Sites de decoração online

Pensei que seriam poucos, mas agora já temos uma série de sites de decoração (e design) online. São sites onde os clientes preenchem um brieffing, os profissionais cadastrados tem acesso a este material e a partir dele desenvolvem projetos. Aí, o cliente escolhe o que mais gostar e paga por este projeto.

Na verdade funciona como um “concurso de projetos”.

Vamos então analisar quais os problemas que este tipo de serviço destes sites oferecem:

1) Brieffing

As questões levantadas no brieffing são fundamentais para o desenvolvimento de projetos. No entanto, é barrado o contato dos profissionais com o cliente. Logo, a conversa, o diálogo, aqueles detalhes que só conseguimos perceber numa conversa direta com o cliente não são alcançados, não  temos a percepção das entrelinhas (aquilo que o cliente diz sem ser preciso), não notamos as reações (expressões faciais, gestual, entonação vocal, etc) que nos permite perceber por onde estamos indo.

É falho, logo, não tem como ser preciso e exato dando margem à diversos problemas na hora da execução e/ou do uso.

2) Projetos por ambientes

Com esse tipo de atitude, o cliente corre um sério risco de ter em sua casa um verdadeiro picadeiro de estilos. Usei picadeiro pois, ao contratar livremente o cliente pode pegar vários profissionais diferentes. Cada profissional tem um modo de projetar, tem suas técnicas, tem suas interpretações dos estilos entre diversos fatores que tornam, para o cliente, praticamente uma roleta russa esse tipo de atitude.

3) Valores cobrados

Peguei estes valores em um dos sites. Observem:

01 Ambiente: R$ 549,00; 02 Ambientes: R$ 1.078,00; 03 Ambientes: R$ 1.587,00; 04 Ambientes: R$ 2.076,00; 05 Ambientes: R$ 2.545,00.

Já num outro site encontrei estes valores:

Quarto R$ 450,00; Cozinha R$ 500,00; sala de jantar R$ 550,00; sala de estar R$ 550,00; sala de tv R$ 550,00; escritorio R$ 550,00; hall R$ 400,00; banheiro / lavabo R$ 400,00; closet R$ 400,00; sala comercial R$ 900,00.

E, num outro site mais recente encontrei estes valores:

Projeto Residencial: Casa e Apartamento – A partir de R$ 2000.00; Loft – A partir de R$ 1400.00; Quarto – A partir de R$ 350.00; Sala de jantar – A partir de R$ 400.00; Sala de estar – A partir de R$ 450.00; Cozinha – A partir de R$ 500.00; Banheiro e Lavabo – A partir de R$ 250.00; Área de serviço – A partir de R$ 250.00; Monte seu Projeto – A partir de R$ 500.00; Consultoria de Projeto – A partir de R$ 150.00.

Projeto Comercial: Escritório e Consultório – A partir de R$ 1000.00; Estande – A partir de R$ 1100.00; Lojas – A partir de R$ 1500.00; Restaurante, Bar e Cafeteria – A partir de R$ 1300.00; Monte seu Projeto – A partir de R$ 500.00.

É simplesmente irresponsável cobrar estes valores. O valor de um ambiente não cobre nem mesmo os custo operacionais de um escritório sério. Os outros valores também são absurdamente fora da realidade do mercado. A única explicação para isso é este pessoal estar ganhando pelas costas dos clientes com as RTs dos fornecedores cadastrados e parceiros deste tipo de site.

4) Fornecedores

São várias as empresas de móveis, revestimentos e outros mais que estão fazendo parceria com este tipo de site. Estão no direito deles? Sim! Porém estão contribuindo para a prostituição profissional ao validar esta prática  condenável.

Em tempos de responsabilidade social, esse tipo de atitude é um tiro no próprio pé além do desrespeito aos profissionais sérios que atuam no mercado.

5) Visibilidade profissional

É mais um argumento mentiroso para atrair profissionais incautos. Um cliente sério e que busca  qualidade (por mínima que seja) em seu projeto, jamais vai contratar o serviço de um profissional que ele nem sabe quem é. Não vai contratar um profissional apenas pelo projeto apresentado virtualmente. Estes clientes são aqueles que desejam o profissional atuante sempre que possível, acompanhando as obras e o acompanhando nas compras.

São clientes que gostam de discutir o projeto, entende-lo por completo. E são estes clientes que fazem a diferença na carreira de qualquer profissional.

Clientes que usam este tipo de serviço certamente são aqueles que adoram o “jeitinho brasileiro” de tirar vantagem em cima de tudo e todos que puder. E é exatamente isso que estes sites promovem.

6) Concorrência criativa

Não, na verdade o que temos neste tipo de proposta é a CONCORRÊNCIA ESPECULATIVA.

É uma prática bastante comum em concursos de Design não sérios e que agora está invadindo o mercado profissional.

É condenável a partir do momento em que faz os profissionais trabalharem de graça sem ter a certeza do pagamento. Infelizmente esta é uma artimanha que pega muitos estudantes e profissionais ainda não estabelecidos no mercado.

Veja vem: você só irá receber aquele valor ridículo (sim, lembre-se que nesses valores cobrados, ainda vem descontadas as “taxas administrativas”) SE, e somente SE o cliente escolher o seu projeto.

Caso ele escolha outro profissional, parabéns orelhudo, trabalhou de graça, perdeu tempo com algo não retornável. Mantenha seu caixa no vermelho assim seu BURRO!!!

Tenho certeza de que se estes profissionais fossem rodar bolsinha n’alguma rua ganhariam muito mais dinheiro, pois o que não falta é cliente atrás de prostitutas!

Além, é claro, de não sujar a nossa profissão perante o mercado.

Esse tipo de trabalho me lembra claramente uma frase que ouvi num filme a muito tempo atrás:

“Dinheiro na mão, calcinha no chão!”.

Pois é, e temos uma associação que diz ser ética e séria e não faz absolutamente nada contra isso. E, para quem não sabe, uma associação serve para defender os direitos dos profissionais.

Tá bem difícil ABD.

Se vocês acham que são alguém saibam que não passam de um monte de LIXO!!!

E, cada dia que passa tenho mais certeza disso.

No entanto, com isso só não identifiquei ainda se vocês são mero LIXO ou cafetões…

#ParaPensar…

AsBAI e reserva ilegal de mercado

Em meu artigo final da pós em iluminação, um dos assuntos que retratei foi a insistente tentativa de fechamento da área de LD para arquitetos. Na verdade trata-se de uma reserva de mercado ilegal perante o Código Civil e antiética com o mercado. Porém não imaginava na época que o caso estava tão sério e grave. Pena que eu não tinha conhecimento destes novos passos pois teria sido muito mais ácido em meu artigo. Agora, conhecendo-os faço questão de publicar na íntegra em todos os cantos possíveis e imaginaveis o meu artigo¹.

Em meio a tantos discursos alienados e corporativistas de alguns ex-diretores, percebo que a “nova geração” continua com a mesma cabeça oca, com os mesmos pensamentos idiotizados baseados numa lógica corbusiana insustentável para os dias atuais.

Rafael Leão – da “nova geração” – assumiu a presidência em Janeiro/2012. Sob o discurso de renovação e revisão de alguns pontos fundamentais dentro da associação percebe-se que o principal ponto que deveria ser revisto continua na mesma: a reserva ilegal de mercado para arquitetos.

Em sua entrevista à revista Lume Arquitetura (edição atual), Rafael reafirma tudo o que já foi dito pelas diretorias anteriores. É o mesmo blábláblá de sempre sem qualquer fundamentação teórica consistente. Baseiam-se em meros achismos, suposições e, principalmente, em corporativismos demonstrando que esta associação está muito aquém do que o mercado realmente necessita e merece, especialmente no quesito seriedade bem como desconhece completamente a formação acadêmico/prática de outros profissionais que atuam no segumento.

Apesar de insistirem no discurso de que seguem os padrões do PLDA e do IES, percebe-se que essa insistente tentativa de fechar o mercado desmente claramente isso.

Segundo ele,

 “(…) a associação é democrática(…) Os interesses da associação são os mesmos dos profissionais de iluminação e não apenas de seus fundadores.”

Mentira descarada! Conheço vários profissionais – inclusive arquitetos – que não concordam com determinadas posturas da AsBAI e preferem manter-se distantes. Não concordam com a reserva de mercado, não concordam com o discurso ufanista, e não conseguem um canal de comunicação decente com a associação.

Na própria entrevista ele coloca sobre cursos e palestras em faculdades de arquitetura. Porque não estender também às faculdades de Design de Interiores/Ambientes, engenharia e outros mais? Aliás, porque aceitar desenhistas industriais e não aceitar designers de interiores/ambientes, o pessoal da cênica entre tantos outros profissionais de outras áreas que trabalham tão bem – ou até melhor que muitos membros – com a luz?

Ele alega que a regulamentação profissional do LD é algo muito complexo e desnecessário. Claro! Afinal na sequencia ele coloca que já estão em contato com o CAU, pois é de extrema importância que profissão de “arquitetura de iluminação” seja formalmente reconhecida por este conselho e venha a fazer parte do Colégio Brasileiro de Arquitetos.

Isso só confirma o seguinte: eles sabem que num Projeto de Lei (PL) de regulamentação profissional no Congresso Nacional (CN), a tentativa estúpida de fechamento do mercado (reserva ilegal de mercado) para os arquitetos será o motivo claro para que o CN rejeite o projeto ao perceber que muitos outros profissionais, não arquitetos, e que desenvolvem projetos até melhores que a maioria dos membros e associados da AsBAI ficarão de fora e não mais poderão atuar. As comissões do CN irão rejeitar de pronto isso e nem mesmo o lobby² que os arquitetos tem lá dentro serão capazes de superar isso. E, caso o lobby vença, irá acontecer o mesmo que aconteceu com o CAU: o Gabinete da Presidência não irá sancionar e o projeto terá de refazer todo o trajeto com as alterações especificadas, especialmente a inclusão de outros profissionais. Então é preferível ir pelos bastidores na tentativa desse ato estúpido e desrespeitoso não só com os diversos profissionais, mas especialmente com o mercado.

Eles tentam fazer isso porém, ele mesmo (e outros diretores e membros) afirma que em sua formação em arquitetura não houve um conhecimento aprofundado na área de iluminação – como em qualquer outro curso de arquitetura – e assume que teve de pesquisar por fora depois de formado para entender mais sobre iluminação.

Também não posso deixar de citar que a exigência de mestrado ou doutorado ligados à arquitetura é algo idiotizado já que é sabido que estas duas pós-graduações são destinadas àqueles profissionais que visam atuar no meio acadêmico e não no mercado. Para o mercado as especializações e MBAs são mais que suficientes e eficientes que os mestrados e doutorados por serem mais práticos e não excessivamente teóricos. É apenas mais uma fundamentação ridícula na tentativa de reservar o mercado já que também é sabido que dificilmente um Designer de Interiores/Ambientes ou alguém vindo da área Cênica consegue entrar num mestrado ou Doutorado em arquitetura, ao menos aqui no Brasil estupidamente corporativista e melindroso.

Outro ponto interessante na entrevista é que ele prega que os profissionais ligados à AsBAI são livres de conflitos de interesse (ligação direta com a indústria) porém não é bem isso que tenho visto. São vários os membros desta associação que estão descaradamente ligados a uma ou outra indústria, fato que retrato em minha mais recente coluna da revista Lume Arquitetura.

Sou associado AsBAI desde 2005. Recebi minha carta de aprovação de associação no dia de minha formatura no curso de Design de Interiores (não me esqueço dessa data). De lá para cá se recebi cinco e-mails desta associação até hoje foi muito. E, pelo que me lembro, foram apenas relativos à anuidade.  Nesse tempo houve um recadastramento dos associados. Não recebi qualquer notificação relativa a isso. Mas recebi sim uma cobrança pelo atraso do pagamento de uma parcela da anuidade da qual eu não tinha recebido o referido boleto. Entrei em contato para resolver a situação e descobri sobre o recadastramento e que o mesmo já tinha terminado o prazo. Solicitei então como fazê-lo e houve uma lacuna de mais de 3 meses para solução. Ao tentar fazer meu recadastramento, vários erros de sistema ocorreram e não consegui efetua-lo e tive de fazê-lo por e-mail (tenho todas as provas aqui em meu back-up).

Hoje, ao observar o site “remodelado e renovado” percebi que fui rebaixado a mero assinante e que meu cadastro consta como região sudeste!!! Mas o pior foi observar os tais aspirantes, e perceber vários profissionais com menos de 1 ano de mercado (nem deu tempo de fazer uma especialização após a formatura), muitos outros com até 3 anos de mercado, 5 anos de mercado…

E eu, um mero assinante… WOW!!!!!

Não há qualquer diálogo ou seriedade por parte da AsBAI com seus associados que pagam a anuidade.

É difícil acreditar numa associação que age nos bastidores visando apenas o benefício próprio e de poucos profissionais. Mais difícil ainda acreditar quando percebemos que suas ações são meramente teatrais na fachada, mas essencialmente danosas e antiéticas com a sociedade e o mercado.

Falta muita ética à AsBAI. Aliás, isso é um ponto que acredito que esta associação desconhece completamente apesar de seu código de ética, feito apenas pra inglês ver.

Portanto, vamos parar de palhaçada e de agir como criança mimada e melindrosa com medo de perder o doce e agir como adultos sérios e, principalmente honestos?
Pretendo que este post abra um canal de diálogo com esta associação onde a dialética prevaleça baseada na seriedade, honestidade e transparência. Mas, se houver retaliação com a minha expulsão da mesma eu não me importo. Afinal este ato somente estará confirmando o que eu denuncio aqui além de ser um dinheirinho a mais que economizarei anualmente.

Profissionais de iluminação e LD fiquem atentos a mais este golpe que está sendo arquitetado (não peço desculpas pelo trocadilho) nos bastidores.

¹ Interessante notar que a minha produção intelectual, especialmente aqui neste blog está muito acima dos tais “mestres e dotôres”, exigência da AsBAI para ser membro…

² Importante lembrar que o atual PL de regulamentação do Design está tramitando no CN porém com a exclusão da área de Interiores/Ambientes. Ernesto harsi, um dos autores do texto original, alega que isso foi feito para evitar confronto com os arquitetos – e o consequente arquivamento deste novo PL – por causa desta área. Resalto ainda que quando me refiro a “arquitetos” não estou generalizando e sim mencionando aqueles ligados à associações sindicatos e conselhos e suas diretorias que são os que geram estes problemas.

Vai nessa onda de “como fazer” vai…

(Texto publicado originalmente no facebook como nota em meu perfil, no dia 18 de março de 2011 às 17:05hs. Me esqueci de postar aqui)

Como são as coisas….

Ainda ha pouco antes de sair pra uma obra comentei no TT que os blogs, sites e revistas de decoração e design deveriam parar com a mania estúpida de soltar matérias de “como fazer/comprar/etc” uma vez que atingem o público leigo no assunto construção/reforma/etc e deveriam sim passar a publicar materias do tipo “saiba porque voce DEVE contratar um profissional habilitado para tais coisas”…

Numa das minhas atuais obras tem uma casa na frente que  estaVA em obras até a semana passada. E não é qualquer casinha em um bairro qualquer não.

Pois bem, tinha um pedreiro lá na casa da frente que tentou de todas as maneiras pegar o trabalho na minha obra.

Só que percebi de cara que não tinha placa alguma na obra dele, deduzi então que não havia um profissional na área…

Quando entramos na casa para eu conhecer o espaço da minha obra, o danado abandonou a obra dele lá e veio junto pois meu cliente tinha comentado com ele dias atrás que tinha comprado a casa e iria iniciar a reforma.

Pois bem, ele na nossa cola, não me deixava conversar com meu cliente. Interfiria em tudo.

Até que chegou um ponto em que eu comentei que provavelmente não seria tão simples a abertura de uma parede enorme para fazer uma cozinha americana dada a espessura da parede: tinha visualmente todas as caracteristicas de alvenaria estrutural e, mesmo que não tivesse seria necessária a contratação de um engenheiro para lidar com a parte estrutural.

Nisso o cara surtou e disse:

Que é isso, eu ja tenho anos de experiência. Se o senhor (cliente) me contratar, segunda mesmo já entro na obra e meto a marreta onde o senhor quiser, abro as paredes que o senhor quiser“.

Fiquei olhando atônito a cena e comentei com meu cliente que não era tão simples assim ainda mais que a construção estava parada ha mais de 18 anos, no reboco e estava cheia de infiltrações. Portanto, necessitariamos pegar um engenheiro estrutural para fazer uma análise do caso de verificar as possibilidades.

O pedreiro caiu na gargalhada e soltou pro meu cliente:

Tá vendo? Vai contratar esse tipo de gente pra tua obra e eles só te fazem gastar grana com coisa idiota. Eu já tenho anos de experiência, cansei de derrubar paredes e nunca tive problema algum.

Meu cliente percebeu que eu já estava nervoso e me chamou para irmos embora e conversar em outro lugar. Paramos na próxima esquina mesmo e falei que eu não sabia nem o que dizer diante de tamanha afronta e absurdo. Não é a toa que vemos casas e mais casas nas vilas despencando. Ele me pediu para chamar o engenheiro.

Chamei um amigo meu que já tem mais de 20 anos de experiência e fomos lá na obra. Quando entramos, o danadinho veio correndo lá da casa da frente e entrou junto (intrometido é pouco!), dessa vez munido de sua trena (provavelmente pra demonstrar alguma credibilidade, sei lá) e já entrou medindo ate pedrinhas que tinham no chão…

E eu tentando conversar com o engenheiro que foi categórico:

Não dá. Pra fazer estas alterações terá de gastar muito com a parte estrutural que terá de ser refeita, colocar várias vigas metálicas “I”, levantar colunas… e o orçamento está apertado demais para isso.”

O pedreiro caiu na gargalhada e chamou o meu amigo engenheiro de ignorante, que não sabe de nada…

Tive de segurar meu amigo pra porrada não rolar, claro. E pedir pro pedreiro sumir dali.

Depois fui com meu cliente explicar tudo o que o engenheiro tinha falado e adivinhem?

É… o fidaputinha veio na cola de novo… E já entrou praticamente com contrato numa mão e a marreta na outra.

Como eu já tinha explicado pro  meu cliente antes de chegar à casa tudo o que o engenheiro tinha falado e o que tinha rolado com o pedreiro, meu cliente resolveu então dar mais 5 minutos de chance, até que, ao ver que ele não me respeitava como profissional responsável pela obra e tampouco as vontades do próprio cliente pois ficava dando idéias de coisas pra fazer passando por cima de meu projeto e das vontades do cliente, meu cliente deu um passa fora no canalha.

Tudo bem e tranquilo então, conseguimos um outro com quem já trabalhei antes e fechamos o contrato para a obra.

Hoje fui lá para acompanhar o eletricista (credenciado junto ao CREA tá linguarudas) que tinha de deixar preparada a entrada para a Copel (pois nem isso tem na casa) e vejo a obra da casa da frente parada.

Nisso uma vizinha apareceu, puxou conversa e descobri que o dono da obra da frente tinha mandado o cara embora na porrada dias atras… Motivos?

1- 12 (DOZE) esquadrias novas da Sasazaki colocadas todas tortas, fora de prumo, algumas até ficaram danificadas e outras que não abriam ou “enroscavam”….

2 – pisos da Portobelo, Gyotoku e outras mais caras desperdiçados pois foram colocados que nem o >*< do pedreiro seguindo a paginação que ele achava mais correta – do total da área mais os 15%, ele conseguiu fazer faltar pisos.

Moral da história???

Bem feito!!!

Quem mandou não contratar um profissional habilitado para fazer o projeto ou acompanhar a obra.

Fica entrando na onda dessas revistas, sites e blogs que “ensinam como fazer” tem de se ferrar mesmo!!!!

Nisso o dono da obra da frente chega e, me vendo, me chama e diz: “vem ver uma coisa“. E entrei na tal obra.

Gézuiiiiiiiiiiiiiz!!!

O cara além de incompetente é altamente porco no serviço.

Saímos da casa e o cara falou: “vou precisar conversar com você depois ok?

Ok! Pensei: Tudo bem, mas veja se dessa vez me contrata e siga as minhas especificações. Prejuízo você já levou e não tem como voltar atrás.

Fica então o alerta para os meus seguidores, leitores e amigos:

Não se meta a fazer algo só porque essa ou aquela revista botou um “como faz” (Do It Yourself – DIY) ou porque você acha que tem bom gosto o suficiente para fazer a obra sem o acompanhamento de um profissional habilitado.

As coisas não são tão simples assim.

Tem muita coisa técnica envolvida num projeto que, pedreiros, por mais que tenham 1.000 anos de experiência não entendem. Tem de ter o profissional ali do lado acompanhando e explicando exatamente para eles não o “como faz”, mas sim o “como faz corretamente”.

#FicaDica

——–Nota pós publicação———

Não fui mais contatado pelo dono da casa após isso. No entanto, segundo a mesma vizinha, a esposa dele assumiu o “acompanhamento da obra”. Enquanto eu acompanhava a minha obra, presenciei várias discussões e o troca troca de pedreiros lá. Acabaram terminando a obra de qualquer jeito e o sonho de ir morar na casa desmantelou-se, pois venderam a casa.

Falta de respeito e desconsideração

Pois é, como sabem estou montando espaços para a Casa Conceito aqui em Londrina em parceria com a Adriana Tavares e o Fernando Garla. São áreas externas e só por isso já prevíamos algumas dificuldades mas que, pensamos, seriam facilmente superadas caso as coisas corressem normalmente.

Descontando S. Pedro que não está ajudando muito pois chove aqui desde sexta e está atrasando a obra toda, ainda temos de lidar com problemas provocados por outros profissionais e seus funcionários e parceiros.

Dois de nossos espaços são externos e áreas de passagem: um é o acesso principal à casa, o Lounge Externo, e o outro, o Oratorium. Pois bem, projeto pronto, parceiros definidos e comprometidos, começam os problemas.

Como vocês podem ver, o projeto do Lounge não é nada complicado, bastante simples e tampouco pensamos em fazer algo no estilo megalomaníaco e utópico que impera nas mostras. Foi pensado em algo mais conceitual porém USÁVEL seja durante a mostra, seja numa residência. O “+” mesmo ficaria por conta do projeto de Lighting que foi por onde partimos para fazer o projeto.

1 – Entulhos e falta de respeito:

Não conseguimos mexer em nada do espaço pois os outros arquitetos pensam que as áreas são depósitos de entulho das obras deles. Tiram o lixo de seus ambientes e largam ali nos nossos. Isso porque tem caçambas à disposição lá. Chegam os caminhões para entregar materiais deles e deixam ali nos nossos espaços e isso só desaparece dali depois que é usado. Enquanto isso, ficam ali entulhando e atrapalhando. Tem uma profissional que largou 40 sacos de areia ali ha mais de 2 semanas e até agora o pedreiro dela nem chegou perto. Juntei (varri) toda a porcariada na sexta a noite e pedi para retirarem os entulhos. Hoje chego lá e já estava a lambança de novo no espaço.

A Jacqueline e a Andreia tentam conversar com o pessoal mas de nada adianta. É virar as costas e pronto, jogam lixo até pelas janelas superiores e descarregam materiais de outros espaços ali.

Isso tem muito a ver com o pessoalzinho sobre os quais eu escrevi no post anterior: aquelas estrelinhas e pseudas estrelinhas que só visitam a obra e só olham pra sua coisa. Não conseguem nem mesmo perceber o que está acontecendo ao lado ou o que os seus funcionários estão fazendo com quem está ao lado. É entulho da piscina que vem pro espaço do Oratorium, é entulho do Guilherme Torres que vem pro Lounge, é Areia da Katia Costa que está lá no Lounge a 2 semanas (e que jajá eu vou mandar pra dentro do lago Igapó e ela que se entenda com IAP e Secretaria Municipal de Meio Ambiente), é gesso de não sei quem, é saco de cimento do outro, é porcelanato de um outro e por aí vai.

2 – Danos a terceiros:

Pelo cronograma, questionei se iria ser feito algo mais na parte superior da casa pois eu precisava instalar uma bancada de vidro (Arti in Vetro) desenhada por mim, com uma película importada e que não poderiam mais mexer em nada pelo risco de danificar a peça. Me disseram que não e que eu poderia instalar. Agendei a instalação para ontem (sexta). Acompanhei a instalação da bancada e após tive de sair comprar uns materiais. Quando voltei estavam mexendo no telhado…

Olhem o que me aprontaram:

Além de perder a película toda, ainda desalinharam a peça da parede e sinceramente não sei o que vai acontecer a hora que tirar o calço pois ela deveria estar com a base TODA embutida e aproveitando o alinhamento para dar sustentação. Numa das laterais conseguiram desloca-la 2cm pra fora da parede. O material de fixação precisava de 24hs de cura para que não soltasse. Só depois disso poderiamos tirar o calço e colocar algum peso em cima. Não colocaram nenhuma proteção e encostaram um andaime nela – o que provocou o deslocamento dela.

O pior é que agora ninguém tem culpa e eu que tenho de bancar o prejuízo.

NÃO MESMO!!!

Outro problema é que as portas e janelas da casa foram trocadas todas para vidro temperado. Aí me vem o Guilherme Torres e seu egocentrismo e estrelismo exagerado acreditando piamente que ele pode surtar e fazer o que quiser e os outros que se explodam e me fecha toda a sala dele com gesso acartonado. Resultado: o nosso Lounge e a piscina de outros dois arquitetos estão com janelas lindamente fechadas pelas costas do gesso acartonado e a estrutura visíveis pelo lado externo.

Como faz?

Nós que temos de nos virar para resolver e solucionar o problema que o “bunito” causou. Pois ele não é responsável pelos nossos ambientes.

Juro que dá vontade de passar um vermelhao no meu piso só pra ferrar com o piso de madeira clarinha dele para que nos dias de chuva vire aquela meleca mesmo. E faço como ele fez conosco: dane-se você!

3 – Parceiros nem tão parceiros assim. 

Uma empresa se comprometeu de fazer a cobertura do lounge. Seria um pergolado simples coberto com policarbonato. Porém, a empresa desapareceu e, na última semana, a cada telefonema meu eles davam uma desculpa para não fazer. No último telefonema foi-me dito que não poderiam fazer pois estavam de mudança e que as máquinas estavam todas desligadas e prontas para serem colocadas no caminhão e que a reinstalação demoraria e blablablablablablabla.

Pensei: DANOU-SE!!! Mas se estava dessa forma teria sido muito mais correto eles terem me falado desde o início que não poderiam fazer e não ficar me enrolando como fizeram, me fazendo perder tempo com eles. Assim eu teria como ir atras de outra empresa.

Tenho produtos que não podem molhar e agora não consigo protegê-los sem a cobertura. Nenhuma outra empresa aceitou pegar o pepino em cima da hora e, gambiarra eu nao faço.

A iluminação ferrou toda pois vai ficar na chuva e pedi (e comprei) peças para uso interno e agora não dá tempo de chegar ou trocar para externas. As que comprei ( de iluminação cênica) não existem para uso externo. A casa já está pintada por fora e não tenho mais como rasgar paredes para passar cabeamentos e esconder as luminarias sobre o beiral numa tentativa de protegê-las parcialmente da chuva. Se fizer isso tenho de assumir os custos da repintura além ter de ouvir um monte da Jacqueline e da Andreia.

Porém descubro uma coisa interessante essa semana: pra mim (quem é esse tal de Paulo Oliveira?) essa empresa do pergolado não faz, pois está de mudança, com as máquinas desmontadas. Mas para o Caco Piacenti ela faço, afinal é o Caco né??? Pro Caco as máquinas estão em ordem, não tem mudança e eles vão buscar material no quinto dos infernos. Se fosse pro Melhado, Donadio, Guilherme Torres, Makhoul, Ricci e outrps poderosos que lá estão com ambientes, essa empresa faz – até se algum deles ligar agora (04:07hs de domingo) pedindo algo. Mas como é pra esse (quem é você mesmo?) Paulo Oliveira, não. Qualquer desculpa serve.

E isso aconteceu com muitos fornecedores aqui de Londrina.

Só sabem nossos nomes e nos tratam bem quando levamos clientes nas lojas deles para gastarem lá. Só sabem nosso nome quando vem pedir uma notinha aqui no meu blog. Só se lembram de mim quando eu desapareço e ligam para cobrar porque eu sumi, porque faz tempo que eu não apereço mais na loja/ empresa. Os profissionais só se lembram quem eu sou quando me ligam ou encontram na rua pra pedir dicas gratuitas de iluminação pra seus projetos.

Muitos me falaram que já tinham se comprometido com os poderosos citados acima. Mas se esquecem que o reles mortal aqui conversa com eles lá durante a obra e descobre que o Donadio e o Melhado não tinham feito contato algum com essas empresas para seus ambientes.

Depois estes fornecedores reclamam quando alguém traz parceiros de fora com produtos iguais – ou até melhores – que os deles.

4 – Finalização:

Temos de entregar o ambiente até segunda. Terça a casa está fechada para limpeza e preparação para o coquetel que será realizado à noite.

Como vamos finalizar este ambiente se temos de pintar o chão (e lustra-lo depois) com o povo descarregando móveis, acessórios e etc passando por cima com o nível de respeito pelo outro que já demonstraram ter? Com o povo da galeria e do restaurante lá na beira do lago em obra pesada, entrando e saindo com TERRA, cimento e mais uma mundaréu de coisas, passando obrigatoriamente pelo espaço do Oratorium???

Não consiguimos nem fazer os fechamentos com vegetação que precisamos (e que o bombeiro exigiu para liberar a mostra) pois com isso os caminhões de móveis não conseguirão descer a rampa para descarregar, e ja teve arquiteto dando piti ontem por lá quando falei que vou fechar a rampa na segunda de manhã e ninguém mais passa por ali. E ai de quem ousar mexer em alguma coisa pois se arrastar um vaso vai riscar a pintura preta lustrada do chão e terão de refazer e eu não vou pagar por um serviço que eu já fiz e tampouco vou ficar com uma porcaria exposta em meu ambiente feita por outros.

Porém já tenho a solução para isso tudo (Salve Zeca!!!). Vou colocar no Lounge e no Oratorium, no lugar da placa de identificação, uma outra enorme dizendo bem assim:

“Este era para ser o projeto original:

(perspectiva em 3D)

e graças às empresas  tal, tal e tal que NOS LARGARAM NA MÃO em cima da hora e AOS profissionais fulano, beltrano, cicrano que usaram este espaço como lixão, não foi possível executa-lo E FICOU ESTA PORCARIA QUE VOCÊS ESTÃO VENDO.

críticas, favor direcionar aos citados acima.

DEVEM INCLUSIVE DEIXAR RECADINHOS DE AGRADECIMENTO PELA FALTA DE RESPEITO E DESCONSIDERAÇÃO NOS LIVROS DE VISITAS DE SEUS RESPECTIVOS AMBIENTES”

E, claro, mandarei através de meu advogado as contas dos gastos que tivemos para montar o ambiente para os respectivos escritórios de arquitetura e empresas que nos prejudicaram. Afinal muitos materiais tivemos de comprar e para as estrelinhas sabemos que saíram de graça.

Mas não se preocupem pois apesar de tudo isso estou bem, muito bem e tranquilo com tudo isso.

Para o coquetel vou fechar as duas áreas com tapume e que se virem para resolver.

Também, não pouparei acidez e críticas em meus posts que farei da cobertura da mostra, especialmente à estes que ferraram com todo o nosso projeto.

Sinceramente?

Vou deixar o muro pronto pra terça e o ambiente da Ana Paula.

O resto?

Faço quando der e SE der.

Se não der, mais plaquinhas como a acima aparecerão nos ambientes pois eu não vou queimar o meu nome por causa de cagada e falta de bom senso, educação e respeito de estrelinhas e protegidinhos não.

Um outro detalhe que não tem a ver comigo mas tem a ver com a mostra e os absurdos de Londrina e desse país:

O Dan Mendes ia colocar som ambiente na suíte que está montando. Foi ele lá no ECAD pagar a taxa e voltou revoltado sabem porque??

R$ 350,00 por dia pra deixar um cdzinho rodando.

Perceberam que eu coloquei POR DIA???

Pois é, a mostra fica aberta por 30 dias. Então quer dizer que ele teria de desembolsar a bagatela de R$ 10.500,00 pro ECAD só pra deixar um cdzinho rodando, pelo qual ele já pagou os direitos autorais quando comprou o CD????????

Que que é isso gente??? Ele não vai vender cópias piratas do CD lá dentro e tampouco CDs contrabandeados e muito menos montou um bar ou uma boate. É só uma suíte.

Esse povo surtou? Alguém sabe me dizer se isso acontece em todos os escritórios do ECAD no país ou se a corrupção da política londrinense ja chegou lá dentro do escritório londrinense do ECAD também???

Não existe uma taxa fixa para mostras que é algo bem diferente de um bar ou boate que ganham em cima da música?

É isso… Tou mega azedo e irritado sim e tenho muitos motivos como podem perceber.

Mas me aguardem.

Eu confio em meu Deus e sei que Ele vai me honrar.

Mas também sei que o preço que estes pagarão no final (ou durante) de suas vidas é bem amargo.

Pedreiros, ah esses seres…..

Porque pedreiro sempre se acha projetista e insiste em alterar as coisas por conta própria segundo seus “achismos” e “experiências” de vida e profissional?

É, tenho certeza que todos já passaram por esse tipo de situação: você projeta algo e coloca nas mãos dos pedreiros e quando visita a obra para vistoriar vê que nada está sendo feito como no projeto.

Numa de minhas atuais obras isso já está passando dos limites. Sem contar as ingerências deles junto aos proprietários sobre locação de ambientes dentro da planta com os seus “achismos” até a aplicação de cores e revestimentos, tou tendo problemas de todo tipo. É a primeira vez que estou trabalhando com essa equipe, indicada por uma amiga arquiteta e, sinceramente, NUNCA MAIS! Nem trabalho e tampouco indico.

Fiz todo o projeto, defini tudo junto com os clientes e tudo foi aprovado. Fui na obra, expliquei tintim por tintim absolutamente tudo para os pedreiros e deixei avisado: moro aqui perto, qualquer coisa e antes de começar qualquer coisa nova me chame que eu venho até aqui.

Pois bem. Não sei porque diabos o proprietário resolveu levar o pedreiro junto no dia da compra das tintas. As cores já estavam definidas e, com muito custo eu já tinha conseguido tirar da cabeça deles a idéia tosca de que toda casa é marronzinha (é, aquele beginho surrado e sem graça nem identidade) e também o amarelinho (pois 5 casas do entorno eram da mesma cor, além de questões psicológicas que o amarelo traz: aumenta o apetite, é enjoativo, etc). Quando consegui definir a cor junto com eles, vejo que o pedreiro pegar uma cartelinha de cor – onde tinha o tal amarelinho gemada – e começa a conversar com o cliente enquanto eu definia as quantidades com o vendedor. Pronto. Voltamos à estaca zero após o FDP falar sobre não sei quantas casas que ele tinha feito com aquela cor e que tinham ficado lindas, chiques, etc. Sim, fui bem grosso nessa hora sem me importar com quem estava em volta na loja.

Ainda na mesma loja e no mesmo dia, fomos escolher as cubas para os banheiros. Tudo que eu apontava, o pedreiro apontava em outra direção.Chegou a um ponto que eu virei pro cliente e perguntei: Quem é o projetista aqui afinal de contas? Eu, estudado e habilitado, que conheço o projeto como um todo ou esse zé mané que não tem a menor idéia de como isso vai ficar no final?

O pedreiro não gostou não… Sinceramente? Tou nem aí.

Passados alguns dias fui à casa para novamente explicar a ele como seria a colocação dos pisos e revestimentos dos banheiros. Passei por cada um deles, carregando as placas de piso e colocando-as no chão e nas paredes para explicar direitinho.

Entendeu?

Sim senhor, entendi.

A idéia é coisa simples: esconder os recortes do campo visual.

Observem as imagens do que projetei:

Porque jogar os recortes dessa forma?

Simples. No piso é mais fácil escondê-los embaixo de armários na parede oposta da porta e, na parede, os recortes ficando em cima (e não embaixo como os pedreiros insistem em fazer porque “todo mundo faz assim”) é mais fácil escondê-los com o uso de rebaixos de gesso. O visual fica bem mais limpo.

Mas vejam vocês o que ele (o cabeçudo) fez nesse banheiro:

Perceberam a maravilha que ficou a área da porta de entrada do banheiro? A quantidade de recortes juntos, num mesmo espaço minúsculo, incluindo o recorte da soleira – sim pois soleira é recorte?

Vocês sabem que, sempre que se recorta um porcelanato retificado ele perde muito de sua impermeabilização e pode sofrer infiltrações se não for MUITO BEM fixados e vedados? Poucos são os pedreiros que sabem fazer este trabalho com perfeição?

Por isso sempre jogo os recortes de box para cima, onde praticamente não acontecem respingos de água.

Como se não bastasse tudo isso, mesmo sendo avisado que seria colocado gesso sobre o box, o infeliz revestiu o… teto… E tetos não foram computados para a compra dos revestimentos pois simplesmente não seriam revestidos por causa do gesso.

Dei um esporro nele explicando o porque de estar errado aquilo tudo e avisei novamente para que me chamasse antes de começar o outro banheiro.

No dia seguinte só consegui ir na obra no final da tarde, porém não recebi telefonema algum durante todo o dia. Chegando lá junto com o cliente, claro, fomos direto para o segundo banheiro e PIMBA! Lá estava ele fazendo suas merdas novamente. Já estava finalizando o segundo banheiro e novamente, tudo errado, com uma paginação bem parecida com a do banheiro anterior. Recortes à mostra, revestimento de teto, etc.

Dei um berro, claro, e perguntei se ele era burro ou estava fazendo aquilo pra me irritar. Antes que respondesse, falei para ele que, se ele ousasse começar a fazer agum outro banheiro ou colocar qualquer piso/revestimento na casa sem me chamar e, eu chegando constatasse algum erro, que eu pegaria a marreta e arrebentaria tudo e o prejuízo sairia do bolso dele. Praticamente esfreguei o projeto de paginação de pisos na cara dele e falei: é isso que você está sendo pago para fazer e não essas merdas.

Ele não gostou não, mas sinceramente, tou nem aí. O banheiro da suíte master é bastante complicado pois tem pastilhas de vidro, doi tipos de porcelanatos para o piso e a parede além da bancada e está para ser iniciado a qualquer momento.

Bom, eis que vou para a área social (salas) e pego o pintor conversando com a mãe de meu cliente. De longe ouço a seguinte frase dita por ele:

“Não sei pra que essas texturas no interior, que coisa mais ridícula. Esse tipo de textura é só para exterior. Massa(sic) mesmo são aquelas que eu sei fazer e que estão ali de mostra(sic) naquela parede. E pra que papel de parede? Coisa mais brega.”

Confesso que ri da situação. Ri não, gargalhei mesmo e cheguei perto ainda gargalhando. O cara ficou transparente.

À propósito, eis os modelos de texturas propostas por ele:

E as “texturas” propostas por mim:

Travertino

Mármore

E os papeis de parede “bregas” especificados por mim:

Bom, agora a tarde vou lá na obra ver o que está rolando. Será que ainda terei mais problemas?

Fica então o alerta para vocês: fiquem em cima, marcação cerrada nesses putos para não ter problemas durante a obra. Sempre chame a atenção de seu cliente mostrando no projeto onde estão os erros da execução. Assim o cliente já estará ciente de que o desrespeito está sendo feito pela equipe de obra. E, se eles insistirem em não te respeitar, converse com o seu cliente, explique toda a situação e troque de equipe.

PS: Rô, acho que descobri o  porque ando meio azedo ultimamente ahahahahha

Até onde podemos ser lesados por “parceiros”

Pois é, como um profissional reconhecido pelas associações de Lighting Design tenho meus clientes particulares mas também tenho clientes que aparecem através das parcerias profissionais.

Estas parcerias podem ocorrer através de outros profissionais ou de lojas. Nos dois casos podemos conseguir efetivar excelentes parcerias mas, se não tomarmos o devido cuidado, podemos entrar numa bela roubada.

Ano passado fiz uma parceria para um projeto grande e, por confiar numa suposta amizade recíproca e sincera, acabei me descuidando. Resultado: tomei no zóio!!!

Trabalhei feito doido para resolver o projeto de Lighting, ainda tive de fazer uma boa parte do projeto paisagístico e acertar questões de acessibilidade, etc. Tive meu nome retirado do contrato de forma canalha e covarde, não recebi um centavo pelo meu trabalho e ainda descubro que a pessoa ainda teve o disparate de chegar a tentar forçar o meu eletricista a assinar uma declaração onde dizia que eu tinha feito a especificação das lampadas, luminárias e equipamentos toda errada. Fato é que ele constou que a listagem de peças na tal declaração não era a mesma que eu tinha entregue em cópia para ele. Ou seja, para justificar o meu afastamento do projeto junto ao cliente e, claro, esta pessoa receber todas as RTs sozinha (deu uma boa bolada), vale até mesmo falsificar documentos.

Como se não bastasse, vejo lá o meu projeto de Lighting implantado.

Estou aguardando a implementação real do CAU para fazer nova denúncia uma vez que, feita junto ao CREA, a coisa está empacada não sei por que motivo.

Outro acontecimento estranho, no mínimo, foi o contato de um arquiteto “amigo” meu dias atrás me chamando para uma parceria num projeto. Ele queria de todo jeito que eu precificasse sem nem ao menos olhar a planta ou o layout para ter noção do que teria de ser feito. Passou pouquíssimos detalhes sobre o cliente e o projeto e queria o valor.

Forcei-o a me passar a planta e depois de horas de insistência consegui. Quando abri no CAD percebi que a “coisa pouca” que ele se referia media nada menos que 180m² de área social de um mega apartamento.

Fui puxando conversa e, papo vai papo vem, ele me confidenciou que já haviam sido adquiridos algumas coisas para este projeto como, por exemplo, um lustre Maria Antonieta, um aparador e uma cristaleira, comprados em um antiquario famoso e nada barato que tem aqui no Brasil.

Pensei com meus botões: “esse cliente tem dinheiro. Um apartamento desse tamanho e gastando rios de dinheiro em antiquarios, a tem sim. Então posso colocar o meu valor normal de projeto.

Lancei a proposta: R$ 11.700,00 pelo projeto de LD. Pagamento no padrão do mercado (50%, 20%, 30%).

Após alguns segundos de silêncio (acho que devia estar levantando do chão depois do tombo da cadeira) ele me solta que é um absurdo esse valor. Que ninguém em sã consciência pagaria esse valor por um projeto de iluminação. Que em lojas ele consegue este projeto de graça.

Rebati alegando que em lojas os projetos são feitos por vendedores ou por formados em arquitetura ou design que não são especialistas na área e que, antes de atender as necessidades dos clientes, buscam vender o que tem de melhor e mais caro. Também aleguei que, assim como qualquer profissional parceiro, eu tbm tenho uma profissão para a qual estudei – e estudo ainda – muito para conseguir me destacar e diferenciar no mercado.

Em meio à choradeira e  críticas ácidas e duras dele, descobri que ele tinha cobrado R$ 15.000,00 pelo projeto e ainda não tinha avisado aos clientes sobre as RTs.

Se ele pode cobrar os 15 paus pelo projeto de interiores, porque eu não posso cobrar o meu valor pelo projeto de LD e ainda, sem RTs???

Ofereci então a ele um desconto de 10% e acabei arredondando para R$ 10.000,00, porém as RTs da parte de iluminação seriam minhas.

Pronto, lá veio choradeira, decontentamento, agressões e mais um monte de blablabás novamente. Além de me menosprezarpois ele é arquiteto e eu designer – ainda tive de ouvir dele que ninguem sabe o que é esse tal de Lighting Design, que com todos os amigos dele que conversou ninguém sabe do que se trata. Que nem reconhecida entre os profissionais e juridicamente essa profissão é entre várias outras coisas.

Pior: ele me disse que é um absurdo eu exigir as RTs pois ele (tadinho) tem de sobreviver em Sampa e, sem elas, não consegue.

Como não se já está levando 15 paus só de projeto???? Pelos meus cálculos, só as RTs dos tres itens do antiquário dariam uma media de R$ 3.500,00 – isso sem contar as RTs de todo o resto que envolve o projeto.

Bati o pé e disse que essas eram as minhas condições. Ele ficou de conversar com o cliente e me responderia no dia seguinte.

Sumiu, nunca mais vi no MSN nem em rede social ou lugar algum.

Me faz falta este projeto? NÃO!

Me faz falta esta “parceria”? NÃO!


Também já levei tombos com parceiros de lojas que no primeiro contato oferecem uma coisa e depois é outra.

As lojas geralmente oferecem 10% de RT. Quando dou o desconto para o cliente é porque ele está ciente da existência delas e deixo isso mais que claro para os lojistas.

No entanto, é muito comum acabarmos levando rasteiras de lojistas. Vejam bem:

Estou com um cliente agora que, por sua situação financeira e também por sua amizade de longos anos, além do desconto especial que fiz, acrescentei – e expliquei muito bem o que era – sobre o acrescimo de 10% de desconto por causa das RTs.

Ele concordou e começamos a obra. Só comprar onde eu indicar pois são parceiros. O cliente está sim fazendo exatamente o que acordamos.

No entanto, em uma das lojas, num primeiro contato foi falado sobre as RTs de 10%. O cliente – e eu – escolhemos varios produtos e afetuamos a compra. Pouco mais de R$ 10.000,00 na primeira compra e mais um belo montante na segunda compra.

Passados alguns dias, recebo um telefonema desta loja dizendo que meus creditos já estavam disponíveis lá na loja. Fui ver e levei um susto.

A loja tem a pachorra de me oferecer 2% sobre as vendas EM MERCADORIAS a serem retiradas nela mesma como RT!!!

Disse que não tinha sido aquele o acordo mas de nada adiantou. Ou eu aceito os R$ 355,00 (perdendo mais de R$ 1.500,00) ou nao poderiam fazer nada.

“Levei no zóio” de novo!!!

Porém, nesta loja não levo mais cliente algum.

Não sou eu quem perdeu um parceiro e sim eles.

No segundo exemplo, não sou eu quem perdeu um parceiro e sim aquele arquiteto que me desrespeitou como profissional e como amigo.

No primeiro caso, não fui eu quem perdeu uma parceria, e sim aquela pessoa que perdeu o pouco de respeito que raras pessoas ainda nutriam por ela. Todos me conhecem e sabem o trairagem que foi feita comigo. Outros profissionais, fornecedores, amigos em comum. Todos nos conhecem e conseguiram perceber claramente de onde estava vindo a verdade, e quem estava mentindo descaradamente.

Isso tudo me afeta? NÃO!

Isso tudo serve apenas para que eu tenha mais cuidado e preste bastante atenção em possíveis “parcerias” profissionais.

Serve também para que eu tenha cada dia mais gana de preservar a dignidade de minha profissão e o respeito entre os profissionais.

Por isso também defendo a urgência da Regulamentação Profissional tanto para Design de Interiores/Ambientes como para Lighting Design.

Fica o alerta e a dica a vocês ok??

Mercado prostituído?

Apesar de eu ter postado ha pouco tempo algo sobre o lado social do Design, quero agora mostrar dois vídeos que mostram claramente o que acontece em nosso dia a dia. Esses “causos”, apesar de ser uma ficção no segundo vídeo é muito mais comum do que vocês imaginam em nosso dia a dia profissional.

O primeiro é do escritor Harlan Ellison explicando o seu desentendimento com a Warner. Pasmem: a Warner produtora de filmes e mais filmes e que não tem porque alegar não ter grana:

Já o segundo nos apresentam algumas situações que, quando comentamos com alguém, muitas vezes somos chamados de mentirosos, de que estamos malucos e mais um monte de coisas legais como estas. Parafraseando um amigo mineiro meu, “prestenção”:

Confesso que ri muito a primeira vez que assisti este vídeo mas depois de superado o acesso de riso me veio a sensação de vazio, de impotência diante de tanto descaso das associações – inertes – e do governo – que insiste em não regulamentar-nos – com esse tipo de coisa. Parece que eles vivem no país das maravilhas enquanto nós, pobres mortais, vivemos numa terra sem lei, sem ética, sem respeito, sem nada.

Aos prostitutos de plantão um recado: vocês conseguem hoje, porém amanhã os clientes estarão tão mal acosrumados por vocês mesmos que acabarão fazendo isso contra vocês mesmos. É o lance do criador e da criatura. Aguardem e verão!

Presente de Natal à ABD

IRRESPONSÁVEIS!

Não encontro outra palavra para expor o que senti ao acessar o site da revista Casa Claudia para ver qual é a do tal “Curso de Decoração“.

Sobre as revistas já nem falo mais absolutamente nada sobre o fato delas irem – na maioria dos casos – na contramão de nossa profissão. Desrespeitam descaradamente e auxiliam na prostituição do mercado ao propor que qualquer um pode “virar” Designer ou Decorador num estalar de dedos bastanto para isso que se tenha bom gosto.

Mas o que mais me chocou nisso foi o vídeo da primeira aula. Logo de cara temos uma amostra do quão séria e dedicada à nossa profissão é aquela associaçãozinha chamada ABD – e jamais ABDI.

Para minha não surpresa, eis que em poucos segundos de vídeo aparece ninguém menos que o Negrete – digníssimo presidente da tal associaçãozinha – ensinando aos leigos como ser um Decorador. Não é de duvidar que este mesmo grupelo tenha se colocado de fora – em “nome de todos nós Decoradores e Designers – do Projeto de Regulamentação do Design. Mais uma vez, eles demonstram que são um grupo que prostitui e desrespeita a nossa profissão, bem ao contrário do que pregam.

Se lutam realmente pelo respeito e regulamentação da profissão de Designer de Interiores e Decoradores, deveriam sim postar-se totalmente contra este tipo de coisa e não vender-se para aparecer na mídia.

Observando as outras aulas percebi que outros profissionais aparecem dando tembém as suas “dicas”. Profissionais estes que respeito pela excelência de seus trabalhos, mas francamente, aparecendo ali, estão auxiliando a prostituição de nossa profissão e deveriam repensar seriamente as formas que andam utilizando para manter-se na mídia. Não precisam deste tipo de coisa uma vez que seus trabalhos já são reconhecidos.

Na segunda aula, falam sobre proporções – ergonomia. Isso é uma coisa que aprendemos em sala de aulas, muito estudo, muita análise e não em uma aulinha de pouco mais de 2 minutos onde aparecem algumas dicas – distâncias mínimas e confortáveis – que as donas de casa pegam e aplicam de seu jeito.

E a moda? É impressionante como forçam a barra sobre as tais tendências – o que está na moda e por vir. Com isso se esquecem de passar ao leigo internauta de que não devemos tratar os modismos relacionados à interiores da mesma maneira que tratamos a moda que vestimos. É moda de cortina, de tapete, de cores, de revestimentos, isso é IN, aquilo é OUT e por aí vai. No entanto, nada ou quase nada se vê falar sobre a identidade do morador e usuário. Se essa moda “serve” ou não para ele. Se essa “moda” vai ficar bem ou não para ele. Se essa “moda” é usual ou não para ele. O que vale é que “está na moda”. ECA!

Tudo bem que ao final de algumas das aulas a apresentadora fala algo como “em caso de dúvida converse com o seu decorador”. Mas isso só não basta para tirar o descrédito dado à nossa profissão – Decorador e Designer – quando se propõe um curso neste estilo. Talvez esteja aí a grade diferença e ponto chave para entender as ações dessa associaçãozinha:

Pela falta de regulamentação, qualquer um pode denominar-se de uma hora para outra Designer de Interiores. O que mais vemos são Decoradores usando o titulo Designer sem ter formação para tal. Inclusive essa associaçãozinha que de uma hora para outra mudou seu nome de Decoradores para Designers de Interiores.

Tudo bem que o nosso trabalho – Designers – é bem mais sério e profundo do que o apresentado nestas vídeos-aulas pois mexemos com coisas que um Decorador não mexe e nem pode pois nao tem qualificação para tal e que em matéria de decoração apenas, realmente, qualquer dona de casa é capaz de fazer. Mas colocar tudo isso como um grande “oba oba”, tá liberado, é desrespeitar totalmente os profissionais das áreas de Interiores, sejam estes Decoradores ou Designers.

Isso se chama IRRESPONSABILIDADE.

Isso se chama DESRESPEITO aos profissionais.

Isso se chama PROSTITUIR o mercado e a profissão.