Lei 13.369/2016 – Agradecimento

Um vídeo rápido em agradecimento ao Deputado Federal Ricardo Izar que foi uma peça fundamental na tramitação de nosso PL dentro do Congresso Nacional para alcançarmos a nossa regulamentação profissional através da Lei n° 13.369/2016.

Meu mais sincero agradecimento em nome de todos os estudantes e profissionais de Design de Interiores brasileiros!

 

Pesquisa: Design de Interiores brasileiro e sua identidade profissional.

Ola meus amigos e leitores!

Solicito a ajuda de vocês neste questionário que elaborei para uma pesquisa que estou realizando.

Fonte: CRED I.

Trata-se da identificação da visão geral que os estudantes e profissionais de DInt tem sobre a área profissional.

ATENÇÃO> Este questionário é destinado APENAS a estudantes e profissionais GRADUADOS (nível superior) em Design de Interiores.

Agradeço aos que puderem responder.

PARA ACESSAR O QUESTIONÁRIO, BASTA CLICAR AQUI.

Att,
Paulo Oliveira

ANTES DO DESIGNER, VEM O DESIGN. Ou, SOMOS TODOS DESIGNERS.

ANTES DO DESIGNER, VEM O DESIGN.

Somos todos designers.

É sempre bom ressaltar a diferença entre estas duas palavras: Design e designer. Constantemente vemos, do público em geral aos acadêmicos e profissionais da área (e de outras) confundindo o uso destas palavras. Este erro vindo de do público e de outros profissionais é até aceitável. Mas do pessoal ligado ao Design NÃO!

Segundo o Dicionário Michaelis estes verbetes significam,

“Design – de.sign – (dizáin) sm (ingl) 1 Concepção de um projeto ou modelo; planejamento. 2 O produto deste planejamento.

Designer – de.si.gner – (dizáiner) s m+f (ingl) Indivíduo que planeja ou concebe um projeto ou modelo.”[1]

Ou seja, o primeiro refere-se à profissão e o segundo ao profissional:

POCC_35 Apr. 21 15.18POCC_36 Apr. 21 15.19

Perceba também que no primeiro caso o verbete aparece iniciando com letra maiúscula e no segundo caso, minúscula. Isso acontece por uma convenção da língua portuguesa (e de outras também) onde os nomes das profissões sempre devem ser escritas desta forma. Design, Arquitetura, Engenharia, Medicina, Advocacia, Aviação, Jardinagem, Marcenaria e assim por diante.

Já, quando falamos dos profissionais utilizamos designer, arquiteto(a), engenheiro(a), médico(a), advogado(a), aviador(a), jardineiro(a), marceneiro(a), etc.

Mais uma vez esclarecido isso vamos seguir em frente fazendo uma análise sobre o titulo deste capítulo. Porque é necessária esta reflexão?

Simples: o Design, como área independente e específica do conhecimento, é dividido em diversos segmentos. Hoje não se fala mais em Desenho Industrial e sim em segmentos do Design. Isso se fez necessário por causa das demandas mercadológicas que exigiram, cada vez mais, a especialização do profissional em uma determinada especialidade. De inicio foi dividido em duas grandes especialidades: Produto e Gráfico. Mas isso só não bastou e hoje já contamos com uma variedade destas especialidades:

PRODUTOS:

Objetos, brinquedos, embalagens, jóias, automobilístico, instrumentos, mobiliário, vernacular, sinalização, etc:

Tecnologia de materiais: Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

Gestão:

Branding, estratégico, projetos, eventos, etc;

Acessibilidade:

Tecnologias assistivas, desenho universal, etc;

Teoria:

História, semiótica, educação, pesquisa, institucional, etc;

Interfaces:

Usabilidade, softwares, relação usuário>produto, etc;

Sustentabilidade:

Alternativas, redesign, reuso, ecodesign, etc;

Ergonomia:

Cognitiva, física, organizacional, etc;

Tecnologia de materiais:

Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

GRÁFICO:

Informação, editorial, impressos, ilustração, arte-finalização, comunicação visual, sinalização, etc;

 

Tecnologia de materiais: Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

Audiovisual:

Vinhetas, produção, filmes, videografismo, animação, etc;

Jogos:

2D, 3D, flash, interativos, educativos, raciocício, etc;

Gestão:

Branding, estratégico, projetos, eventos, etc;

Acessibilidade:

Tecnologias assistivas, desenho universal, etc;

Teoria:

História, semiótica, educação, pesquisa, institucional, etc;

Interfaces:

Usabilidade, softwares, relação usuário>produto, etc;

Sustentabilidade:

Alternativas, redesign, reuso, ecodesign, etc;

Tipografia:

Historia, produção, criação, composição, paginação, etc;

Ergonomia:

Cognitiva, física, organizacional, etc;

Tecnologia de materiais:

Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

 

MODA:

Figurino, comportamento, têxtil, estamparia, modelagem, vitrina, alta-costura, instrumentos, etc;

Tecnologia de materiais: Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

Gestão:

Branding, estratégico, projetos, eventos, etc;

Acessibilidade:

Tecnologias assistivas, desenho universal, etc;

Teoria:

História, semiótica, educação, pesquisa, institucional, etc;

Interfaces:

Usabilidade, softwares, relação usuário>produto, etc;

Sustentabilidade:

Alternativas, redesign, reuso, ecodesign, etc;

Ergonomia:

Cognitiva, física, organizacional, etc;

Tecnologia de materiais:

Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

 

INTERIORES E AMBIENTES:

Exposições, cenografia, varejo, mobiliário, saúde, entretenimento, residências, institucionais, paisagismo, hospitality, automotivo, aviação, embarcações. etc.

Tecnologia de materiais: Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

Gestão:

Branding, estratégico, projetos, eventos, etc;

Acessibilidade:

Tecnologias assistivas, desenho universal, etc;

Teoria:

História, semiótica, educação, pesquisa, institucional, etc;

Interfaces:

Usabilidade, softwares, relação usuário>produto, etc;

Sustentabilidade:

Alternativas, redesign, reuso, ecodesign, etc;

Ergonomia:

Cognitiva, física, organizacional, etc;

Tecnologia de materiais:

Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;

Perceba que dentro destas especialidades principais já encontramos, hoje, outros segmentos que vem se desenvolvendo, sempre em busca dos melhores resultados. Por mais que pareçam semelhantes, a pesquisa específica dentro de cada especialidade alcança resultado distinto de uma área para outra, pois cada especialidade pesquisa temas relevantes para o seu segmento ampliando, assim, o conhecimento específico destes segmentos e das próprias especialidades.

O melhor é que os conhecimentos produzidos por estes segmentos não ficam amarrados apenas ao Design e sim, buscam auxiliar e também melhorar todas as outras profissões em diversos aspectos. E não duvidem se, em breve, termos mais segmentos específicos atendendo a uma ou diversas especialidades.

Isso será sempre bem vindo afinal, estamos constantemente contribuindo com a sociedade através do conhecimento e a visão do mundo (e das coisas) pela ótica de nossa área.

Do preconceito – ou pré-conceito

É bastante comum vermos no dia a dia, especialmente nas redes sociais, provocações preconceituosas contra a nossa área. Sejam estas provocadas por mero desconhecimento e ignorância sobre o que é Design até mesmo as mais graves vindas daqueles que sabem exatamente do que se trata e do potencial da área. Todas estas tem a sua origem no pré-conceito que, segundo o Dicionário Michaelis, significa:

“Preconceito

pre.con.cei.to – sm (pre+conceito) 1 Conceito ou opinião formados antes de ter os conhecimentos adequados. 2 Opinião ou sentimento desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão. 3 Superstição que obriga a certos atos ou impede que eles se pratiquem. 4 Sociol Atitude emocionalmente condicionada, baseada em crença, opinião ou generalização, determinando simpatia ou antipatia para com indivíduos ou grupos. P. de classe: atitudes discriminatórias incondicionadas contra pessoas de outra classe social. P. racial: manifestação hostil ou desprezo contra indivíduos ou povos de outras raças. P. religioso: intolerância manifesta contra indivíduos ou grupos que seguem outras religiões.” (grifos meus).

Como fica claro, toda e qualquer manifestação preconceituosa tem a sua raiz na ignorância das pessoas sobre determinado assunto ou tema. E vivemos aqui no Brasil uma situação complicada, especialmente fora dos grandes centros, onde o Design e seus profissionais são alvos constantes dessa ignorância. E ele vem da sociedade, de outras áreas profissionais e o pior de todos: dos profissionais e acadêmicos de nossa própria área.

Da sociedade

Quem já não ouviu frases como “ah, você faz desenhos no computador”? Acredito que a maioria dos designers já trombaram com esta e outras frases que deixam claro o desconhecimento por parte das pessoas sobre o que é Design e o que um designer faz. Até mesmo dentro da própria família é comum isso acontecer. O ato de confundir o Design com a Arquitetura também é bastante comum porém, igualmente errado.

O problema aqui é que sempre que vemos matérias na grande mídia – seja esta digital, televisiva ou impressa – há equívocos apresentados como se verdade fossem. E, para um leigo da sociedade, ok. Se é isso que estão falando, amém. Porém o problema maior é que raramente estas mídias buscam entrevistar designers verdadeiros, com formação na área. Grande parte das matérias usam profissionais de outras áreas que acham que são designers só porque desenvolveram um ou outro mobiliário e saem falando absurdos que o mercado, por sua ignorante inocência, acaba assumindo como se verdade fosse.

Um exemplo clássico disso é o Lighting Design. Por mais que a área já tenha mais de 20 anos de desenvolvimento e conte com profissionais especializados é bastante comum profissionais sem conhecimento aprofundado em iluminação utilizarem este termo como forma de agregar valor aos seus projetos. No entanto, quando questionados sobre o que é o Lighting Design soltam respostas como: “É uma iluminação mais cênica.” (SIC). E o mercado acaba assimilando esta ideia de que o LD trabalha apenas com cenas programadas em equipamentos de automação residencial ou de efeitos visuais. Está totalmente equivocada esta informação, pois o LD trabalha desde o desenvolvimento de luminárias até as questões ergonômicas, de salubridade, segurança e informativas, qualidade da luz nos ambientes entre diversos outros aspectos antes de chegar à tal luz cênica. Aliás, a iluminação cênica é o berço do LD e muito de sua técnica é aplicada em projetos desenvolvidos por verdadeiros lighting designers.

Um exemplo?

Num bom projeto de LD o que importa é a qualidade da luz, a quantidade correta de luz para cada usuário e/ou tarefa. Num bom projeto de LD as luminárias raramente ficam visíveis por o que importa são as sensações que a luz irá provocar nos usuários. Assim como num palco de teatro onde você não vê os projetores, você apenas sente a luz – sem perceber – e como ela enriquece a cena.

De profissionais de outras áreas

Neste caso encontramos problemas variados que vão dos pré-conceitos aos preconceitos.

No caso dos pré-conceitos o problema é bastante similar ao citado no exemplo anterior, da sociedade. Resumem-se meramente à desinformação sobre o que é Design.

Já os preconceitos vêm daqueles que se julgam designers e não tem habilitação técnica específica na área. Seja como forma de se manter num nicho de mercado que encontraram, totalmente desregulamentado – portando “sem dono” – ou por mero melindre pessoal, já que não aceitam que existam outras pessoas mais criativas e capazes de solucionar problemas que eles. Estes são os mais danosos e perigosos. E sempre são estes que acabam falando bobagens nas mídias disseminando a desinformação sobre o que é Design e quem é ou qual o papel do designer na sociedade e no mercado.

Isso fica claro quando, ao mesmo tempo em que alegam que “são designers”, não sabem nem explicar o que é isso. Quando questionados, dão explicações vazias que confundem o Design com as suas áreas de origem. Quando falam sobre Design em mostras, especialmente, referem-se à esta área apenas como detalhes e equipamentos utilizados em seus projetos que fazem parte dos catálogos de lançamentos de seus patrocinadores como revestimentos, por exemplo.

Quando questionados sobre Ergonomia, sempre confundem com acessibilidade ou fazem uma verdadeira salada misturando as duas coisas e soltando respostas, por vezes, sem sentido, duvidosas e até mesmo equivocadas.

Entre os próprios designers

Sim, há preconceito dentro das universidades e no mercado de trabalho. Até pouco tempo atrás o Design de Interiores/Ambientes não era reconhecido pelos designers de outras áreas como uma área do Design. Alegavam que era decoração e que por isso era coisa da Arquitetura. Foi árdua a luta travada por diversos profissionais para conseguir mostrar a eles que sim, somos designers e a nossa raiz é o Design. Mas ainda hoje existem alguns que não aceitam.

Prova disso é que a nossa área só foi reconhecida oficialmente no NDesign (Encontro Nacional dos Estudantes de Design) em 2012, quando ganhou o devido espaço e reconhecimento na grade do evento. Já na Bienal Brasileira de Design a nossa área ainda não foi aceita. Preferem contratar cenografistas ou resolver da forma deles mesmos, a inserir a nossa área na Bienal, aproveitando para aprender mais sobre a nossa área além de mostrar ao público do que o Design de Interiores e Ambientes é capaz.

Mas dentro da academia ainda perduram o que alguns chamam de brincadeiras, mas que na verdade expressam preconceitos e pré-conceitos seja por parte de discentes e de docentes. Infelizmente essas atitudes não se resumem apenas à nossa área.

“Ah, ele partiu pra Produto porque não tem o dom da arte”, diz um gráfico.

“Ah, ele foi pra Gráfico porque é péssimo em desenho técnico” diz o de produto.

“Ah, Interiores é coisa de patricinha ou de fresquinho”, dizem alguns.

Estas são frases comuns nos corredores e, até mesmo, em algumas salas de professores. Se fossem Docentes, seriam decentes. Mas percebe-se que não passam de pseudos-professores (com “p” minúsculo mesmo, daqueles que não estão preocupados com a qualidade da educação e formação acadêmica). Isso nos mostra que ainda falta interação:

Entre alunos; Entre turmas do próprio curso; Entre turmas de cursos diferentes; Entre docentes; Entre disciplinas; Em trabalhos e pesquisas; Em eventos acadêmicos.

Não há interação, não há integração. Ficam todos fechados em seus mundinhos, observando e absorvendo apenas o que está em seu campo visual (aproximadamente 150° somando a visão central + a periférica) nos esquecendo dos 210° restantes, não percebendo, portanto, as possibilidades que estão à sua volta.

Tenho observado, em alguns eventos que ando participando, a realidade disso. Mesmo em eventos onde todas as áreas do Design estão presentes é comum perceber as panelinhas. Desde a baixa participação e interesse por palestras, oficinas e workshops de outras áreas até a interação entre os profissionais ou acadêmicos de especialidades distintas. Na realidade são poucos aqueles que já perceberam a importância de conhecer – ao menos o básico – sobre a outra especialidade, seja para não sair falando bobagens, seja para observar e absorver conteúdos e conhecimentos que possam ser aplicados em seus trabalhos e até mesmo, analisar como criar potenciais parcerias profissionais.

No entanto, vale destacar aqui que isso tudo acontece porque fomos programados assim. Duvida? Observe estas frases:

“Somos ricos, não se misture com “aquela gentinha”;

“Aquele menino não é uma boa companhia para você”;

“Não devemos nos casar com outro de jugo desigual”;

“Meu garoto! Esse vai ser garanhão, pegar muitas meninas e ter vários filhos”.

“A sociedade, que devemos participar, é apenas aquela à qual pertencemos”;

Atire a primeira pedra quem nunca ouviu ao menos uma destas ou outras carregadas de pré-conceitos e preconceitos sobre diversos aspectos de nossas vidas. Isso reflete claramente os padrões sociais que foram sendo formulados com o tempo e que, apesar do passar de tantos anos, ainda perduram em algumas mentes e são repassadas de pai para filho, de geração em geração.

O “não se misture” ainda permanece vivo nas mentes de alguns que insistem em não evoluir, infelizmente. Saia perguntando aos designers que você conhece “O que é Design?”. Não se surpreenda se constatar que cada um vai responder de acordo com a sua especialidade. O gráfico irá responder de acordo com a sua visão. O de produtos idem. O de Interiores idem e assim por diante. Poucos são os que conseguem ver o Design antes do designer.

Dificilmente um designer de moda conseguirá lhe dizer, com um mínimo de precisão, o que é Interiores. Provavelmente ele irá responder algo bastante próximo da Decoração. Assim como o inverso é verdadeiro.

Se você perguntar como Produto interage com Gráfico, a maioria não saberá responder com precisão.

Por acaso você sabe qual a relação e interação entre Moda e a sua área e quais as possibilidades de atuação conjunta entre vocês?

O que e como o pessoal de Gráfico pode aproveitar os conhecimentos de Interiores e vice-versa?

O que e como o pessoal de Produto pode aproveitar os conhecimentos de Interiores e vice-versa?

O que e como o pessoal de Games pode aproveitar os conhecimentos de Interiores e vice-versa?

Lamentavelmente este desconhecimento acaba afastando profissionais que poderiam trabalhar em parcerias gerando excelentes projetos, aumentando a qualidade dos mesmos bem como agradando ainda mais os clientes através dos resultados.

Portanto o que devemos fazer é acabar com os guetos, com este apartheid que ainda impera, mesmo que disfarçadamente, em alguns cantos. O Design é uma área em constante mutação e evolução como já demonstrei anteriormente quando citei as especialidades. Algumas já bem posicionadas e definidas e outras ainda em evolução.

Então, vamos evoluir?

Muitos alegam que o Design é uma área multidisciplinar. Porém, esta palavra significa que existe uma temática comum, mas não existe relação entre as disciplinas.

“Mais de uma disciplina; aparentemente, não tem relação uma com a outra; cada disciplina permanece com sua metodologia própria; não há um resultado integrado. Segundo Piaget, é quando a solução de um problema requer a obtenção de informações de uma ou mais ciências ou setores do conhecimento sem que as disciplinas evocadas sejam alteadas ou enriquecidas.”[2]

Eu sinceramente não consigo perceber o Design desta forma, trancafiado numa caixinha e isolado, contribuindo pouco ou nada com outras áreas. A produção do Design já tem mostrado que isso é uma inverdade. Acredito sim que esta é uma área transdisciplinar, que acontece quando há cooperação entre todas as disciplinas e interdisciplinar.

“Etapa superior a interdisciplinaridade; não atinge apenas as interações ou reciprocidades, mas situa essas relações no interior de um sistema total; interação global das várias ciências; inovador; não é possível separar as matérias.”[3]

Design é uma área totalmente híbrida e permeável. Ao mesmo tempo em que se apodera dos conhecimentos de diversas disciplinas (ou áreas), é capaz de encontrar erros e corrigi-los, alterar a forma de observar, analisar os problemas e propor soluções mais adequadas entre tantas outras possibilidades. Sim, o Design invade outras áreas. Mas nem de longe deseja assumir o papel destas. Não deseja pois sabe que pode contribuir com o desenvolvimento das mesmas sem precisar assumir um papel que não lhe cabe. Portanto, interdisciplinar.

Apesar de tantos designers, tantos “pensares” distintos… Todas são, antes de tudo, Design.

Todas as áreas do design interagem umas com as outras. Todas necessitam de conhecimentos das outras.

Saia de sua zona de conforto e comodismo.

Evolua!

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[1] Dicionário Michaellis.

[2] https://osmurosdaescola.wordpress.com/2011/07/06/multi-pluri-trans-inter-mas-o-que-e-tudo-isso/

[3] Idem.

Sobre prazos

Dias atras aconteceu mais um vez um problema recorrente, creio, não só comigo: clientes pedindo projetos com prazos curtíssimos. Já faz tempo que quero escrever sobre isso e sempre fico protelando. Mas vamos lá, vou relatar o que aconteceu.

Recebi na terça feira (11/09) um e-mail de um diretor de uma instituição pública. Nesta instituição existe um espaço do qual ele é diretor que necessita de uma readequação, especialmente na parte de iluminação. Um excelente projeto, com muita visibilidade.

Para tal, ele necessitava de especificações e orçamentos para encaminhar aos gestores para verificação da possibilidade de liberação de verbas para a execução do projeto.

Iniciados os contatos, tudo correndo bem até que ele me revelou o prazo para entrega do material: até dia 19/09/2012.

IMPOSSÍVEL!!!!

É humanamente e tecnicamente impossível realizar este trabalho num prazo tão curto.

Humanamente pois estou com minha agenda abarrotada, já comprometida até a metade de outubro com outros projetos.

Tecnicamente, pois as empresas demoram vários dias para responder orçamentos, especialmente de um projeto com equipamentos bem específicos para iluminação de obras de arte. Só este fator já estoura o prazo definido por ele.

Por sorte, este cliente é bem esclarecido, consciente e entendeu o porque de minha recusa para o projeto neste momento.

Outro fator que pesou na recusa é que para especificar adequadamente os equipamentos, eu teria de projetar. Pelas dimensões dos ambientes, não dá para supor que esta luminária com aquela lâmpada irá atender às necessidades e resolver os problemas. Para esta definição, faz-se necessário o projeto que é onde iremos analisar, testar, re-testar, alterar, 2D, 3D, softwares de iluminação, catálogos e mais catálogos afinal, não quero meu nome atrelado a um projeto mal resolvido através de suposições.

No entanto, este ato de projetar somente seria remunerado caso os gestores aprovassem  o projeto. Se não aprovassem, eu teria trabalhado em vão. Expliquei isso a ele que entendeu perfeitamente a situação e me solicitou um orçamento de projeto para ser analisado pelos gestores e, caso aprovado, futuramente a contratação de meus serviços e a execução do projeto.

Como coloquei no início deste post, este é um problema bastante comum que enfrentamos no dia a dia. Os clientes pensam que somos mágicos e conseguimos projetar e executar uma obra num estalar de dedos ou num piscar de olhos. Afinal, muitos tem a visão tosca de que fazemos “apenas uns deseinhos”, é fácil.

O problema, por outro lado, tem raízes também dentro dos profissionais. Existem muitos por aí que tem “projetos de gaveta” e acabam aceitando esse tipo de coisa. Mas vale explicar o que são esses tais projetos:

Um projeto de gaveta é aquele projeto que você fez para um determinado cliente e que ficou bom. Aí, você o deixa numa pasta separada. Uma hora ou outra vai aparecer um cliente com um ambiente semelhante, com os mesmos gostos e aí é só ajustar o layout dentro do espaço. Fácil assim não é mesmo?

E engana-se quem pensa que isso acontece só na nossa área. Conheço arquitetos que tem projetos de gaveta também. Engenheiros idem.

O pior é que, por não precisarem “trabalhar” para projetar, esses “proficionals” cobram uma ninharia dos cllientes. Por isso vemos alguns com uma quantidade espantosa de clientes tendo conhecimento que a qualidade de seus projetos é no mínimo, duvidosa.

Sem contar que, por cobrarem mais barato, estes profissionais são os que mais prostituem o mercado com as RTs.

Assim, como explicar a um cliente que você não consegue projetar num prazo tão enxuto enquanto ele aponta outro profissional que afirma conseguir fazer?

Explique a situação, seja honesto mesmo que tenha de “queimar” o outro profissional esclarecendo sobre esses projetos de gaveta, que são a única forma possível de realizar um projeto em seis dias (como no caso exemplificado no inicio).

É anti-ético, imoral e desrespeitoso com os colegas de profissão, com os clientes, com o mercado.

Mas, como diz o ditado, quem está na chuva é pra se molhar… Sim, nos molhemos então, mas deixemos esses profissionais sem noção ensopados e atolados em sua propria lama.

Por isso é urgente que a regulamentação profissional aconteça. Mas uma séria e exclusiva para os profissionais devidamente formados em Design de Interiores/Ambientes, não a palhaçada que a ABD está tentando fazer.

O mercado e a nossa classe profissional não precisa de gente assim.

Iluminação cênica x arquitetural

A luz sai dos palcos e espetáculos e vai para a arquitetura com a finalidade de valorizar e enaltecer espaços e elementos da arquitetura.

A característica principal da luz cênica é a sua volatilidade que faz o espectador mergulhar numa dimensão mágica, única. Ela por si só já é um espetáculo à parte em um palco; seja num show, seja numa peça de teatro.

Ali, o LD realiza as suas pinturas cênicas. O palco é a tela onde ele vai brincar com suas tintas, com seus pincéis.

As sutilizas e a sensibilidade deste trabalho chamou a atenção de alguns profissionais que trabalhavam com a iluminação arquitetural. Como aplicar aqueles conceitos, como trazer aqueles efeitos para a arquitetura seja ela interior ou exterior? Destas indagações e de várias outras surgiu o Light Design voltado para a arquitetura. Uma necessidade real de algo diferente e único, fugindo do comercial, do comum.

Portanto, para ser um bom profissional de LD faz-se necessário que o profissional busque informações e esteja atendo ao mundo cênico, seja ele em um palco real ou numa cena de TV e filmes. As concepções e tecnologias estão mudando dia a dia e isso é perceptível, especialmente em cinema e televisão.

Mas este conhecimento não vem apenas através da observação de uma imagem ou cena encontrada em algum tipo de mídia ou numa visita. É bem mais profundo e técnico o que exige do profissional um constante aprimoramento e aperfeiçoamento através de pesquisas, leituras e prática, muita prática.

Como a luz é uma matéria não palpável, você não consegue pegá-la. É só através da manipulação e experimentação que o LD conseguirá alcançar um nível de conhecimento e técnica que o torne apto ao trabalho através das múltiplas facetas e possibilidades que a luz tem e é capaz nos proporcionar.

De nada adiantaria eu ou qualquer outro autor ficar escrevendo laudas e mais laudas descrevendo o comportamento de um facho produzido por um determinado equipamento e uma determinada luz. Você poderia até mesmo conseguir visualizar mais ou menos o efeito, porém restariam muitas dúvidas e distorções. Ao contrário do que acontece quando você manipula e sente e percebe ao vivo o que realmente acontece.

A iluminação cênica tem suas características e peculiaridades. A começar por ela ser um show à parte dentro de qualquer espetáculo. O primeiro versículo do Gênesis da Bíblia: “Deus disse: “Haja luz” e houve luz. Deus viu que a luz era boa…”. É a luz que dará a visibilidade de tudo que se fez para o resultado final da montagem e o encantamento da platéia pelo conjunto de elementos cênicos. Ela complementa a linguagem do espetáculo. Deve agregar novos elementos ao conjunto que se pretende transmitir ao público. A luz atua diretamente no referencial psicológico de cada espectador, provocando em cada um reações diferentes, fruto da própria experiência individual com as cores.

Pensemos que ela acontece na grande maioria das vezes em ambientes fechados e que não sofrem interferências externas. É a caixa escura dos teatros (palco + caixa cênica). Isso facilita e muito o trabalho do iluminador. Porém, quando esta acontece num ambiente externo e exposto às variações do entorno algumas coisa necessitam ser super-dimensionadas para alcançar o mesmo efeito.

Por exemplo: numa caixa cênica quando usamos fog (fumaça) ela tende a manter-se no espaço espalhando-se e dissipando-se vagarosa e lentamente. Já num palco aberto a incidência dos ventos faz com que ela se espalhe, nunca tenha uma direção certa. Logo, necessitamos neste caso de uma maquina mais potente ou mais máquinas espalhadas pelo espaço.

Outra característica é que numa caixa cênica os equipamentos são mais simples de manipular, pois ali dentro contamos com uma gama enorme de acessórios tais como varas, bambolina, cortinas que nos garantes o “esconder” dos mesmos do observador e também, os mesmos estão protegidos das intempéries e agressões. Já num espaço aberto eles ficam expostos à chuva, sol, vento, poeira e vários outros elementos que podem danificá-los, especialmente tratando-se de iluminação arquitetural. Por isso os fabricantes começaram a desenvolver os mesmos produtos com IP alto através de vedações e outros elementos que os protegem. Hoje encontramos a maioria dos equipamentos cênicos em versões para uso externo.

Boas leituras são as que contam a história da iluminação cênica. Nestes materiais encontra-se claramente a evolução das técnicas e equipamentos utilizados. Existem vários arquivos em PDF disponíveis pela web sobre o assunto que valem a pena a leitura.

Na iluminação arquitetural, seja esta de fachadas, interiores, paisagismo, monumentos ou qualquer outro tipo é comum termos de especificar e detalhar nos projetos outros elementos além das luminárias e especificações técnicas. Mais ainda quando a edificação ou espaço a ser iluminado são anteriores ao projeto. Num projeto novo onde o LD trabalha em parceria com arquiteto, engenheiro ou designer isso pode ser corrigido já no momento no momento da concepção arquitetural, porém quando isto não ocorre, acabamos por ter a necessidade de adequar os espaços e as instalações ao projeto de LD.

Um exemplo fácil é um projeto de LD para uma praça pública já existente. Um dos primeiros itens a ser verificado é a realidade das instalações existentes. Isso engloba a verificação de instalações elétricas, se existem pontos onde poderemos instalar os equipamentos ou se terão de ser construídos, o tipo de uso da praça, questões relativas a segurança e vandalismo entre vários outros fatores. O mais comum é termos de projetar também estes espaços para instalação seja este enterrado, sobreposto ao chão, elevado ou suspenso.

Em interiores o mais comum é o uso do gesso onde podemos embutir todo o sistema de iluminação. Porém alguns cuidados devem ser observados como, por exemplo, numa sanca com built-in. Pensemos na manutenção do sistema. Um instalador que venha a fazer algum reparo – que seja uma simples troca de lâmpada – apoiando-se no border da sanca onde o sistema encontra-se “escondido”. Se esta não for projetada de modo que a resistência a choques, impactos e cargas seja maior, corremos o risco de ter um elemento quebrado ou trincado o que demandará mais trabalhos ao usuário: remendo, pintura…

Não digo com isso que teremos de nos atentar a toda a parte de instalação elétrica, por exemplo. Isso deve ser feita pelo engenheiro elétrico responsável pela obra. Porém, é um trabalho que demanda atenção e trabalho conjunto.

Alguns lembretes:

Local

Ambiente

Pontos   de atenção

Externo

Fachadas

  • Visibilidade
  • Segurança
  • Vandalismo
  • Existência ou não de   pontos favoráveis
  • Necessidade de   projetos complementares
  • Projeto elétrico
  • Pontos e elementos   arquitetônicos de destaque
  • Níveis de iluminância   rua x fachada

Praças   e parques

  • Tipo de uso
  • Segurança
  • Vandalismo
  • Existência ou não de   pontos favoráveis à instalação
  • Necessidade de   projetos complementares para a instalação dos equipamentos
  • Projeto elétrico
  • Pontos e áreas a   serem valorizados pela iluminação
  • Plano Diretor   Municipal

Monumentos

  • Tipo
  • Textura, forma,   dimensão e cor
  • Segurança
  • Vandalismo
  • Existência ou não de   pontos favoráveis à instalação
  • Necessidade de   projetos complementares para a instalação dos equipamentos
  • Projeto elétrico

Pontes

  • Tipo de uso
  • Tipo de transporte
  • Existência ou não de   pontos favoráveis à instalação
  • Necessidade de   projetos complementares para a instalação dos equipamentos
  • Projeto elétrico
  • Pontos e áreas a   serem valorizados pela iluminação
  • Níveis de   ofuscamento e segurança
  • Normas técnicas   (DETRAN, etc)
  • Plano Diretor   Municipal
  • Elementos   arquitetônicos de destaque

Vias   urbanas

  • Tipo de uso   (normalmente transporte E pedestre)
  • Existência ou não de   pontos favoráveis à instalação
  • Necessidade de   projetos complementares para a instalação dos equipamentos
  • Projeto elétrico
  • Pontos e áreas a   serem valorizados pela iluminação
  • Níveis de   ofuscamento e segurança
  • Normas técnicas   (DETRAN, etc)
  • Plano Diretor   Municipal

Interno

Residencial

  • Características do   usuário
  • Tipo de uso
  • Existência ou não de   pontos favoráveis à instalação
  • Necessidade de   projetos complementares para a instalação dos equipamentos
  • Projeto elétrico
  • Pontos e áreas a   serem valorizados pela iluminação
  • Níveis de   ofuscamento e segurança

Comercial

  • Características do   mercado
  • Tipo de comércio
  • Existência ou não de   pontos favoráveis à instalação
  • Necessidade de   projetos complementares para a instalação dos equipamentos
  • Projeto elétrico
  • Pontos e áreas a   serem valorizados pela iluminação
  • Níveis de   ofuscamento e segurança
  • Acessibilidade

Saúde

  • Características   do(s) usuário(s)
  • Área da saúde
  • Área de atenção:   níveis de iluminação por setor
  • Segurança em   instalações
  • Existência ou não de   pontos favoráveis à instalação
  • Necessidade de   projetos complementares para a instalação dos equipamentos
  • Projeto elétrico
  • Pontos e áreas a   serem valorizados pela iluminação
  • Níveis de   ofuscamento e segurança
  • Acessibilidade
  • Normas técnicas   (ANVISA)

Industrial

  • Características a   industria
  • Área de atenção:   níveis diferentes de iluminação por setor
  • Segurança em   instalações
  • Existência ou não de   pontos favoráveis à instalação
  • Necessidade de   projetos complementares para a instalação dos equipamentos
  • Projeto elétrico
  • Pontos e áreas a   serem valorizados pela iluminação
  • Níveis de   ofuscamento e segurança
  • Acessibilidade
  • Normas técnicas

Interno   efêmero

Stands

  • Tipo e publico da   feira/evento
  • Segurança nas   instalações
  • Existência ou não de   pontos favoráveis à instalação
  • Necessidade de   projetos complementares para a instalação dos equipamentos
  • Projeto elétrico
  • Pontos, produtos e   áreas a serem valorizados pela iluminação
  • Normas do pavilhão   ou centro de exposições

Shows

  • Tipo e publico
  • Segurança nas   instalações
  • Existência ou não de   pontos favoráveis à instalação
  • Necessidade de   projetos complementares para a instalação dos equipamentos
  • Projeto elétrico
  • Áreas a serem   valorizados pela iluminação
  • Normas de segurança   (bombeiros, salvamento, etc)

Estes são apenas alguns exemplos de pontos de atenção que devem ser observados cuidadosamente pelo LD antes de projetar. A visitação “in loco” do espaço é fundamental para a detecção destes pontos. A atenção neste tipo de detalhe fará, certamente, a diferença em seu projeto.

Sobre este blog e o Design

Quando fui incentivado para escrever este blog fiquei pensando sobre a melhor maneira de apresentar o Design de forma concisa, objetiva e clara. Sinceramente, não sou muito fã de colocar um amontoado de fotos de produtos e os nomes de lojas onde são comercializados e os respectivos preços. Entendo que isso não significa apresentar adequadamente o Design ao mercado. Ao contrário, esta maneira distorcida de reduzir o Design a uma comercialização tácita e leviana de produtos leva os leigos a compreendê-la como uma mera vitrine de consumo sem a menor fundamentação. Desta forma o Design torna-se refém de uma inversão mercadológica voltada para a criação de necessidades quase sempre “desnecessárias”. Entendo que uma mídia (e este meu blog faz parte desta) não pode resumir sua atuação ao interesse comercial, mas sobretudo informar corretamente.

Uma das minhas maiores preocupações desde meu ingresso na área do Design relaciona-se com o desconhecimento generalizado sobre o que vem a ser o Design. Para que serve o Design afinal de contas? Deparamo-nos constantemente com pessoas falando sobre Design. Entretanto, em seus discursos, demonstram claramente que não conhecem o que ele seja na realidade e deixam claro que não tem qualquer formação acadêmica em Design. Vemos também pessoas usando o termo Design para nomear quaisquer profissões que absolutamente nada tem a ver com o Design propriamente dito. Portanto, levo este blog por este caminho: busco conscientizar sobre o que é e para que serve o Design ao mesmo tempo que apresento alguns produtos e esclareço um pouco mais sobre as reais áreas do Design e a sua necessária formação acadêmica para o exercício profissional.

De início, convém esclarecer alguns aspectos. Muitas pessoas reclamam sobre nomear esta profissão com um termo estrangeiro. O fato é que, por incrível que pareça, não existe uma palavra na língua portuguesa que compreenda o todo do Design. Projetista? Não apenas isso. Desenhista? Muito mais que isso. Artista? Bastante criativo também. Arquiteto? Um pouco disso também. Engenheiro? Em algumas coisas sim. O Design é um complexo jogo multidisciplinar que agrega em si muitas outras áreas, da filosofia à engenharia. Se observarmos ao nosso redor, vivemos cercados pelo Design. Esta tela pela qual me lê, por exemplo, apresenta-se como fruto de áreas do Design: gráfico, interação, web, produto – isso sem contar a área a acadêmica na qual mergulho a cada post por mais simples que seja.

A área é Design e o profissional é Designer. Ainda, a título de exemplo, Design Gráfico (profissão) e Designer Gráfico (profissional).

Ultimamente temos visto uma enxurrada de “X” design como já coloquei anteriormente. No entanto, a aplicação do termo Design em algumas profissões apresenta-se incorreta pelo simples fato de não haver projeto do produto final e, principalmente, reduzir-se apenas a uma técnica. Logo, pintar unhas não tem absolutamente nada a ver com Design (mesmo se considerarmos o desenho), assim como misturar tintas e dar tesouradas no cabelo também não é Design. Receitas de seja lá o que for também não é design. É preciso ter consciência de que Design não é sinônimo de artesanato ou mera técnica. Também não se forma um designer em cursos de finais de semana ou de poucos meses ou ainda que ensine a utilizar softwares, mesmo que de última geração.

Aproveito então este post para explanar brevemente sobre quais são então, na verdade, as áreas principais do Design. Todas que apresentarei agora são “filhas” do Design (Desenho Industrial). Baseado nas necessidades mercadológicas o Design foi se especializando em diferentes áreas. Assim como ocorre na engenharia e na medicina com suas especialidades, da mesma forma, a complexidade do Design levou a compreender que um só profissional não conseguiria trabalhar com tudo. Portanto, dividiu-se o Design em áreas.

Design de produtos:

Tudo o que existe ao seu redor e que você usa diariamente é um produto. Talheres, canetas, carros, luminárias, celular, computadores, óculos, móveis, relógios, roupas, enfim, tudo é produto do Design. Tudo passou por fases projetuais e industriais até chegar às suas mãos. Tudo foi ergonomicamente estudado para facilitar o manuseio e a aplicação e garantir ao usuário segurança no uso e conforto. O foco principal deste profissional é principalmente a indústria, mas além da produção industrial, este profissional também atua como projetista de peças exclusivas para empresas e clientes particulares.

Design Gráfico:

Folhetos, cartões de visita, revistas, jornais, outdoors, cartazes, sites, logotipos, identidade visual e corporativa, painéis e letreiros, animações e todo o restante de coisas que servem para informar ou apresentar algo visualmente é um produto da área do Design Gráfico.

Design de Embalagens:

Um desmembramento do Design Gráfico e de Produtos. Como o próprio nome diz, trabalha especificamente com as embalagens visando torná-las mais acessíveis, ergonômicas e esteticamente melhores. É uma área que vem crescendo bastante, pois a indústria já percebeu o diferencial que uma embalagem bonita e de qualidade faz.

Design de Interiores/Ambientes:

Esta área, pode-se dizer, é uma evolução da Decoração. Além de trabalhar a estética do ambiente como o decorador faz, o profissional de Design de Interiores/Ambientes vai mais além: ele foi habilitado em sua formação acadêmica para executar intervenções mais profundas nos ambientes que visam a melhoria da qualidade de vida do usuário final. Além da escolha de almofadas, acessórios e cores, o profissional é capaz de resolver os espaços através da aplicação de conhecimentos como ergonomia, conforto térmico, acústico e luminoso, semiótica, projeto de mobiliários, adequação e correção de fluxos, redesign arquitetônico e outros tantos mais. É um profissional cada vez mais requisitado já no momento do início de um projeto arquitetônico, trabalhando junto ao arquiteto. Também está aparecendo cada dia mais nas reformas de edificações já prontas pela sua facilidade em retrabalhar e readequar os ambientes para novos usos. Engana-se quem pensa que um Designer de Interiores/Ambientes trabalha apenas com ambientes residenciais. Este profissional está apto a trabalhar com ambientes comerciais, corporativos, clínicas, cenografia, eventos, stands, desfiles e editoriais de moda, interiores de automóveis, barcos e aviões ente outros. Da simples troca de almofadas, passando por uma redistribuição dos móveis até uma intervenção mais ampla com troca de pisos e algumas alvenarias, você pode contar com este profissional.

Design de Interação:

Quem assistiu ao filme Minority Report pôde notar a quantidade de equipamentos que interagem com o usuário. De telas touch-sreen (celular, TV, câmeras digitais, etc) ao reconhecimento de voz e íris tudo é interação. E muito disso já é uma realidade hoje em dia. Os caixas eletrônicos, aparelhos de GPS e celulares tem hoje muito do Design de Interação. Mas a interação não fica apenas no físico sendo possível também através da realidade aumentada e programas que interagem com o usuário e/ou meio. Este último está sendo cada dia mais usado em casas noturnas e eventos. Na web também encontramos exemplos de interação em diversos sites.

Lighting Design:

Quando um profissional se forma em Design, Arquitetura ou Engenharia Civil, estes saem das academias como iluminadores. É aquela iluminação que vemos geralmente nas revistas de decoração, geralmente com excessos de luz pois o que foi aprendido é iluminar: colocar luz. O Lighting Design é um passo adiante na iluminação: ele tem a sua raiz na iluminação cênica, aquela de palcos de teatro e shows. Aliando as técnicas da iluminação convencional com as cênicas este profissional consegue trabalhar os ambientes com uma linguagem única que busca o refinamento estético e as explorar as sensações do usuário através da luz. É a arte de iluminar retirando a luz desnecessária. Hoje, a iluminação é responsável por 70% do efeito final de um projeto. Este profissional também trabalha com a pesquisa e criação de produtos específicos para os projetos como luminárias, lâmpadas, filtros e outros mais, além da luz natural.

Design de Moda:

A Moda alcançou hoje um nível de excelência tão grande que a necessidade de uma formação mais ampla dos profissionais se fez presente. O profissional desta área forma-se não para ser mais um estilista, mas sim, para também ser o profissional encarregado por todo o processo dentro de uma indústria de confecção. Da criação dos modelos ao lançamento da coleção existe um árduo e longo processo que envolve a escolha de tecidos, aviamentos, muitas vezes a criação de algo novo (design têxtil), viabilidade econômica e mercadológica entre tantas outras coisas mais. Este profissional é o responsável pelas roupas, calçados, jóias, cintos, bolsas e acessórios que você usa diariamente.

Existem ainda outras áreas específicas que estão desvinculando-se e formando seus próprios campos. Todas as áreas conversam entre si, trabalham juntas e às vezes com os mesmos projetos e produtos. Outras vezes, num mesmo produto, cada um desenvolvendo o seu foco.

Como se pode ver, o Design é uma ferramenta fundamental hoje em dia seja no campo corporativo ou pessoal.

A verdade é que não se vive sem Design hoje em dia.

Casa Conceito Londrina 2011

A Haus Innen, tradicional mostra de decoração, arquitetura e design aqui de Londrina agora é:

Reformulada, a mostra promete grandes surpresas na comemoração de seus 15 anos de trajetória de sucesso aqui em Londrina.

Eu particularmente adorei essa mudança pois mostras conceituais são muito mais criativas e forçam os profissionais participantes a ir além do normal, do padrão de revistas, do certinho e arrumadinho. O conceito os deixa livres para criar. Neste tipo de mostra cabe a exposição de produtos de forma não convencional, o layout mais livre sem contudo perder a pontos cruciais de um projeto como a qualidade, acessibilidade, sustentabilidade.

Profissionais muito bem selecionados que estão criando ambientes exclusivos e especiais para brindar os visitantes. Muitas surpresas!!!

De 27 de agosto a 25 de setembro.

Av. Adhemar Pereira de Barros, 555 – Londrina – PR.

Uma bela casa à beira do Lago Igapó I está sendo totalmente reformada para abrigar este que é, sem sombra de dúvida, a maior e melhor mostra de decoração, arquitetura e design do interior do Paraná.

Além dos ambientes especialmente decorados, a Casa Conceito abrigará também diversos eventos.

Confira a agenda:

30 de Agosto – Exposição de Arte da artista Isabel Santacecília no ambiente Galeria Bahiarte da arq Marlene Ricci
31 de Agosto – Happy Hour BPW no Restaurante da Mostra dos arq Gilmar Mazari e Marcos Maia
31 de Agosto – Palestra J. Serrano na Tenda de Eventos
09 de Setembro – Desfile Solidário no ambiente Jardim de Esculturas da paisagista Fabíola Giocondo
12 de Setembro – Palestra “Como divulgar sua Empresa nas Redes Sociais“ com Leandro pascoal na tenda de Eventos
13 de Setembro – Tarde O Boticário no ambiente Galeria Bahiarte da arq Marlene Ricci
15 de Setembro – Exposição de Arte do artista Maragoni com a presença dele no ambiente Galeria Bahiarte da arq Marlene Ricci
21 de Setembro – Workshop Maquiagem com Roberta Peixoto na Tenda de Eventos
21 de Setembro – Desfile Coleção Primavera Verão loja Dallu no ambiente Piscina dos arq Alessandro Cavalcanti e Ricardo Mahkoul

Comprando o ingresso você tem acesso aos eventos!

A Jacque me falou que tem ainda vários outros eventos sendo agendados. Assim que ela for me repassando vou atualizando este post para que vocês não percam nada.

Ingressos:

R$ 20,00 inteira e R$ 10,00 meia (estudantes com apresentação da carteirinha e pessoas acima de 60 anos)

Acesso somente a maiores de 12 anos.

Informações:

http://www.casaconceitopr.com.br/

Ou ainda:

licht@hausinnen.com.br

Andreia Scherer Hovgesen
Coordenadora Técnica
43 9117 2161
andreiash@sercomtel.com.br

Jacqueline Luz
Coordenadora Geral e Executiva
43 9911 6014
jacqueline@hausinnen.com.br

Apresentando: DECORPOL

DECORPOL – molduras em EPS para construção civil.

A empresa:

A DECORPOL Ind. e Com. Ltda. nasceu pela demanda do mercado por elementos decorativos de alto padrão de qualidade, tais como molduras internas e molduras decorativas para fachadas.

A DECORPOL a apresenta suas duas principais linhas de produtos: moldura em poliuretano para interiores e moldura em EPS para fachadas (exterior).

Estabelecida na Cidade Industrial, em Curitiba, no estado do Paraná, a Decorpol conta com excelente infra-estrutura e equipamentos de ponta para fabricar elementos e proporcionar soluções sob medida para cada projeto de seus clientes.

Há mais de 16 anos no mercado da construção civil, a empresa faz jus ao slogan “especialista em molduras” observando há anos os seguintes princípios: ter o melhor produto, fabricado pelos melhores colaboradores, aplicado pelos melhores parceiros.

O Produto:


Moldura em EPS para fachadas completa, com argamassa extrusada, tela estrutural, corte por pantógrafo computadorizado e topos destopados. Por serem extrusadas, as linhas e vincos de nossas molduras garantem melhor alinhamento e acabamento.

Moldura em EPS para fachada somente no EPS cru, sem tela estrutural ou argamassa. Isto garante um melhor custo x benefício para construtoras que necessitam aplicar grandes quantidades de molduras em suas obras.

Moldura em EPS para fachada: EPS + Tela estrutural. Por ser sem a argamassa extruzada, permite um melhor custo pelo benefício da aplicação de acabamentos projetados ou ainda do tipo grafiato diretamente sobre a moldura, sem a necessidade da argamassa, aconselhável para acabamentos lisos.

Molduras em poliuretano para interiores e fachadas. Por ser em poliuretano, permite acabamento perfeito em interiores e podem ser aplicadas em fachadas.

A principal vantagem deste produto é que por ser feito em EPS a sua aplicação não interfere na estrutura da edificação. Não se faz necessário fazer reforços para apoiar ou sustentar o produto pois o mesmo é leve.

A aplicação é bastante simples, rápida e garante a tão almejada “obra limpa”.

Outra grande vantagem é que você pode mandar o desenho da moldura que deseja e eles te entregam o produto exatamente como no desenho.

Estou usando este produto numa obra aqui em Londrina e posso garantir que é material de primeiríssima qualidade.

Vale a pena conhecer e principalmente aplicar os produtos da DECORPOL em sua obra.

Contato:

Rua Ilnah Pacheco Secundino de Oliveira, 384
Curitiba – PR,
CEP: 81460-032
Fone/Fax: (41)3563-1050 / 3563-1055

Fale com nossos setores comercial e técnico ou faça seu pedido pelo e-mail comercial@decorpol.com.br

Ou fale diretamente com o Silvio, consultor de vendas: (41) 8864-5329.

E-mail: vendas@decorpol.com.br

Dezáiner de Interior (sic)

Bom, e lá vou eu de novo soltar o verbo… Não posso e nem tenho como me calar diante de algo que vi recentemente.

Resumidamente, conheci uma pessoa pela internet (facebook) e vi em seu álbum de fotos alguns projetos que, de cara, percebi serem frutos da manipulação do PROMOB. Em poucas linhas trocadas, descobri que esta pessoa nem tem o ensino médio concluído. Até aí tudo bem, um vendedor de loja de planejados. Indiquei a ele este meu blog e o meu portfolio e, no dia seguinte ele me mandou o link de um blog que ele tinha montado para expor os seus trabalhos. Acessei e, de cara, bem no topo da página, já fiquei louco ao ler a apresentação: Sou profissional de Designer de Interiores e blablablabla….

Bom, não é por nada não, mas cadê a ABD nessas horas? Ou vai dizer que ela aceita vendedor projetista promobista como associado e com direito a entitular-se DESIGNER?

Tá, este cara não é associado, mas mesmo assim, onde está a ABD para nos garantir a transparência do mercado e defender os clientes de pessoas embustistas como estes que, certamente, mancham a nossa profissão e dão margem para outros profissionais sentarem o porrete na gente?

Vamos ser honestos, eu vejo aqui o mesmo problema que o pessoal do Design Gráfico tem com os “micreiros”. Pronto, agora começaram a aparecer os nossos “micreiros” para ferrar de vez com a nossa área.

Qualquer pessoa que entenda um mínimo de informáica, que tenha um certo senso estético e pegue um software como o Promob não mãos consegue elaborar ambientes facilmente. Especialmente porque este software trabalha com móveis modulados, ou seja, são para empresas de planejados. Os módulos já vem prontos, você tem ali a cartela de tevestimentos, ferragens, etc… aí é so juntar tudo num ambiente e bingo! Virou Dezáiner!

Me poupe heim gente! Não tem como levar a sério isso não e muito menos me calar diante disso.

Um aparte aqui: não me refiro ao pessoal formado em arquitetura ou design que opatou por trabalhar em lojas de planejados OK? Me refiro àqueles sem formação alguma que de vendedor, começaram a fazer projetos no Promob e pararam por aí.

OPutro aparte: não estou sentando o porrete no software Promob também. Acho-o muito válido e útil, assim como VDMax e outros, para as pessoas já capacitadas academicamente.

Vejo aqui mais ou menos o mesmo problema com os Decoradores. Estes não tem as mesmas atribuições que nós Designers e, mesmo assim, muitos destes se metem até em questões arquitetônicas e, já que a ABD não faz a correta distinção entre decorador e designer, quando os decoradores fazem alguma “caca” a culpa cai sobre quem? Nós Designers. Então ABD, por favor né, já passou da hora de ajeitar isso, no mínimo, por respeito a nós Designers.

Voltando aos “micreiros promobistas”, analisando os “projetos” do álbum do cara, percebi que não há qualquer preocupação com estilo, ergonomia, fluxograma, iluminação, etc. Tudo ali parece sair daqueles catálogos de lojas de planejado: mudam-se as cores, puxadores, layout, porém mantem-se aquela cara padrão comercial que vemos nos showrooms.

Fico pensando nos clientes deste cara (e de tantos outros “proficionaiz” como ele) com relação ao dia a dia, usabilidade, acessibilidade, conforto, etc.

Vocês devem estar se perguntando ainda o porque de eu afirmar que ele e tantos outros iguais não são Designers? Simples responder à isso:

– Ele não é Designer porque não tem formação

– Ele não é Designer porque não sabe lidar com projetos além do Promob

– Ele não é Designer porque não tem a menor noção sobre iluminação, projeto elétrico, hidráulico, etc

– Ele não é Designer porque não sabe projetar mobiliário exclusivo sem o recurso do Promob

– Ele não é Designer porque percebe-se claramente erros crassos ergonômicos

– Ele não é Designer porque percebe-se claramente erros crassos na acessibilidade

– Ele não é Designer porque percebe-se claramente a falta de identidade e personalidade nos diferentes projetos, são todos padrão

– Ele não é Designer porque não se percebe absolutamente nada sobre estudo e aplicação das artes nos projetos

– Ele não é Designer porque tudo é muito quadradinho, certinho, padronizadinho

– Ele não é Designer porque desconhece os revestimentos gerais além daqueles oferecidos pelo Promob

– Ele não é Designer porque todos os pisos e paredes revestidos tem uma paginação padrão

– Ele não é Designer porque seus “projetos” não seguem a ordem e passos necessários para a execução de um projeto.

– Ele não é Designer porque lidar com um software deste qualquer um consegue: bota uma coisinha aqui, tira outra dali, arrasta um pouquinho pra cá, bota uma corzinha na parece, uma “luzinha” ali e outra acolá, vários módulos prontos espalhados pelo ambiente e pronto! Eu sou dezáiner!

– Ele não é Designer porque ELE NÃO É DESIGNER E PONTO FINAL!

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Então, sugiro a todos que, sempre que toparem com uma pessoa assim, que denunciem à ABD. Apesar de não termos a nossa profissão regulamentada ainda, ela, como associação nacional e sendo a mais forte na área, tem a obrigação jurídica de nos defender.

Se eles quiserem usar termos como projetistapromobistas de interiores, que usem, mas Designers NÃO!

Pô gente, temos de matar um leão por dia no mercado, por vezes um dragão, para ainda termos de conviver com este tipo de coisa? Fala sério. É bom que vocês profissionais acordem e ajudem a pressionar o congresso e a ABD forçando a regulamentação de nossa área senão jajá a coisa vai virar um circo. Já basta o circo Brasil, mas, se afetar diretamente a nossa área, aí vai ferrar tudo de vez.

É bom também o pessoal da arquitetura e engenharia civil ficar no pé do CREA, IAB e etc com relação à isso. Pouco antes das eleições vi uma matéria sobre a “nova classe média” onde mostrava o povo nas favelas construindo a dar com o pau, fazendo seus puxadinhos, erguendo novas lajes e tal. Depois, quando acontece uma desgraça, ninguém aparece não é mesmo? Nem mesmo pra falar, depois das eleições, sobre a tal “nova classe média” afff…

Bom, é isso por hora. Precisava botar isso pra fora tamanha a minha indignação. Claro que não vou citar o nome e tampouco o blog, mas se procurarem pela web, encontrarão vários assim.

Então, vamos nos unir gente? Vamos fazer algo em nome de nossa profissão?

Pensem sobre isso.

abs e até o próximo post!

LD – Luz dinâmica

Um assunto bastante interessante e que infelizmente ainda não é utilizado aqui pelo Brasil salvo pouquíssimas excessões: a luz dinâmica.

Mas o que vem a ser essa tal de “luz dinâmica”?

De uma forma simples e rápida é a luz não estática.

Entende-se por luz estática aquela que estamos acostumados a usar nos projetos, que utilizam luminárias “normais” como spots embutidos ou nao, pendentes, arandelas, projetores, etc.

Já a luz dinâmica pode-se dizer que nasceu da iluminação cênica pura, especialmente a de shows musicais e boates.

Ela pode ser “fixa”: sofrendo alteração de cores (RGB e filtros), texturas ou imagens (através de gobos e filtros) sobre a superfície iluminada.

Mas ela também pode ser “móvel” utilizando-se de equipamentos específicos.

O vídeo a seguir mostra uma bela apresentação de efeitos para boates e eventos:

Toda esta movimentação, cores e texturas projetadas podem ser aproveitadas num projeto de LD voltado para a arquitetura ou Design de Interiores/Ambientes.

Observe neste vídeo uma fantástica aplicação para o espaço urbano:

Bom né? Pois observe este outro vídeo do mesmo grupo com outras idéias geniais:

Olha só o que este grupo de estudantes de design aprontaram:

Curti muito especialmente a parte de projeções de sombras dos transeuntes. Vivemos em cidades violentas, estressantes e este tipo de produção certamente pode ajudar a contrapor isso. Lembro-me de uma oficina que ministrei em Curitiba para professores da rede estadual de educação, na disciplina de educação Artística, e que mostrei a eles como é fácil brincar com o teatro de sombras nas escolas usando um retroprojetor e um lençol. Professores com 40, 50,60 anos viraram crianças ao brincar com suas proprias sombras. E é isso que a população necessita nas cidades.

Já postei este vídeo aqui num outro tópico mas vale a pena mostra-lo de novo pela beleza da instalação:

Agora, misturando LD com um painel cinético, diga que isso não caberia perfeitamente dentro de um shopping, uma boate ou até mesmo dentro de uma residência ou loja, guardadas as devidas proporções?

Outra boa forma de aplicação da luz dinâmica é com a aplicação de paineis fixos em LED que promovem maravilhosas alterações do espaço e o melhor de tudo: são programáveis. Sei que ainda são equipamentos caros, porém a beleza que estes trazem para os ambientes é incrível. Observe este vídeo de instalação e teste de um destes painéis:

Observem como a simples aplicação de um sistema RGB pode mudar muito o visual urbano, seu skyline:

Aqui no próximo, a aplicação em um objeto que pode ser, tranquilamente, uma mesa de centro ou apoio numa loja ou numa residência de um cliente mais descolado:

Ou também numa instalação parietal como estas de um estande da Flos e de algumas outras imagens que tenho aqui em meu PC, que eu acho geniais pela aplicação destes diversos recursos:

Este slideshow necessita de JavaScript.

Finalizando, para quem acha que os LEDs ainda são ineficientes para iluminação de grandes áreas, dê uma olhadinha neste próximo vídeo. Observem que em alguns momentos aperecem aplicações, por vezes simples, mas que fazem muita diferença:

Então, dá para encarar? Dá para pensar em como aplicar estas soluções em nossos projetos?

My Reader 6/11/2010

Bom, vou começar uma série de posts nesse estilo para compartilhar com vocês um pouco sobre o que ando lendo pela web, aqui em meu reader.

Vamos lá então?

1 – No Arch Daily, dois posts me chamaram a atenção hoje:

primeiro o TED Prize-winner JR com suas impressionantes instalações fotográficas levando beleza e, em muitos casos, humor para as ruas das cidades seja em muros, fachadas, áreas degradadas ou qualquer outro ponto. Belíssimo trabalho, merecedor do prêmio.

Depois o Tourist Stop Hardanger Fjord do Huus Og Heim Architecture. Um belíssimo exemplo de projeto para o que chamamos por aqui de Ponto de Apoio Turístico. Mas infelizmente, assim como o nome feio que recebe por aqui no Brasil, os projetos são geralmente ridículos de feios. Quem sabe um dia cheguaremos a esse nivel de projeto.

2 – Do excelente blog de minha amiga Marcia Nassrallah, um excelente post sobre casa acessível. Um post muito bem elaborado sobre como devemos pensar os projetos que realizamos. Não somente visando o hoje mas também pensando e prevendo questões futuras que poderão tornar os ambientes inviáveis. São as casas para uma vida inteira, alguns cuidados que devem ser considerados na hora de projetar.

3 – No Kuriositas um post com mais uma bela apresentação em vídeo sobre mapeamento arquitetural, trabalho de Lighting Design e Arte digital: The LightLine of Gotham.

4 – No deliciosamente machista Papo de Homem, uma cobertura excelente sobre o Salão do Automóvel, em especial um post para aqueles que assim como eu, adoram os carrões.

5 – Do sempre excelente e muito crítico Urbanismo: ainda mais negligências, um post fora do contexto do blog falando sobre as problemáticas RTs. De forma simples e curta a Mary conseguiu levantar alguns pontos fundamentais e suas consequências possíveis. O que fazer?

#pausa… sinceramente não sei pq continuo seguindo alguns blogs…. #pensandoalto

5 – Já no Born Rich – que sepois que eu li o livro A Linguagem das Coisas, passei a vê-lo como um desserviço ao Design pela futilidade de muitas coisas ali – continuo acompanhando pelos excelentes projetos de interiores de embarcações e aviões, como este aqui, realizado pela empresa International Jet Interiors de New York.

6 – No sempre excelente Brainstorm9, confesso que ri muito com esse vídeo sobre o Serra e a Dilma pós-eleições.

7 – Do ChairBlog, uma verdadeira biblioteca sobre este móvel, um post apresentando o trabalho incrível do Sebastian Brajkovic. São peças muito inusitadas que brincam com a sensação motion gerando cadeiras e poltronas muito interessantes. A impressão é de uma foto tirada movimentando o objeto, ou esticando-o, deformando-o. Não sei se são confortáveis, ergonômicas ou seguras, mas que são lindas são!

8 –  Já o Contemporist, apresenta um grupo que trabalha com paisagens urbanas: o Urban Landscape Group. Vale a pena a visita ao site deles pois tem uns projetos incríveis para áreas públicas e algumas intervenções e/ou soluções bastante interessantes como a apresentada no post para iluminação de uma via pública.

Por hoje está bom né pessoal?

Depois volto com mais news e infos pra vocês sobre o que ta rolando pelo meu reader.

Abs e um excelente final de semana!

Palestra LAC Philips/Senac – SP

Como vocês já estão sabendo, o LAC da Philips encontra-se de mudança e por isso não estão sendo ofertados cursos neste segundo semestre. No entanto eles estão ministrando palestras junto a IES e associações.

Hoje recebi um informativo da Lume Arquitetura falando sobre uma destas palestras:

PALESTRAS DE ILUMINAÇÃO NO SENAC LAPA TITO

O Senac Lapa Tito, juntamente com o LAC (Lighting Aplication Center) da Philips, realiza em 29 de setembro as palestras:

Princípios Básicos de Iluminação, das 14 às 16 horas

Iluminação Residencial, das 16 às 18 horas.

Entre os temas abordados estão: geração de luz; o que é luz; reflexão; absorção e transmissão; visão; curva da sensibilidade do olho; princípios básicos da luz e pigmentos de cores; e a maneira adequada de iluminar os mais variados ambientes residenciais, abordando também a iluminação decorativa.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site do Senac.

Local: Senac Lapa Tito
Endereço: Rua Tito, 54 – Vila Romana – São Paulo -SP
Data: 29 de setembro
Horário: das 14 às 16 horas e das 16 às 18 horas
Preço: gratuito
Inscrições: www.sp.senac.br
Mais informações: (11) 2888-5500 ou lapatito@sp.senac.br

Diverso Design 2010 – Biônico

Saiu a programação completa do Diverso Design 2010 que esse ano tem como tema o Design Biônico:

Segunda 13/09

Abertura (19h)
Design Biônico – Inspiração no Natural.

Oficinas (19h30 Às 22h30)

– Customização Automotiva – Parte I.
(Fabrício E. Fujishima)
Local: Oficina/Prédio da Oficina

– Street Art – Parte I.
(Marcelo Campos da Paixão)
Local: Sala de Desenho 2/Teatro

– Tye Dye e Flores – Parte I.
(Carmen Laranjeira)
Local: Sala de Desenho 1/Teatro

– Expressão Corporal.
(Camila Paes)
Local: Estudio Fotográfico/Teatro

Terça-Feira 14/09

Oficinas (19h30 Às 22h30)

– Customização Automotiva – Parte II.
(Fabrício E. Fujishima)
Local: Oficina/Prédio da Oficina

– Street Art – Parte II.
(Marcelo Campos da Paixão)
Local: Sala de Desenho 2/Teatro

– Tye Dye e Flores – Parte II.
(Carmen Laranjeira)
Local: Sala de Desenho 1/Teatro

– Tipografia Estrangeira.
(Rafael Arrivabene)
Local: Sala 64/Teatro

– Design de Calçados
(Flavio Cardoso Ventura)

Debate (19h às 22h30)
“Design Biônico”.

Quarta-Feira 15/09

Palestras (19h às 22h30)

19h – Falando em público.
(Franco Junior)

21h – Design Automotivo.
(Luigi Comini)

Quinta-Feira 16/09

19h – Design e Mercado de Animação.
(Quiça Design)

21h – Design de Interiores.
(Rômulo Cavalcanti)

Sexta-Feira 17/09

Encerramento (19h)
Prêmio “Diverso Design”.

Local: Teatro Edson Celulari
Rua Rubens Arruda, nº 3-33
Bauru – SP
Custo R$ 30,00 (todas as palestras e 1 ou 2 oficinas)
As inscrições podem ser feitas diariamente na Rua Cussy Jr, 4-55 das 20h30 às 21h ou na hora do evento. Lembrando que o valor é referente ao pacote fechado com todas as palestras e oficinas, em caso de avulso o valor é de R$ 15,00 por dia.
www.diversodesign.com.br

Não existe designer melhor do que a natureza. (Alexander McQueen)

Via: designZando

pra quem gosta de ler

Estava me preparando para ir dormir e um link no Google me chamou a atenção. Fui ver e cá estou eu, três horas depois, ainda acordado, zonzo de tanto ler, para compartilhar com vocês este achado.

Trata-se de uma página, na verdade uma biblioteca de artigos e teses específicos sobre Design dentro do site modavestuario.

Você pode ler e salvar em PDF aqueles que você quiser.

Destaco alguns interessantes que li e outros que salvei para ler depois:

– O Processo de Design de Aeronaves: um Estudo Exploratório
– Questões de Ética: Relações entre o Design e a Ecologia Profunda
– O tratamento do espaço pela cenografia nos desfiles de moda
– Percepção de conforto por meio da avaliação visual de assentos: parâmetros para o design ergonômico de mobiliário
– Design e Significação sob uma Perspectiva Mitológica
– Desenvolvimento de Alternativas Sustentáveis Para Habitação de Baixa Renda
– As transformações dos estilos de vida na modernidade e a (re)configuração dos interiores domésticos
– Reflexões sobre a caracterização da pesquisa científica e da prática profissional no design
– O resgate da ética no design: a evolução da visão sustentável
– Análise de maçanetas cilíndricas e de alavanca por usuários idosos – aspectos de uso e percepção
– Design de Interiores e Consumo Sustentável
– Aproximações entre Arte e Design: Paisagem urbana e olhar de artista
– Valorização do território através do design estratégico: um estudo dos indicadores de qualidade de vida urbana no âmbito do bairro
– Design versus Artesanato: Identidades e Contrastes.
– Cores e Iluminação Aplicadas num Projeto de Interior de Aeronaves
– Informação ou poluição: processos de descaracterização do espaço urbano
– Lighting Design e Planos Diretores de Iluminação Pública: A Requalificação da Cidade por meio da Luz Artificial.

Tem muita coisa boa ali dentro. São mais de 500 artigos sobre interiores, lighting, moda, produtos, embalagens, educação, história, têxtil, arquitetura, eco-design, design social, ética, etc.

Acesse a página e divirta-se com uma boa leitura!

Excelentes soluções

Bom, quando digo que Design de Interiores e Ambientes tem muito de Desenho Industrial tem muita gente que torce o nariz.

Alguns da área de interiores, por preguiça mental. Só de pensar em ter de criar soluções, pesquisar materiais e mais um mundaréu de coisas para depois ainda colocar tudo no papel, conseguir quem execute com qualidade e etecéteras dá um frio na barriga, um sono.

É mais fácil comprar tudo pronto nas lojas né não senhores DECORADORES?

Alguns da área de DI-Produtos, alegam que esta é uma área deles e que os Designers de Interiores  não devem se meter ora por nao ter formação em produtos, ora por seja lá qual for o motivo alegado. De qualquer forma, estes que defendem esta visão demonstram absoluto desconhecimento das matrizes curriculares dos cursos de Design de Interiores e Ambientes. No mais, porque não reclamam de arquitetos, engenheiros, cozinheiros e tantos outros profissionais de áreas que não tem nada a ver com o Design que atualmente vem fazendo design? Bah…

Bom, independente destas fuleirices, sempre que encontro em design excelente posto aqui para vocês.

Muitas vezes, e hoje em dia é cada vez mais comum isso devido aos reduzidos espaços das novas construções, buscar soluções inteligentes para resolver os ambientes é uma constante.

Assim, exige-se do profissional de Design de Interiores e Ambientes mais que uma especificação de produtos prontos e sim a solução, a criação destas soluções.

O vídeo acima nos traz excelentes soluções para espaços reduzidos.

Não é questão de copiar – até mesmo porque isso é CRIME, mas sim, e antes de tudo, analisar as soluções apresentadas buscando indentificar possíveis soluções que possam ser adaptadas ao seu problema.

Este adaptar pressupõe criar, recriar, entender o funcionamento e reconhecer os materiais utilizados para que se possa aplica-los de outras formas na solução de seus problemas projetuais.

Bom, lapiseiras na mão, muita borracha e bom trabalho!

DInt – como funciona um curso superior?

Alguns vídeos interessantes sobre como é o curso de Design de Interiores que encontrei no youtube pra vocês.

Apesar deste da Uniban “fechar” a atuação do profissional de Interiores e Ambientes dentro de “4 paredes” apenas – idéia já ultrapassada  superada – o contexto geral e apresentação do curso é excelente.

PHILIPS – Cursos 2009

A Philips disponibilizou a agenda para o segundo semestre de 2009 de cursos de Iluminação.

Confira a agenda:

CURSOS PRESENCIAIS:

Setembro/ 2009
Data
01 Princípios Básicos de Iluminação 120,00
02 Iluminação de Escritórios – Conceitos e Tecnologias 120,00
15 Cálculos e Projetos – Método dos Lúmens 120,00
16 LED – Tecnologia, Produtos e Aplicações 120,00
17 Iluminação Residencial 120,00

Outubro/ 2009
Data
06 Princípios Básicos de Iluminação 120,00
07 LED – Tecnologia, Produtos e Aplicações 120,00
27 Princípios Básicos de Iluminação 120,00
28 Iluminação de Lojas – Conceitos e Tecnologias 120,00

Novembro/ 2009
Data
11 Princípios Básicos de Iluminação 120,00
18 LED – Tecnologia, Produtos e Aplicações 120,00
19 Iluminação Residencial 120,00

Dezembro/ 2009
Data
01 Princípios Básicos de Iluminação 120,00
02 LED – Tecnologia, Produtos e Aplicações 120,00

CURSOS ONLINE:

SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO – TECNOLOGIAS E APLICAÇÕES – grátis
CÁLCULOS E PROJETOS – MÉTODOS DOS LÚMENS – 60.00
A QUALIDADE DE ILUMINAÇÃO EM ESCRITÓRIOS – 60.00
A Qualidade de Iluminação em Indústrias – 60.00

CONTATOS E MAIORES INFORMAÇÕES:

Localização do LAC em São Paulo:

Rua Verbo Divino, 1400 – Chacara Sto. Antonio

Maiores informações: clique aqui

Fale com o LAC: clique aqui

Manipulação!!!!

Calma!

Fiquem tranquilos que não é mais uma cacetada em alguma associação ou coisa do gênero rsrsrsr

A manipulação à qual me refiro no título deste post diz respeito à prática profissional. Na verdade, à falta desta por muitos profissionais.

Como é comum encontrar profissionais tentando e tentando e tentando (…) atingir aquele efeito maravilhoso e não conseguem. É um tal de levanta/derruba, constrói/derruba, monta/desmonta que parece nunca ter fim.

Seja no desenvolvimento de um produto, numa textura de uma parede, num efeito de luz ou em vãrias outras aplicações, na realidade o que falta aos profissionais é uma simples palavra: MANIPULAÇÃO!

Manipular o que se idealiza/projeta/(argh) copia (argh) não deve ficar apenas na manipulação de papéis, lapiseiras, réguas ou mouse. De nada vai adiantar você fazer um belo desenho se desconhece como aquele material funciona na prática. Var dar errado certamente. O efeito jamais será o desejado/idealizado.

Essa manipulação já deve começar na parte teórica, na fase de pesquisas onde você terá de conhecer – e muito bem – os materiais selecionados. Não basta apenas olhar para uma chapa de MDF revestida com BP Rovere, acha-la linda e especificar em seu projeto. Você tem de conhecer as características físico-mecânicas  destes materiais para ter a certeza de que são os ideais para o projeto.

DoS materiaIS? Sim pois na chapa citada acima temos dois materiais básicos: a chapa de MDF e o BP que é o papel que dará a cor/textura. Mas além destes tem a cola usada para fixar o BP na chapa, a resina impregnante/isolante/acabamento…

Você sabe diferenciar a ferragem ideal para ser aplicada numa chapa de MDP? E para uma chapa de MDF? Por falar em chapas, você sabe o que é um tamburato e para que e como pode ser aplicado?

E se eu colocar três imagens aqui agora, você saberá dizer qual é qual rapidamente sem precisar pensar?

Consegue identificar qual é qual?

Pois é, assim vamos nos debatendo diariamente na elaboração dos projetos e o desconhecimento de elementos básicos como este acabam por nos forçar a usar sempre o mesmo, do mesmo modo que todo mundo e tudo fica maravilhosamente IGUAL.

Um outro elemento importantíssimo disso é que a maioria dos profissionais amarra-se à lojas e se esquecem das fábricas. Porém é exatamente na industria de matérias primas que estão as informações fundamentais sobre os produtos. Isso sem contar que indo diretamente às fábricas você irá conhecer materiais que não estão no mercado porque o responsável pelo departamento de design da loja/grife X não gostou daquela cor, daquela textura, daquela forma, etc. E assim, muita coisa excelente fica de fora sendo utilizado apenas por poucos profissionais antenados na indústria.

Essa manipulação (pegar, apalpar, torcer, entortar, quebrar, virar, etc) deve estar presente no dia a dia profissional de todos nós com relação a todos os materiais que utilizamos. Claro que não vamos ser loucos de quebrar ou torcer uma ferragem Roca – a não ser que teu bolso te possibilite uma excentricidade dessas.

É assim que conseguimos atingir se não a perfeição – pois nao acredito em perfeição em projetos de arquitetura/design – ao menos um padrão de excelência.

De início de carreira já forrei um sofácom um tecido onde tive a garantia da dona da loja (boa e reconhecida de outra cidade) de que ele aguentaria tranquilamente o fluxo da sala de espera de uma clínica. Menos de dois meses depois o tecido estava esgarçando todo. Má aplicação? Não! Tecido inadequado. Os erros? Simples: não fui beber água da fonte (indústria) e acreditei no conto da carochinha (loja). Depois dessa aprendi. Não compro tecido algum sem saber quem é o fabricante, entrar em contato e esgotar todas as minhas dúvidas técnicas/físicas sobre o tecido.

Repito:

ESSES CUIDADOS DEVEMOS TER COM ABSOLUTAMENTE TODOS OS ELEMENTOS DO PROJETO.

Para não me estender demais, vamos às texturas junto com o lighting.

Belíssimo trabalho o da imagem acima. Muitos devem estar pensando: Nossa é isso que eu queria para aquela parede, vou aplicar já no projeto.

Tudo bem, faça como quiser. Mas se o resultado não ficar bom não venha chorar em meu ombro depois.

Novamente pergunto: você sabe que material foi usado na parede para criar estas “ondas”? Como ele é aplicado? Pinta-se depois ou antes da aplicação? Pode ser lavado? Como é feita a limpeza? É poroso, junta pó?

“Ah, mas eu apliquei o material e não consegui este efeito…” (carinha fazendo beicinho)

Claro que não! Não temos apenas o revestimento da parede “trabalhando” aqui na imagem. Você chegou a perceber a iluminação? Sabe quais equipamentos (luminárias, lâmpadas, etc) foram utilizados? Você sabe dizer se o projeto acima é de lighting ou de iluminação? Você sabe dizer a abertura dos fachos das lâmpadas e outras características mais dela para se conseguir este efeito?

“Poxa, eu fiz uns painéis estilo os da imagem acima no teto e eles estão cedendoe a iluminação não ficou bonita assim…” (novamente fazendo beicinho)

Novamente: que material você usou? Você especificou e detalhou corretamente, de acordo com as especificações físico/mecânicas do material, o projeto? O marceneiro fez exatamente o que você projetou ou aplicou as famosas “gambiarras”? Você acompanhou a instalação para saber se ele aplicou ou não as gambiarras?

“Sim estava tudo perfeito…” (com carinha de arrogante)

Se estava perfeito não teria porque estar com risco de ceder e cair.

Quanto à luz… Você alguma vez já manipulou a lampada e os equipamentos utilizados para sancas? Já brincou com esses materiais para perceber, na pratica, como funcionam e como os efeitos são atingidos? Você já ficou no chão da obra acompanhando a instalação dos sistemas de iluminação? Você tem o costume de fazer a afinação da iluminação?

“Sim, sim, sim, sim… (já com cara de irritado) Sempre faço isso de dia quando passo na obra…”

AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH

Meus pêsames! Nem peço desculpas pela estrondosa gargalhada.

Luz instala-se de dia e testa-se e afina-se de noite.

Sim DE NOITE!

Continuando assim, é claro que nunca você irá conseguir atingir os efeitos tão desejados!

“Ah, mas os projetos estão perfeitos, dentro das normas e especificações, tudo milimetricamente planejado e traçado…” (sem perder a arrogância,ainda…)

Aqui é que está o ponto X.

Não existe projeto no papel que fique perfeito no final da execução sem necessitar de ajustes “in loco”.

Para tanto, é preciso siim sujar a sapatilha ou o Nike novinho com cimento, terra, gesso, tinta…

É preciso levar choques, escorregar numa tábua de passagem, pagar micos na frente dos pedreiros, eletricistas, pintores, gesseiros, etc…

É preciso ter a experiência da vivência de obra, do dia a dia da obra, da manipulação dos materiais da obra…

É preciso saber que, na prática, pouco sabemos do que pode vir a acontecer. Todos estamos sujeitos a erros e acertos, Mas quando os erros aparecem, sempre é bom você já ter noção de como corrigi-los rapidamente.

E isso só acontece quando o profissional tem a experiência da manipulação dos materiais.

Pensem nisso com carinho e excelentes projetos daqui pra frente!

Manual do Usuário – precisa disso?

Já há algum tempo venho analisando e percebendo algumas dificuldades de clientes meus e de outros profissionais das áreas de Interiores e Lighting em entender e saber como funcionam alguns elementos do projeto.

Depois de ler um artigo postado pelo Jonas no blog http://www.design.com.br, em meu comentário sobre o mesmo, já demonstrei e deixei pendente algo sobre o assunto voltado especificamente para estes projetos.

Muito podem alegar que é uma piração ou exagero do profissional propor-se a fazer um manual de instruções/uso sobre estes elementos. Pois bem, eu digo que não é não, especialmente nos dias de hoje em que a tecnologia nos coloca dia a dia frente a inovações.

Fico pensando em como irá se comportar um de meus clientes que estou finalizando seu projeto diante de alguns detalhes como: eletros de cozinha novos de última geração, lâmpadas e equipamentos de iluminação complexos (ex: LEDs RGB e sua parafernália), revestimentos extras (tecidos ou palha em paredes, por exemplo), pisos entre muitas outras coisas.

Quando o cliente recebe a “chave de volta” ele está inebriado por causa das novidades, da beleza, do cheiro do novo enfim, encontra-se absorto num mundo utópico de perfeição. Até precisar clicar em algum botão.

Pronto, aí começam as brigas do cliente com o projeto.

Como entender os interruptores paralelos? Qual está paralelo com qual e porquê, pra quê?

E as persianas automáticas ou não, como usa-las corretamente? Como fazer a limpeza das mesmas?

Da mesma maneira, tem aquela parafernália de luzes, spots, pendentes, reatores, controladores… A lâmpada queimou! Ah, vou colocar essa que tem aqui – porém não atenta se a lâmpada serve para aquele circuito, se vai sobrecarregar a rede. Isso sem contar o transtorno até ele descobrir como soltar aquele spot embutido sem arrebentar com o gesso e o próprio spot.

Ainda dentro da parte de light, hoje em dia não se aplica mais uma iluminação única para um ambiente. Nos projetos é comum encontrarmos 3, 4 ou até mais sistemas independentes que podem ser usados individualmente ou agrupados, mas nunca TODOS de uma só vez. Além do excesso de luz que causará desconforto, temos também a questão da conservação de energia elétrica (meio ambiente) e o bolso dele no final do mês com a conta que virá bem alta.

Dentro da parte de equipamentos, encontramos uma infinidade destes que tem suas características distintas e únicas seja no manuseio diário, seja na manutenção.

Passe uma esponja de aço numa torneira cromada pra você ver o que vai te sobrar.

Limpe uma geladeira ou fogão com produtos abrasivos (ex: veja) pra ver o estrago.

Estes são apenas alguns exemplos bem básicos. Portanto vamos destrinchar algumas áreas:

ILUMINAÇÃO:
– Lâmpadas:
Num projeto existem diversos tipos de lâmpadas que, obviamente, o cliente desconhece suas características. Portanto, nada melhor que ele receber em seu manual do usuário informações importantes para que o projeto luminotécnico não acabe por ser descaracterizado ou até mesmo destruído por falta destas.
Quais informações devemos colocar sobre as lâmpadas e como fazer isso? Primeiramente devemos dividir as informações por cômodos e detalhar como por exemplo:

Estar/Living:
Sistema 1 (abajoures): lâmpadas fluorescentes compactas 16W, 120V, 2800K, preferencialmente todas da mesma marca/lote “X”. Tipo/marca/modelo do abajour. Características das cúpulas, etc.
Sistema 2 (sanca RGB): barra LED RGB, marca “X”, seguir instruções do manual em anexo. Para os controladores fazer a mesma coisa: uma instrução básica (guia rápido) e anexar o manual técnico ao final do Manual do usuário.
Sistema 3 (geral): modelo/marca dos spots, explicar basicamente a fixação, cuidados com limpeza, se há ou não reatores/transformadores, etc.
Interruptores: caso existam interruptores de ultima geração, especificar quais são (localização) e explicar suas características e funcionalidades especiais.

E assim por diante até fechar todos os sistemas que compõem o ambiente.

PISOS:
– Porcelanatos:
Explicar como deve ser realizado os trabalhos de limpeza e manutenção dos mesmos. Existem peças porosas que podem vir a manchar caso seja derramado sobre as mesmas algum produto/pigmento. Já outras peças não correm este risco, porém se forem utilizados produtos abrasivos os mesmos podem acabar com riscos, perda de brilho entre vários outros problemas. Alguns vem com uma “capa” antiderrapante que também pode acabar sendo removida por causa do uso constante de produtos químicos.
Nos sites dos fabricantes geralmente estão disponibilizados arquivos em PDF com estas informações. Busque-os e os anexe ao final do Manual.

REVESTIMENTOS:
Tecidos, lâminas, BP, melamínicos, vinil, palhas e outros naturais/rusticos, enfim. São muitos produtos que utilizamos nos revestimentos dentro de um projeto. Assim como os pisos, estes materiais também tem suas características próprias que merecem atenção.

Especialmente os tecidos, os naturais e papéis de parede. Cada tecido tem sua característica, forma de lavar, produtos que devem ser evitados, se podem ou não ser passados, etc. Os clientes geralmente desconhecem estas informações.
Portanto lembre-se de detalhar nesta parte cada revestimento especificando as suas características e cuidados.

EQUIPAMENTOS:
Não existe coisa mais chata que você chegar à frente de um aparelho eletrônico e ficar um tempão tentando adivinhar como fazê-lo funcionar.
Estes equipamentos vem de fábrica com seus manuais de instruções. Porém você pode inserir dicas rápidas sobre uso/manutenção dos mesmos – ou no manual ou destacando aqui.

Um problema muito sério é com relação à limpeza dos mesmos. Vemos constantemente geladeiras riscadas (arranhadas), peças de metal idem. Os cuidados devem ser destacados. Existem na web inúmeras informações e dicas sobre como evitar problemas como estes.

MOBILIÁRIOS/MARCENARIA:
Alguns moveis tem características particulares, outros são aqueles multi-funções enfim.
Estas características devem ser destacadas e explicadas para o usuário final.

Como escrevi acima, são apenas algumas informações que eu iria passar. No entanto, se formos pensar no todo de um projeto existem muitos outros pontos que devem ser destacados neste manual. Basta observar bem tudo o que está sendo especificado.

Como apresentar isso a um cliente?

A coisa mais irritante é, quando preciso de alguma informação, ter de ficar revirando gavetas e armários atrás dos manuais de instruções.


Que tal juntar tudo isso numa pasta – pode ser daquelas A-Z – onde você coloca tudo ali dentro?
Manuais técnicos, garantias, notas fiscais e, claro, o seu manual profissional.
Pode-se optar por mandar alguém fazer um scrapbook bem bonito, transado e que promova uma apresentação legal do mesmo. Tudo vai depender de você.

Claro que isso tem um custo para ser feito e não é só referente aos custos dos materiais para confecciona-lo mas também o seu tempo de trabalho e empenho para a construção deste manual.

Pense com carinho neste assunto. Seus clientes merecem esta atenção e isso certamente vai valorizar e muito o seu trabalho.

E.T.: a primeira imagem deste post é de uma obra – da mais interessante – da Nuit Blanche. A instalação de Robert Stadler na Igreja Saint-Paul Saint-Louis. Ao entrar na igreja, por uma porta lateral, o público vê apenas grandes esferas luminosas, que parecem organizadas aleatoriamente. Ao se dirigir para o centro da igreja, entretanto, as esferas formam um grande ponto de interrogação sobre o altar.