Os meu amigos leitores deste blog e também aqueles que já me conhecem, já devem ter percebido que uma das coisas que mais me irrita – seja profissionalmente, seja numa sala de aulas ou ainda na vida pessoal – são pessoas preguiçosas…
Tanto aqui neste blog quanto em vários outros que visito diariamente e também em fóruns das comunidades do Orkut, Ning, etc tenho percebido claramente a insistência dos preguiçosos.
O que acontece é os eguinte: as pessoas simplesmente NÃO LÊEM direito – se lêem alguma coisa além de seu foco – e postam comentários estapafúrdios. E depois ainda temos de aturar sermos chamados de arrogantes, estrelinhas, blábláblás sem fim.
“Deixei” passar um comentário no post Tira Dúvidas em Design de Interiores propositalmente. No texto deixo claro que o mesmo não se destina a “dar dicas de decoração” e sim sanar dúvidas sobre a profissão, a academia, etc. Mas não dar dicas sobre “o que ou como fazer pra minha sala ficar mais bonita”? E isso está lá em cima no texto, claro, cristalino e em NEGRITO! Mas mesmo assim recebo diariamente vários comentários nesse sentido.
Outro fato: “preciso saber desenhar para fazer este curso?” Alguém aí pode contar nos comentários quantas vezes eu já respondi isso? E mesmo assim tem uma média de 12-15 comentários questionando isso diariamente. Então o que vale é só o que está escrito nos posts? Será que a preguiça em ler os comentários na sequencia é tamanha que pulam direto pra caixa de postagem de comentários? E quando pedimos para lerem os comentários somos tirados por intolerantes, grossos, estúpidos…
Dias atrás numa comunidade aconteceu uma coisa no mínimo estranha. Um rapaz – ainda acadêmico -postou uma dúvida e eu e os outros designers mais experientes buscamos fazê-lo refletir sobre os erros cometidos por ele no processo para que ele não voltasse a incorrer neste erro para não prejudicar nem a futura vida profissional dele mesmo nem ao mercado de design que já anda podre por causa de ações do tipo da que ele adotou também junto àquele cliente específico. O fato foi que ele entendeu perfeitamente o movimento que fizemos na tentativa de ajudá-lo. Quando pensamos que o caso estava resolvido e que ele tinha conseguido finalmente entendido e mudado de atitude – ele até nos agradeceu e muito pelas coisas postadas – outros “ainda acadêmicos” entraram no tópico botando pose pois sentiram-se ofendidos… Ofendidos por agirem exatamente da mesma forma errada e irresponsável que o autor do tópico, porém preferem não mudar seus modos e formas de atuação profissional. Preferem já pensar – ainda que dentro de uma academia – como prostitutas do design. “Dinheiro na mão, calcinha no chão!”
Desculpem o termo mas é esta a verdade.
E nestes casos não adianta argumentar, não adianta mostrar e apontar os erros e as consequências dos mesmos.
Infelizmente é esse tipo de “profissional” que vem sendo formado pelas academias. Os professores não prestam atenção e os alunos não pedem ajuda antes de fazer as caquinhas. Saem já viciados e prostituídos em sua maioria.
Vindo diretamente para Interiores, tenho trocado e-mails com alguns Designers que já tem anos de carreira, são experientes e pessoas que respeito muito profissionalemente. Todos são taxativos num ponto:
– A formação que recebemos e continuam passando nas IES é uma ilusão!
Raros são os professores que passam a realidade do mercado. Preferem continuar com suas aulinhas medívcres fazendo seus alunos sonharem com “o cliente” que vai tirar seus pés da lama, encher seus bolsos de grana, projetar seus nomes pra dentro das revistas e mpidias e blablablablas infinitos.
Heeeellooooooooooo people!!!! Acordem Cinderelas alienadas e alucinadas!
Existem sim estes clientes com suas mega-mansões e que só de RT o designer consegue tranquilamente comprar o carro importado do momento, comprar o apartamento ou casa que tanto quer. Mas isso raramente vai aparecer! SE aparecer!
Me poupem os sonhadores e alucinados de plantão!
Seria tão bom se os professores mostrassem a realidade do mercado…
Me lembro que em minha formação TODOS os projetos eram enormes, salas enormes, quartos gigantes, cozinhas big! Porém a realidade me mostrou – e a todos os outros designers que tenho contato – que as coisas não são bem assim.
Sim já tive clientes excelentes e exatamente como aqueles estudados e criados em sala de aulas mas posso afirmar que a maioria são clientes normais, gente normal onde o excesso de m² da construção não é o ponto principal e sim a qualidade de vida, a qualidade projetual.
Vivemos hoje num mercado onde os espaços estão cada vez menores. Vivemos hoje num mercado onde os clientes são pessoas normais, da classe média e até aqueles abaixo disso. Os magnatas não pegam profissionais comuns e sim pagam por grifes – por mais que não passe apenas de uma falsa grife.
Mas os professores continuam alimentando essa falsa impressão de que tudo na vida profissional de um Designer de Interiores/Ambientes é um lindo mar de rosas, com um cé azul e um lindíssimo sol a brilhar… Não preparam os alunos para o mercado verdadeiro. Não mostram a realidade do mercado. Não mostram a concorrência. Não mostram a falta de regulamentação e sua importância. Não trabalham questões como parcerias profissionais, ética profissional, entre outras… Infelizmente.
Pelo contrário, muitos professores tratam os alunos como “potenciais concorrentes futuros”. Continuam a formar “decoratores e decoratrizes” alienados, alucinados, sonhadores e totalmente fora da realidade.
Por outro lado, continuamos a ver alunos entrando nos cursos de Design de Interiores penando não se tratar de nada além de mera “decoração”. Continuamos a ver alunos – e infelismente profissionais já formados – realizando projetos em cima de mobiliários já prontos e deixando o verdadeiro DESIGN de lado.
Pra se montar um espaço pegando uma cadeira na loja A, uma mesa na loja B, um tapete na loja C, umas almofadinhas na loja D, É FÁCIL, QUALQUER UM FAZ, NÃO PRECISA DE CURSO PARA ISSO.
Isso contribui e muito para desvalorização de nossa profissão, contribui para a prostituição do mercado, contribui para que cada vez mais sejamos vistos como profissionais desqualificados e incompetentes pois não fazemos nada além de ajeitar alguns objetos dentro de um espaço de forma jeitosinha, bonitinha e arrumadinha.
Se você é desses, por favor, não diga nunca que você é um Designer, apresente-se apenas como mais um decorador em meio à multidão. Assim você não suja o nome de nossa profissão. Design é muito mais que apenas isso que vocês pensam que é. Design é muito mais do que se vê nas revistas de DECORAÇÃO!
Pode parecer meio confuso o texto acima mas ele abre portas para diversos debates, diversos assuntos à serem tratados. Mas nem de longe representa qualquer frustração de minha parte para com a minha vida profissional que, graças a Deus, vai muuuuuuito bem, obrigada! É apenas um ponto de vista de quem ha muito tempo vem exaustivamente e diariamente tendo de arrumar as concepções errôneas sobre a área de Design de Interiores/Ambientes que o mercado tem por causa de atitudes irresponsáveis de outros “profissionais” junto a clientes, mídia, academias, etc.
Seja consciente academicamente e profissionalmente faloando, não seja preguiçoso! Não seja mais um prostituto!
Paulo, parabéns pelo seu texto e pelo seu blog. Eu o descobri recentemente mas já está em meus favoritos. Espero ainda podermos trocar muitas idéias e informações. Abraço
É Paulo, é fogo… Parabéns pelo post, mais uma vez.
Bjs!
É, Paulo… há muito mais que isso…é só uma parte de um grande problema. Há instituições, que cobram taxas para “representar” nossos profissionais, mas que se quer, são encabeçadas por alguém do Designer de Interiores, mesmo.. e pior, que explanam a idéia de que não passamos de Decoradores, até em Congressos… os professores, poderiam (deveriam ser!) parte integrante do grupo de vozes para mudar os parâmetros do mercado na cabecinha dos alunos, não fazem, por receio de “perder espaço”. E nessa área, só perde espaço o preguiçoso e o sem criatividade. Infelizmente, em maior número.
Grds abs!