Lei Cidade Limpa – Londrina-PR

Muito bate-boca baseado em argumentos desnecessários tanto por parte da prefeitura quanto da ACIL e comerciantes por causa da Lei Cidade Limpa que foi (?) recém implantada aqui em Londrina. Baseada na mesma lei que foi implantada em São Paulo, aqui ela tem gerado controvérsias e brigas judiciais que, no meu ponto de vista, são totalmente desnecessárias. Está faltando diálogo no lugar de acusações.

A ACIL, que deveria agir com precaução, deixou até mesmo o corporativismo de lado e agiu de maneira inesperada e inoportuna, posso dizer até mesmo emocional e impensada demais. Seria muito mais útil se tivesse procurado informar-se com as associações das cidades que já passaram pela mesma situação e, antes de cometer os mesmos erros, antecipar-se usando a inteligência.

Do outro lado, a prefeitura que insiste em impor normas e regras sem o devido diálogo entre as partes envolvidas seja para o que for. Por sinal, enta administração e sai administração, a prefeitura continua insistindo nos mesmos erros de seus antecessores. Londrina é a única cidade do mundo que tem rotatórias em forma de “S” – o projetista certamente é um fã eufórico do Airton Senna.

Brincadeiras à parte, tem um blog aqui de Londrina sobre arquitetura e urbanismo que, ao conhecê-lo, gostei muito e acrescentei-o ao blogroll aqui ao lado pela seriedade que – aparentemente – levantava assuntos através de seus posts. Lendo meu reader hoje me deparei com mais um excelente texto de seu autor sobre este assunto da Lei Cidade Limpa e postei um comentário que – claro – deverá ser ou não aprovado pelo mesmo.

Ser aprovado ou não?

Nesse momento fui verificar se o comentário que eu tinha feito num outro post do referido blog, falando sobre as horrendas cabines-cópias-fajutas-vermelhas das cabines telefônicas de Londres – que estão querendo enfiar goela abaixo aqui em nossa cidade sob uma falaciosa historização e romantização de uma pseuda e nunca existente colonização desta minha amada terra por ingleses – tinha sido aprovado.

Para minha surpresa e espanto ele não está lá aprovado.

Então, já que meu post não foi aprovado lá, vamos à uma breve aulinha de história sobre minha amada terrinha: Londrina (que foi o conteúdo do comentário censurado).

No comentário proibido, acrescentei alguns dados REAIS sobre a verdadeira história de Londrina para complementar a excelente análise estética/urbana/climática realizada sobre as tais cabines telefônicas.

Postei com argumentos baseados em fatos também REAIS que Londrina não é nem nunca foi uma “pequena Londres” e que não foram os ingleses que colonizaram esta minha terra amada e sim que eles, através da Companhia de Terras Norte do Parana, estavam apenas abrindo novos espaços para venda terras em toda esta região. Que na vila recém aberta em meio a mata nativa permaneceram apenas sete ingleses gerenciando o escritório de vendas de terras e que, na verdade, quem construiu e fez essa cidade “vingar” foram os imigrantes japoneses, italianos e de outras etinias que migraram para cá atras de seus sonhos.

Também informei que a “Praça  da Bandeira” nada tem a ver com o desenho da bandeira inglesa salvo a triste ironia da forma de seu calçamento. Na verdade, não remete à esta bandeira e sim ao FATO de que por esta ter sido construída num momento em que o Brasil passava por um forte sentimento nacionalista, era “norma nacional ” que todos os espaços públicos onde houvessem o Pavilhão Nacional, seus acessos deveriam direcionar ao mesmo e forçar o olhar dos transeuntes para o este elemento de qualquer lado que chegassem. Por isso existem praticamente em todas as cidades, praças com formato semelhante ao da bandeira inglesa. Mas isso não quer dizer que é uma homenagem à esta. Se assim fosse, quantas “pequenas Londres” teríamos de ter espalhadas por este Brasil? Eu que não vou contar todas.

Olhem bem meu caros leitores, qual forma é melh0r que esta para permitir o acesso por todos os lados e trazer para um mesmo ponto central/focal não concordam?

Como eu sei disso tudo?

Simples: foi o meu avô quem desenhou e construiu aquela praça. Minha família chegou aqui em Londrina logo em seu “iniciozinho”. Além de meu avô que construiu e pavimentou grande parte dessa cidade – sim, os paralelepípedos que hoje se encontram sufocados embaixo de camadas de asfalto foram colocados por ele – tem também a minha bisavó que foi a primeira educadora desta vila Londrina quando ainda nem existia escolas por aqui e ela lecionava na garagem de sua residência. No entanto, nem uma escola com o seu nome existe aqui nesta cidade.

Como sempre, a VERDADE dói em alguns pois terão de assumir seus erros e mentiras. Então é melhor deixar quieto, ignorar a verdade e sufocar os que tentam mostra-la. Além de claro, pagar bem para ter matérias jornalísticas apoiando cegamente essas MENTIRAS disseminando a desinformação e deseducando a sociedade.

Mas eu tenho este meu delicioso espaço para poder compartilhar estas histórias com vocês não é mesmo? E melhor: sem sofrer censura dessa gente que só busca desinformar.

Pô prefeitura, faltou um Designer pra fazer o logo?

 

Bom, mas voltando ao tema do tópico, como não sei se meu novo comentário será aprovado lá naquele blog, então vou transcrevê-lo aqui e, claro, acrescentar mais alguns dados já que o espaço me permite isso (e sei que vocês adoram me ler demorada e longamente ahahahah).

Percebo que,

o que tenta ser imposto pelos comerciantes, pela ACIL e pelos publicitários com relação à Lei Cidade Limpa, é uma forma de acomodação. E isso é facilmente percebido pelos “argumentos” postados nos comentários em diversos sites e blogues que vem tratando do “assunto da moda” aqui por estas bandas.

O problema maior? A desinformação que forma a base dessa acomodação.

Ora meus caros, com desculpas como “atrapalhar o trânsito” ou que os clientes “não vão achar determinada loja” entre tantos outros mais no mesmo sentido, só demonstram que vocês não estão dando o devido valor e respeito nem aos seus próprios clientes nem à nossa cidade que os sustenta e abriga.

Para quem tem o costume de ir a São Paulo como eu, sabe perfeitamente que este tipo de argumento é irreal e absurdo. São Paulo continua “andando” e os clientes continuam “achando” o que procuram da mesma forma que antes da lei e sua cidade emporcalhada pelos horrendos frontões sem contudo, provocar qualquer destes “problemas” elencados por vocês  pela web.

A resposta para estas e tantas outras indagações é simples: usar das ferramentas disponíveis no mercado. Principalmente o Design (e suas vertentes lighting, interiores, gráfico e produtos)  buscando uma solução visualmente agradável e dentro da Lei em questão.

São Paulo aprendeu rápido a recorrer a esta ferramenta. Então, porque os londrinenses tem de ficar choramingando e não tratam de aproveita-la?

Não tenho visto grandes alterações até o momento. A maioria das edificações que já tiveram seus frontões retirados, acabaram desnudadas expondo o descaso “por trás das fachadas”.

 

Foto: Lilian Oyama

Para os que desconhecem, a ferramenta mais utilizada atualmente em todo o mundo é o Lighting Design (não é mera iluminação). Este, quando projetado por profissionais especializados, tem efeito muito mais atrativo tanto durante o dia quanto à noite.

Londrina tem edifícios e áreas que merecem um bom projeto de Lighting Design mas o que vemos – aos montes – são aqueles horríveis “splashes” de luzes verdes, violetas, amarelas e assim por diante como se isso desse algum valor ao negócio. Porém o efeito disso – já mostrado em pesquisas – é exatamente o contrário pois, entre outros pontos, além de ofuscar pelo excesso de luz, distorce a marca da empresa ao alterar a sua cor tornando-a, por vezes, irreconhecível.

Já locais – se existem 10 aqui em Londrina é muito – onde a iluminação foi corretamente planejada e projetada, tende a chamar a atenção dos passantes seja pelo destaque focal, pela beleza, pela suavidade, pelo elemento surpresa, pela tecnologia empregada entre tantas outras.

É claro estou aqui “vendendo o meu peixe”, como profissional especializado em Lighting Design que sou, mas sim – e acima de tudo – trazer novos horizontes e educar o mercado e seus gestores.

Também não posso deixar de observar o seguinte:

Dias atrás passando pela rua São Paulo, percebi que numa das quadras a maioria dos frontões já haviam sido retirados. Porém, o que mais me chamou a atenção não foram as fachadas nuas e horríveis pelo descuido do que estava “embaixo do tapete” e sim, a rede elétrica pública emporcalhando e que – agora sem os frontões – acabou ficando totalmente exposta, tornando-se também o ponto focal para o observador.

 

Foto: Lilian Oyama

FICA A DICA:

Se a lei prevê uma cidade limpa, menos agressiva e poluída visualmente então a prefeitura, como gestora principal, tem de fazer a sua parte também.

A ACIL e os comerciantes – mas também toda a sociedade – devem se unir e exigir a imediata (também dentro do prazo da Lei afinal a Lei é igual para todos não é mesmo?) eliminação do abastecimento “aéreo” através dos postes e fiações suspensas através de um projeto de iluminação pública eficiente ( também projetado por especialista e não por uma equipe que insiste em errar nos projetos urbanísticos) incluindo a implantação de cabeamentos subterrâneos promovendo assim o embelezamento urbano de nossa já tão sofrida e deteriorada Londrina que a Lei Cidade Limpa trata.

Se é para deixar a cidade realmente limpa e mais bonita, então que tal encerrar as guerras e dar as mãos trabalhando juntos por isso?

Certamente todos irão ganhar com isso.

Quem passou e quem passa hoje pela rua São Bento em São Paulo (na verdade pela cidade toda) sabe do que estou falando. É uma rua comercial que hoje respira e atrai muito mais clientes do que em sua fase poluída que só atraía marginais, tornando-a um local ermo dentro do centro da cidade. Hoje consegue-se olhar para cima e perceber a cidade que existe acima, coisa que antes era impossível. Também é possível ver a extensão toda da rua o que também era impossível antes. Quando passávamos por lá, a sensação de estar sufocando era constante pois os frontóes de um lado da rua quase se encontravam com os do outro lado em alguns pontos. Isso só era bom para uma coisa: esconder-se da chuva.

Porém, vejam bem nobres empreendedores: agora sem os frontões os transeuntes terão de buscar abrigo onde?

Claro, dentro de suas lojas e isso significa o que?

Heim, heim, heim?

Potenciais vendas inesperadas!!!

Querem coisa melhor que isso?

Estão percebendo como podemos transformar pedras em diamantes? Basta para isso querer e agir?

Embelezamento Urbano é uma soma de ações e, neste caso específico podemos destacar:

A despoluição visual (em todos os níveis e elementos) + A recuperação e renovação urbana + O respeito pela história local + O respeito pela cidade e seus usuários.

Tudo isso tendo como ponto principal o bem-estar e a qualidade de vida urbana.

Portanto, vamos agir com mais serenidade de ambos lados visando esta qualidade de vida que tanto sonhamos e lutamos para mante-la, ao menos, respirando?

Estou aqui à disposição para os empresários que desejarem realmente algo de qualidade e que valorizará o seu empreendimento.

Também estou à disposição da ACIL para conversar com seus diretores e associados sobre o assunto mostrando como o Design pode e deve ser utilizado como ferramenta pró-empreendedorismo e valorização empresarial.

Também estou à disposição dos publicitários para mostrar-lhes como o Design (feito por DESIGNERS REAIS) pode ajuda-los a ampliar o leque de produtos que vocês oferecem agregando qualidade e valorizando os seus produtos para que consigam cobrir as “perdas” provocadas por esta Lei.

Também estou à disposição da mídia para ajudar a apontar o que realmente vale a pena e que seja realmente importante neste e em outros assuntos relacionados à nossa cidade e, principalmente, como o Design pode e deve ser aproveitado para a melhoria e embelezamento urbano e para a vida de qualquer pessoa.

Também estou à disposição para ajudar a prefeitura e a Copel a repensar seus projetos urbanos através do Design, transformando gradualmente a nossa Londrina numa cidade referência não através de matérias elaboradas mas sim com materias que mostrem que aqui realmente se investe em qualidade de vida de forma correta e coerente.

É, estou aqui à disposição.

17 comentários sobre “Lei Cidade Limpa – Londrina-PR

  1. A Acil foi definitivamente não foi inoportuna quanto à nova lei, a única coisa pleiteada foi uma prorogação do prazo de adaptação para as Micro e Pequenas Empresas, o que é mais do que justo e previsto na Constituição, e o juiz concordou, igualando o prazo de adaptação destas (que segundo a Lei seria de 180 dias) ao prazo de um ano concedido às empresas publicitárias.
    Muita gente não sabe, até porque a CMTU já mandou todo mundo remover tudo… mas esse prazo vai ate o final de julho ainda…
    E eu gosto das cabines telefônicas!!!!!!

    • Olá Daniele,
      foi ou não foi? (erro de digitação acabou confundindo a sua resposta).
      Sobre as cabines, é um direito seu gostar.
      Eu particularmente, como coloquei no texto, não vejo esse tipo de cópia descarada como algo que vá ajudar a firmar a identidade e a cultura de nossa cidade ou de nosso povo.
      V mais pessoas falando que ao menos servem para abrigar da chuva quando se precisa usar o orelhão do que elogiando a cópia. Assim sendo, poderiam ser feitos outros tipos de cabines que não caracterizassem essa cópia mal feita de Londres.
      Isso não faz parte da historia de nossa cidade.

  2. LD Paulo Oliveira,

    Paulo lendo seu texto, posso dizer que uma cidade com um publicidade mais bem feita com certeza , chama mais atenção e fica mais limpa e harmonioza ,más minha critica vai para o nosso prefeito, que está tão preocupado com a estetica de Londrina , se esqueceu que está faltando medicos nos postos de saúde e as ruas estãos emburacadas é só dar uma passadinha na zona norte, e ser contar quantas pessoas morrer nas filas dos hospitais , vou dar um exemplo, em outubro de 2010 , minha avó ficou internada no Hospital Dr Anisio Figueiredo na Zona Norte de londrina, que foi reformado na gestão do prefeito antecessor e que pelo menos até novembro, não havia maquina de utrassom no hospital e no dia 01/11/2010 não havia ambulância com uti disponivel para minha avó ser transferida para a Santa Casa sendo que no dia 8/11/2010 eu pedir minha avózinha então, não me vei falar em cidade limpa com gente morrendo nos hospitais, com ruas cheias de buracos propensas para aciedente.

    • Olá Amanda,
      entendo o seu ponto de vista, concordo com ele e sensibilizo-me com a sua dor e revolta. A saúde pública aqui de Londrina está realmente um caos, no lodo.
      Mas uma coisa que todos precisam entender é que essa lei não gera custos excessivos para os cofres públicos logo não afeta em nada as outras áreas.
      Enquanto a lei está sendo implantada, a prefeitura e a câmara estão trabalhando atrás de soluções para a saúde pública e tantas outras mazelas que afetam a nossa cidade. Eles não estão trabalhando só com a Lei Cidade Limpa. Fique tranquila quanto a isso.
      É uma lei visando a melhoria estética da urbe (cidade). Com isso o bem estar da população só tem a ganhar através de uma cidade que respira mais e melhor.
      Não estou defendendo o prefeito e sim a minha terra natal que ha muito tempo vem sendo emporcalhada não só pela prefeitura mas também, e principalmente por seus moradores e usuários.
      Poré, destaco uma coisa: você passou pela praça Tomi Nakagawa ultimamente? É triste ver uma praça linda, que custou alto, destruída por quem? Pelos usuários ou seja, os cidadãos londrinenses.
      Então, como já coloquei, isso é uma ação que deve ser praticada por TODOS: prefeitura, câmara, ACIL, comerciantes e, principalmente, os cidadãos londrinenses.
      Abs

  3. Olá Paulo,

    Aprovei o seu comentário no post sobre a Lei Cidade Limpa na semana passada e fiquei muito contente com a sua opinião. Se demorou demais, desculpe… foi a correria do dia-a-dia q não me permitiu aprovar com rapidez, mas se não me engano já no mesmo dia estava lá…

    Já sobre o post das cabines inglesas, nunca cheguei a receber o seu comentário… foi para o meu blog q enviou ou me enganei?

    http://janela-londrinense.blogspot.com/2011/01/blog-post.html

    Aproveitando, reparei q comentou sobre a Praça Mal. Floriano Peixoto e já tenho post tb sobre ela na seção “Você sabia?” do blog! Confira e ficarei muito contente com a sua colaboração, ok?

    http://janela-londrinense.blogspot.com/2010/09/voce-sabia-praca-mal-floriano-peixoto.html

    Acho importante q pessoas com boa capacidade de argumentação e um mínimo de discernimento possam contribuir para acrescentar positivamente a uma discussão. Obrigado pela indicação e pelo reconhecimento! Estou colocando o teu blog em meus links tb.

    Abraços.

  4. Olá, adorei seu blog, parabéns….Estou triste com o descaso da prefeitura com a nossa Londrina. A falta total de policiamento nas ruas, o índice de assalto, roubos, furtos. Moro no Centro, na rua Santos, minha quadra já foi praticamente toda assaltada. As lojas, prédios, residências, moro num lugar que já se tornou 50 por cento comercial e não se tem segurança alguma..sem falar nos buracos e a sujeira da cidade, meu Deus do céu! e quanto a essa lei Cidade Limpa, não discordo totalmente porque existem comerciantes sem o mínimo de noção, mas poderia ser aplicada de outra forma…acho mesmo que a prefeitura deveria se preocupar com coisas mais relevantes e importantes. Grande coisa você “embelezar” a fachada de uma loja pra no dia seguinte ser assaltada…estamos reféns e envergonhados com o descaso com a nossa amada Londrina!!!
    sucesso pra você e parabéns pela iniciativa!
    Elisiê

    • Olá Elisiê,
      muito bom contar com a sua presença aqui em meu blog ;-)
      Concordo com você em vários aspectos com relação à nossa sofrida Londrina. O descaso por parte da administração pública já vem deteriorando nossa bela cidade ha bastante tempo. Para uma cidade que estava projetada nos anos 70 e 80 para ser uma metrópole (assim como São José do Rio Preto – SP hoje é), Londrina foi aos poucos regredindo em muitos aspectos e hoje conseguimos ser mais uma cidade do interior, apenas. Lamentável.
      Com relação à segurança, eu não fico de bobeira durante o dia pelas ruas. Quiçá à noite. Realmente este é um problema muito sério sobre o qual as autoridades continuam fazendo vista grossa.
      Manutenção e conservação são palavras que não existem aqui em Londrina. A prefeitura eraa? Sim e muito!
      Mas também não podemos fazer vista grossa sobre a população que mais atrapalha que ajuda neste sentido.
      O que é o Lago Igapó 1 e 2 nos finais de tarde de sábados e domingos (tbm feriados) quando todo aquele povo que passa o dia lá vão embora e largam o espaço todo emporcalhado? Lixeiras destruídas, restos de fogueiras (para churrasquinho) sobre o gramado, postes da iluminação destruídos, vandalismos de todos os tipos – isso sem contar a maravilha que são os banheiros do lago 1.
      Mas esse comportamento não encontramos apenas ali não. Está pela cidade toda. Aqui em meu edifício, recentemente troquei as plantas do jardim frontal mas estou inseguro pois os prédios da região que fizeram isso tiveram meras mudas de plantinhas de R$ 3,00 roubadas.
      Então vemos que os problemas não são somente responsabilidade da administração pública e sim, de uma sociedade que encontra-se perdida por causa de sucessivos escândalos de corrupção envolvendo os políticos da cidade. É a apatia que tem como resultado tudo isso.
      No entanto, existem várias pesquisas já realizadas que mostram que o embelezamento urbano (quando aplicado corretamente) é uma forte ferramenta na mudança comportamental da sociedade. Tem exemplos de favelas no exterior e aqui no Brasil que tiveram uma mudança drástica apenas com a implantação e revitalização de uma praça. Outras ainda apenas com a melhoria do sistema de iluminação.
      Embelezamento urbano não é apenas “passar uma tintinha” sobre a estrutura da barragem de um lago, como foi feito recentemente aqui. Também não é continuar a implantar postes horríveis e ineficientes como estes de 4 pétalas que a prefeitura insiste em colocar pelas praças. Também, a roçagem de canteiros centrais apenas, não significa nada para o embelezamento urbano.
      Veja em Maringá: depois que a prefeitura refez os canteiros centrais da Av Tiradentes implantando belos jardins o povo passou não só a respeitar o espaço público – que é de todos – como também passou a buscar os pontos de travessia segura – as faixas de pedestres.
      Aqui, quanto mais paliativos a prefeitura fizer, maior será o descaso da sociedade com a cidade. Pagamos caro em nossos impostos para ter soluções ruins e inexpressivas além de absurdamente caras.
      O que falta para a administração pública de Londrina é PLANEJAMENTO coerente, especializado e significativo por parte da administração pública.
      O que falta para a sociedade de Londrina é resgatar o respeito e carinho por nossa cidade.
      Vamos dar as mãos e nos ajudar?
      Abs e sucesso ;-)

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  6. Pingback: Cidade limpa, o caso de Londrina « Diniz Neto

  7. Paulo, fantástico! Claro, à luz da história e do conhecimento técnico que você.
    Infelizmente, vez e outra, encontramos gente tentando fazer o que não sabe (e não é só no setor público, não… tem muito empresário dando cabeçada).
    O barato da sociedade é a oportunidade da cooperação e da solidariedade. Se eu não sei uma coisa eu peço ajuda (pode ser até para os universitários… hehehehehe).
    Você está de parabéns por emitir a sua opinião, quando tantos se calam, por diversos tipos de “interesses” ou qualquer outro motivo, dentre eles, o vício brasileiro da omissão.
    Você opina e diz “presente”, estou aqui, posso ajudar, alô Londrina! Aló ACIL! Alô Barbosa!
    Parabéns bela bela, histórica e importante cidade de Londrina, pela iniciativa e boas ideias.
    Parabéns, especialmente, por não se omitir!

    • Salve Diniz!!!
      É uma honra receber este teu comentário aqui em meu blog ;-)
      Creio que este seja o principal dever de todos aqueles que lutam por um país justo e correto: informar baseado em fatos reais.
      Você também presta um excelente trabalho não só a sociedade maringaenses, mas a todos os que te seguem via facebook ou twitter.
      Vamos em frente, sempre emitindo nossas opiniões, informando e lutando por uma sociedade mais culta.
      forte abraço
      ;-)

  8. Cidade limpa? onde com certeza não é em Londrina, aqui infelizmente a sujidade
    impera, lixo por todos os lados, ruas esburacadas, faxadas horriveis, matagal por
    todos os lados, dengue tomando conta, por birra da prefeitura não teremos as
    escolas de samba, infelizmente vejo Londrina abandonada, é claro que não gostaria
    de estar dizendo isso, mas não podemos fugir da realidade, não podemos tapar
    o sol com a peneira.

    • Jorge, aí que está a questão.
      Pelo visto o senhor nem se deu ao trabalho de ler o post e vem aqui colocar tudo o que eu já estou cansado de ler em diversos portais e blogues londrinenses e que me recusei a reposta-los em meu texto.
      Sobre os cuidados com a cidade concordo que Londrina está destruída por mero descaso não só da prefeitura mas também de seua população. Ou você acha correto o povo invadir o lago 1 e quando sai deixa pra trás aquele rasto de lixo espalhado por todo canto?
      Sobre as escolas de samba, convenhamos, não passam de blocos toscos. Isso é uma coisa que deve ser deixada nas mãos de quem tradicionalmente já as faz: RJ e SP.
      Infelizmente cidades como Londrina e Maringá perderam o costume dos bailes de salão nos clubes. Isso sim deveria ter investimento até mesmo público pelo simples fato de atingir uma grande parcela da população e não apenas poucos gatos pingados que dispõem de tempo e saco pra ir até o AUTÓDROMO que uma vez por ano passa a ser chamado erroneamente de sambódromo, ver aqueles grupos mal vestidos que nem sambar sabem. Me poupe!!!
      Exatamente para não tapar o sol com a peneira fiz este post em meu blog apontando tanto os erros da prefeitura, quanto os da ACIL e dos comerciantes quanto da população.
      Então meu caro Lorge, dá pra ajudar e não atrapalhar?
      abs

  9. Boa a discussão implantada pelo programa “Cidade Limpa”, não apenas pelo tema em si, mas porque nos remete a outros problemas urbanos. A população, de olhar adormecido, acaba por redescobrir sua cidade. Os esclarecimentos das questões históricas são de suma importância, mas, se me permite, gostaria de ampliar o debate: a pintura equivocada da pedra “Altar da Pátria”, da praça referida. Provavelmente, o trabalhador que executou a pintura desconhece conceitos de estética e arte, apenas executou ordens. Ora, a pedra nua é um elemento artístico intocável, é uma afronta ao artesão pintá-la. Outra questão importante é a questão da fiação pública. Sugiro a análise do cabeamento subterrâneo, sustentável e estética (Vide “Sustainable City – Philips Design”). O projeto está em teste, entretanto, sua análise pode inspirar os órgãos responsáveis a tornar mais limpa, ainda, nossa Londrina. Seja: eliminar o emaranhado de fios elétricos nada estéticos de nossas vias públicas. Agradeço pela oportunidade.Parabéns pelo blog.

    • Olá madrinha linda!!!! (irmã de minha mãe tbm linda!!!)
      Pois é, só me dei conta que esqueci de citar no texto os nomes deles hoje quando acordei.
      Mas então, complementando e corrigindo:
      1.
      o teu avô (e meu bisavô) José Tramontini juntamente com seus filhos Lauro Jorge Tramontini (seu pai e meu avô) e Valdomiro são sa responsáveis por grande parte da construção de Londrina. Certamente não lhes dão o devido valor pois são meros “pedreiros iletrados” e por isso só, não merecem o devido respeito e reconhecimento. De onde vieram tantas pedras? Da prdreira que eles tinham ali na região de Cambé.
      2.
      Não posso também deixar de destacar o que você citou sobre o bloco de pedra que serve de base para a bandeira na praça que foi – na gestão PT – simplesmente pintada, destruindo assim a sua originalidade e apagando a sua história. Também tenho de acrescentar que esta pedra foi trazida “no lombo” por meu avô, seu pai, da pedreira até aqui em seu tamanho e formato original. Desrespeito é pouco para o que fizeram com um marco cívico e histórico de nossa cidade.
      3.
      Também a sua avó (e minha bisavó) Maria do Carmo Tramontini que foi a primeira educadora desta cidade. Movido pela curiosidade do que você me falou pelo telefone ha pouco fui então buscar no mapa a tal rua em homenagem à esta mais que nobre pioneira de nossa cidade – e não digo isso apenas pelo parentesco mas sim e antes de tudo, pela sua importância na construção do que hoje é Londrina – e, para minha surpresa encontrei uma “ruazinha” de uma (1) quadra enfiada num bairro lá no subúrbio do subúrbio da cidade enquanto gente que não fez 1% ou tem 1% da importância histórica dela tem seus nomes em avenidas, viadutos e ruas bem mais centrais. Lamentável.
      4.
      Isso sem contar que os nomes destes verdadeiros construtores de Londrina simplesmente NÃO APARECEM lá no tal “memorial do colono”. Em contraponto, tem nomes lá de famílias que chegaram por estas bandas bem depois de nossa família, muitas, famílias de políticos da cidade. Triste deturpação de nossa história.
      5.
      Reitero: talvez por serem meros pedreiros iletrados não meraçam o devido valor e respeito histórico não é mesmo cidade e sociedade londrinense?

      Mas Londrina é isso madrinha, um mix de falsidades e elementos fakes construídos por outros para esconder FATOS e criar uma ilusão para leigos.

      Bjao no coração madrinha.

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