, idéias, brieffing e trabalhamos em conjunto. Simples assim.

Esta troca “de favores” só traz melhorias para todos: você, parceiros, fornecedores e clientes.

Coloquei fornecedores pois novamente confesso: não sou nenhuma assumidade em hidráulica. Prefiro fazer uma parceria com algum designer, engenheiro ou arquiteto que entenda realmente destes assuntos a cometer erros que depois darão dor de cabeça a mim, ao cliente, ao lojista, ao empreiteiro e à indústria.

Mas percebo que ainda aqui pelo Brasil isso é muito complicado de acontecer. Cada um prefere ficar enclausurado em seu egocentrismo, errando repetidas vezes mas sempre sem abaixar o topete.

Trabalho atualmente com vários parceiros de São Paulo, Campinas, Curitiba, Maringá e outras cidades mais. às vezes na forma de parceria, outras em consultorias. Mas percebo que ainda existem “vilas” onde os profissionais não amadureceram profissionalmente – alguns já com mais de 20 anos de estrada.

Portanto nobre leitor, “caia na real” e abra seus olhos e procure perceber o que realmente você gosta de fazer dentro de um projeto. Aquelas áreas onde você tem mais dificuldades ou que não gosta mesmo de mexer, coloque nas mãos de alguém que realmente entenda do assunto. Todos voces só tem a ganhar com isso!

Bom trabalho, parceiros!

Você sabe o que é Design?

Este é especial!

Produzido pela Rede Gaúcha de Design, o vídeo mostra claramente o trabalho de um Designer e todo o processo que este engloba. É um excelente vídeo para ser mostrados àqueles clientes que viram para você e dizem: “Tudo isso? Más é só fazer uns deseinhos aí no papel…”

Tudo que você precisa saber sobre Design de Interiores e Ambientes

…e que não tinha a quem ou vergonha de perguntar. *

ATENÇÃO:  antes de postar um comentário, leia os comentários e respostas já postados. Perguntas já respondidas não serão mais respondidas pois isso toma muito de meu tempo além de demonstrar que você é preguiçoso e quer tudo mastigado. Portanto,

LEIA OS COMENTÁRIOS TAMBÉM!

O que é Design de Interiores?
Design de Interiores é uma evolução técnica e estética da Decoração. Com a necessidade urbana de espaços cada vez mais detalhados e personificados aliado aos avanços tecnológicos em equipamentos, materiais e uso destes espaços, o profissional de decoração foi ficando para trás por não ter competência, conhecimentos e nem habilidade técnica para projetar. Com esta nova realidade surge então o Design de Interiores, uma área bem mais ampla e vasta com vários segmentos onde o profissional aprende em seu curso conteúdos multidisciplinares de Design, Arquitetura, Engenharia, Artes entre outras áreas que formam o todo.
Com esta formação o profissional está apto a realizar alterações no layout, trabalhar gesso, iluminação, projetar móveis, trocar revestimentos enfim, tudo o que for necessário para que o seu projeto seja inovador, contemporâneo e correto dentro das Normas Técnicas.
Através de toda a sua carga de conhecimentos aliada às informações obtidas junto com o cliente através de entrevistas e briefing ele tem materiais em mãos para projetar estes espaços de forma ou a simplesmente fazer ajustes usuários/uso até mesmo propor alterações gerais dos espaços, incluindo propondo novas aberturas e/ou fechamentos.

O que é Design de Ambientes?
Design de Ambientes é uma nomenclatura mais ampla para Design de Interiores que, por ranço, melindre ou vício de outros profissionais de áreas correlatas, insistem em afirmar que o próprio nome do curso limita a área de atuação do profissional de Interiores às áreas internas da edificação. Isso entra numa tentativa mascarada de reserva de mercado pois os mesmos que pregam este tipo de coisa sabem perfeitamente que um cliente dificilmente contratará dois profissionais: um para a área interna e outro para a externa. Logo quem faz os dois tem mais chances.
Mas em sua formação acadêmica, o profissional de Design de Interiores absorve e aprende conteúdos que o habilitam tecnicamente para efetivar alterações no exterior também seja em fachadas, paisagismo, eventos, etc.

Quais as áreas de atuação do Designer de Interiores/Ambientes?
Design de Interiores:
Todos os ambientes internos residenciais, comerciais, industriais, estandes, etc
Design de Ambientes:
Paisagismo, fachadas, eventos externos, etc
Transportes:
Interiores de automóveis, aviões, embarcações, etc.
SET Design:
Cenografia teatral, estúdios de foto/TV/vídeo, etc
Moda:
Desfiles, vitrines, produção de catálogos e editoriais, etc.
Games:
Produção em conjunto com os desenvolvedores dos ambientes internos e externos para jogos.
Produto:
Móveis, acessórios, luminárias, etc
Educação:
Lecionar em faculdades e universidades, produção de textos, artigos, livros, palestras, cursos, seminários e outros pertinentes ao Design.
Existem ainda outras áreas em que o Designer de Interiores/Ambientes pode trabalhar. Basta você perceber os ninchos de mercado e entrar.
Qual a diferença entre “design” e “designer”?
Design é a profissão, designer é o profissional. Ou seja, você faz design e você é um designer.
Desconfie quando ouvir um “profissional” dizendo-se design e que trabalha com designer. Isto demonstra claramente o quão a sério ele levou o seu curso, se é que fez algum.

O que um Designer de Interiores/Ambientes precisa saber para atuar profissionalmente?
Dentro da formação acadêmica o Designer de Interiores/Ambientes cursa disciplinas como:
Ergonomia
Desenho de expressão e de observação
Desenho técnico arquitetônico
Leitura e análise de projetos arquitetônicos, estruturais e elétricos
Desenho e detalhamentos de objetos (moveis, acessórios, luminárias, etc)
Psicologia humana
Acessibilidade
Cor
História da arte, arquitetura e design
Semiótica
Paisagismo
Ética
Gestão e marketing
Materiais e revestimentos
Estética
Projeto luminotécnico, hidraulico e elétrico
Normas técnicas
Entre vários outros conteúdos pertinentes.
Todos estes conhecimentos são necessários para que o Designer possa vislumbrar todas as possibilidades projetuais e realiza-las de forma a atender e satisfazer plenamente o cliente.

Já no âmbito profissional, o designer tem de ter conhecimentos sobre o mercado de trabalho, sociedade na qual está inserido, parcerias e prospects entre outros.
Apesar de saber fazer corretamente a leitura das plantas estruturais, quando da necessidade da derrubada de alguma parede para melhorar o espaço o Designer deve recorrer à parceria junto a um engenheiro civil que ficará encarregado desta parte. Da mesma forma quando se fizer necessária alteração no projeto elétrico (engenheiro elétrico) e outras situações. Isto não tem absolutamente nada a ver com sombreamento profissional mas sim com parcerias provocadas pela própria multidisciplinaridade do Design de Interiores/Ambientes.

O que é design de produto? Onde ele está presente no trabalho do Designer de Interiores/Ambientes?
É o designer que trabalha com o desenvolvimento de produtos: embalagens, móveis, eletrodomésticos e qualquer coisa usável. Já o Designer de Interiores/Ambientes, em sua formação, aprende como se deve projetar corretamente os produtos mais utilizados em seus projetos e que são, normalmente, a maior carga de trabalho projetual: móveis.
Nem todos os móveis que vemos em revistas ou em lojas cabem, dentro dos espaços cada vez mais reduzidos portanto, o Designer tem de projetar peças e mais específicas que serão produzidas em marcenarias. Aqui também entram vários outros conhecimentos que um leigo nem faz idéia: ergonomia, materiais, resistência dos materiais entre outros. Há também casos de produção de acessórios, objetos decorativos e luminárias. Por isso é importantíssima a formação do profissional.

Como um designer cria um ambiente?
Primeiramente, é preciso que o cliente preencha um briefing – um documento explicando o que ele quer. O briefing contém informações pertinentes ao designer, como desejo principal do cliente, sonhos e vontades, cores que lhe são agradáveis, fluxograma (uso) diário dos espaços, composição familiar/empresarial entre vários outros elementos. Depois, ele junta todas as informações que ele puder sobre o cliente, traçando um perfil psicológico/social. Após isso, o designer faz um brainstorming ou um painél de semântica com tudo relacionado ao assunto: imagens de móveis, imagens de equipamentos e materiais, conceitos, etc. Em seguida, ele analisa todas as informações e começa a gerar rascunhos alternativos de layouts. Não há nenhuma regra para o número de alternativas. Alguns geram 3, outros geram 300. Esta é a etapa mais demorada do processo, pois o designer precisa levar em conta todas as informações que ele juntou e todo seu conhecimento. Quando o designer acredita que já gerou soluções o suficiente, começa o processo de eliminação no qual ele descarta as alternativas até reduzir até no mínimo 3 alternativas. Com isto feito, ele aperfeiçoa os esboços (em um software, ou no papel mesmo) já com as cores que ele definiu no processo de rascunho. Em seguida, o designer apresenta alternativas ao cliente (muitos preferem apresentar apenas uma alternativa). Caso o cliente desaprove, abre-se uma discussão entre os dois lados para verificação de ajustes no projeto, onde estão os objetos indesejáveis (pontos de rejeição), pontos de acertos, possíveis soluções, etc. Isto implica voltar à mesa de desenho e re-projetar algumas ou muitas coisas. O processo se repete até o cliente finalmente aprovar o trabalho. Depois ainda é aconselhável criar um manual de uso para o cliente saber como lidar com equipamentos e materiais (lâmpadas, limpeza, etc).

Quanto um designer ganha?
Ah, a pergunta que vale ouro.
O correto seria o cliente perguntar: quanto um advogado, um médico, um arquiteto ganha? E depois de tomar consciência disso, perceber que o profissional de Design investiu tanto quanto qualquer outro profissional em sua formação e carreira.
Depende muito. E esse “depende” inclui vários fatores: onde ele trabalha, em que cidade ele trabalha, como é o cenário do design na cidade dele, quão bom ele é, se é estágiário ou já é formado, etc.

O que é melhor: ter um emprego fixo ou trabalhar como profissional autônomo?
Muito designer decide ser freelancer (profissional autônomo) para ganhar mais. Alguns destes ganham mais, outros não. O bom de ser freelancer é que você não gasta dinheiro com impostos (na teoria), você define seu próprio salário, não precisa responder a ninguém exceto ao cliente, têm horários flexíveis, etc. Em contra-partida, o freelancer não têm carteira assinada e não pode se aposentar, não têm renda comprovada e pode passar por um período de “seca”: aquele mês onde você não consegue nenhum cliente novo e suas contas a serem pagas começam a atrasar. Então depende muito de como você quer trabalhar. Freelancing funciona para alguns, não funciona para outros. O jeito, é testar ambos e ver qual que lhe cai melhor.

Vale a pena fazer faculdade de design?
Sim. Claro, existe algumas faculdades ruins por aí. O jeito é conhecer alunos destas faculdades e perguntar como são as aulas, como são os professores e como é a infra-estrutura. Existe algumas coisas que você simplesmente não aprende em livros ou em posts de blogs sobre design na net. Experiências reais de professores que atuam no mercado é uma destas coisas: é sempre bom saber como que o profissional vai lidar com determinado problema na vida real. Sem dúvida, existe muita coisa que você não vai poder aplicar na vida real devido a velocidade em que corre o mercado do design. Mas é sempre bom saber, pois se você acabar encontrando-se preso em algum lugar saberá como se safar usando uma técnica que requer mais tempo porém fará com que o trabalho seja feito. Pessoalmente, sou 100% a favor do ensino de design em faculdades. Afinal de contas, você pode facilmente aprender a construir casas através de apostilas na internet e livros: mas isso faz de você um engenheiro civil? Você contrataria uma pessoa que nunca fez uma faculdade de engenharia civil para construir a sua casa? Pense nisto.

Existe faculdade de Design de Interiores/Ambientes?
Sim, existem várias hoje em dia no Brasil.
Aqui em meu blog postei uma breve relação de algumas que fui encontrando pela web em minhas pesquisas. Não conheço todas elas porém vale ressaltar que quem faz o curso e o futuro profissional é o próprio acadêmico quando leva a sério a sua formação.

Onde posso arranjar trabalho na minha cidade?
Primeiramente, crie um portfólio: seja online ou seja impresso. Se você nunca fez nenhum serviço real, inclua trabalhos acadêmicos. Inclua sempre apenas aquilo que você gostou do que fez, esqueça os seus trabalhos “medianos” e “ruins”. Depois utilize o Google para procurar por termos como escritório de design, loja de móveis, decoração, escritório de arquitetura e outros. Em seguida, é só enviar o endereço do seu portfólio online ou enviar o seu portfólio (e currículo) via correio (ou deixar lá pessoalmente) e esperar. Se você tiver bons trabalhos e se mostrar competente, quem sabe o dono não te chame.

Onde que posso encontrar modelos de contrato e briefing?
Este é um ponto bastante confuso pois cada região do país funciona de um jeito.
Pode parecer que não mas as características regionais influenciam na formatação dos documentos.
O ideal é você tentar conseguir modelos com outros profissionais e ir adequando-os às tuas necessidades profissionais. É aquele joguinho de quebra cabeças: uma pecinha daqui, outra dali, mais outra de acolá e assim por diante e, quando você menos esperar, terá os seus documentos prontos.

É interessante participar de concursos?
Não, e vou explicar por quê*: de acordo com o capítulo III, Artigo 12º do Código de Ética Profissional do Designer Gráfico da Associação dos Designers Gráficos (ADG): “O Designer Gráfico não deve, sozinho ou em concorrência, participar de projetos especulativos, pelo qual só receberá o pagamento se o projeto vier a ser aprovado”. Pense neste exemplo: você é engenheiro civil e um cliente entra em contato com você e pede para que você construa uma casa para ele. Ele não diz onde, nem quantos quartos, nem nada. Só diz “Construa!”. Mas você não é o único: outros cinco engenheiros foram contactados e estão fazendo o mesmo. No final, o cliente vai escolher uma das casas e pagar por apenas esta. Você, que gastou dinheiro com mão de obra e materiais vai ficar no prejuízo. Mas e se você fosse muito muito muito bom e fizesse a melhor casa de todas, você ainda corre o risco de não ganhar e sabe por quê? Porque o cliente nunca falou quantos quartos queria, se queria uma casa grande, pequena, com piscina ou sem, etc. Não houve o “briefing”, então por melhor que tenha sido talvez não caiba nas necessidades do cliente. Os “concursos” são predatórios e trazem prejuízos ao mundo gráfico, então deveremos resistir e não participar!
* Na ausência de normas específicas em Interiores/Ambientes resolvi manter o texto original. Porém ressalto que não sou contra os concursos de Design Universitário pois acho estes uma grande oportunidade para quem está ingressando na área e força a pesquisa no meio acadêmico de forma positiva.

Quais os softwares que o designer de interiores/ambientes precisa dominar?
Primeiramente é preciso deixar bem claro que nada substitui o bom e velho desenho à mão.
Mas, em meio aos vários softwares disponíveis, os melhores e mais comumente usados são:
AutoCAD (2D e 3D)
3DMax
Virtual Designer
DIALux
Estes são os básicos mas existem vários outros. O uso vai depender da adaptabilidade do profissional à interface.

Tenho outras perguntas a fazer. Onde que pergunto?
Deixe sua pergunta nos comentários abaixo e visite o blog regularmente para conferir a resposta. Se for uma pergunta boa, eu adicionarei-a ao post.
* Eita ferro… peguei esta idéia de algum blog que visitei, copiei o texto e fui fazendo as alterações. Porém fui apagando e reescrevendo e acabei ficando sem a fonte rsrsrsrsrs coisas de quem tem virado as noites trabalhando… Se o autor do original ver isso aqui, por favor poste nos comentários pois nem dentro de meu reader consegui localizar.