Palestra ABD_PR / FAG – Cascavel-PR.

Bora trabalhar em defesa de nossa profissão!

Palestra #ABD_PR na #FAG, em Cascavel – PR.

A Ana Eliza Roder França irá falar sobre a nossa regulamentação profissional (tramitação, bastidores e as conquistas para a nossa profissão através da Lei n° 13.369/2016.

Na sequência eu irei apresentar a minha palestra campeã de solicitações “Design de Interiores: N Jeitos de Atuar”, sobre os diversos nichos de mercado possíveis para nós, profissionais de Design de Interiores.

O pessoal de toda a região está convidado e serão muito bem-vindos!

Agradecimento especial à coordenadora Marieli G. Moreira, por abrir as portas da FAG para a ABD.

Mais informações e inscrições no link:
http://abd.org.br/guia-de-designers/palestra-pr-regulamentacao-profissao-fag?utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=Palestra+PR+FAG+Profiss%26atilde%3Bo+de+DI

Revista Intramuros – chamada para a 2ª edição.

Atendendo a pedidos, foram prorrogadas a chamada para a 2ª edição da Revista INTRAMUROS.

A revista é um espaço exclusivo para difusão de trabalhos que seguem uma metodologia científica exclusivamente dentro do assunto de Design de Interiores. Em sua política de consolidação da área, promove a reflexão crítica sobre temas afetos ao Design de Interiores.

Trabalhos textuais – fruto das atividades acadêmicas de pesquisa, extensão e reflexão crítica sobre o saber específico de Design de Interiores – serão selecionados para publicação no Anuário Acadêmico ABD.

O eixo centralizador, como já escrito, é o Design de Interiores porém, não é exclusiva para pesquisadores da área. Ela é aberta também a pesquisadores de outras áreas desde que seus trabalhos tenham como eixo principal o DInt.

Por exemplo:

  • Um designer gráfico que tenha alguma pesquisa ou trabalho falando sobre a relação entre DG aplicado nos espaços interiores ou uma análise grafica (ou visual) da composição de projetos de design de interiores;
  • O pessoal de Produto pode enviar trabalhos sobre desenvolvimento de mobiliarios multifuncionais para pequenos espaços, sobre metodologias de detalhamento de projetos, etc.
  • Os lighting designers com seus projetos voltados para design de interiores (ambientes internos e externos) bem como sobre a relação da luz com a saúde e segurança dos usuários.
  • E assim por diante.

O prazo de envio dos artigos foi prorrogado até dia 30 de setembro de 2018.

Conheça a Revista Intramuros e o regulamento.

Projeto Comboio Unoeste

Pois bem meus amigos, conforme já tinha apontado noutro post tempos atras, decidi trabalhar um outro objeto base para projetos com a turma do 3° termo da UNOESTE.

Eu tenho motivos bem claros para propor isso e tudo fica claro quando insisto que o nome dos cursos “Design de Interiores” está equivocado e é o grande empecilho para o desenvolvimento pleno da área. Defendo, portanto, que o mais coerente seria a alteração do nome de todos os cursos para “Design de Ambientes” (ou Espaços) já que adquirimos muitos conhecimentos na academia que não cabem dentro dos “interiores” apenas e menos ainda permanecer amarrados apenas ao objeto arquitetônico (edificação) e devem, sim, serem aproveitados onde houver necessidade por parte dos usuários.

Assim, lancei o desafio aos alunos de projetar utilizando um outro objeto base: CARRETAS. Transformar carretas baús em alguma coisa (temas lançados) aproveitando-se da estrutura da mesma e deixando-os criar livremente de acordo com as necessidades de sua área tema.

“Ah, mas isso não é atribuição de vocês!” irão berrar alguns.

OK! Mas também não é de arquitetos.

“Ah, mas nós arquitetos assinamos RRT e nos responsabilizamos pelos nossos projetos!”

Sério mesmo? De todos os projetos que você já fez na sua vidinha e que lidou com estruturas, quantos VOCÊ assinou as RRTs sobre a parte estrutural? Hummm, e de elétrica? Talvez hidráulica facilita?

Ok! Então parem de chororô e aceitem que existem profissionais de OUTRA área, que NÃO DEPENDEM DA ARQUITETURA para “sobreviver”, Aliás, por falar em sobreviver, o que seria dos arquitetos sem os engenheiros né?

Indiferente a todo esse chororô (o choro é livre) a minha intenção é simplesmente mostrar que sim, temos condições de desenvolver projetos diferenciados que vão muito além daquele beabá ensinado nas academias amarrado ao elemento arquitetônico.

Oras, existe sim algumas dificuldades técnicas e que não são nossas atribuições (e nem devem pois fatalmente irão afetar o lado criativo). Para isso existem as parcerias profissionais, o trabalho multidisciplinar. No caso específico aqui, os engenheiros (mecânica, elétrica, hidráulica) além do constante contato com os profissionais das áreas temas trabalhadas em cada carreta.

Pois bem, vou começar a postar alguns dos projetos que foram desenvolvidos pelos alunos do TERCEIRO termo (semestre) do curso da Unoeste.

Isso aqui serve também para mostrar que apesar do pouco tempo de duração dos cursos de tecnologia, esta alegação de “falta de conhecimento” não procede pois eles conseguiram encontrar os problemas e dificuldades de projeto e propor as soluções mais adequadas para cada caso. E olha que não é nada fácil trabalhar com uma estrutura que se “contorce” quando está em movimento.

E, finalmente, serve para mostrar o quão equivocado está o PL4692, que regulamenta a nossa profissão, ao insistir em nos manter amarrados ao objeto arquitetônico em sua justificativa que é, na verdade, a “alma da Lei” e permanecerá para sempre atrelada à ela.

Espero que apreciem SEM moderação!!!

Hackear a cidade? #ÉNOIS

Estava navegando pelo meu face e me deparei com uma postagem com este título. Curioso fui assistir ao vídeo e me surpreendi com a qualidade do material, a clareza das informações e a disposição em mostrar e apontar caminhos possíveis apresentados pela a jornalista Natália Garcia, especialista em planejamento urbano.

No primeiro vídeo ela fala sobre “Como hackear a cidade”.

Calma, nada tem a ver com atividades marginais ou visando prejudicar alguém ou algo. Ela explica o conceito da ideia e dá dicas de como podemos – e devemos – mudar nosso olhar sobre o lugar onde vivemos.

https://www.youtube.com/watch?v=bHagymDQENA

Já no segundo vídeo, ela nos apresenta um novo olhar sobre “O Que É Cidade?”.

Precisamos entender como esse lugar funciona. Nesta aula, explica um conceito de cidade adorado por muitos e odiado por algun$$.

https://www.youtube.com/watch?v=NK_RoGAwkSw

No terceiro vídeo, “Que problemas você quer atacar?”, nos faz refletir sobre como escolher um problema para ser resolvido ou destacado em nossa cidade. Como ela mesma afirma, a cidade é um complexo sistema, cheio de engrenagens. E todo sistema é composto por diversos problemas, dos micro aos mega. Aqui ela deixa pistas claras do que é um briefing e como ele deve ser tratado. Briefing não são apenas anotações e rabiscos e sim muita atenção, observação, reflexão, interação, etc. #FicaDica

https://www.youtube.com/watch?v=r26kPu-2PAo

Já no último vídeo – ou módulo – ela fala sobre “Como agir?”. Exemplificando com intervenções urbanas realizadas em vários lugares do mundo, nos dá dicas pra você montar seu próprio projeto e melhorar sua cidade.

Muito além da superfície, ele nos traz a tona elementos que vem sendo ignorados em nossa sociedade. Entre estes destaco a CIDADANIA, muito falada, e pouco praticada.

Parabéns à Natália por este projeto mais que importante para o nosso país.

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Vamos ao Reader…

O que tá rolando de interessante pelo meu Reader:

1. Cienna Lounge by Bluearch:

Muito interessante a solução para o projeto de iluminação usando RGB.

Iluminação geral feita pelas sancas que não interfere no todo.

Iluminação mais pontual sobre as mesas.

Destaque também para o belo trabalho feito no balcão com iluminação built-in em cor contrastante com o entorno.

Muito bom o projeto.

2. Plenty of colour – RGB wallpapper:

Muito bom esse trabalho. O uso da luz em RGB e de tintas especiais favorecendo a mutabilidade do ambiente.

Se a luz branca reflete todas as cores, o que aconteceria se usássemos cores específicas com pigmentos que reagem à elas?

Está aí o resultado.

3. Rock

Apesar de alguns reflexos. mo geral este é um belo exemplo de projeto tanto de interiores quanto de iluminação.

Destaque para o elemento suspenso sobre o balcão acompanhando o desenho.

4. dilicias para ter em casa:

Olhem que delicia de mimo para ter em casa. Mega fácil de fazer e com um efeito surpreendente.

Adorei!!!

5. decoração floral através da luz:

Genial essa idéia para usar a luz rebatida.

Não fica uma luz agressiva e tampouco cansativa.

Esse projeto me fez lembrar de um outro que vi a algum tempo atrás usando o mesmo princípio:

Um outro recurso que gosto muito é o de desenhar com a luz. Um bom exemplo desse tipo de trabalho:

Mas percebam que este elemento não fica visível de forma direta aos olhos dos usuários, portanto não oferecem risco de ofuscamento.

E há também o recurso dos vitrais para a iluminação diurna, especialmente:

Além de embelezar as paredes, os vitrais oferecem a possibilidade de colorir os ambientes independente da cor das paredes. Percebam que nessa foto a parede é em concreto puro e mesmo assim a cor dos vitrais traz vida à frieza do material.

6. Aura Spa at the Park Hotel / Khosla Associates:

Um ambiente desse, com uma musiquinha zen de fundo… Precisa de algo mais???

Agora, observem que fantástica esta escultura e o efeito que ela causa no ambiente quando iluminada:

Apenas dois spots embutidos no teto iluminam esta peça. Revestidas com aqueles espelhinhos quadriculados, refletem a luz para o ambiente.

Agora tentem imaginar esta peça iluminada por 4 spots ligados num sequencial, acendendo um de cada vez, dimerizados. Cada facho irá gerar um efeito diferente, dinamizando o ambiente.

7. Vidros adesivados.

Bom, vi vários tipos e aplicações, aqui vai uma idéia:

Puckapunyal Military Area Memorial Chapel / BVN Architecture

Olhem que idéia bárbara para fazer no insufilm. Esse aqui foi feito em chapas mas dá pra fazer em insufilm e aplicar nos vidros. O efeito da luz que passa direto pelos vãos podem gerar e tudo vai depender do desenho e da luz que atinge diretamente o ambiente.

Mas também pode ser usado em panos de vidro que dividem ambientes com diferentes niveis e tipos de iluminação.

8. DIY (Do It Yourself)

Do blog de minha amiga Elenara uma idéia bárbara que me fez viajar na maionese aqui:

É, são moedas antigas… Ah se meu pai sonha com minhas reais intenções com relação à coleção de moedas que ele guarda que herdou de meu avô, que herdou de meu bisavô…

Mais DIY: Tol Dot é um imã  bastante resistente ideal para pendurar objetos mais pesados. De fácil aplicação, basta usar a criatividade para atender as necessidades.

Vi no Bem Legaus!

9. Banco para jardim?

Da série#EuQuero…

Olhem que delicia de banco (rede, sei lá) para sentar, deitar e relaxar…

10. Customizar?

Aí sim!!!

Estas cadeiras são cópias portanto a idéia é mais que bem vinda para personalizar os ambientes.

Nada de sair fazendo isso com móveis originais ok pessoal?

As cópias existem para isso mesmo ;-))

Via: Chair Blog

11. Chuva de luz

O que muitos cristais, fibra ótica, criatividade e  extremo senso estético podem fazer? Isso:

Fala sério… #EuQuero

E o que luminárias muito bem construídas e aplicadas podem fazer? Isso:

12. Aeronaves: interiores

Prestem atenção nas soluções. O ambiente não é grande – coisa mais que comum nos projetos que realizamos hoje em dia.

Bom, acho que já deu, acabou virando um mega post e não coloquei tudo.

Posto mais durante a semana.

Abraços.

Grade de oficinas do RLondrina2010

Olha só pessoal, acabou de sair a grade de oficinas do RLondrina2010:

A minha oficina, Design Crítico, será ministrada nos dias 4 e 5/11 das 09:00h às 11:00h.

As inscrições podem ser feitas através do site do RLondrina2010.

Nos vemos lá ok?

R Design Londrina 2010 – oficineiro

Olá pessoas!

Ontem tive a felicidade de receber um e-mail da CORDE confirmando que a minha oficina foi escolhida para o RLondrina2010.

A proposta da oficina é a seguinte:

Nome: Design Crítico – formação de pensadores próprios em Design.

Justificativa: É cada dia mais urgente a necessidade da formação de pensadores e críticos específicos em Design. O que temos visto na mídia são profissionais de outras áreas tecendo seus comentários ácidos sobre as áreas do design em virtude da carência de pessoal próprio disposto a realizar este trabalho.

A crítica séria (positiva ou negativa) feita através da observação ou da análise de algo (ambiente, produto, serviço, etc) faz-se necessária em um país que não tem ainda o Design regulamentado e, muitas vezes, confundido com artesanato.

Esta oficina busca fazer os participantes pensar o Design além do projeto. É comum vermos a maioria dos acadêmicos nos cursos voltando o seu foco apenas para a área projetual, esquecendo-se que existem áreas editoriais e acadêmicas que podem ser tão ou até mais rentáveis que a projetual.

Objetivo: Formar pensadores próprios em Design é uma necessidade urgente.

Turma: min 15 máx 30 – sala de aula

participantes levar:
papel almaço (2 folhas)
caneta
revistas e catálogos que possam ser recortados

Bibliografia: A Linguagem das Coisas. Deyan Sudjic. Ed Intrínseca.

Informações e inscrições: no site do RLondrina2010

Zés, preparem-se pois a cobra vai fumar nessa oficina!

 

 

Material disponível na WEB

Encontrei dias atrás uma reportagem da revista Epoca falando sobre cursos online disponíveis na web oferecidos por diversas universidades espalhadas pelo mundo.

A coisa boa mesmo é que na maioria delas os professores disponibilizam os materiais destes cursos gratuitamente nos sites dos cursos.

Pra variar, virei a noite xeretando em todos os sites da lista e posso afirmar: tem mesmo!!!! Cada material de cair o queixo!!!

Você terá de ter um pouco de paciência para foçar, procurar e encontrar (mais ainda se seu inglês não for bom) os materiais dentro dos portais, mas não é tão difícil assim. Tem material sobre Arte, Design, Engenharias, Arquitetura, Urbanismo, Paisagismo, mobiliário, design automotivo, aeroespacial, embarcações enfim, muita coisa ali, disponíveis a um clique.

No entanto vale ressaltar que tem materiais de outras áreas que são bastante pertinentes ao nosso trabalho. Vale a pesquisa também.

A lista é esta:

Massachussetts Institute of Technology – MIT (EUA): oferece dois mil cursos, com material de leitura, atividades e vídeo aulas. É um dos mais completos que existe.

Fundação Getúlio Vargas (Brasil): é a única no país a oferecer esse tipo de serviço. São 20 cursos divididos em quatro categorias.

Universidade Yale (EUA):  o material disponível introduz aos cursos ministrados na instituição.

Universidade de Berkeley (EUA): os cursos gratuitos são selecionados a cada semestre. Servem principalmente para os alunos estudarem.

Universidade Virtual de Monterrey (México): é pioneira no ensino online na América Latina. Foi criada no fim dos anos 90.

Universidade Estadual de Utah (EUA): o material online vem de 20 departamentos diferentes, entre eles Economia e Comunicação.

Universidade de Michigan (EUA): os departamentos de Medicina e Informática estão entre os que mais tem cursos disponíveis.

Paris Tech (França): é uma associação entre doze institutos de educação e pesquisa na França. Para quem se interessa por ciência e engenharia. Os cursos são em francês.

Universidade de Nova Jersey (EUA): os cursos são de quatro departamentos diferentes, alguns têm vídeo, outros só áudio. O material de leitura disponível também varia.

Para encontrar outros cursos, procure por Open Course Ware ou visite o site OCW (em inglês).

Existem escolas que oferecem cursos híbridos: misturam ensino online com a presença no campus. São pagos, garantem diploma e tem processo seletivo.

Universidade de Columbia (EUA)
: matérias a distância podem ser usadas como crédito para cursos presenciais.

Universidade de Londres (Inglaterra): o primeiro programa de ensino a distância foi criado ainda no século 19. Hoje, há instituições cadastradas pelo mundo onde os alunos a distância podem ter acompanhamento e fazer as provas. No Brasil, há seis pontos credenciados.

Universidade Harvard (EUA): o aluno pode ganhar créditos a distância, mas não ganha diploma sem frequentar o campus num tempo determinado. Harvard também tem uma seção digital, com materiais gratuitos.

Tem ainda outras universidades no Canadá, Reino Unido e Espanha que também disponibilizam seus cursos e materiais gratuitamente na web.

Boa pesquisa e leitura!!!

Bienal de Design 2010 – Curitiba

Pois é pessoal, muitos já devem saber que este ano a Bienal Brasileira de Design acontecerá em Curitiba – PR, de 14 de setembro a 31 de outubro.

Andei olhando o site da Bienal e lá pude encontrar informações bem detalhadas sobre tudo o que vai rolar neste evento impostantíssimo para o Design nacional.

Vale a pena conferir os workshops, cursos, palestras, eventos paralelos, etc.

Só me entristece perceber que mais uma vez o Design de Interiores foi deixado de lado pelo grupo que organiza a Bienal. Já percebi em diversos fóruns que alguns* profissionais e associações de Desenho Industrial tem uma resistência enorme contra o Design de Interiores e não conseguem – ou não querem – ver as características reais da profissão e dos cursos. estes só conseguem ver os cursos como sendo algo ligado apenas à decoração.

Isso ficou claro tempos atrás na formação de mais uma associação aqui no Paraná onde, de forma jocosa e irresponsável, o Design de Interiores foi excluído do rol de profissões associadas. No entanto aceitaram publicitários… vai entender….

Assim, fica aqui mais uma dica para a ABD: lutar pelo nosso reconhecimento dentro da nossa propria área mãe/raiz: o Design.

* – não me refiro a todos e sim a alguns profissionais.

Oportunidade: IED – São Paulo:

O que é?
Um concurso de bolsas de estudo do Istituto Europeo di Design (IED) de São Paulo para cursos de gradução 2010 nas áreas de Moda, Design e Artes Visuais.

Quem pode participar?
Jovens entre 18 e 25 anos com ensino médio completo

Regulamento:
http://tododiacriativo.com/regulamento-das-bolsas-de-estudo-2010/ )

Qual é o tema?
Devem ser enviados projetos relacionados ao tema EU SOU O FUTURO! A idéia é que os candidatos mostrem seus objetivos em relação ao futuro. O que há de vir. O poder de transformar em realidade os próprios sonhos.

Inscreva-se:
Envie o projeto para o email tododiacriativo@ied.edu
entre 05 de Novembro de 2009
a 20 de Janeiro de 2010

Os Projetos selecionados serão publicados no site www.tododiacriativo.com e poderão receber votos e comentários da parte dos internautas.

Para saber mais e ver e votar nos projetos acesse o site.

Mercado prostituído?

Apesar de eu ter postado ha pouco tempo algo sobre o lado social do Design, quero agora mostrar dois vídeos que mostram claramente o que acontece em nosso dia a dia. Esses “causos”, apesar de ser uma ficção no segundo vídeo é muito mais comum do que vocês imaginam em nosso dia a dia profissional.

O primeiro é do escritor Harlan Ellison explicando o seu desentendimento com a Warner. Pasmem: a Warner produtora de filmes e mais filmes e que não tem porque alegar não ter grana:

Já o segundo nos apresentam algumas situações que, quando comentamos com alguém, muitas vezes somos chamados de mentirosos, de que estamos malucos e mais um monte de coisas legais como estas. Parafraseando um amigo mineiro meu, “prestenção”:

Confesso que ri muito a primeira vez que assisti este vídeo mas depois de superado o acesso de riso me veio a sensação de vazio, de impotência diante de tanto descaso das associações – inertes – e do governo – que insiste em não regulamentar-nos – com esse tipo de coisa. Parece que eles vivem no país das maravilhas enquanto nós, pobres mortais, vivemos numa terra sem lei, sem ética, sem respeito, sem nada.

Aos prostitutos de plantão um recado: vocês conseguem hoje, porém amanhã os clientes estarão tão mal acosrumados por vocês mesmos que acabarão fazendo isso contra vocês mesmos. É o lance do criador e da criatura. Aguardem e verão!

Pós em Iluminação – IPOG – Londrina

Sob a coordenação da Jamile Tormann, o IPOG abriu as inscrições para uma turma de especialização em Iluminação e Design de Interiores aqui em Londrina – até que enfim!!!

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O início das aulas está marcado para os dias 6, 7 e 8 de novembro.

Este curso está sendo considerado o melhor na área aqui no Brasil. Também pudera, a lista de professores é de primeira grandeza:

Adriano Genistretti – Engenheiro eletrotécnico formado pela Escola de Engenharia Mauá. Gerente de Projetos de Iluminação Philips do Brasil Ltda. – Divisão Luminárias, com experiência de mais de 26 anos no ramo de Projetos (iluminação Pública, Esportiva, Comercial/Predial, Decorativa, Industrial, etc.), cursos de especialização na Holanda. Tem seus projetos aplicados em trabalhos como o Estádio do Morumbi, Vila Belmiro, Centro Empresarial Nações Unidas, Mosteiro de São Bento, Cais do Porto de Recife entre outros.
Claudia Amorim – Arquiteta. Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela UNB. Doutora pela Università Degli Studi di Roma “La Sapienza”. É docente da UnB, pesquisadora e consultora adHoc do CNPq.
Claudia Torres – Arquiteta. Mestre em Iluminação Arquitetônica PELA FAU/USP, Doutoranda pela UFPB, é sócia do escritório VIA ARQUITETURA Iluminação e design Ltda.
Farlley Derze – Mestre em Educação pela UNB. Especialista em História da Arte pela Faculdade de Artes Dulcina de Moraes (FADM) – DF; docente de graduação e pós-graduação na FADM. Pesquisador e Coordenador do Núcleo de História da Associação Brasileira de Iluminação (ABIL).
Gláucia Yoshida – Socióloga – UFG, Mestre em Educação – UFG, Especialista em Formação Sócio-econômica do Brasil – ASOEC, Especialista em Docência Universitária: Formação e Vivência – UNIVERSO, Especialista em Psicanálise e Inteligência Multifocal – Faculdade Michelangelo.
Glaucus Cianciardi – Mestre em Arquitetura e Urbanismo pelo Mackenzie; Especialista em História da Arte pela Fundação Armando Álvares Penteado – FECAP. Atualmente ministra aulas nos cursos de Design de Interiores, Design Gráfico e Design de Produtos no Centro Universitário Belas Artes. Professor de programas de aperfeiçoamento da Câmara de Arquitetos, IAB – SP, com Formação Continuada e AEA – Academia de Engenharia e Arquitetura; atuando em todo o território nacional.  Desenvolve projetos nas áreas residencial e comercial.
Guinter Parschalk – Arquiteto e designer, especialista em iluminação e percepção visual com atuação internacional. Especialista em desenho industrial na Hochschule für künstlerische und industrielle Gestaltung Linz – Áustria.
Isac Roizenblatt – Engenheiro elétrico formado pela Escola de Engenharia Mauá, São Paulo – Brasil – CREA 23171 (1968). Mestre em Energia pela Universidade de São Paulo. Especialista em Iluminação pela Universidade Tecnológica de Eindhoven – Holanda. Programa Interunidades do Instituto de Eletrotécnica e Energia, Escola Politécnica, Faculdade de Economia, Administração e Ciências Contábeis e Instituto de Física da Universidade de São Paulo. Consultor da Pró Light and Energy Consultants.
Jamile Tormann – Lighting – Designer, Fez Arquitetura e Urbanismo pela USU – RJ, Licenciatura Plena em Artes – Habilitação em Artes Visuais pela FADM-DF, é Pós-Graduada em Iluminação e Designer de Interiores pela UCB-RJ. Autora do livro Caderno de Iluminação: arte e ciência. Editora Música e Tecnologia – RJ, 2006. É Sócia fundadora da ABrIC e ABIL, e Membro da CIE-BR comissão 3 (Comission Internationale de L’Éclairage). Escreve artigos como colaboradora para a Revista Lume Arquitetura – SP e Tecnoprofile Magazine – Argentina.
Juliana Ramacciotti – Arquiteta e Urbanista pela FAAP-SP. Mestranda pela Mackenzie – SP. Atuou por 4 anos na Philips Lighting em  projetos luminotécnicos e por 7 anos como Country Manager da Lutron do Brasil.
Leonardo Moraes – Sociólogo pela UFG – Mestre em História pela UnB, Especialista em História Nacional de Goiás pela UFG. Especialista em Docência Universitária pela UNIVERSO.
Lori Crízel – Arquiteto. Mestre em Conforto Ambiental pela UFRJ – ênfase em Luminotécnica. Docente da UFRJ e UFPR.
Luiz Emiliano Lavendaño – Arquiteto e Designer pela Universidad Católica de Valparaíso – Chile. Mestre em Design pela FAU/USP, docente e coord. do curso de graduação em Desenho Industrial da FAITER – SP.
Marcos Simão – Arquiteto. Especialista em Tecnologia e Projeto de Iluminação pela UNESA.
Nelson Ruscher – Eng. Eletricista e Mestre em Eficiência Energética e Eletrônica de Potência pela UNB. Consultor técnico da Philips Iluminação, Vice-Presidente da ABIL – Associação Brasileira de Iluminação.
Nelson Solano – Arquiteto. Mestre. Doutorando em Arquitetura pela USP. Autor do Livro Iluminação e Arquitetura. Editora Geros – SP, 2001.
Plinio Godoy – Engenheiro, coordenador da Divisão 3 do Comitê Brasileiro de Iluminação – CIE-Br, representante brasileiro no Comitê Internacional de Iluminação – CIE, palestrante no curso de Iluminação de Exteriores da Universidade de Versailles (Fr), autor de projetos reconhecidos, como a Ponte Estaiada, em São Paulo (SP).
Silvia Bigoni – Arquiteta. Especialista em Marketing pela FGV. Mestranda pela USP. Consultora desde 2001 do segmento de iluminação. Ministra o curso de Pós-Graduação de Design de Interiores na FAESA/ES e presta consultoria para o Prêmio ABILUX de Projetos de Iluminação. Atuou  na OSRAM do Brasil por 11 anos e ministrou o curso de Projetos de Iluminação na FUPAM/FAU-USP. Desenvolve ao longo dos anos projetos de iluminação residencial e comercial tais como Livraria Cultura; Artefacto; Esfera.
Thais Borges Lima – Arquiteta. Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela UFBA. Doutoranda em Arquitetura e Urbanismo pela UNB.
Wilson Salloutti – Formado nas Faculdades Integradas Alcântara Machado, é sócio-fundador e atual diretor de Marketing da FASA Fibra Ótica, empresa pioneira na iluminação em fibra ótica para fins arquiteturais, decorativos e de comunicação visual no país. Sua luminária ‘Floating’ recebeu o Prêmio Via Design 2005.
Convidado: Peter Gasper – Arquiteto e Cenógrafo. L.D. responsável pela maioria das luzes dos monumentos de Brasília. Trabalhou na Rede Globo, onde fez o cenário e iluminação das novelas. Iluminou a Hidrelétrica de Itaipu, o show de Frank Sinatra no Maracanã, a Missa do Papa e o Rock’n’Rio. Fez o projeto de iluminação da casa da Xuxa e BIG BROTHER BRASIL.

As disciplinas são todas voltadas ao Lighting Design:

•HISTÓRIA DA ILUMINAÇÃO
•GRANDEZAS E CALCULOS LUMINOTÉCNICOS
•FONTES DE LUZ ARTIFICIAL
•PERCEPÇÃO VISUAL
•SISTEMAS DE ILUMINAÇAO COM FIBRA ÓTICA
•CONFORTO AMBIENTAL
•DESIGN DE INTERIORES RESIDENCIAL
•DESIGN DE INTERIORES COMERCIAL
•DESIGN DE LUMINARIAS
•METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO
•PROJETO DE ILUMINAÇÃO AUXILIADO POR COMPUTADOR
•ILUMINAÇÃO DE INTERIORES RESIDENCIAL
•ILUMINAÇÃO DE INTERIORES COMERCIAL
•ILUMINAÇÃO DE EXTERIORES
•ILUMINAÇÃO ESPORTIVA
•ILUMINAÇÃO CÊNICA
•ILUMINAÇÃO DE MUSEUS, GALERIAS E SALAS DE EXPOSIÇÃO
•A LUZ SOB CONTROLE
•GERENCIAMENTO DE OBRAS E GESTÃO DE PROJETOS
•CONCEPÇÕES E CRITICA DA ILUMINAÇÃO

A duração do curso é de 20 meses com aulas uma vez por mês (Sexta das 18h às 23h, Sábado 8h às 19h, Domingo 8h às 13h) e o investimento é:

•Matrícula = R$200,00
•Parcelas = 21
•Mensalidade = R$ 480,00

Para maiores informações e inscrições:

IPOG – Instituto de Pós-Graduação
Av. Cândido de Abreu, 776, 6* andar, Ed. World Business
Centro Cívico    Curitiba – PR
Fones: (41) 3203-2899 / Fax 3203-2884 / 9900-9657
curitiba@ipoggo.com.br
www.ipoggo.com.br

300.000

3000001

Agradeço primeiramente a Deus por me fazer um ser pensante, crítico, analítico.

Agradeço a todos que acreditam e valorizam o meu trabalho.

Agradeço aos meus amigos pela força.

Agradeço a todos vocês leitores e visitantes, que são a razão da existência deste espaço.

Muito obrigado!

Muita luz a todos vocês!

Paulo Oliveira

Manual do Usuário – precisa disso?

Já há algum tempo venho analisando e percebendo algumas dificuldades de clientes meus e de outros profissionais das áreas de Interiores e Lighting em entender e saber como funcionam alguns elementos do projeto.

Depois de ler um artigo postado pelo Jonas no blog http://www.design.com.br, em meu comentário sobre o mesmo, já demonstrei e deixei pendente algo sobre o assunto voltado especificamente para estes projetos.

Muito podem alegar que é uma piração ou exagero do profissional propor-se a fazer um manual de instruções/uso sobre estes elementos. Pois bem, eu digo que não é não, especialmente nos dias de hoje em que a tecnologia nos coloca dia a dia frente a inovações.

Fico pensando em como irá se comportar um de meus clientes que estou finalizando seu projeto diante de alguns detalhes como: eletros de cozinha novos de última geração, lâmpadas e equipamentos de iluminação complexos (ex: LEDs RGB e sua parafernália), revestimentos extras (tecidos ou palha em paredes, por exemplo), pisos entre muitas outras coisas.

Quando o cliente recebe a “chave de volta” ele está inebriado por causa das novidades, da beleza, do cheiro do novo enfim, encontra-se absorto num mundo utópico de perfeição. Até precisar clicar em algum botão.

Pronto, aí começam as brigas do cliente com o projeto.

Como entender os interruptores paralelos? Qual está paralelo com qual e porquê, pra quê?

E as persianas automáticas ou não, como usa-las corretamente? Como fazer a limpeza das mesmas?

Da mesma maneira, tem aquela parafernália de luzes, spots, pendentes, reatores, controladores… A lâmpada queimou! Ah, vou colocar essa que tem aqui – porém não atenta se a lâmpada serve para aquele circuito, se vai sobrecarregar a rede. Isso sem contar o transtorno até ele descobrir como soltar aquele spot embutido sem arrebentar com o gesso e o próprio spot.

Ainda dentro da parte de light, hoje em dia não se aplica mais uma iluminação única para um ambiente. Nos projetos é comum encontrarmos 3, 4 ou até mais sistemas independentes que podem ser usados individualmente ou agrupados, mas nunca TODOS de uma só vez. Além do excesso de luz que causará desconforto, temos também a questão da conservação de energia elétrica (meio ambiente) e o bolso dele no final do mês com a conta que virá bem alta.

Dentro da parte de equipamentos, encontramos uma infinidade destes que tem suas características distintas e únicas seja no manuseio diário, seja na manutenção.

Passe uma esponja de aço numa torneira cromada pra você ver o que vai te sobrar.

Limpe uma geladeira ou fogão com produtos abrasivos (ex: veja) pra ver o estrago.

Estes são apenas alguns exemplos bem básicos. Portanto vamos destrinchar algumas áreas:

ILUMINAÇÃO:
– Lâmpadas:
Num projeto existem diversos tipos de lâmpadas que, obviamente, o cliente desconhece suas características. Portanto, nada melhor que ele receber em seu manual do usuário informações importantes para que o projeto luminotécnico não acabe por ser descaracterizado ou até mesmo destruído por falta destas.
Quais informações devemos colocar sobre as lâmpadas e como fazer isso? Primeiramente devemos dividir as informações por cômodos e detalhar como por exemplo:

Estar/Living:
Sistema 1 (abajoures): lâmpadas fluorescentes compactas 16W, 120V, 2800K, preferencialmente todas da mesma marca/lote “X”. Tipo/marca/modelo do abajour. Características das cúpulas, etc.
Sistema 2 (sanca RGB): barra LED RGB, marca “X”, seguir instruções do manual em anexo. Para os controladores fazer a mesma coisa: uma instrução básica (guia rápido) e anexar o manual técnico ao final do Manual do usuário.
Sistema 3 (geral): modelo/marca dos spots, explicar basicamente a fixação, cuidados com limpeza, se há ou não reatores/transformadores, etc.
Interruptores: caso existam interruptores de ultima geração, especificar quais são (localização) e explicar suas características e funcionalidades especiais.

E assim por diante até fechar todos os sistemas que compõem o ambiente.

PISOS:
– Porcelanatos:
Explicar como deve ser realizado os trabalhos de limpeza e manutenção dos mesmos. Existem peças porosas que podem vir a manchar caso seja derramado sobre as mesmas algum produto/pigmento. Já outras peças não correm este risco, porém se forem utilizados produtos abrasivos os mesmos podem acabar com riscos, perda de brilho entre vários outros problemas. Alguns vem com uma “capa” antiderrapante que também pode acabar sendo removida por causa do uso constante de produtos químicos.
Nos sites dos fabricantes geralmente estão disponibilizados arquivos em PDF com estas informações. Busque-os e os anexe ao final do Manual.

REVESTIMENTOS:
Tecidos, lâminas, BP, melamínicos, vinil, palhas e outros naturais/rusticos, enfim. São muitos produtos que utilizamos nos revestimentos dentro de um projeto. Assim como os pisos, estes materiais também tem suas características próprias que merecem atenção.

Especialmente os tecidos, os naturais e papéis de parede. Cada tecido tem sua característica, forma de lavar, produtos que devem ser evitados, se podem ou não ser passados, etc. Os clientes geralmente desconhecem estas informações.
Portanto lembre-se de detalhar nesta parte cada revestimento especificando as suas características e cuidados.

EQUIPAMENTOS:
Não existe coisa mais chata que você chegar à frente de um aparelho eletrônico e ficar um tempão tentando adivinhar como fazê-lo funcionar.
Estes equipamentos vem de fábrica com seus manuais de instruções. Porém você pode inserir dicas rápidas sobre uso/manutenção dos mesmos – ou no manual ou destacando aqui.

Um problema muito sério é com relação à limpeza dos mesmos. Vemos constantemente geladeiras riscadas (arranhadas), peças de metal idem. Os cuidados devem ser destacados. Existem na web inúmeras informações e dicas sobre como evitar problemas como estes.

MOBILIÁRIOS/MARCENARIA:
Alguns moveis tem características particulares, outros são aqueles multi-funções enfim.
Estas características devem ser destacadas e explicadas para o usuário final.

Como escrevi acima, são apenas algumas informações que eu iria passar. No entanto, se formos pensar no todo de um projeto existem muitos outros pontos que devem ser destacados neste manual. Basta observar bem tudo o que está sendo especificado.

Como apresentar isso a um cliente?

A coisa mais irritante é, quando preciso de alguma informação, ter de ficar revirando gavetas e armários atrás dos manuais de instruções.


Que tal juntar tudo isso numa pasta – pode ser daquelas A-Z – onde você coloca tudo ali dentro?
Manuais técnicos, garantias, notas fiscais e, claro, o seu manual profissional.
Pode-se optar por mandar alguém fazer um scrapbook bem bonito, transado e que promova uma apresentação legal do mesmo. Tudo vai depender de você.

Claro que isso tem um custo para ser feito e não é só referente aos custos dos materiais para confecciona-lo mas também o seu tempo de trabalho e empenho para a construção deste manual.

Pense com carinho neste assunto. Seus clientes merecem esta atenção e isso certamente vai valorizar e muito o seu trabalho.

E.T.: a primeira imagem deste post é de uma obra – da mais interessante – da Nuit Blanche. A instalação de Robert Stadler na Igreja Saint-Paul Saint-Louis. Ao entrar na igreja, por uma porta lateral, o público vê apenas grandes esferas luminosas, que parecem organizadas aleatoriamente. Ao se dirigir para o centro da igreja, entretanto, as esferas formam um grande ponto de interrogação sobre o altar.

Retrospectiva Design: Ações e Críticas 2008

Bom, encerrando os trabalhos de 2008, segue abaixo uma lista com os posts mais interessantes que rolaram por aqui mês a mês.

Este post serve, além de apresentar um pouco do que foi feito neste blog durante 2008, ressaltar postagens importantes e também mostrar aos novos leitores coisas mais antigas e que continuam atuais e importantes no nosso dia a dia.

Apresento algumas sugestões na lista abaixo porém, se quiserem ver mais é só usar na barra lateral esquerda a parte ARQUIVOS onde você pode navegar pelo blog mês a mês e encontrar muitas outras postagens.

Vamos à lista:

Janeiro/2008

Design do Ócio

Fevereiro/2008

Designers Decapitados

Março/2008

Elimine as armadilhas

Abril/2008

Interposições profissionais e confronto direto

Diferenças entre Decorador, Designer de Interiores e Designer de Ambientes

Maio/2008

Tira dúvidas – Design de Interiores/Ambientes

Destruição da Restauração

Junho/2008

Tudo que você precisa saber sobre Design de Interiores e Ambientes

Design de Interiores – Cursos

Iluminação e Arte

ABD – Já deu o que tinha que dar. Basta!

Julho/2008

Matrizes Curriculares – das Atividades Complementares

Modelo de contrato – Interiores/Ambientes

Agosto/2008

Arte urbana – embelezamento urbano

SET Design

Setembro/2008

Vídeos: Semiótica

Desenho e detalhamento de móveis

Outubro/2008

Desenhistas de Nada

Novembro/2008

Trens metropolitanos e inter-urbanos

Ponto de Vista: Jethero Cardoso

Dezembro/2008

Enquetes

Presente de Natal à ABD

Pavimento de concreto ganha espaço nas ruas de Curitiba, no Paraná

Fonte: Paraná Shop – 17.12.2008

Paraná – Dentro de uma cultura em que os buracos fazem parte das vias, que representam desafios e prejuízos, fica difícil acreditar que existam aquelas que duram mais de dez anos sem reparos, que ajudam a evitar acidentes, a economizar energia elétrica, pneus, combustível e também os custos aos cofres públicos. Mas em Curitiba (PR), o aumento de vias urbanas pavimentadas em concreto já demonstra, na prática, essa realidade. Na capital, atualmente, duas importantes obras da prefeitura destacam as vantagens da técnica – a Linha Verde, que inaugura nesta sexta-feira, dia 19 de dezembro, e a revitalização da Marechal Floriano Peixoto. A escolha da pavimentação em concreto, entre outras soluções possíveis, foi decidida ainda na fase dos projetos, que analisou custos de construção e manutenção, vida útil, e características de operação da via.

O pavimento de concreto ganhou notoriedade em razão da sua qualidade e durabilidade, que pode ultrapassar 20 anos, com índices baixos de manutenção. Além disso, indicado para tráfego pesado e contínuo, se sobrepõe às técnicas convencionais em vias de muita frenagem e aceleração. “A pista de concreto tem condições de agüentar veículos mais pesados e trânsito mais intenso”, afirma o engenheiro Carlos Roberto Giublin, gerente regional da ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland, entidade que presta assessoria à prefeitura de Curitiba.

Em Curitiba, equipamentos de alta tecnologia são utilizados na execução das obras. “Com eles, a relação custo/benefício muda completamente, viabilizando a competitividade do pavimento de concreto”, afirma o engenheiro Lívio Petterle Neto, diretor do departamento de pavimentação da Secretaria Municipal de Obras Públicas de Curitiba. “Além de racionalizar a obra e os custos, o concreto, por ser mais claro, reflete melhor a luz, permitindo uma iluminação segura, com menor consumo de energia”, completa.

Sustentabilidade

Com tamanha eficiência de resultados, o pavimento de concreto é uma chance de reverter o quadro nacional de rodovias mal conservadas. Outra característica positiva é sua baixa geração de resíduos. “É um sistema construtivo que gera menos impacto ambiental. Aliado ao baixo desperdício de dinheiro público, ele contribui com a economia nacional e para o desenvolvimento sustentável da sociedade”, diz Giublin.

Linha Verde

Dividida em dois lotes de obras, a Linha Verde vai contar com um complexo de doze pistas de tráfego de veículos, vias de transporte coletivo e oito estações de embarque e desembarque de passageiros – essas, em pavimento de concreto. O primeiro lote tem onze quilômetros e vai ligar os bairros do Pinheirinho e Jardim Botânico. A segunda fase tem início no segundo semestre de 2009 e vai completar o novo eixo de integração de Curitiba.

Design 21

Design 21 | Better design for the greater good

O Design 21 assume-se como uma rede de contactos cuja missão é inspirar/promover, através do design, a consciência social. Esta rede, promovida pela Felissimo e pela UNESCO, permite colocar em contacto todas as pessoas que desejem explorar novas formas de fazer com que o design tenha um impacto positivo na comunidade. Para os promotores desta comunidade, a verdadeira beleza do design é o seu potencial para melhorar a vida.

As principais causas do movimento são: educação; ajuda humanitária; pobreza; comunidade; ambiente; comunicação; arte & cultura; paz e bem-estar.

Juntem-se à causa, por uma vida melhor cheia de “bom” design!!!

Via: O Design e a Ergonomia

O desenho do produto e o desenho do espaço

* Yvonne Mautner

A idéia deste ensaio é construir relações entre a produção de mercadorias e a produção do espaço urbano. Para isso, explorei as contradições entre as propostas de apropriação coletiva de parcelas do espaço da reprodução – a moradia – relativas às atividades domésticas tradicionalmente incorporadas à moradia, e a reapropriação individual delas por meio da utilização de equipamentos domésticos produzidos industrialmente. O movimento modernista alemão mostrou-se um campo fecundo para estudo destas contradições ao se projetar mundialmente por meio de nova linguagem formal tanto para a produção industrial dos objetos como do espaço.

A disputa entre o espaço coletivo e a mercadoria no modernismo

Dos produtos industriais, o que mais diretamente foi associado a mudanças na estruturação do espaço urbano, é, sem dúvida, o automóvel. A moradia como produto industrializado que deveria, como aventavam arquitetos modernistas, ser produzida em série como o automóvel, não chegou a cumprir este destino, devido às peculariedades de seu processo de produção (1). Porém, de forma bem mais sutil que o automóvel, os equipamentos que povoam o interior da moradia também concorreram para as resultantes espaciais das cidades contemporâneas.

As propostas dos arquitetos do movimento modernista alemão aliaram os resultados do avanço técnico-científico das primeiras décadas do século XX ao projeto de uma nova ordem social, fermentada nos anos conturbados da República de Weimar, dando início em larga escala à industrialização da construção e à racionalização do desenho do interior da moradia. Estruturaram no espaço externo da habitação uma dimensão coletiva (2) do cotidiano que, por um lado, deslocava do seu interior algumas atividades e equipamentos (3) (lavanderia, lojas cooperativas, creche, jardim de infância) criando, por outro, no exterior das edificações dos novos conjuntos habitacionais, espaços para as atividades esportivas e de lazer (ver nas imagens ao lado a planta de Bruchfeldstrasse e afoto de Westhausen).

O projetar pelo e para um coletivo não foi apenas uma metáfora, os arquitetos envolvidos tiveram de fato seus interlocutores: os sindicatos, que desempenharam um papel importante no delineamento e execução das políticas habitacionais do entre-guerras na Alemanha. Em 1924, o sindicato operário ADGB, o sindicato de empregados AFA-Bund e o sindicato dos funcionários ADB fundaram uma Sociedade Anônima para o Alojamento dos Operários, Empregados e Funcionários: a DEWOG, que passou a ser a promotora de operações de habitação social, pública, tendo sido a própria construção assumida por organismos de origem sindical (4) (Kopp,1984:43).

Esta nova dimensão coletiva que se imprimiu na organização espacial de vários dos conjuntos de habitação social implantados por arquitetos modernistas em Frankfurt, Berlim, Stuttgart e outras cidades alemãs, estabeleceu-se paralelamente ao extraordinário desenvolvimento da indústria de bens duráveis no entre-guerras (que se afirmou definitivamente no pós segunda guerra, nos Estados Unidos e Europa) (5).

A difusão destes bens duráveis, contribuindo no interior de cada moradia para a simplificação e redução do trabalho doméstico, acabaria por diminuir a importância dos espaços projetados para uma “intensa vida associativa fundada em equipamentos coletivos”. O movimento na direção da “des-domesticação” e coletivização de tarefas caseiras, levando à outra divisão de trabalho entre o homem e a mulher e a novas propostas espaciais urbanas, engendrado ainda no século XIX por utópicos socialistas e por militantes feministas (Hayden,1981) acabou sendo interceptado, pelo processo de generalização da forma mercadoria, isto é, pela gradual predominância dos valores de troca sobre os valores de uso na organização da produção, penetrando também no âmbito da própria reprodução (6).
Parte do trabalho passaria a ser realizado individualmente no interior de cada moradia (resultado do aprimoramento e difusão dos aparelhos e gadgets domésticos) e parte passaria, com o tempo, a se constituir em mercadoria comprada no mercado de serviços.

Liselotte Ungers (1983) em seu livro A procura de uma nova forma de morar, Siedlungen dos anos 20, ontem e hoje, relativiza o impacto das novas propostas dos modernistas alemães se comparadas àquelas dos arquitetos soviéticos:

“O projeto das plantas das moradias dos conjuntos (Siedlungen) modernistas não era tão revolucionário a ponto de erigir um ‘novo homem’ para habitá-las. Não se foi tão longe, como na mesma época, os arquitetos e planejadores soviéticos, que de acordo com seu ideário político, queriam reduzir a unidade habitacional a dormitórios e um nicho de cozinhar (Kochnische), enquanto todas outras funções como cozinhar propriamente dito, comer, lazer, formação e educação eram retirados da esfera individual e colocados sob responsabilidade social. Desta forma intentava-se preparar o caminho para o socialismo e, ao mesmo tempo, dar condições de liberar a mulher do trabalho doméstico para incorporá-la ao processo produtivo” (Ungers, Liselotte,1983:224)

A cozinha de Frankfurt, desenhada por Ernst May e Grete Schütte-Lihotzky, “onde os equipamentos de cozinha transformados em produtos industriais farão sua entrada na habitação mínima da nova arquitetura” (Kopp,1990:56), é ao mesmo tempo o desdobramento de experiências anteriores (7) e a instauração de um modelo de cozinha que passará a ser adotado, com variações locais, como solução de projeto universal para a simplificação dos serviços domésticos. E, longe de constituir um ‘projeto revolucionário’, no sentido das experiências dos arquitetos russos, propõe a fusão de um novo espaço com o potencial de recursos oferecidos pelos novos equipamentos produzidos industrialmente para o interior da habitação (a seguir a ilustração do ‘novoespaço’ e da cozinha de Frankfurt):

“No projeto da habitação mínima os arquitetos não se limitaram a reproduzir em dimensões reduzidas as habitações tradicionais, pelo contrário, desenvolveram em parte devido a novas determinações técnicas, uma nova proposta de espaço. Pode-se dizer que eles partiram menos de premissas ideológicas radicais do que de conceitos de igualdade social: “moradia racionada” (Ration Wohnung) para todos, procurando enfrentar as limitações materiais através da racionalização da construção, planejamento cuidadoso, estética gestáltica, que respondessem à sua tarefa em seu tempo. Essas habitações exigiram dos moradores mudanças em suas práticas cotidianas – seja devido à nova e desconhecida organização do espaço, seja pela necessidade de mobiliar os pequenos cômodos com móveis leves e modernos em vez dos móveis “burgueses” aos quais estavam acostumados” (Ungers, Liselotte, 1983:224)

Esta ambigüidade resultante da incorporação simultânea nos projetos modernistas de ideais socialistas e dos resultados do desenvolvimento capitalista é discutida por Tafuri, em Projecto e Utopia (1985), enquanto parte integrante de uma contradição mais geral na produção intelectual e arquitetônica na Alemanha no período entre-guerras. As Siedlungen são consideradas utopia realizada, porém alheias aos processos de reorganização global da produção: ilhas ordenadas e organizadas (mortas) em meio à vitalidade da produção de um novo espaço metropolitano. A produção intelectual, por sua vez, estaria permeada pelo diálogo com o capital  (abstração tecnológica e sujeito produtivo universal) ou com as massas (abstração revestida de significado ético). No confronto das forças sociais atuantes no período (socialistas, social-democratas e liberais), convivem projetos coletivos e de expressão individual ou tradicional, e ainda no mesmo período, assiste-se ao movimento de incorporação dos princípios socialistas à economia capitalista:

“O contra-ataque capitalista … assume para si e redefine os elementos fundamentais da estratégia ‘socialista’. Socialismo como acumulação acelerada, reconstrução industrial, intervenção estatal no ciclo econômico, mas sobretudo como defesa do trabalho vivo (…). O Sozialismus do grande capital alemão entre 1918 e 1921, garante assim uma relação orgânica, no concreto, com a organização operária, política e sindical. E é inevitável que esta fase seja inexoravelmente abandonada quando, destituído qualquer perigo de organização autônoma a nível operário, o capital possa reassumir diretamente a gestão e a organização social do próprio ciclo”. (Cacciari, Massimo (1972) Sur probleme dell’organizzazione.Germania 1917-1921, Marcilio, Padua, in Tafuri,1985:51).
O processo associado de suburbanização e produção em massa nos EUA

Nos Estados Unidos, durante a ascensão da ‘cidade capitalista densa’ (8) (1870 a 1930), que conjugou, o aumento da concentração da população urbana e constantes inovações tecnológicas, o movimento das ‘feministas materialistas’ (material feminists) viveu sua época mais ativa. As campanhas pelo trabalho doméstico socializado e remunerado (1868) foram concomitantes à promoção pelos arquitetos de espaços urbanos residenciais coletivos nas cidades do Leste por meio dos primeiros edifícios construídos para as classes alta e média, como também de edifícios modelo, os tenements, para os pobres. Hayden aponta em seu livro, The grand domestic revolution (1981), o impacto poderoso dos agentes do processo combinado da suburbanização e da produção em massa sobre as concepções de cidade dos movimentos de vanguarda de urbanistas e feministas, que caminhavam para propostas de reorganização urbana bem distintas da casa isolada nos subúrbios das cidades. O início dos anos 1920 assistiu à miniaturização da tecnologia de grande escala desenvolvida para hotéis, flats, restaurantes e sociedades cooperativas de serviços domésticos, que incorporaram à arquitetura equipamentos coletivos como os compartimentos de refrigeração, aspiração de pó, e sua transformação em mercadoria a ser “plugada” em tomadas suburbanas.

Estes movimentos de vanguarda foram desgastados por anos de lutas e perseguições e campanhas de difamação (red-baiting) e terminam vencidos pela implantação das políticas habitacionais contidas no Relatório da Comissão Hoover (1931): Home Building and Home Ownership  apoiadas por construtoras, banqueiros e industriais, e que advogava propriedades residenciais suburbanas unifamiliares. Na década de 1960, os subúrbios já continham uma porcentagem maior da população urbana nacional que as áreas centrais. Na década de 1970, sete em dez famílias moravam em casas unifamiliares (Hayden,1981: 9 e 25), base do consumo individualizado de automóveis e de todos os equipamentos domésticos. Vale a pena citar uma passagem de Kenneth Jackson (1985), relatando como, na recessão entre 1929 e 1933 (onde cai de 95% a produção habitacional), era mantida a visão da casa própria para o povo americano, por meio das campanhas dos programas hipotecários da Federal Housing Administration:

“A ‘casa modelo’, em particular, tornou-se um objeto de marketing popular, especialmente mais para o fim da década. Cada novo loteamento e casa modelo dos subúrbios, geralmente incluía uma casa ideal, escala um para um, repleta com os últimos equipamentos domésticos. Em 1935, a General Electric Company financiou um concurso de arquitetura para uma pequena habitação unifamiliar. Aos 2.040 participantes era requisitado listar os equipamentos da GE a serem incorporados ao projeto; um dos arquitetos propôs 76 aparelhos” Jackson1(1985) :187.

O modelo de urbanização americano, de multiplicação de subúrbios, baseado na casa própria, isolada em bairros residenciais, e no automóvel, será a base perfeita para receber a produção acelerada de equipamentos domésticos empreendida pela grande expansão industrial do entre e pós-guerra. A implantação da casa própria suburbana, enquanto política nacional de habitação nos Estados Unidos, ofereceu uma idéia do pós-guerra I à sociedade do pós guerra II. Parcelamento do preço e dedução de impostos, oferecidos pelo Estado a proprietários de casa própria na era do pós-guerra II, derrotou históricas aspirações feministas, porém, possibilitou o grande boom dos construtores especulativos, dos produtores de eletrodomésticos e de automóveis. As mulheres tendo sido expulsas dos empregos assumidos durante a guerra, passaram para a nova vida de esposas suburbanas contribuindo para o aumento da taxa de natalidade e o consumo de massa. Empresas construíram milhões de casas unifamiliares, sem cuidados de implantação, de provisão de espaço comunitário ou de participação de arquitetos nos projetos. Estas casas eram verdadeiras caixas a serem entupidas de bens de consumo produzidos em massa (Hayden,1981:23).
Capitalismo luterano ou indomado?

O embate entre uma produção industrial “planejada” e o livre rolar das forças do mercado, que se materializa na guerra ideológica entre a União Soviética e os Estados Unidos, respectivamente, após a Segunda Guerra Mundial, será um profícuo campo de debates sobre qual deveria ser a amplitude e natureza desta produção.

O interesse em mencionar esta discussão, mesmo se de forma breve, deve-se ao fato de ela não ter repercutido ao longo deste século somente no campo das políticas econômicas, porém de ter penetrado também no âmbito da formação de quadros técnicos para a produção de mercadorias e do espaço urbano. O próprio princípio da economia de materiais, do desperdício consumista e algumas premissas dos atuais movimentos ecológicos ligadas à organização da produção já eram questionados no início do século XX. A discussão se abrigava muitas vezes no confronto entre a “racionalização”, o utilitário (necessários aos projetos sociais) e a “liberdade criadora”, a arte, (refúgio único da expressão individual), mantendo em esferas separadas o princípio modernista de reprodutibilidade e socialização da arte e o da diversificação para a “individualização” do consumo (9).

Ainda antes da Primeira Guerra Mundial, o problema da produtividade industrial era abordado na Alemanha por meio da racionalização e tipificação dos objetos a serem produzidos em série (10). Na mesma época, nos Estados Unidos, o problema era colocado de forma diversa: a produtividade era considerada na totalidade do processo produtivo, isto é, por meio das relações entre a organização científica do trabalho na fábrica e a configuração formal do produto. Ford (1863-1947), por exemplo, estudou a cadeia de montagem em função do modelo “T”, e vice-versa, em um processo que resultaria na primeira grande vitória da produção em massa, e por quase um século, permaneceria o epítome do capitalismo “moderno”.

Em 1907, Muthesius (1861-1927) faz a famosa conferência sobre A Importância da ArteAplicada (Die Bedeutung des Kunstgewerbes) na Escola Superior de Comércio de Berlim. Nesta época o Kunstgewerbe alemão ainda seguia as modalidades formais dos estilos decorativos herdados da tradição e gosto da era vitoriana: neo-egípcio, neo-grego, neo-gótico, neo-chinês, neo-renascentista etc.
 
Muthesius atribui os sucedâneos e imitações às “pretensiosas atitudes de parvenu” de uma determinada classe social, a dos “burgueses melhor situados”, obcecados pelo desejo de “aparentar mais”. Muthesius observa, portanto, assim como o fazia também Veblen (10), os objetos de um novo ponto de vista: associando-os a uma classe; expõe também, na mesma conferência de 1907, implicações de ordem econômico-produtivas: “…gasta-se (mal) antes de mais nada, um colossal patrimônio nacional em matéria prima, agregando-se a ele um trabalho inútil”. Um ano após, Loos (1908) usa praticamente o mesmo argumento para negar a legitimidade a todo objeto decorado:  “A ornamentação é força-trabalho esbanjada, e portanto saúde mal gasta… Hoje em dia isto significa também material mal gasto e por último, capital esbanjado”. (12)

Discursos similares ao de Muthesius adotam também outros artistas e arquitetos, como Behrens (1863-1940), R. Riemerschmid (1868-1957), Schumacher (1869-1947). Estas e outras adesões fizeram nascer em Munique, em 1907, uma nova associação, o Deutscher Werkbund, cuja finalidade era a de estabelecer no trabalho industrial uma contínua colaboração entre indústria, arte e artesanato. Em 1914, Muthesius e Van de Velde tornam-se oponentes no Werkbund, o primeiro defendendo a racionalização e tipificação e o segundo “a liberdade criadora do artista”. O conflito entre a desconsideração e a necessidade da norma que disciplina a dinâmica produtiva, entre a Konstanz (constância) e a Veränderung (mudança) ainda estará em discussão no Werkbund suiço em 1954 (Maldonado,1977).

A importância desta discussão, é que seus protagonistas prevêem nela a aproximação de uma encru¬zi¬lhada no capitalismo moderno: “a produção industrial apontará para a disciplina ou turbulência do mercado? ela se dirigirá a um aprofundamento controlado ou a uma expansão incontrolada? para uma estratégia de poucos ou de múltiplos modelos de produtos?” ( Maldonado,1977:39-45).

O histórico de Maldonado sobre a discussão do início do século, a respeito da hegemonia da técnica ou da arte, da “norma” ou da “liberdade” nos produtos industriais que vão formar a cultura material de uma sociedade, mostra os defensores da racionalização e tipificação como representantes do fordismo europeu, um “fordismo culpado”, ou talvez, um capitalismo luterano, que tornou ambígua a ideologia do produtivismo na Europa. Maldonado, em seguida, compara a ambigüidade das posições alemãs com a objetividade de Ford expressa em My life and work, do qual cita:
“Se o plano construtivo de um produto foi bem estudado, as modificações serão poucas…, no entanto, no processo de produção, as mudanças serão freqüentes e espontâneas… Para mim é motivo de orgulho que cada peça, cada artigo que produzo seja bem trabalhado, forte, e que não se veja necessidade de substituí-lo. Todo bom automóvel deveria durar como um bom relógio… No passado sempre namorei com a idéia de um modelo universal”. (Maldonado, 1977:46)

Nos Estados Unidos, no entanto, o fordismo não sai vencedor na produção capitalista depois de 1930, menos ainda a defesa da utilidade da função ante o decorativismo, a maquilagem. Ainda nos anos 1920, o modelo “T”da Ford começa a sentir a competição da General Motors, mais caro, porém mais ao gosto do público. O mesmo passa a ocorrer com outros produtos, e vai se transformar em um fenômeno generalizado após a crise de 1929. Diz Maldonado:

“uma coisa é certa: enquanto antes da crise a indústria americana nos setores automobilístico e de eletrodomésticos estava orientada para uma política de poucos modelos de grande durabilidade, ela se orienta após a crise para uma política de muitos modelos de pouca durabilidade. E se antes da crise a forma dos produtos é concebida respeitando as exigências da simplicidade construtiva e funcional, depois dela sucede o contrário. Trata-se do nascimento do styling”.

A expansão do mercado consumidor realizada originalmente pelo barateamento propiciado pela repetição de um modelo, acabou por se difundir por meio de outros artifícios e novas técnicas de sedução mercadológica e produção industrial: o styling aparece como o precursor da obsolescência programada, a pesquisa de mercado como o horizonte formal da mercadoria e o marketing como o desbravador de novos nichos de consumo.

 
(1) Ball, Michael(1988) Rebuilding Construction; Clarke,Linda (1992); Mautner,Yvonne (1991).

(2) “A casa alugada desaloja a casa de família herdada, cessa a domiciliação amarrada a um lugar e começa um novo nomadismo dos indivíduos, favorecido pela rápida progressão dos meios de transporte. Assim como a tribo perdeu suas terras, a família perde sua casa. O poder do laço familial retrocedeu diante do direito público da cada indivíduo. As condições de produção social permitem que o indivíduo independente troque de lugar de trabalho, por sua livre vontade, a liberdade de locomoção aumenta enormemente. A maior parte das antigas funções da família torna-se presa da socialização gradativa;” Gropius,Walter (1997:147). Artigos de Gropius da década de 1930.

(3) O aspirador de pó percorre uma trajetória exemplar, pois nasce como um serviço, ou como um equipamento coletivo, passando a ser posteriormente desenvolvido enquanto produto individualizado: “Mais eficientes que aparelhos de limpeza manuais eram as máquinas a vácuo, movidas a eletricidade. Estas foram desenvolvidas ao mesmo tempo na Inglaterra e França  por volta de 1902. Movidas por eletricidade ou parafina, as máquinas eram grandes e operadas por companhias que as alugavam com os operadores. Os serviços eram utilizados principalmente em edifícios grandes, como lojas de departamentos e teatros, mas eram também ocasionalmente usados individualmente para limpeza doméstica. Uma alternativa à mobile vacuum plant era uma instalação permanente com saídas para cada cômodo. Sistemas como este foram instalados no Frick Building em Nova York em 1902 e logo após na Câmara dos Comuns em Londres; instalações permanentes para uso doméstico eram propagandeadas nos Estados Unidos, seu custo porém as restringiu certamente para os muito ricos” Forty (1987):176.

(4) ADGB (Allgemaine Deutsche Gewerksschaftbund), AFA-Bund (Allgemeine Freie Angestelltenbund), ADB (Allgemeine Deutcshe Beamtenbund) e DEWOG (Deutsche- wohnungfürsorge Aktien Geselshchaft für Beamten, Angestellten und Arbeiter). Sobre a necessidade de uma nova forma de projetar, tanto no plano social como arquitetônico, consultar o capítulo III de Kopp,1990:42)

(5) No fim do século XX o uso eletricidade já era praticamente compulsória para operar toda uma nova classe de mercadorias, os eletrodomésticos. Em 1913, metade do comércio mundial em produtos eletro-químicos estava em mãos da Alemanha (AEG e Siemens & Halske-Schukert, que trabalhavam em colaboração desde 1908); a outra metade com os Estados Unidos, na GE (uma associação entre a Thomas- Houston & Edison Co). A generalização do consumo de eletricidade possibilita a difusão dos aparelhos eletrodomésticos, dos quais, por exemplo, o aspirador de pó, que começa a ser difundido nos anos 1910, chega a seu desenho mais conhecido, o modelo Hoover 150, (realizado pelo desenhista industrial Henry Dreyfuss para a American Hoover Suction Sweeper Company) nos anos 30. O seu primeiro modelo clássico, na melhor tradição fordista, perdurou de 1916 a 1936, (ambos são ilustrados ao lado, Forty (1987) p:177 e 180).

(6)Marx, (1867) Capital, volume 1,The Pelican Marx Library, Harmondsworth, 1976.

(7) Como a Bauhaus Küche, cozinha projetada para o Haus am Horn em 1923, ou a cozinha projetada por Bruno Taut em 1927, ainda como exemplos únicos ou artesanais da racionalização doméstica do trabalho (Kopp,1990:56). É importante lembrar também a experiência concomitante americana relatada em livro de Christine Fredericks (1921) traduzida para o alemão em 1922 e que serviu como base de pesquisas realizadas na Alemanha para “taylorização” do trabalho doméstico na cozinha

(8) Nesta época, feministas materialistas percebem que várias decisões sobre a organização da sociedade futura eram incorporadas no ambiente construído. Por isso, apontavam as transformações espaciais do trabalho doméstico sob controle do movimento como um ponto chave de ligação com campanhas de eqüidade social, justiça econômica e reforma urbana (Hayden,1981:10)

(9) Tafuri (198-:79) diz que a Siedlung Siemensstadt, em Berlim, planificada por Sharoun, é um exemplo de ruptura do movimento modernista. Se Gropius e Bartning se mantêm fieis à construção do conjunto como cadeia de montagem, aos “blocos” arquitetônicos, os “objetos” de Sharoun e Häring se contrapõem a estes na recuperação da “aura” benjaminiana nos edifícios por eles projetados para o conjunto.

(10) Riemerschmid, Richard (1868-1957), um dos fundadores do Deutsche Werkbund, colabora com seu cunhado Karl Schmidt, marceneiro, no design de móveis para produção industrial. Os primeiros modelos são expostos em 1905 na Exposição de Dresden. ThePenguin Dictionary of  Design and Designers (1984:412), Penguin Books, England

(11) Assim como Th. Veblen (1857-1929) em seu livro The theory of the leisure class, publicado em 1899.

(12) Quanto a Loos, aqui entrando nas criticas ao funcionalismo na arquitetura, Benjamin chama a atenção para uma “nova pobreza” na arquitetura e urbanismo, tomando como exemplo o “reducionismo estético e a proibição formal” de Loos, considerado o arquiteto da tabula rasa e do “calvinismo”. Contra esta visão mais formalista da arquitetura modernista ver Quando o modernismo era uma causa e não um estilo de Anatole Kopp.

(13) Maldonado,Tomas(1977) El diseño industrial reconsiderado, Coleccion Punto y Linea, Ed G. Gili, Barcelona. Styling: cosmética de produto, atividade que permanece na superfície, na pele do produto. A preocupação estética de se separa do resto dos fatores que intervêm na determinação da configuração de um produto industrial: análise de necessidades, factibilidade técnica de produção, disponibilidade de materiais, normas, redução de custo.
Bibliografia

BALL, M. Rebuilding Construction: Economic Change and the British Construction Industry. London: Routledge,1988.

CLARKE, Linda. The production of the built environment: peculiar or backward? Bartlett International Summer School Proceedings 6, University College London,1985.

COLUCCI JR., José) O design na era da integração, Dissertação de Mestrado, FAUUSP), 1988.

Das Paradies kommt wieder. Museum der Arbeit, Hamburg, 1993:23

FORTY, Adrian. Objects of desire. Thames & Hudson, 1987.

GROPIUS,Walter Bauhaus: Novarquitetura. S.Paulo: Ed. Perspectiva,1997, 5ª. edição, p:147.

HAYDEN, Dolores. The grand domestic revolution. London: MIT Cambridge, Mass, 1981.

________________. Redesigning the american dream,  NY, London:W.W. Norton & Company 1984.

JACKSON, Kenneth T. Crabgrass Frontier-The Suburbanization of the United States. NY, Oxford: Oxford University Press, 1985.

KOPP,Anatole. Quando o moderno não era um estilo e sim uma causa. São Paulo: Nobel/Edusp, 1990.

LOOS, Adolf (1908) Ornament und Verbrechen (Ornamento e Delito), Prachner Verlag (Sondereinband – 2000)

MALDONADO,Tomas El diseño industrial reconsiderado. Barcelona: Coleccion Punto y Linea, Ed G. Gili, 1977.

MARX, (1867) Capital, Volume 1, The Pelican Marx Library, Harmondsworth, (1976).

MAUTNER,Yvonne  “A periferia como fronteira de expansão do capital” in Deák, Csaba & Schiffer, Sueli (orgs.) O processo de Urbanização no Brasil. São Paulo: Fupam, Edusp, 1999.PAMPLONA,Telmo. Desenho da Ruptura – Modernidade na Implantação da Indústria. São Paulo 1900-1920  Tese de Doutorado FAU/USP, 1992.

TAFURI, Manfredo Projecto e Utopia. Lisboa: Ed. Presença, 1985.

The Penguin Dictionary of  Design and Designer. England: Penguin Books, 1984.
UNGERS, Liselotte Die suche nach einer neuen Wohnform.  Stuttgart: Deutsche Verlags-Anstalt, 1983.

Fonte: Revista AGIPROP

Copa 2014 0 Curitiba candidata a sede

Bom, quem me conhece sabe que sou totalmente contra trazer este tipo de evento aqui para o Brasil por um mmotivo bem simples: existem muitas carências a serem resolvidas em nosso país e que são muito mais importantes que uma copa do mundo.

Mas me chamou a atenção um informativo que recebi do Revestir.com:

“Curitiba Copa 2014

No dia 31 de outubro iniciou um ciclo de palestras para alunos e professores dos cursos de arquitetura das universidades PUCPR, UFPR e Positivo, que tomaram conhecimento das propostas para desenvolver o Workshop Curitiba Copa 2014 organizado pela AsBEA-PR.

O ponto alto das palestras foram as explanações do arquiteto italiano, radicado em São Paulo, Bruno Padovane, que demonstrou de maneira objetiva e brilhante, as diversas formas de implantar, com forte impacto urbanístico, um megaevento esportivo e seus desdobramentos positivos. Posteriormente, o engenheiro paulista Fernando Telles, outro especialista na área de arquitetura esportiva, reafirmou a importância de dimensionar adequadamente os diversos formatos que envolvem um estádio esportivo. Por último, o arquiteto Carlos Dellacosta trouxe para o público presente, informações de relevância na hora de selecionar o local do evento.

fonte: Revestir

Vejamos:

As três universidades citadas e envolvidas no evento tem entre seus cursos os de Design:

PUCPR

Desenho Industrial – Programação Visual
Desenho Industrial – Projeto do Produto

UFPR

Design

Positivo

Design – Projeto de Produto
Design – Projeto Visual

Isso sem contar cursos de Engenharias – pra isso os arquitetos vão precisar de muita engenharia – Artes, Turismo e várias outras que DEVEM ser aproveitadas da mesma maneira que arquitetura num evento deste porte. E olha que nem olhei os cursos de pós oferecidos por elas e que sabemos também existem em Design.

No entanto, não se vê movimentação alguma por parte das IES e das coordenadorias de cursos de Design, (produto, grafico, interiores, etc) destas e de outras IES, para inserir nossa área dentro do todo que comporá o projeto final de adequação da cidade de Curitiba às necessidades reais que este evento impõe.

ASBEA, claro, vai tentar fechar ao maximo o acesso de outras áreas à “essa bocada” em benefício umbigusta aos seus associados e nem tanto à importância do evento em si. Jajá aparecem IAB também na parada.

Portanto, creio que nossos amigos Designers, Engenheiros, Turismólogos, Artistas, Light Designers e vários outros devem começar a se movimentar para evitar que isso – projeção ou $$ – sejam aproveitado por poucos quando na verdade deveria ser um bem de TODOS.

E não digo apenas aos de Curitiba não, afinal o Estado todo tem profissionais qualificadíssimos nessas áreas e que certamente poderão contribuir em muito para isso.

Fica aqui, mais um protesto meu contra panelinhas e movimentaçãoes tácitas e falaciosas de alguns grupos.