Carta aberta ao Senado Federal.

Prezado(a) Senador(a),

Novamente venho pedir a atenção especial dos Senhores e Senhoras para a nossa causa.

Somos milhares de Designers de Interiores em todo o Brasil mobilizados pela regulamentação da nossa profissão. O PLC 97/2015 já se encontra na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) desta casa aguardando a votação pela mesma.

Precisamos do seu apoio na regulamentação de nossa profissão!

Caso o(a) Senhor(a) faça parte da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), solicitamos que vote favoravelmente ao PLC 97/2015 para que possamos exercer nossa profissão com dignidade. Caso não faça parte desta Comissão, nos ajude junto a seus pares para que votem favoravelmente pela regulamentação de nossa profissão.

Lembramos que essa é uma das atividades que mais cresce no país. Hoje, somos mais de 100 mil designers de interiores formados atuando profissionalmente em todo o Brasil. A cada ano, cerca de 6.500 novos profissionais entram no mercado de trabalho após concluir seu curso de nível técnico ou superior. Aqui no Brasil contamos atualmente com mais de 190 escolas e universidades formando estes profissionais de acordo com as Diretrizes do MEC.

Os trabalhos desenvolvidos por mais de 100 mil profissionais injetam cerca de 60 bilhões/ano na economia de nosso país. Estes números comprovam a importância social e econômica dessa atividade e já justificariam a regulamentação da profissão.

Mas a sociedade exige mais que isso. E nós também.

Queremos assumir, de fato e de direito, os deveres e as responsabilidades inerentes ao pleno exercício de nossa profissão, inclusive o de sermos fiscalizados por um órgão próprio.

Entendemos que esse também  é um direito de quem contrata um Designer: que o profissional seja responsável pelos seus projetos. Trabalharmos com contratos muito bem elaborados juridicamente, resguardando os direitos e deveres do profissional e do cliente bem como a nossa sobre a responsabilidade técnica de nossos projetos. Além disso, consta em nosso Código Civil a questão da Responsabilidade Civil que é indicada em nossos contratos. Mas a Responsabilidade Técnica (registro em órgão de representatividade da classe profissional) faz-se necessária assim como ocorre com as Engenharias (ARTs) e a Arquitetura (RRTs) para que seus conselhos possam, de fato, tomar as medidas necessárias com relação a profissionais que causem danos aos clientes e à sociedade como, por exemplo, a cassação do direito ao exercício profissional assim como acontece com outras profissões em seus respectivos conselhos.

Temos consciência da importância e do papel social e econômico da nossa profissão e o quanto podemos contribuir através de nossos conhecimentos na construção de um País melhor para todos, intervindo e transformando os diversos espaços utilizados direta ou indiretamente pelos usuários sejam estes uma edificação, uma embarcação, uma aeronave, um motorhome, uma praça, enfim, qualquer espaço que necessite de nosso trabalho para implantar, melhorar, revitalizar, atualizar, redestinar e reestruturar os diversos lugares utilizados pelos usuários, tornando-os seguros, funcionais, confortáveis, energeticamente eficientes, ecologicamente corretos e esteticamente agradáveis.

Ressalto também que a nossa área pode – e deve – ser aproveitada no âmbito social onde podemos contribuir no redesign (ou reuso) de residências, comércios, escolas, creches, asilos, orfanatos e todos outros ambientes da população de baixa renda demonstrando, portanto, a nossa responsabilidade social.

Ocorre que somos estamos sofrendo uma perseguição no mercado e na academia por profissionais e Conselhos que não fazem parte da área do Design, inibindo e atuando para impedir que a nossa área se desenvolva plenamente, assim como desenvolveu-se em outros países como EUA, Inglaterra, Alemanha, Japão, Portugal e outros tantos. Somos constantemente acusados de termos cometido erros que provocaram danos graves (desabamentos de edificações, por exemplo). Porém, em nenhum destes sinistros conseguiram identificar – provar – a atuação de um profissional devidamente habilitado em Design de Interiores/Ambientes. Encontram sim, pessoas que se autodenominam designers sem ter a devida formação acadêmica ou oriundas de outras áreas e que utilizam o título profissional livremente exatamente pela ausência da restrição ao uso da mesma. E isso tem provocado danos graves à nossa profissão e aos profissionais.

Para vencer esta árdua batalha e termos direito ao pleno exercício profissional, precisamos que nosso trabalho seja valorizado e respeitado. Infelizmente em nosso país, em áreas técnicas como a nossa, isso somente acontece através da regulamentação profissional que a torna legal perante a Lei. Já somos reconhecidos pelo MEC, MTE e outros órgãos. Porém, precisamos da regulamentação, da legalização jurídica de nossa profissão.

Contamos com o seu voto para que a profissão de Designer de Interiores seja, finalmente, regulamentada!

#RegulamentaJá!

Atenciosamente,

Paulo Oliveira

Designer de Interiores/Ambientes e Lighting Designer.

Bipolaridade ou falta de caráter?

Já faz um bom tempo que os órgãos que comandam a Arquitetura brasileira andam provocando situações constrangedoras, vexatórias e humilhantes contra outras profissões. Nem preciso escrever nada sobre o que eles vem fazendo contra os designers pois isso já é de conhecimento de todos.

Mas um fato novo revelou a verdadeira face desses grupos:

São bipolares ou sofrem de uma baita falta de caráter?

Vamos analisar isso passo a passo.

Primeiramente, criaram o CAU alegando que dentro do CREA não tinham voz, que eram humilhados lá dentro e blablablablablablablabla…

Será mesmo que eram tão vítimas assim?

Vale lembrar aqui que enquanto eles estavam dentro do CREA foi formulada a resolução dos técnicos em Design de Interiores, não reconhecendo os profissionais de nível superior ao mesmo tempo em que atribui aos técnicos competências que qualquer pessoa não formada possui. E assim permanece até hoje: somente técnicos que, basicamente, trocam almofadinhas e combinam vasinhos com os quadrinhos.

Pois bem, criado o CAU começou uma verdadeira “guerra santa”, numa falaciosa defesa da sociedade contra maus profissionais e/ou não qualificados, onde este grupo resolveu jogar na fogueira de SUA inquisição todos que estivessem em sua ensimesmada-endeusada trajetória. O alvo inicial, óbvio, fomos nós designers. Já postei aqui no blog diversas vezes, mas vale relembrar a Manifestação sobre o PL 1.391/2011 da AAI Brasil/RS que mostra um claro ataque articulado nos podres bastidores do poder e as reais intenções desse grupo.

Como se não bastasse implantam notícias falaciosas desinformando a sociedade sobre as atribuições profissionais de outras profissões. Tudo, claro, acreditando na impunidade imperante em nosso país.

Observem o teor deste ataque contra os designers de interiores:

“Que é isso cumpanhêro?” Pra que tanta desinformação e mentira contra uma classe profissional reconhecida internacionalmente?

Bom, não bastando isso ainda devemos analisar o perrengue provocado pela Resolução n° 51. Essa insanidade provocou um mal estar não apenas com os designers mas, especialmente com os engenheiros e o CREA. E, da mesma forma, passaram a divulgar notas para todos os lados atacando os engenheiros também:

Como toda ação tem uma reação, era óbvio que as defesas dos atacados deliberadamente e irresponsavelmente iriam surgir cedo ou tarde. Primeiro temos a ação do CREA contra o CAU, com relação à Resolução n° 51 que, ao contrário do que diz o grupinho, ainda está em julgamento. Não tem nada transitado em julgado ou seja, definitivo, de favorável ao CAU. Mais uma MENTIRA.

Então, o CREA-ES resolveu fazer o CAU provar do próprio veneno: lançou uma contra-campanha exatamente nos mesmos moldes, utilizando a mesma linguagem e conteúdo:

Eu juro a vocês que ri litros quando vi isso publicado (eu já tinha conhecimento prévio de que seria feito). E ri mais ainda quando começaram as reações dos arquitetos com relação a esta nota.

Claro que a resposta do CAU viria, porém não imaginava a cara de pau deles:

Oras CAU, estão provando do próprio veneno e agora vem com esse mimimi todo?

Como dizem, “pimenta no zóio do outro é refresco” né?

Vão ficar se fazendo de vítima de uma reação provocada por sucessivas ações inconsequentes de vocês mesmos?

Pois bem, parafraseando o texto desta notinha acima lhes afirmo que:

“Todas as matérias por vocês divulgadas atacando outras profissões, especialmente os designers, demonstram equivocadamente os valores pessoais de uns poucos (dirigentes dos órgãos ligados à Arquitetura brasileira), em detrimento de tantos colegas Arquitetos (com A maiúsculo mesmo), amigos e parceiros históricos de trabalho que tanto dignificam sua profissão.
Um esforço vazio de conteúdo, típico daqueles que na ausência de uma argumentação real, atacam a dignidade e respeitabilidade do outro.
Fere não apenas os designers e engenheiros, mas toda sociedade ao desrespeitar Leis Federais, diretrizes do MEC e a CBO do Ministério do Trabalho e Emprego que definem as atribuições profissionais e campo de atuação dos engenheiros e designers, definições estas baseadas na sua formação profissional.
Em outras palavras, atuamos onde fomos preparados para atuar, onde fomos preparados para gerar segurança e qualidade de vida para todos, indistintamente.”

Então CAU, pare de agir assim:

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Bom, indiferente ao que irão optar como resposta para mim vocês (órgãos ligados à Arquitetura) não são bipolares.

Já que alegam ser tão preocupados com a sociedade, comecem sendo, um mínimo que seja, HONESTOS com ela e ÉTICOS profissionalmente.

busca-tempo-realP.S.:

Após a publicação deste post tomei conhecimento de mais um dado: o CREAPR também resolveu defender seus profissionais contra a desinformação e má fé do outro Conselho. Publicaram em seu site no dia de ontem, uma nota explicativa sobre as atribuições LEGAIS dos engenheiros e demais profissionais sob a jurisdição deste Conselho Federal. No mesmo link encontra-se disponível o ofício que foi encaminhado a todas as prefeituras do Estado do Paraná esclarecendo o problema.

Fonte: file:///C:/Users/PAULO/Pictures/ofcio%20circular%20001-2015_prefeituras.pdf

Fonte: file:///C:/Users/PAULO/Pictures/ofcio%20circular%20001-2015_prefeituras.pdf

Percebam que na nota o CREAPR explica o porque da necessidade de tal atitude:

“(…) algumas empresas de engenharia encontraram dificuldades em suas participações em processos licitatórios conduzidos por alguns municípios do nosso Estado. Tais dificuldades dizem respeito a informações equivocadas chegadas às Comissões de Licitação de que os Engenheiros em suas diversas modalidades e demais profissionais jurisdicionados ao CREA-PR teriam perdido parte de suas atribuições a exemplo da elaboração de projetos de edificações ou arquitetônicos ou ainda no gerenciamento e fiscalização de equipes e de serviços em atividades ligadas ao meio urbano, entre outros.”

Fica claro então que o CAU e demais órgãos (infelizmente) ligados à Arquitetura brasileira andam deliberadamente provocam situações constrangedoras a outras profissões e profissionais numa aboluta demonstração de falta de ética e respeito.

Que feio heim CAU?

Sorte que ainda existem Arquitetos que discordam das sucessivas ações equivocadas do CAU. Oxaká estes criem coragem e candidatem-se nas próximas eleições do Conselho. Quem sabe assim consigam salvar a dignidade da Arquitetura brasileira que estes tolos “que falam em nome de todos os arquitetos” conseguiram destruir.

(in)Segurança.

Revista Lume Arquitetura
Coluna Luz e Design em Foco
Ed. n° 61 – 2013
“(in)Segurança.”
By Paulo Oliveira

61
Boate Kiss, janeiro de 2013. Vimos uma série de debates imediatos sobre a questão da segurança nos espaços destinados à diversão coletiva com acusações e apontamentos de falhas para todos os lados. Duas semanas depois, a impressão que tenho é que já perdeu a importância. Os debates se amornaram, a mídia não lança mais denúncias diárias, políticos não se reúnem para analisar ou melhorar as leis, e-groups de arquitetura, engenharia e design já não debatem sobre isso, mídias sociais já estão interessadas em novos assuntos.

Não podemos deixar que isso simplesmente passe e caia no esquecimento. Não podemos permitir que tudo continue como antes do trágico incêndio que ceifou a vida de mais de duzentos jovens. Esta questão é vital tanto para os usuários quanto para nós profissionais que estamos firmando e afirmando a importância da nossa profissão no mercado.

É fato que os empreendedores priorizam a visibilidade estética como forma de marketing nos estabelecimentos e, muitas vezes para redução de custos, forçam-nos a eliminar elementos relativos à segurança e acessibilidade. Mas isso não é um problema apenas desse tipo de projeto. Até nas residências isso acontece. Todo o sistema de iluminação faz parte de ambos – estética e segurança. Diante de tudo isso, qual o nosso papel e as nossas responsabilidades?

A especificação de equipamentos de marcas já consolidadas no mercado reflete padrões técnicos já testados e aprovados, logo seguros para o uso. Mas alguns empreendedores saem à busca destes equipamentos no Paraguai, onde as marcas nem sempre são originais. Geralmente, adquirem equipamentos que, muitas vezes, não se sabe a origem, tampouco o padrão de qualidade. Claro, eles buscam fugir dos altos impostos que incidem sobre os equipamentos importados ou nacionais aqui no Brasil.

Para este tipo de projeto é essencial a presença de um engenheiro eletricista na equipe (coisa rara). É ele que, através das cargas previstas nos projetos de LD (cênico+arquitetônico), som e demais partes onde exista consumo elétrico, irá prever as devidas instalações finais do ambiente, com materiais e insumos de qualidade.

Francesco Iannone disse numa entrevista a esta revista (Ed. 24) que o profissional de LD não deve projetar a parte estrutural e que isso é da alçada do engenheiro ou arquiteto. Realmente não é o nosso papel fazer isso, porém não devemos nos furtar do necessário acompanhamento e fiscalização das partes que darão suporte ao nosso projeto, cada qual em sua competência, especialmente a elétrica. No projeto de LD devemos especificar a carga total necessária para suprir a instalação fixa bem como a previsão das extras para uso e segurança e ficar em cima dos responsáveis pelos projetos de suporte para que atendam com a devida qualidade às necessidades impostas nele. Digo isso, pois é bastante comum as casas noturnas convidar DJs e bandas que, na maioria das vezes, têm suas próprias equipes de som e luz que irão, fatalmente, aumentar a carga consumida.

Outro fator que leva ao erro e risco está nas normas técnicas. O Brasil, salvo engano, é o único país no mundo onde o mínimo é aceitável, por lei, como bom. Duvida? Faça então uma pesquisa sobre os níveis mínimos aceitáveis de coliformes fecais na água que é legalmente autorizada para o seu consumo.

Qual o nosso poder de argumentação legal diante de um engenheiro ou um arquiteto que resolve agradar o cliente, satisfeito com a obediência ao padrão mínimo, independente das condições variáveis de sua implantação cortando gastos? É fácil ouvirmos, na frente do cliente, que “você nem pode assinar o projeto”.

Não temos ainda a regulamentação profissional e a consequente responsabilidade sobre os projetos. Isso não é bom para ninguém.

Com o perdão da palavra neste momento…

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Primeiramente deixo aqui o meu pesar às famílias que perderam seus entes (crianças ainda) nesse desastre horrível na boate Kiss em Santa Maria – RS.

Deixo também o meu pesar aqueles que perderam amigos de modo tão absurdo.

Deixo o meu pesar também à bela e acolhedora cidade de Santa Maria que tive o prazer de conhecer ano passado quando fui palestrar na UFSM durante a Semana Acadêmica de Design.

Rogo a Deus que derrame sobre todos vocês as suas bênçãos, sua paz e em seu infinito amor conforte seus corações nesse momento tão triste e doloroso.

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fonte: Folha de São Paulo

A imagem acima representa o que estou sentindo neste domingo sombrio e triste. Compartilho a dor e o desespero de meus irmãos rio-grandenses.

Mas, com o perdão da palavra neste momento de tanta dor e desolação, faz-se necessário expor algumas verdades.

É de conhecimento de todos que a maioria absoluta das casas noturnas e espaços de diversão e entretenimento aqui do Brasil não respeitam as normas de segurança. Isso se deve a diversos fatores que levanto a seguir:

1 – PROPIETÁRIOS DE ESTABELECIMENTOS

É muito comum no dia a dia profissional, quando apresentamos projetos para proprietários desse tipo de estabelecimento (por vezes até mesmo em residências, lojas, etc) que eles comecem a chiar, reclamar por causa dos custos. É um tal de corta isso, tira aquilo que dá medo. O fato é que eles priorizam a estética (beleza) deixando de lado a técnica (segurança).

Quando nos negamos a eliminar itens essenciais para a segurança e acessibilidade, muitos clientes fazem os acertos nos bastidores com os mestres de obras e pedreiros que desconhecem, na maioria, as Leis. Quando chegamos à obra para fiscalizar o andamento a coisa toda já foi feita. Muitas coisas foram alteradas sem a permissão ou aval do profissional responsável pela obra. E, quando o profissional percebe tais alterações e solicita a assinatura por parte do cliente de um documento relatando as alterações projetuais, isentando-o da responsabilidade nestes itens especificamente, geralmente inicia-se uma guerra entre os dois lados e dificilmente o profissional consegue tal assinatura.

Isso tudo quando existe algum profissional por trás do projeto, pois é sabido que existem muitas casas desse tipo que nem isso tem. Muitos proprietários simplesmente acham que o seu bom gosto basta e montam verdadeiras arapucas para os usuários destes espaços.

Não devemos nos esquecer também que, em caso de pânico, até prove-se a veracidade do acontecimento, as portas dos estabelecimentos são fechadas para que ninguém saia sem pagar a sua comanda. E isso são ordens dos proprietários, gananciosos e dinheiristas. Outro detalhe é que, no caso, apesar da estrutura baixa do palco aliada à irresponsabilidade do proprietário em contratar a banda permitindo o uso de fogos sabendo que o isolamento era de espuma logo, altamente inflamável. E agora a pergunta: Que diabos – ou quem foi o diabo – que especificou espuma para isso sendo que existem inúmeros produtos mais adequados e, especialmente, anti-chamas?

2 – PROFISSIONAIS DAS ÁREAS ENVOLVIDAS

Já cansei de ver profissionais curvando-se aos pedidos dos clientes. Aquela velha história de “o cliente sempre tem razão” infelizmente muitos levam ao pé da letra desconsiderando as questões acima já citadas.  Já outros preferem o lado negro da atuação profissional buscando o “jeitinho brasileiro” para resolver os problemas.

Alguns anos atrás fui convidado para participar do projeto de uma casa aqui em Londrina. Na primeira reunião que tive com a arquiteta e o proprietário ela estava se gabando, super feliz por uma coisa que tinha conseguido efetivar durante o dia: a liberação do projeto junto ao Corpo de Bombeiros. Porém o fato é que o projeto tinha diversos problemas relativos à segurança e, nada que um bom “cachê” não resolvesse. E resolveu. O projeto foi liberado, uma casa que comporta mais de 3000 pessoas, com apenas UMA saída de emergência minúscula. O piso superior da casa não dispunha de uma saída independente levando os usuários, em caso de pânico, a ter de descer uma escadaria e entrar no meio do empurra-empurra para tentar alcançar essa única saída de emergência afunilada.

Podem se perguntar se eu fiz a denúncia e respondo: não fiz. Não sou arquiteto e tampouco engenheiro, não é responsabilidade minha fazer isso, especialmente porque a fulana é uma das bambambãns daqui. Outro fator é que em Londrina imperam os cartéis, as máfias, os grupinhos que adoram tirar vantagem de todos e tudo. Não iria virar alvo fácil para sei lá o que. No entanto, conversei com diversos profissionais de arquitetura e engenharia sobre o caso na esperança que estes levassem a denúncia ao CREA e que este, como órgão fiscalizador, cumprisse o seu papel. Mas a casa foi inaugurada e está funcionando normalmente sem qualquer alteração. E onde estão os fiscais que deveriam bater em todas as obras analisando se tudo está realmente sendo feito de acordo com o projeto para o qual a ART foi assinada? Será também que estes fiscais desconhecem tais normas e leis de segurança e não conseguem perceber esses erros em suas visitas de fiscalização?

Fonte: G1

Fonte: G1

Outro fator que deve ser considerado são as falhas projetuais cometidas pelos profissionais.  A imagem acima é a planta baixa da boate Kiss (desconsidere a legenda ao lado direito e preste atenção na planta). Muitas vezes vemos coisas básicas que não deveriam acontecer como, por exemplo, banheiros com péssima – ou nenhuma – ventilação salvo aqueles exaustores minúsculos que, em caso de pane elétrica, param de funcionar. Deve-se levantar também que raramente vemos banheiros espaçosos.

Se formos analisar os projetos de espaços de diversão, perceberemos facilmente muitos problemas relativos à segurança e acessibilidade. Por essas e outras há mais de 10 anos que não frequento mais boates e similares, lugares fechados onde eu não conheça ou não tenha uma perfeita visualização através da sinalização, das rotas de fuga.

Fato é que é muito comum os empreendedores buscarem edificações nas regiões mais centrais das cidades, logo, são edificações já cercadas por todos os lados por outras edificações, não havendo a possibilidade da inserção de rotas de fuga a não ser pela frente. Poucas são as casas noturnas que instalam-se em locais afastados e em terrenos amplos permitindo que as questões de segurança sejam realmente efetivadas nos projetos.

Isso está errado, muito errado e precisa ser revisto com urgência!!!

3 – ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO

Nem de longe quero aqui desmerecer esta magnífica corporação de verdadeiros heróis que é o Corpo de Bombeiros, homens que muitas vezes dão a própria vida na tentativa de salvar outras vidas.

No entanto, sempre há uma ou outra laranja podre nas corporações e, como citei acima, departamentos como este de fiscalização deveriam ser alvo de constante vigilância. Este departamento é de suma importância para que as normas de segurança sejam cumpridas mas o que vemos muitas vezes são ações que vão na contramão disso.

Aqui em Londrina é muito mais difícil você aprovar a aplicação de um piso vinílico – por mais que haja liberação legal do produto e comprovação de que o mesmo é anti-chamas – para uma escadaria de um edifício, que aprovar uma casa noturna que tenha apenas uma saída de emergência com pouco mais de 1m de largura num local praticamente invisível para quem está afastado dela.

Onde está a fiscalização? Segundo relatos o extintor do palco simplesmente não funcionou. Isso jamais deveria acontecer! Será que alguma vez foi vistoriado seja pelos Bombeiros ou pela administração da boate?

Fonte: G1

Fonte: G1

O foco está errado, as diretrizes e prioridades estão equivocadas. É preciso uma revisão urgente nestes departamentos. Uma investigação profunda sobre os profissionais neles alocados e, havendo comprovação, a devida e exemplar punição.

Existem também as laranjas podres também nos departamentos de Aprovação de Projetos nas prefeituras. Nestes é bastante comum e fácil percebermos falhas de simples e graves.

Certa vez aqui em Londrina eu precisava de uma planta de uma edificação. Após ter pago todas as taxas legais, fui surpreendido quando o estagiário me extorquiu mais “algum” para uma cervejinha no final do dia, sob o olhar do chefe do departamento que ria aprovando a ação dele. Caso eu não liberasse, apesar de estar com todas as taxas legais pagas, ele não me daria a cópia do projeto. Mas o problema não para aí. O que andam fazendo os fiscais desses departamentos em suas fiscalizações? Ganhando algum por trás também?

E os alvarás? A Kiss estava com o dela vencido desde agosto/12 e ninguém fez absolutamente nada com relação a isso.  E o que não falta nesse país é empresa funcionando tranquilamente com alvará vencido ou pior, sem alvará.

Aí já não é um problema apenas dos fiscais, mas sim de gestão interna dos departamentos. Será que ainda não são simplesmente informatizados para facilitar a busca pelos vencidos ou por vencer?

E o que dizer dos CREAs e CAUs que adoram pegar no nosso pé (designers) e fazem vista grossa para obras mais vultuosas e perigosas que as nossas feitas pelos profissionais de sua verdadeira alçada?

Como coloquei acima, lancei a denuncia para os profissionais desses conselhos e pelo que percebi não levaram adiante. Tampouco os fiscais do CREA (na época só existia esse ainda) se foram até a obra, fizeram vista grossa também seja por qual motivo for.

5 – BANDAS

Não vou nem entrar no mérito muito a fundo, mas uma bandinha que precisa utilizar destes artifícios como “identidade visual de seus shows” para tirar “gritinhos de emoção” da plateia deve rever seriamente seu conteúdo, sua qualidade musical e suas responsabilidades.

Fonte: G1

Fonte: G1

6 –  POLITIQUEIROS & AFINS

Me enojou ver na TV a FALSA cara de drama da presidente Dilma, do governador, de alguns deputados estaduais e federais, de alguns vereadores, quase vomitei quando li que o molusco¹³ fez o que pode para aparecer na mídia…

No ultimo caso claro, ele precisa voltar a aparecer como o bonzinho, o paizinho afinal está envolvidos em inúmeros escândalos, sendo denunciado por incontáveis falcatruas realizadas por ele e seus comparsas durante seu mandato, está tendo várias de suas palestras canceladas… Ele¹³ precisa voltar a ser, custe o que custar, o “painho” do brésiu.

Digo isso, pois estes são os verdadeiros responsáveis por toda essa bagunça que anda nosso país. Os exemplos de corrupção no alto escalão, nas altas esferas são a mola propulsora para encorajar os funcionários públicos – aqueles desprovidos de um mínimo de moral e ética – a entrar nesse jogo também. É fácil agora esse bando de safado aparecer na TV nesses momentos com suas máscaras de arrasados, derramar algumas lágrimas de crocodilo e prometendo rios e mundos, enquanto temos até hoje vítimas dos desastres de SC, RJ e tantos outros ainda sem ter recebido qualquer tipo de ajuda efetiva, qualquer solução para os danos sofridos. Agora, reaparecem como santos, anjos…

Não devemos nos esquecer também de algumas laranjas podres dentro do judiciário que fazem parte da indústria de liminares. Os órgãos de fiscalização, quando fazem a sua parte, tropeçam em agentes do judiciário que estão mais preocupados em agradar aos empresários que zelar pela segurança pública. Um reprova e o outro libera geral.

É, estes que deveriam administrar e gerir decentemente este país, estados e municípios são responsáveis também por toda essa desgraça.

Que esta tragédia não caia no esquecimento, que não seja apenas mais uma desgraça em meio a tantas que aconteceram em nosso país.

Que a partir dela, os responsáveis e envolvidos passem a ser realmente RESPONSÁVEIS. Que a partir dela os baladeiros de plantão sejam mais responsáveis e não entrem em qualquer arapuca.

Que a partir dessa desgraça, os profissionais de arquitetura, engenharia e design sejam mais responsáveis e menos corporativistas denunciando sim sempre que souberem de alguma falcatrua afinal, é melhor eliminar a laranja podre a deixar que ela contamine ou suje toda a caixa (classe profissional).

Que a partir de ontem, sejamos então mais RESPONSÁVEIS.

Curso de Iluminação Residencial

É, todo mundo correndo aqui para ver onde vai ter esse curso não é mesmo?

Pois é, recebi esta notícia por e-mail através de um boletim eletrônico e confesso que me deixou bastante irritado.

Reconheço no SENAC uma instituição séria e que merece respeito pela qualidade dos cursos oferecidos em diversas áreas e pelo seu papel social na formação de trabalhadores qualificados (ponto).

No entanto, já ha bastante tempo estou com ele “entalado”. Na verdade desde que o curso superior de Design de Interiores foi eliminado e mantiveram apenas o técnico e a especialização.

Isso para o mercado é péssimo pois os cursos técnicos formam “profissionais” de qualificação duvidosa, bem inferiores aos dos cursos superiores – com raríssimas excessões.

Como se não bastasse isso, agora o SENAC de Jaú resolveu lançar, provavelmente baseado nas diretrizes curriculares Tabajara, o curso de Iluminação Residencial.

Requisitos necessários? Basta estar com o ensino médio em andamento.

Gente, fala sério… Isso já não é nem sacanagem e sim PUTARIA com a cara dos profissionais sérios.

Como se já não bastassem os problemas e dificuldades que enfrentamos dia a dia no mercado onde eletricistas autodidatas oferecem projetos de iluminação para os clientes e os técnicos eletricistas também ( estes ao menos tem algum curso) agora teremos também de competir com gente totalmente desqualificada vendendo “projetos de iluminação residencial” no melhor estilo dos micreiros que disputam o mercado com os designers gráficos?

Na minha turma de pós em Iluminação, tem um bando de arquiteto lá que, depois de 12 meses de curso, ainda não sabem diferenciar os tipos de lâmpadas, imaginem esse povo que vai fazer um curso de – acreditem – 24 horas de duração!!!!

Estão duvidando? Vejam com seus próprios olhos então neste link.

Onde é que esses professores conseguirão enfiar na cabeça – prefiro aqui colocar goela abaixo – desses alunos leigos noções de tudo o que envolve a parte técnica (lampadas e equipamentos, luminarias) + projeto, + estética, + eficiência, + sistemas, + automação, + programa de necessidades, + normas técnicas e mais um monte de elementos que envolvem um projeto de iluminação?

Conhecendo o povo como conheço, jajá estes que se formarem nesse curso de iluminação RESIDENCIAL estarão por aí soltos no mercado vendendo seus projetos de iluminação de lojas e onde mais conseguirem se enfiar vendendo ao cliente algo que não possuem: CONHECIMENTO.

Pra piorar, fui olhar o site do Senac para ver a grade do curso e outras informações e também encontrei um de Iluminação Aplicada ao Paisagismo, com carga horária de…. 21 horas!!!!!

Isso já é um esculacho!!!

Se nos cursos superiores de arquitetura, engenharia, design de interiores que tem – no mínimo nos piores cursos – 60 horas de iluminação os egressos saem quase sem entender patavinas de nada de iluminação além do BE-A-BÁ, imagina nesses de 20 horas…

E não adianta virem aqui reclamar ou chiar com blablablas pois isso é FATO e todos vocês sabem que acontece diariamente. É só ir nas lojas de materiais elétricos e luminárias que encontrarão um monte de vendedores sem formação alguma fazendo e vendendo “projetos de iluminação”. Claro, assim a comissão fica só pra eles e não tem de dividir com arquitetos e designers a poupuda RT.

Acompanho – e faço parte também – diariamente a luta dos profissionais e das associações tentando arrumar o mercado da área da iluminação levando informação séria e correta sobre a mesma. Este é um trabalho árduo já de anos desenvolvida por gente séria como o Valmir Perez (Unicamp), da Jamile Tormann e de tantos outros profissionais além das associações como ABIL, AsBAI, ABriC entre outros.

Mas num país onde artesão é chamado de designer, eletricista de engenheiro elétrico, pedreiro de engenheiro civil podemos esperar o que???

É lamentável e ao mesmo tempo estarrecedor ver instituições sérias como o SENAC prestando este tipo de desserviço à sociedade.

É a visível a fundamentação em apenas dois pontos:

1- ganhar o dinheiro dos alunos

2- fôda-se o mercado, os clientes e a seriedade dos profissionais habilitados e especializados.

Fica aqui o meu protesto com essa falta de respeito e também o alerta aos leitores (clientes):

Exijam a apresentação do diploma de curso superior ou especialização antes de contratar alguém para fazer o seu projeto de iluminação. Isso é sério demais para ser colocado nas mãos de qualquer um.

Também fica o alerta aos parlamentares e aos profissionais sobre a urgente necessidade da regulamentação da área de Iluminação e Lighting Design.

Hãããnn?? O Natal já taí….

Pois é gente, mais um ano que se passa, já estamos chegando ao Natal novamente e daqui uns dias o ano já findou-se e temos de olhar pra frente esperançosos sobre o que se inicia. Foi rápido não?

Então, e ontem a noite me dei conta de que isso está rolando e eu nem tinha ousado pensar sobre a decoração daqui de casa.

Árvore eu não tenho mais, pois a minha “veinha” estava meio desfolhada e eu a levei pra casa da praia… e não comprei outra ainda. Isso já tem 3 anos rsrsrs. Também se for pra investir em outra, que seja “A árvore”, daquelas que o ponteiro faz cócegas no teto. Então estou pensando em apenas usar instalações, sei lá.

Mas olhando pela web encontrei algumas imagens inspiradoras que gosteria de compartilhar com vocês:

Recebi esta imagem num e-mail durante a semana e achei-a muito bonita. É uma guirlanda simples, limpa e elegantérrima. Mostrei a um amigo e ele me disse que parece aquelas coroas de luto rsrsrs. Mas, como a minha porta é na cor padrão e envernizada, pensei em trabalhar ou em branco ou num tom hortência. Montar isso eu consigo facilmente, mas fazer essas rosas de tecido… Vou ter de ver se encontro delas aqui na cidade se resolver assumi-la mesmo como enfeite de minha porta.

Esta imagem eu encontrei no blog da vovó Rô. Muito bonita, trabalhosa e elegante também. Mas como leva muito tempo preparar todos estes cordões acho que vou abortar esta idéia. Quem sabe para o próximo ano…

Não, eu não gostei dessa aqui por causa das luzinhas mas sim pela idéia de colocar um espelho fechando o miolo da guirlanda. Pensei em como as pessoas irão se sentir ai dar de cara com suas faces refletidas bem no meio de uma guirlanda. Essa idéia, seja qual modelo de guirlanda for que eu escolher, vou aproveitar certamente. Ah, a imagem veio do site da Apia Iluminações.

É, esta aqui eu já adorei por causa do efeito das luzinhas. Esta é feita com aqueles plasticos que usamos para doces de festas, mas fiquei imaginando como as luzinhas LED azuis que tenho aqui iriam se comportar no miolo de rosas brancas naquele primeiro modelo. A imagem vem do blog da Maria Dorotéia.

Já esta idéia que apareceu no blog Inspiração Inesperada, eu achei genial e bonita para enfeitar os “arredores” da casa. Pelo que parere é super simples de fazer, basta encontrar os “ninhos” já prontos.

Como tenho um balcão aqui em casa que todo ano recebe uma vasta decoração no espelho que fica sobre dele, gostei dessa idéia: descer a decoração para o Balcão. No espelho mantenho apenas o festão com as luzes e sobre o balcão, crio alguma cena. Gostei também do branco. Essa veio do blog AmareloOuro.

Pela quantidade e diversidade de bolas de natal que eu tenho aqui, gostei dessa idéia de aproveita-las de uma maneira diferente. Acho que vale a pena distribui-las pela casa não deixando o Natas restrito à porta de entrada e à sala. Esta eu peguei na Revista Casa e Jardim ja ha algum tempo atrás.

É, eu não tenho este espaço todo e nem o meu apartamente é ousado assim nas cores, mas confesso que ADOREI essa produção!

Talvez brincar um pouco com a quantidade imensa de cordões de luz que tenho aqui em casa? Pode ser… Gostei da idéia quando vi este post no M²Arquitetura.

Pois é, pensar nisso faz um bem danado na gente não é mesmo? Mas ao mesmo tempo, isso me entristeceu muito ao ir pesquisando as imagens. Cada vez que eu encontrava alguma imagem de decoração natalina em ruas meu coração chorava, e dói agora ao escrever este post para vocês. Vou explicar:

Se tem uma coisa que me lembra de minha infância é o Natal. Lembro-me que vínhamos lá de Assis Chateaubriand (PR) para Londrina reunirmo-nos com a família de minha mãe que é daqui de Londrina. A cidade era simplesmente linda nessa época do ano. Os comerciantes e muitos moradores investiam nas decorações de Natal e, em alguns anos, tínhamos de sair vários dias à noite para conseguir ver tudo que estava rolando.

Lembro-me que aconteciam também concursos da mais bela decoração natalina onde os vencedores residenciais e comerciais ganhavam prêmios. Então a disputa era muito acirrada e o pessoal mandava ver, caprichavam mesmo. Até hoje guardo na memória uma decoração que o Hotel Bourbon fez em meados dos anos 80 usando anjos. Tenho esta imagem com perfeição em minha mente.

As praças públicas, ruas e rotatórias das vias também recebiam decorações bem elaboradas o que nos permitia passear pela cidade absortos por tanta beleza, cores e luzes.

Mas infelizmente, a marginália e o desrespeito das pessoas pelas coisas chegou a níveis tão absurdos aqui em Londrina que eu não tenho coragem de colocar um fiozinho de luz que seja na frente do meu prédio pois sei que não vai durar um único dia. Certamente vai passar algum malaco e vai destruir tudo.

Esse tipo de acontecimento acabou por enfraquecer a vontade dos Londrinenses de continuar com aquele belíssimo espetáculo de luzes que tínhamos por aqui e que, independente da idade, todos adoravam, ficavam hipnotizados. Quem daqui de Londrina não se lembra da “casa do Quebec”?

Hoje, se quisermos ver decoração natalina de qualidade aqui em Londrina, só nos resta ir aos shoppings pois nas ruas, temos de nos contentar com os pavorosos pinheiros de mangueira ou de lâmpadas que a prefeitura coloca todos os anos no poste central das rotatórias da cidade. Ô mau gosto do cão. E, mesmo sendo algo simples assim, sempre aparecem uns vândalos pra destruir o pouco que foi feito.

É, ainda bem que meus natais são em Sampa, onde posso contemplar maravilhosas decorações não só na Paulista (que é maravilhosaaaaa!) mas sim em vários pontos da cidade, inclindo a belíssima e surpreendente árvore do Ibirapuera, montada pela prefeitura todos os anos e que engloba toda a parte do lago do parque onde as árvores recebem uma iluminação especial entre outros detalhes mais. Este ano vou levar meus pais e minha vozinha, para que possam maravilhar-se também.

Ainda bem que ainda existem locais onde essa sensibilidade para com os habitantes e visitantes existe e, principalmente, existe segurança para que isso possa ser feito.

E você? Já pensou no seu natal?

Das cavernas à cadeira…

mainstream

Olhando a imagem acima que encontrei no Brainstorm9, não pude deixar de pensar sobre como vivemos hoje em dia.

Segundo a teoria da evolução, descendemos dos macacos e a evolução se deu conforme a figura. De quatro patas passamos a andar sobre nossos pés, nos colocamos em postura ereta, desenvolvemos habilidades extraordinárias com nossas mãos e corpo e, aos poucos, estamos voltando basicamente àquela posição encolhida, com movimentos mínimos baseados em cliques, coluna arqueada, cabeça abaixada, feição praticamente estática…

É, são as evoluções da vida…

De um vasto mundo cheio de coisas para fazer e descobrir, nos encontramos cada vez mais fechados em mundos particulares por vários motivos. E insistimos em dizer que estamos evoluindo, ainda…

Dentre estes mundos particulares encontramos: o mundo do trabalho, o lar, a escola, a cyber-vida-social. Tudo isso motivado por dois fatores principais: falta de segurança e busca por conforto.

A busca pelo conforto vem por reflexo do dia a dia estressante que vivemos. É mais que aceitável que busquemos o nosso cantinho de paz, onde estamos livres das loucuras do dia a dia.

A busca pela segurança tem a ver também com esta rotina louca, porém ela reflete que cada dia mais as pessoas estão isolando-se pelo simples fato de não querer se machucar ou sofrer qualquer tipo de coisa negativa; seja a violência física, a moral ou qual for. Para isso, buscamos o seguro isolamento de nossos lares.

Estes dois itens nos levam a pensar seriamente em como adequar ou melhorar os ambientes que projetamos para nossos clientes. Aliar conforto e segurança é tarefa árdua especialmente no caso de residências onde a parte física fica totalmente exposta.

Porém, apesar de complicado esta não é uma tarefa impossível. Hoje contamos com recursos e materiais que nos possibilitam realizar esta interação sem perder a estética, aliada fundamental do conforto.

Antes de transformar o projeto numa cela de segurança máxima, conseguimos através destes recursos elaborar projetos conciliatórios entre estes dois mundos necessários.

Porém, ainda penso sobre voltar a ser um ser retraído como o final da figura. Tem solução para isso? Como superar essa limitação de espaço físico e de equipamentos cada dia menores?

Estava dias atras olhando preços de notebooks para comprar e fiquei horrorizado quando tentei testar um netbook. Minhas pequenas mãos não me permitem digitar num teclado de um net de 12′ . Erro tudo, me perco naquele teclado minusculo, a tela é ridiculamente minúscula… fiquei me imaginando tentando usar um autocad nele… surtaria na certa. Optei então por um de 15 mesmo… delicia.. adoooro espaço e liberdade para me movimentar.

Assim devemos também pensar com relação aos projetos de nossos clientes. Por menor que seja o espaço, devemos procurar atender às necessidades básicas do ser humano e, depois as do cliente.

O cliente pode querer um netbook numa mesinha minuscula à frente de uma poltrona? Sim, e vai definhar pro resto da vida ali com seus movimentos robóticos, lesivos, inexpressivos.

Porém, é nosso dever convencê-lo de que o conforto está ligado não somente aos caros materiais, revestimentos e equipamentos, mas sim e antes de tudo, à manutenção e prevenção da saúde dele. E isso inclui pensar formas de fazer com que ele se movimente, interaja com o espaço.

Portanto, levante!!!

E ande!

Trens metropolitanos e inter-urbanos

Ha muito que venho observando os investimentos públicos e privados nos sistemas de transportes com trens – trem e metrô -motropolitanos e inter-urbanos.

Infelizmente não há avanços nem alterações enfáticas que visem solucionar realmente os problemas. O que vemos são um conjunto de soluções paliativas que resolvem os problemas por algum tempo, mas logo depois tudo fica como antes. Não quero entrar no entando, no “campotécnico” e “burrocrático” da coisa, prefiro ater-me ao senso estético utilizado aqui no Brasil e lá fora.

Começo pelos veículos propriamente ditos. Os metrôs e trens precisam ser realmente aquelas geringonças quadradinhas, feias, cinzas e sem graça? Porque os carros tem de ter aquela frente quadrada e reta? Porque os vagões tem de ser sempre iguais? Porque geralmente cinza/metálico? Porque os trens ainda tem de rodar sobre rodinhas provocando toda a trepidação e desconforto, solavancos que por vezes chegam a derrubar passageiros dentro dos vagões? Como vemos existem muitos porquês ainda além destes citados.

Porque não se aplicam cores, arte urbana, adesivagem, copias de arte usadas de forma educacional? Porque o carro nao pode ser mais arredondado e bonito no estilo daqueles trens que vemos no exterior? Aqui também podemos apontar incontaveis soluções que, além de embelezar, poderiam servir como fonte educativa/informativa através da exposição de arte aplicada – adesivada ou pintada – ou ainda informativa sobre eventos culturais/educativos. Não digo publicidade pois fatalmente cairíamos na poluição visual e isso vai na contramão do que pretendemos: o embelezamento urbano.

Observe o trem do trem de Metrô abaixo:

Mas este processo nao fica restrito apenas aos trens e metrôs, isso teria de ser aplicado já dentro das proprias estações. Um bom exemplo está no post Estações: Westfriedhof, Munich Germany aqui mesmo no blog.

ou então, veja o exemplo das 165 estações (!!!!) de Moscovo:

 

E agora observe as nossas:

Nossas estações e plataformas são horríveis – salvo raras e novas excessões. As bilheterias são péssimas, banheiros piores ainda, plataformas medonhas e que não contribuem com o bem estar dos usuários.

Muitos podem alegar – e até eu mesmo fui pessimista no post citado acima – que o vandalismo é o contra que impede este tipo de ação. Porém fiquei pensando sobre isso e vou concluir sobre este assunto no final deste post.

Já na parte interior dos trens e metrôs o que vemos é uma repetição de erros comuns, esteticamente falando. As empresas responsaveis parecem não se importar nem com a estética e nem com o bem estar dos usuários. O que vale é quanto mais usuários caberão nos vagões. O que vemos dentro dos trens são sempre as mesmas poltronas/bancos, o mesmo tipo de informação visual – por vezes confusas, uma total e absoluta frieza e dureza estética, entre vários outros fatores que podemos observar facilmente andando em qualquer um dos trens.

Os equipamentos internos geralmente são comuns, simples. As cores idem e repetem-se à exaustão. Os sistemas de segurança confusos e incompletos. Há muito o que se fazer para melhorar o sistema de transporte por trens aqui no Brasil.

Ao olharmos para os interiores dos vagões, a primeira sensação que temos é a de frieza, impessoalidade. Eu sempre que entro num trem ou metrô me remeto a cenas de filmes como Blade Runner onde o que importa são as máquinas e não o ser humano. É desconfortável.

O Metrô do RJ parece que está querendo mudar um pouco isso, mas ainda está longe de ser o ideal:

Apesar da mudança estética, mantem-se a máxima: maior número de usuários por cm².

Isso sem contar na absoluta falta de educação da maioria dos usuários. São jovens sentados em bancos destinados a idosos e ocupando espaços destinados a portadores de deficiências, um empurra empurra danado, riscos de assaltos entre vários outros fatores humanos.

Dentro de nossa área, Design de Interiores e Ambientes, podemos trabalhar em qualquer uma das citadas acima. Na verdade, esse todo exposto faz parte de um projeto global de melhorias que podem sim ser projetados por um Designer. Alguns pontos que podemos implantar visando a melhoria:

Nas estações:

Interiores: mais leves e humanizados, menos cinza-concreto, menos quadrados.

Iluminação: mais eficiente, menos ofuscante ou ausente.

Equipamentos: bancos, lixeiras, painéis informativos, catracas, segurança, etc.

Embelezamento: aplicação de arte, literatura, musica, exposições itinerantes, propor uma mudança radical nos projetos arquitetônicos e de engenharia visando a melhoria estética dos espaços.

Bilheterias: mais funcionais e esteticamente degustáveis. 

Segurança: implantação de sistemas de monitoramento remoto por câmeras, detectores de metais e outros, etc.

Ainda existem várias outras ações que podemos implantar, é só observar.

Nos carros:

Gráfico: implantação de projetos gráficos que valorizem as artes, a literatura, a educação excluindo contrapondo com as linhas sempre retas e repetitivas dos vagões.

Cores: aplicação de cores nos vagões como forma de suavizar  a frieza do metal.

Modelos: propor novos modelos com formas mais suaves ou utilizar os modelos já existentes no mercado exterior.

Intervenções: ampliando janelas para melhorar a visão para o externo quando em áreas não subterrâneas, tetos panorâmicos entre outros. Incluem-se aqui ações voltadas a reduzir o atrito, solavancos, barulho, etc.

Nos vagões:

Poltronas mais confortáveis e em maior número, mesmo que isso signifique menor numero de passageiros por vagão. Fala sério, as empresas faturam e muito bem com a quantidade de usuários. Poderiam investir numa maior quantidade de carros tranquilamente.

Beleza estética e nos materiais utilizados dentro dos vagões, nos acabamentos. Mais cor e alegria para os usuários que são trabalhadores e merecem um minimo que seja de conforto.

Cultura tomando o lugar da publicidade. Arte, literatura, música, etc podem tranquilamente servir de ferramentas pró-educação. Ao contrário da publicidade que só polui.

Acústica: quem não se estressa ou irrita com aquele barulho infernal?

Equipamentos como as barras e ganchos de segurança (pegada) mais ergonômicos.

Iluminação: menos fria e dura, uma iluminação que contribua para o embelezamento interno e o conforto dos usuários.

Segurança: implantação de sistemas de monitoramento remoto por câmeras. Com isso, fica fácil a identificação por imagem de vândalos e marginais. 

Como se vê, existem várias intervenções que podemos realizar nos trens e metrôs com a finalidade de melhorar a qualidade dos serviços prestados e ao mesmo tempo, trazer uma qualidade e bem estar aos usuários.

Sei que podem parecer utópicos alguns pontos, porém temos de analisar estes por outro lado: gestão pública.

A culpa deste sistema ruim que temos vem das péssimas administrações publicas anteriores e atuais. Sabemos que no Brasil há muita corrupção, verbas publicas são desviadas e embolsadas por alguns, os projetos são mega-faturados entre varias outras coisas. É exatamente aqui que está o  ponto X de toda esta problemática.

Se tivéssemos políticos realmente preocupados com um projeto de cidade, de estado, de país e não com projetos pessoais, partidários e de coleguismos certamente o nosso país seria muito melhor e estaríamos já ha bastante tempo no primeiro mundo.

De acordo com o Dr. Bianco Zamora Garcia, prof. de Ética do Mestrado de Direito da UEL, estas questões envolvem políticas publicas que orientam a gestão da cidade na sua totalidade. Entretanto, as políticas públicas se apresentam como reféns da sazonalidade de governos mais preocupados com sua visibilidade do que com a cidade. Enquanto as políticas públicas se constituírem estratégias de governabilidade (e reduzidas a elas), nada podemos esperar sobre implemento de ações efetivas e de impacto duradouro. Para estabilidade e eficácia das políticas públicas, inclusive aquelas que envolvem a gestão da cidade, importa que estas se tornem políticas estratégicas  de Estado, elaboradas de modo efetivamente democrático pela sociedade (esfera pública), cabendo aos sucessivos governos apenas a sua execução sob controle social das instituições organizadas em conselhos representativos, de caráter público.

Portanto, a defesa do patrimônio público e, consequentemente, de todas estas alterações possíveis cabe única e exclusivamente à administração pública. É ela que terá de, por exemplo, aumentar o efetivo policial nas estações reprimindo, assim, a ação de vândalos que depredam o patrimônio público, bem como atuar firmemente na educação para formar cidadãos conscientes de que, da porta da sua casa pra fora, o mundo não é “a casa da mãe Joana” onde se pode fazer o que quiser.

E cabe a nós Designers – e a qualquer outro profissional – termos consciência de que além de profissionais, somos antes de tudo cidadãos e que temos o dever de cobrar das administrações públicas que estas e outras ações sejam implantadas.

Emergência…

Um produto bastante interessante uma vez que serve de luminária de emergência e também como sinalização para rotas de fugas.

Trata-se da Halo of Light, projetada para salva-lo.

Usando dois sistemas LED, a luminária ao mesmo tempo que quebra a escuridão, projeta no chão uma sinalização indicativa através de setas do trajeto a ser percorrido em caso de emergência.

Designer: Foo Wei Zen & Chua Wenfong

Via: Yanko Design

Mais algumas animações

Olhando os videos relacionados ao que coloquei no post anterior, encontrei mais estes também no Youtube feitos pelo mesmo grupo.

Bem interessantes, eles nos mostram a importância de uma boa sinalização, bem como o entendimento e atendimento dos usuários à mesma. Também nos levam por um passeio sobre o manuseio de equipamentos que necessitam de conhecimentos técnicos e que a leitura atenta dos manuais sempre é bem vinda. Cuidados no dia a dia entre varios outros assuntos ergonomicos e de segurança.

Vale a pena, espero que curtam.

Bom, que fique também registrada a minha contribuição educativa, através destas animações, para este dia das crianças.

Be happy!!!

Banheiros – alguns cuidados…

Recebi por e-mail de minha prima Miriam, de Curitiba, que também é Designer de Interiores.

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O banheiro encerra uma insolúvel contradição: apesar de ser o lugar que você procura para realizar hábitos de higiene, sem dúvida ele reúne as condições mais propícias à contaminação. Por um lado, isso se deve às próprias características do ambiente. Mas a falta de atenção com a limpeza e com a manutenção, além de hábitos pouco cuidadosos, também contribuem para que os microorganismos façam a festa , afirma o biomédico Roberto Figueiredo, bastante conhecido como o Dr. Bactéria.

Abaixo, ele identifica os maiores perigos escondidos nesta parte da casa e dá conselhos, certeiros e baratos, para que você deixe o banheiro de casa um pouco menos hospitaleiro para fungos, bactérias e outros agentes causadores de doenças.  

1. Usar toalha de tecido no lavabo
Sem dúvida, quando falamos de higiene, uma toalha de papel, virgem (não reciclado), representa o melhor. No entanto, fica difícil colocar em um banheiro de uma casa um toalheiro de papel sem dar cara de shopping ou indústria. Por isso, não da para se livrar de uma toalha de tecido. Troque diariamente ou sempre que estiver muito molhada. Eduque as pessoas para não enxugar o rosto nestas toalhas, lugar de lavar o rosto é no banheiro e usando a toalha de banho.

2. Partilhar um sabonete em barra
Geralmente, os sabonetes não apresentam ação desinfetante, bactericida (a não ser os produzidos com esta finalidade). Eles servem para limpar, e não para matar germes. Tenha higiene: percebendo que há algum resíduo preso ao sabonete, lave-o.

3. Abrir a porta e dar descarga depois de lavar as mãos
É claro que a maçaneta da porta, sendo tocada por uma mão contaminada, vai carregar as bactérias. No entanto, mantendo a maçaneta sempre limpa, sem gordura ou outra impureza, os microorganismos tendem a morrer, pois não resistem à falta de água. Mesmo assim, procure lavar as mãos após apertar a descarga ou tocar em outros objetos do banheiro.

4. Deixar cesto de roupas sujas no banheiro
Estando bem fechado, não representa tanto problema assim. Mas, no caso das roupas íntimas, sempre é bom adicionar na água de lavagem uma colher de desinfetante à base de quaternário de amônio, facilmente comprado em supermercados. Isso diminui os riscos contaminação. 

5. Manter a escova de dente na pia
Pode ser mantida, desde que você nunca dê a descarga com a tampa aberta e sempre pulverize a escova com uma solução de gluconato de clorexidina a 0,12%, encontrada facilmente nas farmácias e drogarias. Enxágüe antes de usar.    

6. Deixar lodo acumulado no boxe e nos armários
Aquele lodo é constituído por microorganismos que, na maior parte das vezes, não causam doenças. No entanto, podem levar a uma alteração da flora normal da boca quando em contato com escovas de dente, levando a processos de gengivite e cárie, por exemplo.

7. Dar descarga com a tampa levantada
Dando a descarga com a tampa levantada, você catapulta os germes para o ar. Eles chegam a atingir até 6 metros de altura e, como o pé direito de seu banheiro não tem tudo isso, os microorganismo ficam rodando pelo ar por até 2 horas, contaminando escovas de dentes e outros materiais colocados sobre as bancadas e pias.

8. Tomar banho com os pés descalços
No banheiro de sua casa, não tem tanto problema, afinal e você quem controla a limpeza e higienização com água sanitária. No entanto, em clubes e noutros locais, sempre é bom usar um chinelo de dedo, principalmente sobre estrados de plástico (altamente contaminados).

9. Manter um tapete de borracha de uso comum no banheiro
Tudo que você colocar irá servir de mais uma base para o crescimento de microorganismos. Sendo possível, elimine. Mas existem locais em que o piso muito liso pode levar a acidentes, principalmente de pessoas mais idosas. Nesses casos, não é possível eliminar, então lembre-se de desinfetar com água sanitária.

10. Deixar as janelas do banheiro sempre fechadas
O vapor retido dos chuveiros eleva a umidade das paredes, favorecendo o bolor. A aplicação, a cada 15 dias, de uma solução de 50% de água sanitária em água eliminará a presença destes bolores desagradáveis. Mas sempre é bom ventilar.

Planeje seu Espaço Profissional

A maioria das pessoas passa cerca de um terço de suas vidas trabalhando e poucas são aquelas que têm consciência do quanto é importante que o ambiente de trabalho possua algumas características que podem ser determinantes para a sua saúde. A configuração do ambiente pode afetar diretamente o bem-estar tanto físico quanto emocional das pessoas, determinando até o seu desempenho profissional. São vários os fatores que influenciam a qualidade do ambiente e eles devem ser levados em consideração no momento de escolher o lugar onde se pretende permanecer por um período tão longo de tempo.

O planejamento do local de trabalho deve contemplar uma boa iluminação, ambiente arejado, espaço suficiente para que a circulação ocorra sem dificuldades, ausência de odores fortes, baixo nível de ruídos, temperatura agradável, além de condições de segurança. Estes são itens básicos para se começar a criar um ambiente favorável ao bom desempenho no trabalho.

Também é importante que o mobiliário e os equipamentos atendam adequadamente às necessidades de cada tipo de trabalho e sejam ergonomicamente projetados, oferecendo conforto, de modo a proporcionar uma boa postura e mobilidade ao longo do dia. A beleza visual, por sua vez, ajuda a proporcionar a sensação de bem-estar que se espera sentir num local onde se permanece tantas horas durante o dia. O local de trabalho deve ser pensado como um sistema cujos elementos se inter-relacionam de tal modo a produzir o equilíbrio do todo.

É preciso atentar, também, para as cores que serão utilizadas porque nosso sistema nervoso reage a elas, afetando diretamente o humor. Escolhe-se a cor mais adequada a cada ambiente em função da resposta que se deseja provocar nas pessoas em termos de comportamento. Não é por acaso que os projetistas das grandes redes de lanchonetes escolhem o amarelo, o laranja e o vermelho. Eles sabem que essas cores são estimulantes e produzem o efeito de ativar a impulsividade. O resultado é que os indivíduos tornam-se mais propensos a reagir compulsivamente ao produto que estiver sendo oferecido ali. Em outras palavras, a comprar.

Por outro lado, os funcionários que permanecem o dia todo expostos a um ambiente carregado de cores vivas, têm seus centros nervosos continuamente excitados. O resultado é negativo para sua saúde porque provoca irritabilidade, estresse e apatia, além de outras consequências.

Em vista disso, deve-se optar por tons que tendem à neutralidade, por não interferirem tanto no humor. Tons suaves do lilás, verde, azul, rosa e laranja-claro podem ser usados porque, além de alegres, são aconchegantes. O verde claro tem efeito calmante e é altamente recomendado para ambientes terapêuticos, como hospitais e clínicas. Já o cinza, o preto e o marrom escuros tendem a provocar um efeito depressivo e devem, portanto, ser evitados.

O branco vai bem com qualquer ambiente e possui a vibração de todas as cores. Ele ilumina e amplia o ambiente, mas, em excesso, tende a produzir efeito desestimulante, entediante. As cores mais fortes e impactantes devem ser reservadas para pequenas áreas ou para os acessórios, complementando a decoração com um pequeno toque de contraste, nunca nas paredes, piso ou teto.

Quando o conjunto dos elementos com os quais interagimos cotidianamente é adequado, desenvolvemos uma predisposição positiva para trabalhar e isto se reflete na produtividade. O processo que gera essa predisposição, embora inconsciente, é o responsável pela fácil fluidez no desempenho das tarefas no dia-a-dia. Isso ocorre porque, num ambiente favorável, não desperdiçamos nossa energia para destacar dificuldades, reclamando de condições insatisfatórias.

Situações de baixa interferência externa negativa fazem com que toda a energia disponível seja canalizada para a atividade na qual se está concentrando. Condições favoráveis de trabalho levam o indivíduo a tornar-se o único responsável pelo seu desempenho. Ele não é alimentado com nenhum argumento que justifique uma má performance, de modo que fica desimpedido, livre para dar o melhor de si. Se estiver se sentindo devidamente aparelhado para realizar um bom trabalho, ele buscará em si mesmo as razões de suas falhas ou fracassos, quando – e se – ocorrerem.

Um bom desempenho no trabalho interessa a ambos, empregado e empregador. A este pelas razões óbvias, relacionadas a lucro; àquele, pelo aumento de sua auto-estima, conseqüência do sentimento de auto-gratificação, além do reconhecimento externo.

Há, evidentemente, muitos outros fatores que exercem influência importante sobre o sentimento de bem-estar, de satisfação pessoal e, por conseqüência, em produtividade no trabalho e não devem de forma alguma ser desconsiderados. O aspecto físico do ambiente de trabalho, porém, precisa ser elevado à categoria de elemento determinante do humor e pré-disposição. E, embora seja verdade que quase todo mundo prefere trabalhar num lugar bonito e bem decorado, isso só não basta: a adequação dessa estética às necessidades das pessoas que ali permanecerão tem que estar em primeiro lugar.

A falta de planejamento e o descuido com o ambiente de trabalho podem gerar conseqüências nefastas sobre a vida das pessoas, porque, ao desprazer, se associa diretamente a desmotivação, abrindo um perigoso caminho para o estado depressivo, que hoje é responsável por um número enorme de afastamentos do trabalho.

Também outras patologias estão diretamente ligadas à falta de planejamento e ao uso inadequado de equipamentos, como é o caso da DORT – Disfunção Osteomolecular Relacionada ao Trabalho, mais popularmente conhecida como LER, cuja principal causa é o esforço repetitivo associado às más condições de trabalho, como postura inadequada, excesso de horas numa mesma posição, fadiga mental e/ou muscular e estresse.

Artigo elaborado a partir de entrevista concedida pela autora à Revista Espaços Profissionais, Editora Online, que originou a matéria especial intitulada “Motivação: Item Fundamental”. A íntegra da entrevista foi publicada na revista Espaços Profissionais, Ano 2 – n? 6

Mariuza Pregnolato Tanouye é psicóloga clínica com especialidade em Psicologia Analítica e Terapia Corporal. Escreve crônicas, artigos e trabalhos científicos, ministra palestras e cursos. Atende em seu consultório à Av. Paulista 1159, conj. 1512 e pode ser contatada pelo telefone 11 – 3253 0384. E-mail: mptanouye@hotmail.com
Fonte – Artigos.com

Design de Interiores: transportes

Já fazia algum tempo que eu vinha querendo escrever sobre isso mas com a correria do dia a dia sempre acabava deixando pra depois. No entanto, em um debate com o Foster num outro blog o assunto acabou por ficar mais importante e tomar forma.

Falo sobre áreas de atuação em que o Designer de Interiores/Ambientes pode atuar e que a maioria não faz a menor idéia da existência das mesmas. Interiores de meios de transportes.

No começo do ano quando estive no litoral de São Paulo conheci uma designer que trabalha exclusivamente com interiores de embarcações. Ela começou a me falar sobre o trabalho e garanto: é encantador ao mesmo tempo que é um desafio dos grandes.

Deixando de lado a questão financeira envolvida (que é o sonho de qualquer designer) pensemos na parte técnica envolvida. Um iate ou um transatlântico são meios de transporte que necessitam sim de projetos muito específicos especialmente pelas pequenas dimensões dos ambientes. Isso também ocorre com outros segmentos: aviação, carros, ônibus, trens, metrôs, caminhões enfim, muitas possibilidades de atuação.

Dentro desta área voltada para o transporte, o trabalho do designer de interiores vai ter muita base no desenvolvimento de mobiliário e equipamentos específicos. Ergonomia e acessibilidade serão sempre elementos primordiais neste trabalho. E, claro, não podemos deixar de levar em consideração as outras normas técnicas envolvidas, especialmente as sobre segurança.

Pensemos em um avião com rotas internacionais. O usuário permanece por horas dentro do mesmo, confinado em um espaço consideravelmente pequeno. Alguns aviões de grandes empresas dispõe de espaços alternativos (salas de estar, bar, etc) para aqueles que desejam. Porém, temos de pensar que existem usuários que por vários motivos irão permanecer a viagem toda em suas poltronas seja por não gostar de voar, seja por ter tomado algum remédio para dormir para que aquela tormenta que é a viagem passe logo. Com tudo isso, temos de pensar na melhor forma de oferecer ao usuário ambientes e equipamentos o mais confortáveis possível.

Não devemos nos esquecer que existem normas específicas sobre iluminação para interiores em aviões e também que, quando fazemos um projeto deste, temos de pensar também no conforto da tripulação, seja lá na cabine de comando, seja em tudo que diz respeito ao trabalho e bem estar dos comissários de bordo (área de trabalho, equipamentos de trabalho, áreas de descanso, etc).

Os elementos citados acima devem ser considerados também no caso de projetos para interiores de embarcações, especialmente nas cabines que são espaços bastante reduzidos. Já em outros espaços, bem mais amplos fica mais fácil trabalhar, porém, atenção redobrada nas normas técnicas e de segurança. Lembre-se sempre de onde os usuários estarão no caso de um acidente: no mar. Portanto além de rotas de fuga limpas, devemos pensar na comunicação visual, iluminação de emergência, equipamentos de segurança e mais um monte de coisas. Nunca somente na beleza e conforto.

Em interiores de transportes terrestres (à excessão dos trens) o trabalho já é bem diferente e resume-se especialmente à concepção de equipamentos que venham a solucionar a falta de espaço interno. Seja num carro ou num caminhão sempre teremos espaços pequenos tendo de ao menos, aparentar ser grande ou maior do que é de fato. Com isso, a ergonomia é uma constante neste tipo de projeto.

Podem questionar o porque de eu ter colocado os caminhões neste meio: já ha bastante tempo as montadoras vem pensando no conforto e bem estar dos caminhoneiros. Lembrem-se sempre que a maioria deles dormem dentro das cabines, cozinham do lado de fora enfim, vivem um vida dentro e junto de seu caminhão.

Nos ônibus o trabalho não é diferente e também importante. Lembre-se sempre que existem grupos que fazem longas viagens de ônibus por ser mais barato que de avião. Também existem aqueles ônibus de grupos musicais, teatro e outros que sempre sofrem alterações internas de modo a tornar os ambientes mais agradáveis e compatíveis com as necessidades dos usários. Não posso deixar de citar também o trabalho junto aos motorhome (aquelas “casas ambulantes”) e trailers.

Também os ônibus urbanos e metropolitanos merecem atenção. No entanto vemos pouquíssimas alterações dentro ds mesmos. O básico e comum a todos seria uma visão como esta:

São pontos a se pensar: como podemos trabalhar para melhorar este tipo de transporte com o nosso trabalho?

Ainda na área terrestre temos os interiores automotivos. Os carros estão sofrendo alterações constantes sempre na intenção de melhorar o conforto, a segurança e praticidade para o usuário. Muitas destas alterações são feitas pelos fabricantes porém a maioria está vindo do pessoal que trabalha com tunning. Pra quem ainda não sabe, tunning é aquele trabalho de personalização dos carros tanto externa quanto interna.  O programa Lata Velha do Caldeirão do Huck é um bom exemplo deste trabalho. É o tipo de projeto que vai exigir muito conhecimento técnico do designer seja em equipamentos, em materiais, em estilo e conceito.

Indo para os trilhos temos: trens e metrôs. Infelizmente aqui no Brasil, não sei se por corporativismos, poucas são as cidades que ainda contam com transporte através de trens seja municipal ou intermunicipal. Lembro-me saudoso de minha infância quando cruzava as paisagens embalado pelo suave balanço dos trilhos. Nos trens temos de pensar que o usuário – à excessão dos trens bala – permanecerá um tempo considerável no transporte. Por isso é comum vermos vagões específicos: vagão restaurante, vagão bar, vagão dormitório, enfim… Já nos trens bala,  temos uma situação parecida com a dos aviões: espaço relativamente pequeno. Mas também pensemos que estas viagens são muito rápidas então, podemos ser menos rudes no trato com espaços. Mas também não podemos nos esquecer de pensar nos que trabalham ali assim como nos avões: pilotos, pessoal de bordo.

Já nos metrôs encontramos uma situação semelhante à dos ônibus urbanos e metropolitanos: grande quantidade de usuários. Portanto devemos pensar sempre na comodidade e conforto destes. Por isso não podemos deixar de observar questões de ergonomia, acessibilidade e também segurança.

Bom, se formos analisar bem, mercado de trabalho nesta área é o que não falta.

Esta é uma área que é deixada de lado na maioria dos cursos de Design de Interiores talvez por desconhecimentos dos próprios alunos, talvez por desconhecimento das próprias IES e talvez porque a maioria dos professores destes cursos vem da área de arquitetura e não do Design. Porém, pelo nome do curso sendo Design de Interiores, todos podem sim exigir que sejam repassadas informações e conteúdos sobre esta área em seus cursos.

Também vale a pena repensar as Matrizes Curriculares dos cursos existente no sentido de acrescentar ou trabalhar de forma mais aprofundada este segmento dentro dos mesmos.

Saudações luminosas a todos!!!