Pois é meus amigos e seguidores, como sabem, no início do ano doei o projeto completo de LD para a reconstrução do Cine Teatro Ouro Verde aqui de Londrina que foi consumido por um incêndio diga-se de passagem, até hoje bem mal explicado. Há quem diga que existem provas contundentes que refutam o laudo pericial e apontam os reais responsáveis por esse incêncio. Mas como sempre aqui nessa terra o “cala boca” vale mais que a ética e a honestidade.
Fato é que foi instituída uma comissão formada por profissionais das diversas áreas para a execução dos projetos. À convite da reitoria, através de um protocolo de cooperação, o SINDUSCON/Londrina ficou responsável por convidar profissionais para este grupo. Entre eles, eu que fui aceito oficialmente pela reitoria da Universidade Estadual de Londrina (UEL) após ter encaminhado aquele ofício para a reitoria doando o projeto que me respondeu positivamente através de ofício.
Participei de três reuniões com este grupo onde foram apresentados oficialmente os profissionais envolvidos e definidas as diretrizes dos projetos à serem executados bem como o cronograma.
Na última reunião para a qual fui convocado estavam presentes quase todos os projetistas e também alguns representantes da UEL. Inicialmente estranhou-me o fato da agressividade de alguns membros da comissão e da UEL para comigo, mas pensei ser impressão apenas.
Isso aconteceu até que soltaram a seguinte frase direcionada a mim:
“Vai ficar muito chato para este grupo apenas um profissional aparecer como doador dos projetos na placa oficial e nas mídias e todos os outros não.”
Claro minha gente, o único que havia doado oficialmente o projeto era eu. Todos os outros estavam cobrando através da parceria SINDUSCON/UEL ou diluindo os valores dos projetos na execução ou materiais.
E realmente, como explicar o porquê de eu ter doado o projeto e todos os outros não perante a opinião pública não é mesmo? Tão difícil fazer isso não é mesmo?
Fato é que ficaram me forçando a demover-me da idéia de doação do projeto. Não cedi.
Então começaram a me forçar a cobrar algum valor irrisório pelo projeto, mesmo que não o valor de mercado, para que eu não aparecesse como doador e ficássemos todos “iguais”. Depois de algum tempo analisando a situação, ficou acertado que seria cobrado de minha parte apenas o custo do desenhista cadista que seria necessário contratar para fazer os desenhos e plantas do projeto de LD, algo em torno de R$ 3.000,00.
Não obstante, um representante da UEL falou que havia uma empresa de São Paulo que iria assumir a parte da caixa cênica. Perguntei se só a caixa cênica e ele disse que sim, pois eles já tinham larga experiência no assunto (e realmente tem).
Tudo bem, eles com a cênica e eu com a arquitetural foi o que ficou acertado nesta reunião.
Depois desta reunião fui viajar a trabalho (montagem da Expoflora) e deixei de participar de algumas reuniões (eles estavam cientes disso). Nesse período eu recebia apenas os e-mails com as convocações para reuniões e as plantas encaminhadas pelos arquitetos.
Encaminhei durante o processo diversos e-mails à coordenação do grupo, aos arquitetos e engenheiros pedindo mais detalhamentos dos projetos já que trata-se de uma reconstrução original de um edifício tombado pelo IPHAN.
Sem respostas.
Também solicitei diversas vezes dados sobre o projeto original de iluminação bem como autorização para pegar um modelo de cada luminária original para fazer o desenho técnico e encaminhar às indústrias para verificação de viabilidade técnica para a confecção de novas luminárias, com o mesmo desenho, porém com tecnologia LED.
Também sem respostas.
Quando cheguei em Londrina, no meio de agosto, recebi um telefonema curto e grosso da coordenadora do grupo onde ela dizia que “agradecia a minha gentileza mas não precisavam mais de meus serviços pois havia uma empresa de São Paulo que estava assumindo toda a parte de LD do projeto.” Tentei entender o que estava acontecendo questionando-a mas ela não me deu maiores explicações e simplesmente desligou o telefone. A única coisa que ela afirmou é que realmente tinha uma empresa de São Paulo, que tinha feito a caixa cênica da Sala São Paulo e que tinha assumido toda a parte de LD do projeto.
Pesquisando na web descobri qual era a empresa e pude constatar que esta não tem qualquer experiência em iluminação arquitetural, na verdade em seu portfolio, site e em matérias relacionadas a ela não se vê absolutamente nada sobre esta área. Apenas a cênica
Interessante notar também que o representante da UEL, o Sr. Sidnei, através de um cruzamento de dados feita pelo Google e Lattes, tem relações com o proprietário da empresa contratada de São Paulo, inicialmente através da USP, certos professores de lá, bancas…
Encaminhei então no dia 06 de setembro de 2012, outro ofício à reitoria da UEL (protocolo n° 24415.2012.92) solicitando maiores esclarecimentos por parte da reitoria sobre o meu afastamento arbitrário desta comissão. Também entrei em contato diversas vezes por telefone e e-mail solicitando um posicionamento sobre o ofício e até o momento não recebi sequer um único telefonema.
Porém a reitoria e a equipe continuam atuantes no projeto de reconstrução do Ouro Verde…
E, para completar o circo montado em torno da reconstrução do nosso Cine Teatro Ouro Verde, agora sou obrigado a ver aquele mesmo grupo que me forçou a cobrar pelo projeto, aparecendo na mídia (e perante autoridades detentoras das verbas necessárias e a população que não faz idéia da sujeira que acontece nos bastidores desta cidade) posando como “anjos caridosos e benfeitores doadores dos projetos para a reconstrução”.
Uma OVA!!!
Todos ali estão cobrando e muito bem pelos projetos. Não há um único doador como era o meu caso.
Fato é que eu não faço parte de nenhum grupo aqui de Londrina, não tenho o rabo preso com ninguém, não devo nada a ninguém, não babo ovo de ninguém, muito menos compactuo ou apoio ações irresponsáveis e lesivas ao erário público. Eles sabem muito bem que não conseguiriam me comprar. Também sabem a dimensão deste meu blog e que qualquer coisa errada fatalmente cairia aqui nestas linhas para conhecimento público. Óbvio que eu seria chutado.
Se isto é uma denúncia?
Quem sabe?
Pode ser.
Que o seja!
Se a PF, o MPF e o IPHAN, governos estadual e municipal ou qualquer outro órgão quiser levar assim, que o façam. Mas o façam com decência, transparência e dêem os nomes aos bois.
Mas indico uma sindicância desde agora até o pós-construção sobre a obra e todos os envolvidos nela.
Londrina agradece!!!
Sei que isso não acontece apenas aqui em minha terra natal e sim que esta é uma prática corriqueira no dia a dia das cidades, especialmente tratando-se de obras públicas.
Por estas e outras decidi que não vou mais doar nada para obras públicas. Agora, só me pagando e muito bem pelos meus serviços.
E, muito menos, vou apoiar qualquer ação pró-reconstrução do Cine Teatro Ouro Verde pois já vi que mais uma vez minha cidade está sendo lesada.
Não vou me sujar por causa de disso.
Tou fora!!!
Lamento Londrina, mas mais uma vez estás sendo enganada e roubada!!!
Mas ainda estou aguardando a resposta da Reitoria da UEL sobre o assunto. É um direito meu como cidadão.