Twittando em prol do #Design brasileiro.

Depois de mais de um ano com conta aberta e sem usar o meu twitter, @ldpaulooliveira, resolvi encarar a empreitada.
Antes não tinha muita paciência de ficar lá na página web atualizando e atualizando e atualizando além de que, pra mim, escrever em poucas palavras sempre foi uma tortura.

Até que dias atrás um amigo me indicou o TweetDeck. Meus problemas se acabaram!!! Maravilha! Ele só não escreve as mensagens por mim, mas atualiza automaticamente, tenho acesso a todas as informações que preciso sobre os perfis, etc.

Bom, comecei a usa-lo e rapidamente percebi a quantidade de candidatos que estão utilizando esta ferramenta em suas campanhas eleitorais.

Sei que este assunto (política) provoca um embróglio no estômago de muitas pessoas, e que outras preferem “não se sujar” ao se envolver com isso.

Ao mesmo tempo percebo, triste, uma quantidade absurda de designers twitando sobre jogo de futebol, cor que pintou os cabelos, que vai pra balada e mais um mundaréu de fuleirices sem noção. Tudo bem, gosto é gosto e cada um tem o seu direito de ir e vir.

Porém, entre estes que perdem tempo com blablabla infinito e inútil, encontram-se vários que reclamam da falta da regulamentação do Design aqui no Brasil.

Reclamar é fácil, dizia minha avó. Difícil é agir, dar a cara pra bater sobre algo que você acredita defendendo isso publicamente.

Novamente falo sobre os “expertus” que preferem ficar confortavelmente sentadinhos em suas poltronas esperando outros levarem porrada em seu lugar pra depois, quando a regulamentação acontecer, serem os primeiros a exigir a carteira do conselho federal.

Vamos lá pessoal, não custa nada fazer algo de bom e de útil pela profissão que vocês escolheram, ou ao menos aparentemente escolheram.

Comecei ha três dias uma série de postagens diretas aos candidatos seja de que estado for. Geralmente o texto é este:

“@srfulano, qual a sua posição com relação à #regulamentação da profissão de #designer no #Brasil? #5do11 #DesignBR”

Mando e fico aguardando.

Enquanto aguardo faço minhas outras coisas.

Quando recebo alguma resposta dou RT rapidamente para que os que me seguem por lá fiquem sabendo seja a resposta positiva ou negativa.

Se demora muito a vir a resposta, mando de novo. Faço juz ao que dizem de mim porém com ajustes: não sou chato, sou persistente e luto pelo que acredito.

De um modo geral, já consegui alguns retornos bem interessantes de alguns candidatos como por exemplo:

@Raul_Jungmann: Sou a favor da regulamentação da profissão de designer, ok?
@Raul_Jungmann: Claro, estou a disposição. Aliás, vou amanhã prá Brasília. Me mande mais informações, ok?

@SenCesar222: Caro Paulo, a profissão de Designer deve sim ser regularizada, ela q mostra cada vez mais a sua importância p a sociedade.
@SenCesar222: A profissão precisa ser regulamentada nos termos da lei, por fazer parte do nosso dia a dia com atribuições tão próprias.

@alberto_fraga: Acredito que profissões novas como #design precisam ser reconhecidas, só assim os profissionais terão reconhecimento.

@deputadoHauly: sou a favor da regulamentação sim, trabalharemos para isso. Obrigado.

@alvarodias_ sou favorável à regulamentaçao de todas as profissoes. Direitos e deveres consagrados em legislaçao apropriada
@alvarodias_ vou tentar ajudar a acelerar a tramitaçao.
@alvarodias_ vou procurar saber e opinar.Primeiro verificr com quem está parado o projeto e depois solicitar que seja colocado na pauta

@deputadocaiado Toda profissão merece ser regulamentada. Até hoje, nós, médicos, não temos a nossa regulamentada.

@edmararruda Vou verificar e estudar o assunto e responderei, certo?

Nada nada, temos alguns exemplos aí em cima de candidatos conscientes sobre o assunto e outros que disseram que vão estudar e conhecer melhor a situação.

Já um grande passo.

Além de questionar sobre a posição, convido cada candidato a acessar o portal DesignBR.ning e também mando o link do portal designbrasil direto na página sobre a regulamentação.

fonte: designcomlimao

São ações que não me custam nada e que podem vir sim contribuir para a nossa tão sonhada #regulamentação do #design aqui no nosso #Brasil.

Quem sabe no dia #5do11 teremos finalmente algo a comemorar e possamos bradar felizes que o design brasileiro conta com parlamentares conscientes e comprometidos com a nossa causa.

Faça a sua parte.

A sua profissão e seus clientes agradecem.

A História da formiguinha

e/ou de grão em grão a galinha enche o papo…

Achou engraçado o título deste post ou o mesmo te fez voltar aos tempos de criança para recordar da história? Pois é, a intenção deste texto é trazer á tona coisas que aprendemos e que por um motivo ou outro acabamos deixando de aplicar em nosso dia a dia.

Na história em questão, narra-se a vida de uma formiga preguiçosa que não pensava na sua subsistência durante o inverno preferindo apenas curtir os dias ensolarados e quentes. É triste perceber como muitos profissionais agem dessa maneira.

Sim, este é um texto regulamentista!

Tive o insight para este tema após duas ou três trocas de mensagens com o Rodrigo neste tópico do DesignBR.

A questão é a seguinte: ainda não temos a nossa profissão regulamentada. Isso se deve a alguns fatores que muitos já conhecem mas que vale a pena lembrar alguns:

1 – Nossos parlamentares continuam confundindo artesanato com Design. Assim, fica óbvio do porque não perceberem a necessidade da regulamentação uma vez que artesanato raramente coloca em risco a vida do usuário. Já no Design, são incontáveis os produtos que o fazem diariamente.

2 – O Design ainda – aqui no Brasil – não foi enxergado como uma ferramenta de desenvolvimento – seja empresarial, social, educacional entre tantas outras.

3 – Alegam uma suposta “reserva de mercado” apenas para aqueles formados em universidades – o que não é verdade uma vez que aqueles que trabalham ha “X” anos terão seus direitos garantidos. Isso sem contar que existem profissões regulamentadas, que não colocam a vida do usuário em risco e que promovem essa reserva.

4 – Desunião e descaso da classe – este é o gancho que vou me ater neste texto.

Voltando à formiguinha, um formigueiro só se faz com o trabalho coletivo. Ou como dizem ainda, “uma andorinha só não faz verão”.

Assim, temos alguns profissionais aqui no Brasil que lutam diariamente pela regulamentação do Design. Não só pela regulamentação, mas também para que esta profissão torne-se conhecida, visível, respeitada, compreendida. Mas – como sempre existe um “mas” – percebemos que o que mais temos são formiguinhas deleitando-se o sol escaldante desta terra brasillis.

Digo isso pois pouco se vê de ações diárias por parte destes profissionais. Até mesmo em encontros casuais e informais com outros profissionais, quando tentamos entrar nestes assuntos, os mesmos fazem cara de nojo, desinteresse e similares, demonstrando claramente que não estão nem aí para este tipo de assunto. Não precisa ser especificamente sobre a regulamentação, basta ser algo além do “como estão seus clientes”. Perguntinha esta corriqueira e meramente especulativa/invejosa.

Com isso foca claro que a maioria dos profissionais, assim como aquela formiguinha da historinha da carochinha, vivem apenas o momento, não pensam com seriedade o amanhã (inverno).

“Ah, se faltar eu baixo o preço e consigo uns jobs rápidos. Posso até ganhar só na RT”. Valeu, continue assim contribuindo para a prostituição e desrespeito à profissão!

Posto isso pois já cansei de ouvir este tipo de coisa vindo de pessoas que eu até admirava profissionalmente. Hoje, sinceramente não passam de zumbis para mim.

Sempre que posso, falo sobre Design com quem quer que seja. Da dona da padaria ali na esquina até empresários que conheço, políticos, familiares e minha diarista. Esta última, por sinal, entende muito mais de Design do que muitos profissionais. É curiosa, vive perguntando o que estou fazendo, porque tem de ser feito desse jeito, pra que isso ou aquilo… Através dela já apareceram clientes.

Quando estou conversando com algum cliente sobre um projeto em questão, sempre busco nao me prender apenas à minha área mas sim, compartilhar conhecimentos. Se o cara é empresário de alguma coisa, procuro sempre entrar na área dele mstrando comop as diversas vertentes do Design podem auxilia-lo a melhorar seu negócio: produtos, ambientação, gráfico, web, etc. Mostro a importância do Design como ferramenta estratégica na busca pela qualidade e eficiência para o negócio dele.

Também busco esclarecer sobre o que é e o que não é design. Isso é muito importante também em nosso dia a dia. Assim como não aceito – e corrijo imediatamente – quando me chamam de arquiteto ou decorador. Não sou nem um nem outro: sou Designer de Ambientes. E você sabe o que você é realmente?

Quantos profissionais fazem isso diariamente? Certamente poucos, muito poucos. Você faz?

Você tem aplicado diariamente seus conhecimentos adquiridos na universidade ou tem atuado como mero trocador de almofadinhas, tapetinhos e buscado móveis prontos em lojas – em troca das maléficas RT’s? Claro que além das RT’s tem o lance da preguiça projetual/intelectual afinal, como disse Aline Durel:

“Me deixem ser buuuuuuuuurraaaaaaaaaaaaaa!!! Ser intelectual dóóóóóóóóóiiiiiiiiiiiiiiii!!!”

Pois é, projetar e ser profissional tem muito de intelectual. Respeitar a profissão nem de longe quer dizer realizar apenas os projetos de seus clientes – nem sempre de maneira clara. Mas sim e antes de tudo, respeitar os outros profissionais, a classe, a raiz Design.

A grande maioria prefere, umbiguista e egoísticamente olhar só para si. Tudo bem que o foco de todos nós são as contas à pagar no final do mês mas isso não justifica o descaso com essa luta tão importante para a classe profissional – apesar do termo, não sou sindicalista, na verdade não suporto isso. Isso também pressupõe a ÉTICA PROFISSIONAL. Ou a absoluta falta desta em muitos casos.

Muitos já aderiram ao Twitter. De início achei aquilo um porre e coisinha de adolescente com seus diários. No entanto, ontem a noite percebi, navegando lá, que pode ser uma forte ferramenta pró-regulamentação, pró-respeito, pró-visibilidade para o Design. Dia 5/11 está aí e pouco se percebe de movimentação dos profissionais sobre isso. Porém, percebe-se que estes mantem-se ativamente logados na WEB, diariamente, em diversos sites e comunidades. Mas de ações, nada.

Porque então não usar o Twitter – já que este está sendo usado por quase a maioris dos políticos e pessoas ligadas às mídias – de forma positiva? É só abrir um perfil novo e postar, nem que seja um por dia, algo relativo ao design. Ontem mesmo soltei que “lamentavelmente, nossos políticos continuam a confundir artesanato com design”. Vou repetir isso e similares incansavelmente quanto mais políticos vierem a me seguir lá. Simples, trabalho de formiguinha…

E você, o que está fazendo?

Banhando-se ao sol ou preocupado com o inverno?

Com que tipo de formigunha você quer ser comparado ou visto?

Pense nisso.

Parem tudo, o caminho está errado…

No último sábado me reuni com 4 juristas para debater sobre a questão da regulamentação, reconhecimento e os problemas que estamos enfrentando no mercado de trabalho.

Segundo eles, o caminho que estamos trilhando está errado. Não vai adiantar absolutamente nada ficar tentando forçar um projeto de regulamentação do Design no Congresso nacional pois o mesmo não vai andar. Isso tem alguns motivos:

1 – desconhecimento ela maioria dos congressistas do que é Design. Enquanto houver 1 único néscio lá dentro que confunda design com artesanato ou qualquer outra coisa, o projeto não vai andar.

2 – Lobby contrário à nossa regulamentação também emperra os trâmites.

3 – Não temos visibilidade e por isso mesmo, não só os congressistas, mas a população em geral desconhece o que é Design. Já DJ, astrólogo, peão de rodeio, profissionais do sexo… estão na ponta da língua de qualquer criança.
Isso só para começar.

No debate que tive com eles levantei vários pontos problemáticos já exaustivamente debatidos em tópicos e mais tópicos nos diversos fóruns. Estamos simplesmente dando murro em ponta de faca. O caminho deve ser outro.

Pra começar, vou versar sobre o que me foi dito (confirmado na realidade) sobre os ataques de CREAs&cia contra os designers:

ELES NÃO TEM ABSOLUTAMENTE PODER ALGUM SOBRE AS NOSSAS ÁREAS.

Eles podem sim atuar e autuar engenheiros e arquitetos. De resto, não tem poder algum.

A única possibilidade de interferência é no caso de algum profissional de design fizer alteração na parte estrutural de uma edificação sem a cobertura de um profissional legalmente apto para isso: engenheiro ou arquiteto. De resto, banana para eles.

Como eles mesmos não nos aceitam em seu quadro de membros/associados, não adianta nada espernearem. Podemos sim colocar nossas placas de obras tranquilamente, assinar nossos projetos, etc pois, LEGALMENTE, fomos formados e habilitados para o exercício profissional.

Podemos sim assinar nossos projetos sem a necessidade de um engenheiro ou arquiteto “nos cobrindo”.

A questão levantada por um deles nesse ponto diz respeito à RESPONSABILIDADE TÉCNICA. Como, quando, onde, quem?

Judicialmente, qualquer projeto tem de ter um responsável legal. Portanto, faz-se necessária a inserção de uma cláusula no contrato indicando um adendo de contrato específico sobre a responsabilidade técnica em cima do projeto. Este documento deve ser absolutamente claro e completo sobre a responsabilidade técnica do profissional.

Outra alteração que deve ser feita é retirar dos contratos aquela última cláusula onde aparece “fica eleito o fórum da comarca de XXX…”. Esta cláusula compromissória deve ser alterada para uma indicando as Câmaras de Mediação e Arbitragem, pois estas não são viciadas como a justiça comum.

A cláusula é esta:

“As partes elegem o TRIBUNAL DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM DO PARANÁ, CÂMARA DE LONDRINA, como órgão do INSTITUTO JURÍDICO EMPRESARIAL, com sede na Avenida Bandeirantes, nº116, Londrina, Estado do Paraná, CEP:86.020-010, para solução de toda e qualquer dúvida ou controvérsia resultante do presente contrato ou a ele relacionado, de acordo com as normas de seus regulamentos, renunciando expressamente a qualquer outro foro por mais privilegiado ou especial que seja.”

Aqui, é a que eu uso em meus contratos ja ha mais de 1 ano, utilizando a câmara aqui de Londrina.

Para verificar onde tem uma câmara próxima de você, acesse o site do CONIMA.

Aqui você encontrará as instituições sérias e vinculadas ao Ministério da Justiça.

Isso é muito importante: vinculadas ao Ministério da Justiça!!!

Outra questão é que no Brasil não existem árbitros e nem mediadores específicos em Design. Portanto, busquem as instituições que ofereçam o curso e FAÇAM!!! Além de defender o Design, você pode ganhar um $$ interessante com isso. Porém, isso é coisa séria e os mediadores e árbitros tem um código de ética bastante pesado e estão sujeitos à punições legais.

A existência de Mediadores e árbitros específicos em Design faz-se necessária para que não corramos o risco de sermos julgados por um médico, secretária, administrador, arquitetos e outros que não entendem absolutamente nada sobre o que é Design realmente.
.
Ok, voltando à famigerada regulamentação… O caminho apontado por todos eles é o seguinte:

Levar adiante a idéia do NBrDESIGN. Uma associação Nacional que congregue TODAS as áreas do Design. As outras associações continuarão a existir normalmente, porém será por esta associação única que serão ditados o código de ética, normas de atuação profissional, educacional, pesquisa, etc. Será através dessa associação que serão refeito os textos da CBO, alterações nas diretrizes do MEC, Receita Federal, Bancos, etc. E, como primeiro passo: o reconhecimento pelo congresso da existência da profissão de designer.

Vejam bem, reconhecimento público não é regulamentação.

Três detalhes importantes:

1 – O MEC nos reconhece tanto que existem as diretrizes curriculares de formação profissional;

2 – o Mnistério do Trabalho idem, pois constamos da CBO;

3 – A Receita Federal também, pois se não sabem, para a declaração do IR existe no rol de profissões Desenhista Industrial (designer).

Portanto, legalmente já estamos reconhecidos, só falta o reconhecimento público.

Este reconhecimento implicará que os bancos e outros órgãos insiram em seus cadastros as profissões do Design. Implicará que os empresários nos cadastrem como designers e não como “assistente de alguma coisa”… entre várias outras coisas mais.

Com isso, a regulamentação virá num processo natural.

Com a globalização e os incontáveis tratados que ja vem sendo assinados ha anos pelo Brasil com outros países, acordos esses que incluem direta ou indiretamente o Design, uma associação única que represente os designers como um todo se faz urgente e o Congresso não terá como fugir da regulamentação.

Ela não será uma auto-regulamentação como foi a dos publicitários, mas sim uma regulamentação forçada por necessidades comerciais, impostas pelas exigências internacionais.

Então pessoas, é hora de voltarmos nosso foco para este caminho. É hora de unirmos todos os profissionais de todas as áreas do Design em torno de uma associação única que venha a fortalecer e dar visibilidade e credibilidade ao Design nacional.

O resto, com o tempo se ajeita automaticamente.

Bom, pode ter ficado meio truncado o texto acima, mas é que foram muitas informações numa paulada só… com o tempo vou me lembrando de mais algumas coisas e vou postando.

Eles ficaram também de me enviar alguns materiais jurídicos e inclusive nos ajudar na elaboração do adendo sobre a responsabilidade técnica. Conforme as coisas forem chegando aqu para mim, vou postando-as.

abs

Regulamentação e respeito profissional

Está bastante interessante o debate sobre a regulamentação proposto pelo Morandini num dos tópicos do DesignBR no Ning. Mas ainda percebo uma divergência séria que sempre levanto em tópicos sobre esse assunto:

O pessoal tende a pensar o DESIGN apenas como a sua área. O que, na verdade, é apenas uma sub-área do Design…

O pessoal de gráfico tende a só pensar no design gráfico e por isso não consegue compreender a complexidade dos problemas enfrentados pelo pessoal de Produto e Interiores, especialmente.

Outro dia vi no orkut uns carinhas de WEB sentando o pau na questão “risco ao usuário”. Eles não entendiam como o trebalho deles poderia colocar em riso de morte um usuário WEB… Porém, não se ligavam que, num exemplo bem estúpido, o monitor que eles usam para trabalhar poderia explodir e uma peça vazar seus crânios… Ok, melhorando um pouco então: que o forro de gesso sobre as suas cabeças despencasse… A culpa seria de quem? Pela lógica deles, não do design, esquecendo-se que aquilo é um produto, alguém fez um projeto. Também de DESIGN.

Portanto, antes de entrar num tópico e sentar a marreta, tenha consciência de que a regulamentação não é apenas para gráfico, ou para WEB, ou para Produto, ou para Interiores, ou para Moda. Mas sim, e antes de tudo, é para o DESIGN!!! E que o Design compreende várias sub-áreas. A sua é apenas uma delas.

Um outro ponto muito sério é a tendência em pensar que a regulamentação visa uma “reserva de mercado”. Isso é balela e argumento de quem ainda não entendeu a complexidade de uma regulamentação. Confesso que já pensei assim, mas hoje isso é o que menos importa afinal já consegui compreender que quem faz o mercado é o profissional, a sua competência e qualidade. Logo, não há necessidade dessa reserva.

Eu luto muito mais pelo reconhecimento, respeito e visibilidade da profissão. Através dessas três coisas todo o resto se ajusta sozinho com o tempo.

As questões levantadas pelo Fernando lá no tópico são cotidianas para nós de Interiores/Ambientes. E olha que ele ainda está pegando leve. Tem coisa muito pior acontecendo que ele sequer citou.

Mas, na verdade, isso tudo tem um porque – como tudo na vida tem: despeito. Os problemas mais sérios enfrentados por nós no mercado de trabalho tem a sua raiz nisso.  Outras questões são mais jurídicas e que também são facilmente desmistificadas. Explico:

Eu já sofri várias denúncias “anônimas” por exercício ilegal da profissão. Nas primeiras tremi, fiquei assustado, cedi à pressão… Mas depois, inteirando-me sobre leis e mais outras coisas pertinentes, coloquei meu advogado em ação e constatamos que de anônimas elas não tinham nada. Judicialmente você consegue todas as informações sobre isso e claro, aparece o nome o denunciante. Assim, acabei por descobrir que quem denuncia é sempre um outro profissional – infelizmente sempre arquitetos – que estava na disputa e acabou perdendo o cliente pra mim. Por despeito, tenta atrapalhar meu trabalho, me desacreditar e desautorizar perante o cliente. Tenta impor-nos normas de um Conselho que sequer nos reconhece como profissionais e mal e porcamente consegue definir qualquer coisa sobre a nossa formação acadêmica.

É comum em fóruns, usuários colocarem que devemos “virar arquitetos” uma vez que nos vê como profissionais frustrados… Haja desinformação. Haja saco para tamanha ignorância…

Nosso foco jamais foi fazer arquitetura e sim outro. Outro especialmente que os próprios arquitetos não dominam. É só observar a desesperada correria que eles estão atrás de especializações em Interiores para tentar entender o porque de nossos projetos serem infintamente superiores aos deles no que nos propomos a fazer. Entender o porquê conseguimos captar a alma dos clientes em nossos brieffings e eles não…

Numa analogia bem piegas: não queremos construir casinhas, e sim arrumar as casinhas para que nossos amiguinhos possam brincar tranquila e confortavelmente tendo todas as suas necessidades satisfeitas.

Vi ainda hoje um texto muito interessante sobre infância, criatividade e design no blog Mari ao Mar entitulado “Pequenos Designers”. LEIAM!!!! É uma ordem rsrsrsr

Existe ainda a questão “jurídica” que nos impede muitas coisas. Coloco jurídica entre aspas pois tratam-se de normas de um conselho que não nos reconhece portanto, não tem valor legal sobre nossa atuação.

Muitos devem desconhecer o fato de que nós não podemos projetar lojas em shoppings pois os mesmos exigem a ART. Querem maior reserva de mercado – e diga-se de passagem, que mercado!!! – que essa?

Pois é, realmente não temos essa anotação de responsabilidade técnica MAS, no entanto, porém e todavia, conseguimos resolver isso facilmente em nossos contratos. Basta para isso que coloquemos cláusulas tratando especificamente desse assunto, especificando absolutamente tudo pertinente à essa questão. Juridicamente estaremos calçados e também “amarrados”, assim como a ART faz com os profissionais do CREA.

Enquanto o nosso conselho federal não sai, temos sim por onde nos proteger e, principalmente, proteger nossos clientes.

Com a regulamentação, esses pormenores serão plenamente eliminados, mas enquanto ela não vem, temos de ser conscientes e éticos.

Portanto, se você acha que a tua área não precisa de regulamentação, lembre-se que tem outros de outras áreas que precisam sim, e muito.

No mínimo, como já coloquei, por respeito.

É isso, por hora.