Dos ogros, invejosos e mal resolvidos…

Vejam bem como são as coisas minha gente. Um amigo me pediu para escrever um texto falando sobre briefing relacionado à marcenaria. Ele havia publicado um vídeo falando sobre isso e notei alguns pontos errados no seu entendimento do que é o briefing realmente. Conversando com ele, me solicitou que escrevesse um texto explicando o que eu havia conversado com ele inbox no facebook. Segue o texto:

“Briefing na marcenaria? (Parte I)

À pedido do Luiz Mariano vou tentar descrever o processo relativo à busca e ao entendimento sobre o que o cliente deseja, na visão da marcenaria.

Primeiramente, já afirmo que não consigo ver o “briefing” (na exata concepção da palavra) como uma ferramenta de marcenaria. Vejo sim, no lugar deste, algo semelhante ao programa de necessidades – que é bem diferente.

O briefing é uma ferramenta bastante complexa que não tem um momento para começar e, tampouco, para terminar. É um processo em andamento, evolução e adaptação constantes. Não é algo que se faz em uma ou duas reuniões com o cliente.

Para esta minha abordagem devo, antes de tudo, fazer uma distinção entre o Design de Produtos e a Marcenaria (por serem os mais próximos).

Quando o designer é chamado para criar um novo produto a sua análise (briefing) sobre o problema em busca das possíveis soluções, vão muito além do “querer” de um determinado cliente. Esta análise passa, entre outros pontos, pela análise de mercado, pesquisa de materiais, capacidade de produção (seriação) e distribuição, concorrência, diferenciação, prototipagem, avaliação, ajustes, etc. Processos que não acontecem na Marcenaria.

Já sei, alguns já estão pensando: então os designers de interiores também não utilizam o briefing!

ERRADO!

Utilizam sim e muito, apesar desta ferramenta ser ensinada de forma errada na academia quando colocam o programa de necessidades como se fosse o brieffing. A diferença entre o trabalho sobre um determinado espaço feito pelo Design de Interiores daquele desenvolvido pela Marcenaria é bem diferente. Enquanto o Design de Interiores se preocupa com diversas variáveis que comporão o espaço no total (mobiliário sob medida e pronto, uso e usuários, acessibilidade e ergonomia plenas, luz, texturas, conforto ambiental, “stimmung”, problemas, estética, etc), a Marcenaria lida com aspectos específicos de mobiliários sob medida para solucionar determinado problema.

O mais correto, no meu ponto de vista, é a Marcenaria adotar a abordagem mais próxima do programa de necessidades (lembrando que este é apenas uma etapa do briefing). Explico:

Digamos que você, marceneiro(a), foi chamado por um cliente para fazer o closet. O primeiro ponto a levantar é o espaço disponível. Aí pode-se conversar com o cliente enquanto analisa este espaço em busca de informações estético-funcionais. Porém, o problema maior não é este e sim “o que e quanto” terei que acomodar nos armários. Pense num casal de advogados, como exemplo. Ele tem diversos ternos, sapatos, camisas, gravatas, outras roupas, cabans e sobretudos, etc. ela tem diversos tailleurs (terninhos), incontáveis sapatos (4 pares de botas cano alto-duro)e bolsas, jóias e bijoux, vestidos longos, saias, outras roupas, etc. Aliado a isso, vale lembrar que os closets sempre acabam servindo também para guardar outras coisas, como por exemplo, enxoval.

E aí, quanto espaço cada um deve ter para acomodar tranquilamente suas coisas? Quanto espaço deve ser destinado para o enxoval? Você sabe quanto espaço (volume) essas coisas todas ocupam? Você tem idéia de quanto espaço 5 jogos de cama king, completos, ocupam quando guardados? UM edredom queen ao menos?

Não entendeu ainda? Passemos então para a cozinha da vovó.

Estes são sempre os ambientes mais complexos para dimensionar. E para isso devemos saber exatamente TUDO o que será guardado ou exposto além, é claro, do que está por ser comprado ainda. Pegando um apartamento atual (raros dispõem de despensa), qual o volume necessário para guardar todos os talheres e utensílios, as panelas, vasilhas, travessas, baixelas e caçarolas, os jarros, copos, taças, xícaras, os aparelhos de jantar, chá e café, os potes plásticos, os mantimentos e temperos, os equipamentos como forno, fogão, micro-ondas, geladeira e exaustor/coifa, utilitários como batedeira, liquidificador, triturador, centrífuga e cafeteira entre tantos outros objetos e “coisas” que temos dentro de uma cozinha?

Qual o volume de um aparelho de jantar completo para 12 pessoas (incluindo os talheres, copos e taças) para que sejam guardados sem o risco de danos às peças (por empilhamento) ou acidentes pessoais por lotação de compartimento dos armários?

Aliado a esta análise, entra todo o conhecimento de vocês, marceneiros(as), sobre o material mais adequado às necessidades físicas do móvel e do modo e processo de montagem dos mesmos. O encaixe tipo escama para uma cabeceira de cama pode não ser a melhor opção pois a mesma pode deslocar-se bem como, existem diversos tipos de dobradiças, algumas bem específicas e também os pistões que não devem ser utilizados apenas porque estão na moda.

Assim, fica claro que o uso do termo briefing aplicado à Marcenaria é equivocado.

Espero, através de exemplos, ter contribuído um pouco com este debate.

garfield10

 Pois bem, escrevi este texto como uma parte introdutória apenas. Com o tempo iria escrever a sequência baseado nos questionamentos levantados pelos membros de seu grupo para complementar o assunto. Iria ser um “be-a-ba” mesmo.

Mas sempre existem os ogros, os mal intencionados, os invejosos, os maledicentes, os recalcados e ignorantes. Bastou que o Luis Mariano postasse o texto para estes aparecerem vomitando toda a sua ignorância, em estado pleno e em êxtase.

De pronto já desviaram o foco do texto impondo, como seu tivesse escrito, que briefing é apenas uma ferramenta para diplomados. Outro ogro chegou até mesmo a questionar se marceneiros poderiam utilizar autoCAD e outros programas.

Como não faço parte do grupo, que é secreto, muitos que me bajulam em público aproveitaram a oportunidade para descer o porrete em mim e distorcer a cada novo comentário o meu texto. Argumentação? ZERO!

Passaram então a me atacar questionando a minha capacidade profissional seja como designer, lighting designer, educador além, é claro, de minha pessoa. Termos como arrogante, entre outros, permearam os ataques pessoais. Ataques estes vindos de um bando de baba ovo de um invejoso e mal resolvido que adora me perseguir pelas redes sociais e não mede esforços em me citar de maneira pejorativa, com ataques grosseiros, vis e baixos.

Não vou me estender por aqui sobre este assunto, mas fato é que não vou dar continuidade nesta ajuda que estava dando a um amigo meu. Prefiro voltar minha energia e fritar meus neurônios com meus livros que estou escrevendo.

Uma coisa muito séria que aprendi, especialmente ano passado, é que quando o outro lado não está disposto a entender de nada adianta suas tentativas, nem desenhando. Também que pessoas mal intencionadas são incapazes de ler qualquer coisa sem fazê-lo através de sua régua interna distorcendo, deturpando, desviando, relativizando e inserindo palavras que não existem no discurso alheio. Cada um entende o mundo de acordo com a sua capacidade intelectual (ou falta dela) e isso, como docente, sei muito bem como funciona. Especialmente quando estes dois aspectos se cruzam numa mesma mente doentia.

Mas, gargalhando, percebo que todos aqueles não passam de ogros mal resolvidos.

Sinto pena? Não!

Sinto dó? Também não!

Sinto compaixão? Menos ainda…

DESPREZO TOTAL E ABSOLUTO. SIMPLES ASSIM.

Fato é que eu nunca precisei pisar em ninguém, humilhar quem quer que seja, atacar pessoas e fazer qualquer outra ação típica de recalcados invejosos para ser quem eu sou hoje. Fiz meu nome profissional, ganhei respeito no meio acadêmico e fora dele sem precisar fazer nada disso, mesmo quando estive sobre ataques pessoais.

Sempre fui (e continuo sendo) combativo na argumentação. O problema é quando o outro lado perde o argumento e deixa aflorar seu lado barraqueiro partindo para o lado pessoal. Desses, só rio.

Diante disso tudo, sou convidado constantemente para os maiores eventos de minha área aqui no Brasil e, tenho certeza, isso é apenas um dos elementos que faz com que estes invejosos se contorçam, com seu veneno corroendo suas vidinhas medíocres e pobres em todos os sentidos. O convite para ser colunista da Revista Lume Arquitetura também não foi comprado e tampouco precisei disputa-lo com ninguém > é um presente em reconhecimento da competência e credibilidade de meu nome profissional.

E este blog, com quase 2 milhões de acessos, também não ganhou o respeito internacional e tornou-se referência bibliográfica à toa ou na base de chantagens, baixarias e fofoquinhas.

Então, fica aqui a dica para estes pobres coitados:

bitch

Façam por merecer se querem, algum dia, serem respeitados.

E vão sonhando.

Podem até delirar silenciosamente

“AH, EU QUERO SER PAULO OLIVEIRAAAAA!!!”

Só que não é assim que conseguirão. Sejam, no mínimo, gente decente.

E me dêem licença bando de BITCHES,

I’M PAULO OLIVEIRA!!!!!

Marcenarias: vamos educar o mercado?

Profiçionalizmo…

Acho que já comentei isso aqui em meu blog mas não me lembro se cheguei a me aprofundar sobre o assunto. Então vamos lá: a bola da vez é a safadeza da maioria dos marceneiros. Mas calma gente, a culpa não é só deles, é também de péssimos e folgados profissionais de design e arquitetura que educaram o mercado dessa forma.

Seguinte: em março, comprei os materiais (madeiras, MDF, ferragens, etc) para fazer dois móveis aqui de casa (cabeceira e painel para TV). Estão guardados lá na loja desde o dia da compra. Até aí tudo bem.

O problema é que eu simplesmente não estou conseguindo um marceneiro que me façam os móveis. A resposta é sempre:

“Não trabalhamos assim, com o projetista fornecendo o material. Nós que compramos o material.”

CraroCreidi, tá me achando com cara de idiota??? SentaLáCreidi!!!

Sabem porque eles não trabalham assim? Então vamos esclarecer as coisas e colocar tudo em pratos limpos.

A verdade é que eles compram os materiais e revendem pelo dobro do preço.

Geralmente o custo calculado por eles para executarem um projeto é formulado assim:

Custo do material + 100% deste custo + mão de obra (100% em cima da soma dos dois anteriores).

Em números para ficar melhor exemplificado:

Custo material: R$ 1.800,00
Custo material repassado ao cliente: R$ 3.600,00
Mão de obra: R$ 5.400,00
Custo final: R$ 9.000,00

Perceberam a safadeza? Isso é uma PUTA falta de respeito tanto com os profissionais – que chamam de “parceiros” e ainda ligam reclamando quando sumimos – quanto com os clientes.

No entanto devo ressaltar aqui a parcela de culpa dos péssimos profissionais que geraram – e mantém – esse tipo de sem vergonhice no mercado: os profissionais de design e de arquitetura. Sim, estes tem culpa também.

Explico:

É fácil desenhar um móvel (até meu sobrinho com suas garatujas o faz). Difícil é projetar um móvel valendo-se de TODAS as etapas que isso exige. Incluindo a COMPRA dos materiais necessários.

Mas os folgados e preguiçosos preferem deixar esse trabalho para os marceneiros. Escolhem o padrão ou textura pela web, por catálogos ou amostras e deixam o resto todo nas mãos dos marceneiros. Os mauricinhos e patricinhas de plantão se recusam a ir sujar suas roupas e sapatos nesse tipo de lojas. Geralmente tem uma visão dantesca desse tipo de ambiente e arrisco-me a afirmar com certeza de que a maioria NUNCA entrou numa loja desta.

Pra que vão perder tempo numa loja de madeiras e MDF se tenho quem faz para mim? “Eu escolho daqui, ele vai lá e compra.”

Ah não posso deixar de citar também que a grande maioria dos projetos que chegam às mãos hábeis dos marceneiros vem irregulares, cheios de falhas e também tem aqueles só esboçados geralmente acompanhados de frases como:

“Você sabe fazer, então resolva a estrutura”.

BURROS!!!
ASNOS!!!!
INCOMPETENTES!!!
IRRESPONSÁVEIS!!!!

Depois tem a cara de pau de reclamar do preço cobrado pelos marceneiros. Tem a cara de pau de apresentar-se como Designers.

Por causa de vocês é praticamente impossível encontrar um marceneiro que faça estes dois móveis aqui para minha casa (já tive esse problema em outros projetos para clientes e tenho certeza que praticamente 100% dos que já tentaram isso não tiveram sucesso).

SE o mercado tivesse sido EDUCADO da maneira correta – por bons e conscientes profissionais – essas coisas não ocorreriam.

Então vamos nos unir e DESEDUCAR essa prática absurda dos marceneiros?

Vamos passar a fazer os projetos COMPLETOS, comprando os materiais e forçando-os a abandonar esse estelionato enrrustido?

Passe a comprar os materiais que serão usados em marcenaria e pare de trabalhar com marceneiros que não aceitam essa forma de prestação de serviços.

Ou vão preferir continuar perdendo clientes por causa do alto custo da execução dos projetos ou por não encontrar um marceneiro decente e ético que produza seus móveis?

Do It Yourself (DIY) – perguntas a se fazer antes de começar uma reforma sozinho(a)

Para auxiliar os clientes a eliminar as frustrações na hora de se decidir a enfrentar um projeto de melhoria em casa sozinho(a) (Do It Yourself – DIY), ou contratar um profissional de design de interiores/ambientes, segue uma lista de perguntas para fazer a si mesmo(a) que vai ajudá-lo(a) a tomar a decisão correta.

Seja para apenas melhorar a sua sala ou redesenhar a ambientação de vários cômodos de uma só vez, isso nos obriga a prever e planejar corretamente para alcançar os resultados desejados que temos em mente. Embora você possa ter talento criativo para usar as cores em sua casa e seus amigos e familiares lhe digam que seu bom gosto para decoração são excepcionais, como você sabe realmente se quer assumir os riscos do projeto por si mesmo (DIY) ou deve contratar um profissional?

Aqui estão perguntas para ajudá-lo(a) no processo. Depois de terminar de anotar suas respostas, só você mesmo(a) pode tomar essa decisão.

1. Ao olhar para o calendário, você tem grandes blocos de tempo disponível a cada semana para as tarefas que o projeto vai exigir?

2. É fácil e natural que você coloque uma amostra da tinta que será usada na pintura ao lado de uma amostra de tecido e imagine o resultado, de como as cores e materiais ficarão depois de finalizados no ambiente que você quer modificar?

3. Quando você pensa em reformar três cômodos de sua casa, fazer as tarefas necessárias para você o(a) faz se sentir cansado(a), considerando que você terá que fazer tudo sozinho(a) (DIY)?

4. Você alguma vez já comprou tintas ou acessórios para um dos ambientes e depois já não tinha mais certeza sobre as cores e arranjos que você escolheu?

5. Você achou inspiração para reambientar um ou mais cômodos de sua casa a partir de uma foto em uma revista da moda, mas agora você não tem certeza se você gosta do estilo, se retro, eco-friendly, minimalista, tradicional ou contemporâneo?

6. Você tem dificuldade de definir-se com relação ao estilo que deseja para sua casa?

7. Você é a única pessoa tomando as decisões sobre cor e decoração ou você vive com mais pessoas que discordam totalmente ou parcialmente com as mudanças que você está prestes a realizar?

8. Seus planos incluem mais que fazer alterações com tintas, tecidos e escolha de acessórios?

9. Para alcançar seus objetivos desejados para melhorar a sua casa, será necessário derrubar paredes ou realocar fontes de água,e componentes elétricos e cabeamentos telefônicos  e de TV?

10. Você tem dinheiro disponível agora porque você estava pensando em comprar uma casa nova, mas recentemente decidiu ficar em sua casa atual em vez de se mudar para outra casa e começar tudo de novo?

11. Você vive em uma parte histórica da cidade e você gostaria de ter o interior de sua casa que refletisse a área onde você vive, mas você não tem a menor idéia por onde começar?

12. Você vive em uma parte histórica da cidade e você gostaria de ter o interior de sua casa totalmente diferente da área onde você reside, mas você não tem a menor idéia de como trabalhar questões sobre patrimônio histórico, restauração e outros assuntos e Leis relativos à  isso tudo?

13. Você conhece equipes de profissionais realmente qualificados para fazer os serviços (pintura, instalações, marcenaria, gesso, etc)?

14. Você vai alterar os móveis de um ou mais ambientes e já conversou com uma loja de planejados que prometeu o projeto “de graça”?*

Como podem observar, alterar os ambientes pressupõem vários elementos que devem ser considerados. Ainda caberiam diversas outras perguntas nesta lista mas só por estas já dá para perceber que uma simples alteração pode não ser tão simples assim.

Não basta apenas bom gosto e vontade. É necessário conhecimento técnico e uma equipe coerente e competente para a execução dos serviços agregados a um projeto de reforma ou remodelação de ambientes.

Portanto, pense seriamente sobre isso tudo antes de começar uma reforma por conta própria. Você pode acabar com prejuízos financeiros e com um resultado que não te agrade plenamente.

Fonte do texto base: http://EzineArticles.com/2704153

* Sabia que estes projetos são feitos por vendedores que na maioria das vezes não são profissionais qualificados e que a personalização depende do que está disponível no catálogo e na linha de produção da marca? E também que o custo pelo desenvolvimento do “projeto” sempre está embutido no valor do produto e não sai de graça?

Linha de produção

Lá vem o marreteiro novamente…

Um fato que tem me assustado bastante nesses últimos meses diz respeito à uma constatação que estou tendo na medida em que estou aprofundando o meu trabalho junto com uma de minhas sócias. Ela “só tem” mais de 25 anos de chão de fábrica e conhece como poucos o que isso quer dizer.

Através dos inúmeros contatos que estamos tendo com profissionais (arquitetura, design e engenharia principalmente) e empresários e lojistas chegamos a uma triste constatação: OS PROFISSIONAIS – A GRANDE MAIORIA – DESCONHECEM COMPLETAMENTE O QUE É, PARA QUE SERVE E COMO FUNCIONA UMA LINHA DE PRODUÇÃO.

O que temos percebido é que, no caso moveleiro, a idéia geral de uma linha de produção é igualada à produção de uma marcenaria de pequeno porte.

Isso fica claro já desde os primeiros contatos em conversas informais. E depois a coisa se torna mais e mais assustadora na medida em que começamos e ver “projetos” de mobiliário desenvolvidos por profissionais.Aqui, especialmente, percebe-se claramente a absoluta falta de noção dos profissionais seja em questões de concepção, seja na parte mais técnica mesmo no que diz respeito a matéria prima.

Os projetos – se é que se pode denomina-los assim – não passam de rabiscos e esboços. Não há indicação de corte, ferragens, montagem, encaixes… nada. Mais ou menos como aqueles desenhos que nossas professoras de educação artística nos pediam para fazer: uma cadeira. Perninha aqui, perninha ali, assento, encosto e voilá!!! Ah, e uma corzinha também.

Até mesmo os materiais – quando são indicados – na maioria das vezes são incorretos ou inaplicáveis ao caso por questões diversas como por exemplo, estruturais.

Não é entregue ao marceneiro nem ao menos uma planificação de chapas para corte e depois reclamam que os valores cobrados é absurdo. Claro que é. Se o marceneiro terá de fazer todo o projeto – incluindo aqui escolha de materiais, estudos estruturais e de montagem, planificação de corte, entre muitas outras coisas que vão além do trabalho dele que deveria ser construir o produto – é óbvio que o valor irá ser alto. Como se curva uma placa? Qual o processo? Precisa de máquina? Pra que eu preciso saber disso?

Querem ver onde isso fica cristalino? Projetos montados dentro de lojas.

Pessoas, qualquer um junta um punhado de coisas legais numa loja e consegue fazer sozinho uma decoração legal e vistosa. Isso é pura e simplesmente DECORAÇÃO. Não tem absolutamente nada a ver com DESIGN, com a área que escolhemos para trabalhar.

O que será que esse pessoal está ensinando nos cursos por aí? Aqui incluo também os de arquitetura porém com a ressalva que eles não são formados para isso, portanto, a decoração lhes serve perfeitamente.

Mas, formar-se em Design e vender decoração é forçar demais para qualquer pessoa com um mínimo de consciência. Formar-se em Arquitetura e vender decoração é um tremendo absurdo.

Onde raios foi parar o que vocês aprenderam nos cursos? Ou será que só iam fazer turismo nas faculdades e universidades?

Vocês não estudaram ergonomia, planejamento espacial, materiais, acabamentos, ferragens, desenho de mobiliário entre tantas outras coisas exatamente para não incorrer nessa falha vergonhosa?

Vocês não pesquisaram absolutamente nada sobre linha de produção, indústria moveleira, fluxo, etc? Não tiveram nem ao menos curiosidade em querer conhecer um pouco sobre isso?

Será que as únicas visitas que vocês fizeram até hoje foram a feiras e lojas? No máximo na marcenaria?

Estou começando a acreditar que a resposta para essa ultima pergunta é sim. Infelizmente.

Mesmo que tenha sido apenas na marcenaria, você se preocupa em acompanhar detalhes da montagem para ao enos entender como ela deve ser feita corretamente? Como os encaixes devem ser projetados? Você sabe dizer qual a melhor placa para ser usada em um banheiro? E o revestimento? Só existe a fórmica? Fala sério.

Dias atrás, acompanhando uma amiga arquiteta de fora numa loja de iluminação daqui fui indagado por uma vendedora que me conhece do porque eu nunca comprar nada lá. Olhei para ela, olhei para as luminárias expostas e soltei, em outras palavras claro, que nunca comprei nada ali porque de tudo o que eles tem ali exposto, nada me serve para projeto. O lighting não visa o decorativo mas sim o técnico. Ela com os olhos arregalados me disse que nunca ouvira aquilo de profissional algum e que acreditava que os produtos por eles vendidos eram suficientes. Aí comecei a lançar algumas marcas para verificar se  ela tinha ali na loja. Das 10 citadas, nenhuma pois ela acha as peças “feias”. Questionei então sobre quais as marcas que ela trabalha dispõem de um atendimento para o caso de eu desenvolver uma peça para um projeto específico, me confeccionariam essa peça. Resposta: nenhuma. Falei que para o lighting não importa a luminária e sim o efeito que ela proporciona e que o nosso trabalho não é uma iluminação decorativa e sim algo com uma carga muito forte conceitual e um alto conhecimento técnico que vão muito além de lâmpadas, spots e dimmers. Ela não entendeu nada. Detalhe: ela é arquiteta formada.

Outro dia fui a uma loja de móveis dar um oi para uma amiga que trabalha lá. Ela resolveu me mostrar a nova coleção. De cara já apontei um erro projetual numa estante. A dona da loja que é a designer dos produtos ouviu e veio “tirar satisfações” comigo alegando que eu sou abusado… Tentei explicar a ela qual era o erro e ela alegou saber exatamente o que fazia. Sugeri então que ela colocasse sobre a estante, nem que fosse uma fileira de livros para ver o resultado. Ela se recusou. Uns tres dias depois essa minha amiga me ligou dizendo que assim que eu saí da loja, a dona mandou colocar a fileira de livros lá em cima. Quando eles chegaram na loja, nesse dia da ligação, tudo estava no chão. E, claro, me chamando para ir lá pois a dona estava disposta a ouvir as minhas “dicas”. No entanto, no primeiro dia eu até poderia sim apontar onde estava o erro mas depois do que tive de ouvir, só o faria através de uma consultoria que envolveria, claro, custos. E o problema é algo simples demais que qualquer pessoa com um minimo de noção sobre mobiliário perceberia: trocar apoios para prateleiras por parafusos, ou seja, as placas que formam as prateleiras da estante deveriam ser parafusadas e não simplesmente apoiadas sobre descansos. Com o peso na parte superior, as laterais facilmente iriam se curvar para fora e com isso as prateleiras se soltariam dos apoios. Estas estando parafusadas evitaria esse problema pois entrariam como auxílio na parte estrutural.

Portanto gente, vamos honrar o nome que carregamos com profissão e fazer por merecer quando abrimos nossas bocas para dizer: “Eu sou Designer”.

O que temos aprendido em nossos cursos vai muito além do que está sendo feito por aí.

Ou será que a preguiça fala mais alto?

Painéis de paredes

Se você, assim como eu, não é muito fã de papéis de parede mas também não suporta a idéia de paredes lisas, uma boa solução é utilizar painéis de paredes.

De gesso, madeira, pvc ou algum outro material, estes painéis vem sendo cada dia mais utilizados e também, testando e atestando a criatividade dos designers.

O Iconic Panels, da B&N Industries, é feito com placas de madeira certificada ou materiais como MDF e MDP que recebem tratamento anti chamas e que o tornam resistentes à água.

Natural ou pintado, o resultado é sempre uma agradável surpresa como se pode observar nas imagens abaixo:

Caso você disponha de um excelente marceneiro, pode jogar um trabalho deste nas mãos dele.

TvLeo

A empresa Leo Madeiras, alem de ser um excelente fornecedor na área em questão, é uma empresa preocupada com a qualidade de seus produtos e com a constante qualificação dos profissionais que utilizam seus produtos.

Uma de suas ações nesse sentido é o programa Marcenaria Moderna onde, através de vídeo-aulas, entrevistas e outros procura levar conhecimento a quem se interessar.

Basta acessar o site da TVLeo e assistir os vários vídeos disponíveis.

Por exemplo:

Ou ainda este  que fala sobre as etapas de um projeto e o cuidados no desenrolar do desenvolvimento:

Alem destes tem vídeos sobre ergonomia, ferramentas de trabalho, soluções sob medida,

Vale a pena a visita. Tenho certeza de que vocês aprenderão muitas coisas por lá.

Ou então você pode ir direto à pasta da Leo Madeiras no Youtube onde encontrará todos esses vídeos disponíveis.