Regulamentação – Votação no Senado.

Segue notícia encaminhada pela Renata Amaral, presidente da ABD:

“Colegas,
Foi confirmada a votação do projeto de regulamentação da nossa profissão (PLC 97/2015) na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal!  
A sessão será na próxima quarta-feira,  dia 18/11, às 9 horas pontualmente.
Neste final de semana, vamos para as redes sociais, mais uma vez, lembrar aos senadores que compõem a CAS, que contamos com o voto favorável de todos eles.
Esta luta é de todos nós!
#REGULAMENTAJÁ

Renata Amaral
Presidente Nacional da ABD.”

Precisamos da ajuda de TODOS (profissionais, estudantes, amigos, clientes e fornecedores) para pressionar os membros da CAS!

Clique aqui neste link para encontrar os nomes e respectivos e-mails dos senadores membros desta comissão.

Ressalto também a importância de que esta pressão seja feita através das redes sociais nas páginas e perfis dos mesmos.

Vamos juntos!

#RegulamentaJá!

Fases de um projeto

É bastante comum meus leitores me escrever perguntando sobre como é o trabalho de um designer de interiores/ambientes ou lighting designer. Pois bem, para não ter que ficar escrevendo e reescrevendo a cada novo questionamento, aqui vai um post explicativo dessas fases.

Devo ressaltar que, antes de mais nada, é preciso um constante trabalho de prospect que é a fase de divulgação de seu nome profissional/escritório e captação de clientes. Esta pode ser feita de diversas maneiras que vão desde a distribuição de panfletos até a utilização de outdoors, mídias, ter uma vida social ativa, etc. Encontrado o cliente, entramos naa fases de desenvolvimento do projeto propriamente dito.

Uso como base o modelo da Jenny Gibbs, expandindo-o e retraindo-o quando necessário são no total cinco fases que qualquer projeto envolve. Descrevo-as a seguir.

PRIMEIRA FASE:

1.       Reunião preliminar

reuniao-com-cliente

É aquela reunião inicial onde você se apresenta ao cliente e vice-versa. Aqui rola a apresentação de seu portfolio e onde você tem o primeiro contato com o cliente. Esta reunião pode ser em seu escritório, em algum café, não importa. Aqui não serão tratados a fundo questões do projeto em si. É a oportunidade onde você irá saber o que o cliente deseja, as dimensões aproximadas do projeto, etc.

Aqui você deverá explicar como é realizado o trabalho de um designer de interiores/ambientes, suas limitações profissionais e possíveis necessidades durante o projeto (ex. contratação de um engenheiro para derrubar uma parede), a importância do cliente confiar nas indicações de mão de obra especificadas por você, etc.

2.       Brieffing do cliente

briefing21

Nesta etapa você terá que trabalhar em duas frentes:

– Entrevista com o cliente: aqui sim entrará a parte mais puxada do contato com o cliente onde você terá que “extrair” dele toda a problemática envolvida no projeto. Não basta saber apenas “o que” ele deseja no projeto mas, especialmente, o “por que” deste desejo. Lembro que por trás de todo desejo existe, na verdade, um problema a ser resolvido. O “feio” É um problema estético.

Vale ressaltar que havendo mais de um usuário no espaço a ser projetado, TODOS devem ser entrevistados. Não tenha receio em explicar àquela senhora mãe-esposa-matrona-mandona que quer decidir absolutamente tudo sozinha, incluindo os quartos dos filhos que já estão na faixa dos 18 anos, além dos espaços privativos do marido. Lembre sempre a ela (quando acontecer isso) que os espaços são de todos e não somente dela. Assim como existem coisas que ela não gosta e deseja alterar, com eles também acontece a mesma coisa. (Tou escrevendo um post específico sobre brieffing, postarei em breve).

É importantíssimo que até aqui você já saiba o quanto o cliente deseja investir no projeto. Por exemplo: se ele dispõe de R$ 20.000,00 você tem que estar ciente que dentro deste montante está incluso o pagamento do designer pelo projeto. Ou não? Será que este dinheiro está livre apenas para a obra e ele dispõe de mais recursos?

É, portanto, imprescindível que o profissional tenha conhecimento deste fator ainda nesta fase de levantamentos iniciais.

Após o brieffing com o cliente deverá acontecer um levantamento prévio do espaço a ser projetado. Apenas uma visita para tirar as dimensões básicas e uma análise geral da edificação está bom afinal, você necessita destes dados para elaborar seu orçamento (proposta de trabalho).

3.       Proposta de trabalho/aprovação do cliente

Esta é a etapa onde você irá apresentar ao seu cliente a sua proposta de trabalho (orçamento) onde deverá constar basicamente:

– valor

– formas de pagamento/parcelamento

– prazos para elaboração dos projetos

– o que será feito (descrever os ambientes com as alterações solicitadas para cada um)

– prazo de validade da proposta (geralmente 20 dias)

– que após o OK do cliente sobre a proposta, será encaminhado o contrato formal de prestação de serviços para assinatura.

Quando o cliente der o OK no orçamento encaminhe a ele então o contrato devidamente preenchido, com todas as especificidades do projeto a ser elaborado, os valores, formas de pagamento e prazos, a cláusula de responsabilidade técnica, a existência ou não das RTs, da preferência por mão de obra indicada por você, etc.

Somente após a assinatura do contrato é que se deve iniciar a segunda fase do trabalho.

SEGUNDA FASE:

1.       Diagnóstico, análise e levantamento do local

levantamento

Esta é a fase onde você terá de ir até o local da obra e fazer todo o detalhamento dos espaços. Aqui entram as medidas exatas de todos os ambientes, estruturas existentes, levantamento de instalações (elétrica, hidráulica, gás, ar, telefonia, TV), esquadrias, situação geral da edificação (se necessita de reparos/reforço/restauro), áreas permeáveis externas, enfim, tudo que se faz necessário para projetar espaços mais eficientes, práticos e funcionais.

2.       Conceito inicial

É a fase de desenvolvimento do projeto conceitual.

Primeiramente o profissional deverá transformar o brieffing numa análise do projeto. Isso deve ser feito em papel onde conseguimos cruzar dados levantados tanto no brieffing quanto no levantamento predial. Somente de posse dessa analise podemos seguir adiante.

Neste ponto o profissional deverá fazer uma pré-seleção dos materiais, mobiliários, equipamentos e acessórios a serem utilizados nos ambientes para apresentação ao cliente. Tudo vai depender do partido/conceito adotado para o projeto. É a fase onde o designer irá esboçar suas ideias, usar de sua criatividade para solucionar os problemas detectados no brieffing.

Claro que medidas devem ser respeitadas, mas nesta fase não é necessário que estas sejam seguidas à risca (ex: 3 cm não farão tanta diferença) para a apresentação ao cliente. Aqui, nada é definitivo e pode ser alterado. Lembrem-se que estamos ainda na fase de criação e o cliente não aprovou nada!

3.       Pré-orçamentos

Todos os materiais especificados devem vir acompanhados de seus respectivos orçamentos (quantitativo /valor unitário / valor total).

Temos também que fazer um levantamento preliminar dos orçamentos – incluindo a mão de obra (pedreiro, eletricista, pintor, encanador, jardineiro, etc) – para apresentação ao cliente.

Não devemos nos esquecer de orçar também as caçambas para entulhos.

Lembre-se de sempre apresentar 3 orçamentos de fornecedores distintos. Isso garante a transparência e profissionalismo.

4.       Preparação da apresentação

conceitos

Esta é a fase onde iremos pensar em como apresentar o conceito ao cliente. Aqui temos que prestar atenção em muitos detalhes como, por exemplo:

– ter embasamento teórico/técnico/estético dos porquês das soluções apresentadas;

– possuir “cartas na manga” para o caso de necessidades emergenciais;

– ter conhecimento sobre todos os materiais e insumos especificados;

– apresentar catálogos de materiais/equipamentos;

– finalização e revisão dos painéis conceituais;

– finalização e revisão das perspectivas, layouts e maquetes 3D conceituais;

– separar os pré-orçamentos por área/material/mão de obra;

Lembro que devemos apresentar uma solução ao cliente. Quando apresentamos mais que uma ele pode confundir-se. No entanto, isso não impede que você leve separado outras soluções. Quando começarem a surgir as indagações, os “não gostei disso”, apontamentos de alterações, você terá estas outras “cartas na manga” (possibilidades) para apresentar e chegar a um consenso entre as partes.

5.       Apresentação / aprovação

Aqui é a hora de mostrar tudo o que você pensou para a solução dos espaços ao cliente. Você não pode ter absolutamente nada na apresentação que não domine, que não consiga explicar os porquês da necessidade deste elemento no projeto.

Por exemplo: se você propôs a derrubada de uma parede deve saber se esta vai afetar a estrutura ou não, se precisará do acompanhamento de um engenheiro civil ou não. E também deverá saber explicar o porquê da necessidade da presença dele na obra.

Se você especificou um piso fosco e o cliente desejava um espelhado para uma área úmida você tem que saber explicar o porquê dessa escolha.

Você também deve saber quanto tempo será necessário para implantação do projeto (obra).

Enfim, você deve mostrar completo domínio sobre o projeto, materiais, execução.

Não se esqueça que a cada item aprovado pelo cliente ele deve dar um visto no mesmo, o “de acordo” ou simplesmente “OK”.

TERCEIRA FASE:

1.       Projeto executivo

PROJETO-EXECUTIVO01

Após a aprovação do projeto conceitual devemos partir para a elaboração do projeto executivo. Esta é a parte mais técnica do trabalho do designer. É aqui que faremos todos os projetos cuidando milimetricamente de cada detalhe. Nesta fase devemos realizar, quando necessário, os seguintes projetos:

– instalações elétricas

– instalações hidráulicas

– instalações de ar condicionado

– instalações de TV/telefone/interfone

– paisagismo/jardinismo

– projeto de iluminação

– projeto de gesso

– marcenaria

– paginação de pisos e revestimentos

– acústica/térmico

– plantas de layout

– cortes e elevações

– detalhamentos diversos

– plantas de alterações prediais (troca de esquadrias, derrubada/construção de paredes)

– lista de acessórios

– memorial descritivo

– existem outros ainda mas já deu para entender que o trabalho não é fácil e simples.

Aqui, TODOS os elementos relativos ao projeto devem ser apresentados de maneira clara para a correta e fácil leitura e compreensão por parte dos executores, e também do cliente.

2.       Especificações

Aqui entra o trabalho em cima do memorial descritivo e da seleção de construtores/fornecedores.

Num primeiro momento devemos elaborar o memorial de forma clara, preferencialmente separado por área/espaço a ser trabalhado,  constando todos os materiais / elementos / acessórios que serão utilizados no projeto.

Após isso, devemos fazer um pré-orçamento (pode ser via internet mesmo) buscando ofertas de tudo isso. Esta pesquisa servirá como base de negociação com os fornecedores e construtores para que apresentem suas propostas.

3.       Orçamento definitivo

Aqui, após as negociações com os fornecedores e empreiteiros, temos como fechar o orçamento final do projeto para apresentar ao cliente. De posse deste, é o momento de fazer a programação/planejamento financeiro, junto com o cliente.

Não se esqueça de que o valor do seu pagamento pelo projeto pode estar inserido no orçamento disponível do cliente.

4.       Solicitação de documentações públicas

Somente quando necessário. Por exemplo: você planejou derrubar uma parede e necessitou da presença de um engenheiro civil. Este deve recolher junto ao seu Conselho (CREA) a ART.

Em algumas cidades, as prefeituras exigem os alvarás de obras até mesmo para simples pinturas de paredes (absurdo!).  Então fique atento à cidade onde está sendo realizada a obra e tenha em mãos todos os documentos necessários.

5.       Seleção de construtores e fornecedores

contrato

Após o recebimento das propostas orçamentarias dos construtores e fornecedores, você deverá selecionar os vencedores. É importante que o cliente participe desta etapa.

Lembre-se: nem sempre o menor preço significa qualidade na execução de obras.

Por isso é importante que junto com o orçamento os construtores encaminhem uma lista de obras já realizadas e, se possível, que você visite algumas delas para atestar a qualidade dos serviços.

Fique atento pois tudo isso está intrinsecamente amarrado ao orçamento disponível.

Não se esqueça de também elaborar os acordos de prestação de serviços para serem assinados pelos construtores. Este é um documento entre o profissional e os prestadores de serviço. Este documento deve conter itens como, por exemplo, no caso de pintura:

– o responsável deverá preparar todas as superfícies para o seu melhor acabamento;

– toda nova marcenaria e carpintaria serão  preparadas, emassadas, lixadas e seladas;

– o selador e demais demãos de pintura serão aplicados de acordo com as instruções do fabricante;

– toda marcenaria preexistente será limpa, emassada, lixada e receberão uma demão de pintura;

– Todos os revestimentos de parede preexistentes serão retirados – as paredes serão limpas, emassadas, lixadas e pintadas;

– o responsável pelo serviço utilizará adesivos e toda forma de proteção das áreas adjacentes à superfície que for trabalhada;

– não realizará qualquer alteração do produto (consistência, cor, etc) sem a aprovação do designer responsável pela obra;

Este documento deve ser assinado por todos os envolvidos na obra. No caso de pedreiros é fundamental que conste um item exigindo a correta observação das paginações de piso/revestimentos.

Também faz-se necessário neste documento um item para TODOS os construtores/fornecedores:

– o responsável pela execução do projeto fica proibido de conversar diretamente com o proprietário da obra sobre propostas de alterações no projeto/obra. Qualquer necessidade nesse sentido deve ser tratada apenas com o designer responsável pela obra.

Isso evita os corriqueiros problemas de alterações que ocorrem sem a autorização/conhecimento do profissional.

É muito importante que o profissional disponibilize aos seus clientes modelos de contratos de prestação de serviços para serem firmados entre o cliente e os contratados. Este documento garantirá a execução dos serviços contratados e servirá como prova à seu favor em caso de problemas judiciais.

QUARTA FASE:

1.       Programação da obra

É diferente do cronograma, que entra a seguir.

Aqui fazemos uma programação da obra constando tudo sobre o que será feito, de acordo com a cronologia necessária:

– demolições

– estruturas 1 (gesso, pisos, etc)

– estrutura 2 (elétrica, hidráulica, ar, etc)

– revestimentos de paredes

– iluminação

– acabamentos

– mobiliários

2.       Cronograma de obra

cronograma

É programação e definição das obras que devem ser feitas e suas datas de inicio/finalização. Quando e o que entra/começa/termina, em que data entra/começa/termina.

Este documento é necessário para que os construtores (especialmente) conheçam os prazos disponíveis para a execução de seus serviços, principalmente as datas máximas, para que não atrapalhem o andamento das obras e a entrada de outros profissionais.

Por exemplo: se um pedreiro tem uma semana para assentar os pisos e estoura este prazo, ele estará comprometendo os trabalhos de outros profissionais que já tem suas agendas apertadas e comprometidas. A marcenaria não poderá ficar esperando que os pintores terminem seu trabalho atrasado por causa do assentamento de piso que atrasou. É uma bola de neve.

3.       Compras

Como o próprio nome diz é a fase de aquisição dos produtos e insumos necessários à obra e ao projeto.

Estas devem ser acompanhadas pelo profissional designer para, principalmente, evitar a interferência externa no projeto. É bastante comum vendedores forçarem os clientes a trocar produtos e quando o designer vai na obra recebe-los tem geralmente surpresas desagradáveis.

Portanto é fundamental deixar acertado (em contrato) junto ao cliente que as compras deverão seguir exatamente as especificações realizadas no projeto.

Outro fator importante da presença do profissional no momento das compras é com relação às RTs. Ainda na fase de conversas e apresentação da proposta o designer deve deixar claro ao cliente esta pratica de mercado e negociar com ele a presença ou não desta no orçamento/contrato.

Caso haja, é a garantia do designer recebe-las dos fornecedores e assim, ser ressarcido pelo desconto dado no valor do projeto.

Caso não haja, é a maneira do designer conseguir negociar melhores descontos para o cliente junto aos fornecedores.

4.       Acompanhamento das obras / instalações / fase “suja” da obra

Tem gente que diz que isso não é necessário. Eu acredito o contrário: é SEMPRE necessário, desde pequenas reformas aos grandes projetos.

É durante o acompanhamento que o designer vai verificar a correta execução do projeto, sanar dúvidas dos construtores, solucionar problemas inesperados, etc.

É a fase de instalações de granitos, mármores, carpintaria, obras em alvenaria, gesso, pinturas, etc. Todos os elementos que fazem parte da estrutura do projeto.

Portanto é sim importantíssima a presença do profissional durante as obras.

Estas podem ter seu valor diluído no valor total do projeto ou podem ser cobradas à parte (por visita).

Mas nunca deixe de acompanhar as suas obras.

5.       Instalações de equipamentos e mobiliários

Aqui entram as instalações pós obra pesada. São elas basicamente:

– mobiliário e marcenaria

– iluminação

– acabamentos (metais, louças, vidros, etc)

– splits

– trilhos

Ou seja, tudo que não faz parte da estrutura do ambiente.

6.       Finalização / decoração

decoração final

Nesta fase entram todos os acessórios para dar acabamento aos espaços projetados. Almofadas, mantas, peças de arte/decoração, tapeçaria, penajamentos, etc.

Nesta etapa também é realizada a afinação da iluminação.

É onde o designer irá fazer a finalização do projeto.

7.       Entrega

Tudo tem que estar finalizado e pronto pois este é o tão esperado dia para o cliente: quando poderá entrar em seu novo espaço e usufruir do investimento feito.

É também um momento especial para o designer pois poderá ver nos olhos de seus clientes a satisfação.

QUINTA FASE:

 avaliação

1.       Avaliação pós-entrega

Se pensam que o trabalho terminou no item anterior estão redondamente enganados.

Após a entrega é sempre oportuno que o designer entre em contato com os clientes para fazer uma avaliação pós-entrega. Esta é a oportunidade de verificar se o projeto realmente atendeu as necessidades e aos desejos/sonhos do cliente, se houve alguma alteração feita pelos usuários após a entrega (e descobrir os porquês disso).

É também a oportunidade de descobrir o que os visitantes acharam do projeto, elogios, criticas, etc.

Esta avaliação deve ser feita:

– um mês após a entrega

– seis meses após a primeira avaliação

– um ano após a entrega.

 UFA!!!!

Bom, basicamente é isso.

Como podem ver o trabalho de um profissional de Design de Interiores/Ambientes é bastante complexo e extenso, cheio de detalhes e pontos importantíssimos para atender às necessidades/desejos/sonhos de nossos clientes.

Não é um trabalho fácil, não é apenas um “deseinho numa folha de papel” ou um acompanhamento a uma loja para ajudar a escolher materiais.

Os clientes precisam saber o quanto podem solicitar se um profissional de Design de Interiores/Ambientes.

E nós, profissionais, temos de saber o quanto podemos oferecer a eles.

PROPINA

Que vergonha!

Não tenho outra palavra para expressar o que senti ao ler o artigo do Walcyr Carrasco falando sobre suas experiências com arquitetos e designers de interiores…

Não leram? Então, sintam-se envergonhados! É só clicar aqui para ler a íntegra do artigo dele.

Tudo o que já venho denunciando há anos aqui neste blog e que me fez levar alcunhas como “alienado”, “marciano”, “alucinado”, “bipolar” entra tantos outros bem carinhosos, é desnudado agora através deste artigo.

E agora ABD, quem é o alucinado? Quem é o retardado? Quem é o doente?

Chupa essa que grande parte dessa culpa é de VOCÊS que apóiam e defendem essa prática execrável, irresponsávem e criminosa!

Se os “nobres” diretores são incapazes de ganhar dinheiro com quantidade de projetos e precisam receber propinas para sobreviver, o problema é de vocês.

Mas não sujem a nossa profissão com suas ações escrotas, imbecis e insanas.

Taí o resultado das ações estúpidas em defesa da “legalidade” das RTs que vocês tanto defendem.

Envergonharam a nossa classe profissional. Nos fizeram ser humilhados publicamente através de uma revista de circulação nacional e pior, por um escritor renomado e respeitado.

Eu sempre procurei uma palavra que encaixasse perfeitamente nessa prática e nunca cheguei numa tão justa quanto a que ele usa: PROPINA!

Fica a denúncia e alerta também para o CAU que agrega os arquitetos-decoradores.

Putz… 40% de desconto “na lata”??

=0

Profissionais que ganham 100% em cima de um projeto de planejados?

Uma mesinha mequetrefe por 10 paus???

Isso assusta sim, mas o que me deixou mais puto da vida, foi ver o descontentamento dele com relação à atenção dos profissionais com o “eu” do cliente. Não querem saber disso, se o cliente gosta ou não, se será prático ou não que se exploda.

À estes imbecis que fizeram isso (e a todos os outros que fazem o mesmo) só desejo uma coisa: que sejam execrados em praça pública, tenham seus diplomas cassados e sejam impedidos de trabalhar!!!

Fica a dica ao Walcyr: ao menos sobre os arquitetos, denuncie-os junto ao CAU e IAB.

Aproveite e pegue no pé destes dois órgãos pois eles são os responsáveis diretos da profissão de Design de Interiores/Ambientes não ter sido regulamentada até hoje. Responsabilize-os também.

É só pesquisar sobre o processo de regulamentação do Design no Brasil e perceberá as patas e garras destas instituições empacando e inviabilizando este processo.

 

Uma questão de bom senso…

E a regulamentação do Design no Congresso Nacional (CN), vai muito bem, obrigado!!! Esta semana ela foi aprovada em mais uma Comissão e segue a passos largos para a aprovação final.

No entanto, vale lembrar que a área de Design de Interiores/Ambientes foi excluída do processo por pressões  da ABD e do lobby dos arquitetos lá no CN. Logo, a nossa área não está sendo regulamentada.

Por um lado, uma associação frustrada e irresponsável, um reininho formado ensencialmente por não designers, que se acha no direito de falar em nome dos designers. Sim, a maioria lá dentro são arquitetos e decoradores. A minoria é designer.

Embrenham-se no meio do processo, dizem “não pois temos um projeto proprio de regulamentação” como se tivessem o direito de falar em nome dos designers.

Uma associação que num ato arbitrário, altera ao seu nome desconsiderando as diferenças entre os diversos profissionais que fazem parte de seu quadro de associados e atuam no mercado com atribuições distintas que por vezes – apenas por vezes – sobrepõem-se. Não faz a correta distinção entre estes profissionais. Diz amém às imposições de conselhos federais e associações de outras áreas, etc.

Uma associação que faz vista grossa com a realidade do mercado. Uma associação que só se mexe quando a água bate na bunda de seus diretores ou amiguinhos. Uma associação que só se mexe em suas cidades sedes e se esquece completamente do restante do país. Uma associação que deixa seus associados sem qualquer apoio quando precisam.

Uma associação formada por alguns membros sem caráter, dissimulados, que mentem, se fazem de amigos para conseguir informações confidenciais e depois divulgam-nas abertamente em reuniões da diretoria. (#PerdeuPlayboy) (#JáEra)

Uma associação que apoia coisas como o curso de decoração da revista Casa Claudia (inclusive, vários diretores são “professores” desse lixo), aberto para qualquer pessoa que queira participar e avalisa cursos superiores-lixo de qualquer uniesquina.

Uma associação que defende o direito e a legalidade da Reserva Técnica (RT), prática execrável pois prostitui o mercado além de ser anti-ético com os clientes que pagam duas vezes por um serviço contratado e com os colegas de profissão sérios.

Uma associação que para calar-me (ou comprar-me) me oferece benefícios como, por exemplo, vir-a-ser palestrante ou colaborador do site – coisa que nunca aconteceu.

Que feio ABD!!!

Já que jogaram sujo comigo, me dou o direito de divulgar o LIXO do PL de regulamentação que vocês estão tentando enfiar no CN. Afinal, trata dos direitos de inumeros profissionais reais, sérios e competentes de Design de Interiores/Ambientes que vocês insistem em desrespeitar. Além do fato que estão fazendo isso pelas nossas costas, sem consulta, sem direito a opinar, sem direito a discordar, sem direito a nada. Então, vou sim divulgar a íntegra desse lixo de PL para que todos os profissionais de Design de Interiores/Ambientes tenham acesso a ele e fiquem cientes da grandiosa sacanagem que vocês estão propondo. Servirá também de alerta para os congressistas para que não comprem (ou se vendam) à esse PL ridículo.

Por outro lado, um grupo corporativista existente dentro e fora do CN – o lobby – que pressiona para que a área seja excluída do projeto caso contrário haveria forte pressão visando a derrubada do projeto, o que levaria à bancarrota de mais uma tentativa de regulamentação do Design. Um grupo que não tem a menor noção da realidade, que acha que sabe o que é Design, que se acham designers quando na verdade o máximo que estudaram sobre Design foi a História do Design.

Neste último grupo, alguns alegam que fizeram especialização em “Design de alguma coisa”, portanto são designers. Porém se eu – ou qualquer outro profissional – fizer uma especialização, mestrado e doutorado em “arquitetura de alguma coisa” e usar o título arquiteto eles me processam por “exercício ilegal da profissão”.

Aham…

Quanta seriedade e ética…

=0

Mas temos outros lados nessa história ainda:

– Um CN formado por vários parlamentares desinformados e vendidos, que ainda confundem Design com Artesanato por exemplo;

– A equipe que se reuniu para elaboração do PL de regulamentação do Design e chamou a ABD apesar de ter sido advertida incontáveis vezes – e por diversos profissionais – para que não fizessem isso, tendo recebido todas as informações precisas sobre o assunto provando que a ABD não era a melhor escolha.

– Uma classe profissional desunida formada pro profissionais que não olham nada além de seus proprios umbigos.

– O MEC que aprova qualquer porcaria de curso superior, especialmente das IES privadas. Cursos superiores mal elaborados, ineficientes, incompletos, superficiais, enfim, errados em vários aspectos.

– IES privadas que só visam o lucro fácil.

Estes são apenas alguns pontos que merecem ser destacados nesse contexto que estamos sendo forçados a viver. Pontos que merecem uma reflexão mais aprofundada por parte dos envolvidos e, principalmente, dos profissionais verdadeiramente formados em Design de Interiores/Ambientes.

Num próximo post vou liberar o PL que a ABD está tentando enfiar no CN pelas nossas costas. Farei minhas considerações sobre o mesmo.

Precificando o projeto

Muitas pessoas me perguntam como faço para precificar os meus projetos. Nos diversos fóruns pela web encontramos diversos tópicos sobre este assunto, poucos com uma visão diferenciada. É complicado explicar isso uma vez que o mercado está muito confuso por dois motivos:

1 – a prostituição de muitos profissionais que dão projetos em troca de RTs ou que cobram valores ridículos.

2 – a ineficiência e alienação da ABD e outras associações (nacionais ou locais) sobre o assunto.

Bom, não há como querer seguir os valores colocados na tabela da ABD. São surreais e só quem deve conseguir aplica-los são as estrelinhas da mídia. Os profissionais normais e mortais não conseguem. Outro problema é que a tabela contempla o valor por m² e não considera a complexidade do projeto.

Se por um lado temos este problema dos valores muito altos da tabela, por outro temos os profissionais que não a respeitam e cobram valores bem abaixo do mínimo desejável para manter a saúde do mercado.

SE os profissionais se conscientizassem e começassem a valorizar o seu próprio trabalho e os colegas profissionais isso tudo não ocorreria mas o que vemos são prostitutos e prostitutas profissionais emporcalhando o mercado.

Enquanto isso não for resolvido vamos continuar a nos deparar com situações constrangedoras diariamente frente os clientes. Quando um me fala que o orçamento do fulano está bem mais barato que o meu respondo simplesmente:

EU SEI O QUANTO ME CUSTOU SER QUEM SOU HOJE E VALORIZO ISSO. SE QUER QUALIDADE, COMPETÊNCIA E SERIEDADE FIQUE COMIGO.

Sou anti-ético? Nem um pouco. Anti-ético é o outro que cobrou menos de 10% do valor cobrado por mim. Isso mostra o desespero do outro para manter-se sobrevivendo no mercado. (Note que sobreviver não é o mesmo que viver.)

Também tenho uma resposta na ponta da língua para aqueles que vem com a história de que a loja tal dá o projeto de graça:

BOBINHO, VOCÊ ACREDITA EM PAPAI NOEL? (rindo ironicamente)  VOCÊ ACREDITA MESMO QUE O VALOR DO PROJETO NÃO ESTÁ EMBUTIDO NO VALOR FINAL DO PRODUTO QUE VOCÊ IRÁ PAGAR?

(Por sinal essa história dessas lojas de planejados merece um post na veia….)

Bom, como eu precifico? Vou tentar explicar para vocês.

Em primeiro lugar tenho todo o levantamento de quanto me custa manter o meu negócio. É aquela tabela dos custos fixos que gera o índice e blablablabla. Abaixo disso, jamais.

Junto ao cliente, num primeiro momento analiso a situação através de uma ENTREVISTA informal: dimensão do projeto, estilo, nível social, vida social, quem é o cliente, etc.

Num segundo momento, busco fazer o BRIEFFING melhor direcionado pois já tenho algumas informações importantes que colho durante a entrevista. Depois, ao pensar o orçamento peso muito bem estes itens para chegar ao valor final.

Uso por base o valor da tabela da ABD (sim eu valorizo o meu trabalho) mas não uso a referência do meu estado (PR) e sim os valores mais altos da tabela – se é pra ser algo sério que seja igual para TODOS os profissionais independente da região onde moram afinal, tem clientes de todos os níveis em todos os cantos do país. Mas é claro que se o cliente não tem grandes recursos abro novas formas de negociação, com valores mais condizentes com a realidade do mesmo.

Digamos que o valor final pela tabela tenha ficado em R$ 15.000,00. Aí passo a cruzar este dado com os dados do brieffing.

Se o ambiente/projeto for mais simples e numa linguagem que eu goste mais de trabalhar – portanto já tenho os conceitos e conhecimentos em minha mente – vou automaticamente levar menos tempo para projeta-lo então posso abaixar um pouco o valor. Digamos para R$ 13.000,00.

Se o ambiente é num estilo mais clássico (rococó ou algo similar), cheio de detalhes, ornamentos isso vai me exigir mais pesquisa de materiais e tempo na prancheta para resolvê-lo. Então procuro manter o valor inicial ou, dependendo do caso posso até mesmo aumentá-lo chegando facilmente aos R$ 20.000,00.

No entanto só isso não serve para fechar o valor do projeto. Outras questões devem ser levadas em conta como por exemplo a tecnologia, a automação e o controle. O uso destas ferramentas nos obriga a atualização constante e eu não sou do tipo de profissional que entrega um projeto destes nas mãos de um projetista de loja (até os de móveis planejados são feitos por mim e a fábrica que se vire para executa-los exatamente conforme meus desenhos indicam). Entrego para o lojista o projeto pronto e já especificado para ele orçar materiais, equipamentos e instalação. E ai do lojista que tentar modificar meu projeto…. Isso eleva sim o custo do projeto. É a questão da personalização/autoria do projeto atendendo à individualidade e personalidade do cliente. Não quero meus clientes com “casa de revista” que não dizem absolutamente nada sobre eles.

No caso da automação é mais fácil. Mas mesmo assim exige pesquisa e atenção ao projetar. Dá pra elevar uns R$ 4.000,00 no preço final.

Já se o cliente pensa em controle aí a coisa é bem diferente. É algo bem mais complexo que a mera automação. E tem também o ponto que se o cliente pode pagar pelo controle, é sinal que tem dinheiro no caixa. Então, dá pra subir uns R$ 8.000,00 no valor final.

Isso tudo eu estou falando em projeto de Interiores/ambientes que levam agregado o projeto de iluminação básica. Caso o cliente queira um projeto de LD junto com o de ambientes aí a história é outra.

Lighting é a minha especialidade, estudei muito para dominar o assunto e saber muito bem – e como poucos – o que estou fazendo. E isso não vem de agora, desta pós que finalizei recentemente. Este especializar-me ja vem acontecendo ha mais de 10 anos, diariamente. Não posso – e nem devo – dar isso de graça a quem quer que seja afinal, nem o relógio trabalha de graça: ou você tem de dar corda ou tem de trocar a pilha.

Então, se o cliente deseja um projeto personalizado de LD – sim, LD é personalização – vamos nos sentar e negociar os valores pois cobro pelo projeto de LD o mesmo que cobro pelo de Interiores/Ambientes. Algumas vezes o LD sai até mais caro dependendo do nível tecnológico.

Então quer dizer que se for um projeto de Interiores/Ambientes + LD sai por R$ 30.000,00?

SIM!

Negociamos a forma de pagamento.

Não posso deixar de citar a existência das RTs nessa negociação. Sempre deixo isso bem claro para meus clientes e explico direitinho como elas funcionam. Se o cliente não quer com RTs e resolve pagar o preço total, fazer o que? Obrigo os lojistas a darem os 10% de desconto extra para os clientes após o fechamento do preço. Mas se ele quer o valor com as RTs, dou um desconto de 10% no valor total e ele se compromete a fazer as compras apenas onde eu indicar.

Isso tem de ser muito bem negociado e você tem de ser mais esperto que os lojistas. Jamais fale do desconto das RTs antes do vendedor apresentar o valor final do orçamento. Afinal, dentro deste valor final ele já embutiu os 10% das RTs que vai te pagar. Fechado o valor e negociado os descontos do cliente, aí você entra e pede o abatimento dos 10% das suas RTs. A grande maioria das lojas não gosta disso, torce o nariz, te chama no canto para “conversar”, porém quem não gosta não trabalha eticamente com seus clientes logo, não merece vender. Pule para o próximo fornecedor então.

É complexo? Sim. Dá pra explicar melhor? Consegui expressar-me corretamente? Talvez sim talvez não. Na certa muitos só entenderão isso com a experiência profissional e o decorrer dos anos atuando no mercado.

Por hora é isso. ;-))

Mais do mesmo… RTs.

Recebi a newslwtter da ABD essa semana (maio/2010) e esta tem em sua matéria de capa um tema muito importante:

“Ser assertivo para evitar possíveis conflitos”.

Creio que nem precisa reforçar o que vem a ser este “ser assertivo”, mas vamos lá. Temos de ser assertivos com o cliente, os fornecedores e os profissionais envolvidos na obra.

Ser assertivo pressupõe uma relação transparente entre as partes. Essa transparência nos obriga a firmar uma relação ética.

Se a transparência e a ética não estiverem presentes nessas relações a chance da nau virar são grandes.

Porém, na newsletter há um erro grave dentro deste assunto: quando fala sobre as RTs ainda na matéria de capa. Segundo a matéria:

“Uma das áreas de maior conflito é o recolhimento de Reserva Técnica pelo profissional. Quando o cliente ‘descobre’ o fato no meio da relação existe um sentimento de decepção. O assunto é polêmico, mas a posição da ABD é clara. O associado deve comentar o assunto antecipadamente com o cliente e deixar claro que isso não onera as compras e não interfere na indicação de fornecedores, prevalecendo sempre a decisão do cliente.” (NEWSLETTER, ABD. Ano 4, Maio 2010 – n° 14. Pag 1)

Fala sério ABD… vocês realmente acreditam que as coisas funcionam assim? Pois bem, vou explicar exatamente como as coisas funcionam nesta área:

1 – raríssimos são os profissionais que comentam com o cliente sobre a existência da RT. Tanto que temos muitos “profissionais” que estão vivendo com as RTs, não cobrando projeto e assim, prostituindo cada dia mais nosso mercado;

2 – “Comentar” não pois este termo é superficial demais. O profissional tem a obrigação de detalhar sobre como funciona esta prática para o cliente. O cliente tem de estar ciente da existência desta prática para poder optar e o profissional tem de ser ético ao oferecer dois orçamentos para o cliente: um com RT (valor aproximado das mesmas descontado do valor de projeto) e outro sem RT onde o valor do projeto é cobrado integralmente e o profissional tem de negociar as RTs como desconto para o cliente. Se não for assim, não há ética.

3 – Como “não onera as compras”? Em qualquer loja que você chegar e disser que quer a sua RT como desconto para o cliente isso é feito. Logo, este valor está sim embutido no custo do produto. Assim, o cliente está pagando duas vezes o profissional (no caso de contrato celebrado com valor integral de projeto livre de RTs). Paga o projeto e paga a “comissão” das lojas. Creio que falta leitura para a ABD sobre este assunto. Comecem por este meu texto aqui no blog: “O Paradoxo das RT’s.”

4 – Ainda sobre onerar o preço, já fiz testes sobre como o pagamento das RTs interfere no valor final. Fui a várias lojas fazer a cotação de diversos produtos. Com os orçamentos nas mãos pedi a uma amiga que passasse uma semana depois nas mesmas lojas, orçando os mesmos produtos dizendo estar sem acompanhamento profissional pois ela sabia exatamente o que precisava. Para minha não surpresa o resultado foi uma diferença de valores absurda: todas vieram com o valor das RTs descontadas já no preço acrescidas de um desconto extra para pagamento a vista. As diferenças ficaram na casa dos 20 a 30%. Então, como não onera?

5 – Também interfere sim na escolha dos fornecedores. Hoje é só ficar um pouco nas lojas observando os “profissionais” negociando com os vendedores, gerentes ou proprietários das lojas. O que mais se ouve são frases do tipo: “Ah, mas a loja tal me dá 15%, esses seus 10% eu não quero. Vou levar meu cliente na outra…” e coisas nessa linha. Isso independe de qualidade dos produtos, o que vale é a comissão mais alta. E ainda tem “profissionais” que tentam impor o percentual a receber. Já vi isso acontecendo diversas vezes.

6 – Por falar em percentuais hoje encontramos lojas pagando absurdos 20% de RT. Dois pontos aqui: A) se isso não onerar o valor final para o cliente…. B) Ainda existem lojas que diferenciam o valor pago pela RT para arquitetos e para Designers.  Geralmente o Designer recebe metade do que um arquiteto. É justo isso?

7 – As questões orçamentárias também são uma área bastante complicada pois o que vemos no mercado são “profissionais” oferecendo aos clientes somente aqueles orçamentos onde as RTs são mais gordas deixando de lado outros fornecedores que tem um produto igual por um preço mais baixo e com RTs menores. Mas aí o “profissional” pode cair numa armadilha como bem coloca o texto da Newsletter: “Depois o cliente descobre que pode obter melhores preços diretamente com o fornecedor, o que acaba reduzindo a importância da ação do profissional“.

Assim, creio que esta diretoria deveria tomar uma postura mais séria e dura com relação a este ponto fundamental da relação profissional x cliente e não ficar somente “achando que é assim”. Não se esqueçam que este texto me soa exatamente como outros da ABD sobre a prática profissional e as dificuldades que os Designers tem no mercado onde denuncias vazias, fiscalizações de um órgão que não tem nada a ver com a nossa profissão atravancavam a nossa prática profissional e as nossas relações com os clientes. A ABD não acreditava nas coisas absurdas que eu e outros blogueiros da área denunciavamos. Porém,  teve de acontecer com uma diretora recentemente para a ABD se mexer e ver que ninguém aqui está vendo “homenzinhos verdes”. São problemas reais, do mundo real, do cotidiano profissional dos Designers.

Esta prática das RTs da forma que vem sendo levada hoje em dia, é o câncer da profissão de arquitetura, design, engenharia e tantas outras. Ou os “profissionais” passam a agir eticamente ou cada dia mais corremos o risco de ter nosso mercado cada dia mais prostituído.

* Coloquei a palavra profissionais entre aspas algumas vezes para dirigir-me àqueles que são os responsáveis pela prostituição do mercado. Estes nem de profissionais com letra minúscula deveriam ser chamados pois se a RT é o câncer da profissão, estes são a metástase.