Ontem fui ao masterclass do Peter Gasper aqui em Londrina e, mais uma vez, foi um show assistí-lo.
Antes de falar sobre ele, tenho que deixar aqui registrado alguns pontos sobre a conversa que tive com a Jamile Tormann. Já a admirava por seu trabalho na área cênica e agora, como pessoa também.
Essa “iluminadora de bolso” – como ela mesma disse que a chamam por causa de sua estatura, confirmou o que já tinham comentado comigo sobre ela: tranquila, atenciosa e acessível. À frente do Ipog, é uma incansável batalhadora pró-qualificação profissional.
Dentre os planos e metas está a implantação do primeiro mestrado brasileiro em Iluminação e a realização de congressos.
Ela esteve aqui, junto com o “cara da luz” Peter Gasper, para fazer oficialmente o lançamento da primeira turma de especialização em Iluminação e Design de Interiores do IPOG aqui em Londrina. Para quem quiser maiores informações acesse o site do IPOG ou envie um e-mail para o Sandro, responsável pelo IPOG Paraná. As aulas estão previstas para começar em novembro e as vagas são limitadas.
Após a introdução feita por ela, o Nelson Rusher, da Philips Brasil, fez uma explanação sobre City Beautification, ou em português bem claro: embelezamento urbano. Tema este já abordado por mim aqui neste blog neste post.
Agora falando diretamente sobre o masterclass com o Peter. Adoravelmente simpático, simples e brincalhão, Peter faz os presentes viajar pelo universo da luz através de imagens de projetos de sua autoria. Para quem não sabe, ele é o responsável pela iluminação do Sambódromo do RJ, das obras de Niemeyer, Rock In Rio 3 e das edições Lisboa e Madri, Itaipu além de um vasto currículo extraordinário que incluem além de eventos e teatro, LD de empresas e residências como a da Xuxa.
Muitos podem pensar que assistir à uma palestra, aula ou masterclass regada de imagens pode ser chato porém é bem o que o título deste post prega: a orelha não vê. Até mesmo para os profissionais de arquitetura, design e engenharia é complicado imaginar qual será o resultado final do projeto por ser a luz algo imaterial. Nós conseguimos ter uma noção, porém certeza, ninguém tem. Agora imagine os clientes. Na maioria leigos é complicadíssimo começar a falar que tal luminária ou lâmpada vai proporcionar esse ou aquele efeito e, por mais que você tente “desenhar” nas paredes, dificilmente eles conseguirão entender. Por isso a necessidade de ter sempre uma excelente biblioteca de imagens para mostrar aos clientes.
Mas também, de nada adianta você ter toda essa biblioteca se pouco manuseia os equipamentos de iluminação. E realmene isso é verdade. Ver é uma coisa, analisar e copiar outra, atingir o mesmo efeito atraves da analise e cópia, impossivel. Ou você conhece a fundo o que está fazendo, especialmente na fase vivencial (pesquisa, instalação, afinação) ou então você pouco entenderá do assunto.
Outro ponto que ele destaca é com relação à formação. É impossível uma pessoa sair de dentro de uma faculdade dizendo que domina ou sabe tudo, especialmente em iluminação. Isso é balela. Quem dera quem vai trabalhar com LD fosse obrigado a passar no mínimo um ano trabalhando dentro de um teatro. Com isso certamente teríamos um ganho enorme na qualidade projetual nacional e também não teríamos pessoas não habilitadas se metendo a falar sobre coisas que não entendem.
De um modo geral, foi excelente e de alto nível o evento. No entanto não posso deixar de registrar aqui que varios profissionais ali presentes se sentiram incomodados – alguns arrisco a dizer até ofendidos. Mas não esquento, afinal estamos em Londrina, terra que amo mas que infelizmente tem pessoas com mentalidade de coronel, especialmente profissionalmente falando rsrsrsrs. Ninguém sabe tudo.