ANTES DO DESIGNER, VEM O DESIGN.
Somos todos designers.
É sempre bom ressaltar a diferença entre estas duas palavras: Design e designer. Constantemente vemos, do público em geral aos acadêmicos e profissionais da área (e de outras) confundindo o uso destas palavras. Este erro vindo de do público e de outros profissionais é até aceitável. Mas do pessoal ligado ao Design NÃO!
Segundo o Dicionário Michaelis estes verbetes significam,
“Design – de.sign – (dizáin) sm (ingl) 1 Concepção de um projeto ou modelo; planejamento. 2 O produto deste planejamento.
Designer – de.si.gner – (dizáiner) s m+f (ingl) Indivíduo que planeja ou concebe um projeto ou modelo.”[1]
Ou seja, o primeiro refere-se à profissão e o segundo ao profissional:


Perceba também que no primeiro caso o verbete aparece iniciando com letra maiúscula e no segundo caso, minúscula. Isso acontece por uma convenção da língua portuguesa (e de outras também) onde os nomes das profissões sempre devem ser escritas desta forma. Design, Arquitetura, Engenharia, Medicina, Advocacia, Aviação, Jardinagem, Marcenaria e assim por diante.
Já, quando falamos dos profissionais utilizamos designer, arquiteto(a), engenheiro(a), médico(a), advogado(a), aviador(a), jardineiro(a), marceneiro(a), etc.
Mais uma vez esclarecido isso vamos seguir em frente fazendo uma análise sobre o titulo deste capítulo. Porque é necessária esta reflexão?
Simples: o Design, como área independente e específica do conhecimento, é dividido em diversos segmentos. Hoje não se fala mais em Desenho Industrial e sim em segmentos do Design. Isso se fez necessário por causa das demandas mercadológicas que exigiram, cada vez mais, a especialização do profissional em uma determinada especialidade. De inicio foi dividido em duas grandes especialidades: Produto e Gráfico. Mas isso só não bastou e hoje já contamos com uma variedade destas especialidades:
PRODUTOS:
Objetos, brinquedos, embalagens, jóias, automobilístico, instrumentos, mobiliário, vernacular, sinalização, etc:
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Tecnologia de materiais: Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;
Gestão:
Branding, estratégico, projetos, eventos, etc;
Acessibilidade:
Tecnologias assistivas, desenho universal, etc;
Teoria:
História, semiótica, educação, pesquisa, institucional, etc;
Interfaces:
Usabilidade, softwares, relação usuário>produto, etc;
Sustentabilidade:
Alternativas, redesign, reuso, ecodesign, etc;
Ergonomia:
Cognitiva, física, organizacional, etc;
Tecnologia de materiais:
Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc; |
GRÁFICO:
Informação, editorial, impressos, ilustração, arte-finalização, comunicação visual, sinalização, etc;
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Tecnologia de materiais: Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;
Audiovisual:
Vinhetas, produção, filmes, videografismo, animação, etc;
Jogos:
2D, 3D, flash, interativos, educativos, raciocício, etc;
Gestão:
Branding, estratégico, projetos, eventos, etc;
Acessibilidade:
Tecnologias assistivas, desenho universal, etc;
Teoria:
História, semiótica, educação, pesquisa, institucional, etc;
Interfaces:
Usabilidade, softwares, relação usuário>produto, etc;
Sustentabilidade:
Alternativas, redesign, reuso, ecodesign, etc;
Tipografia:
Historia, produção, criação, composição, paginação, etc;
Ergonomia:
Cognitiva, física, organizacional, etc;
Tecnologia de materiais:
Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;
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MODA:
Figurino, comportamento, têxtil, estamparia, modelagem, vitrina, alta-costura, instrumentos, etc;
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Tecnologia de materiais: Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;
Gestão:
Branding, estratégico, projetos, eventos, etc;
Acessibilidade:
Tecnologias assistivas, desenho universal, etc;
Teoria:
História, semiótica, educação, pesquisa, institucional, etc;
Interfaces:
Usabilidade, softwares, relação usuário>produto, etc;
Sustentabilidade:
Alternativas, redesign, reuso, ecodesign, etc;
Ergonomia:
Cognitiva, física, organizacional, etc;
Tecnologia de materiais:
Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;
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INTERIORES E AMBIENTES:
Exposições, cenografia, varejo, mobiliário, saúde, entretenimento, residências, institucionais, paisagismo, hospitality, automotivo, aviação, embarcações. etc.
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Tecnologia de materiais: Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc;
Gestão:
Branding, estratégico, projetos, eventos, etc;
Acessibilidade:
Tecnologias assistivas, desenho universal, etc;
Teoria:
História, semiótica, educação, pesquisa, institucional, etc;
Interfaces:
Usabilidade, softwares, relação usuário>produto, etc;
Sustentabilidade:
Alternativas, redesign, reuso, ecodesign, etc;
Ergonomia:
Cognitiva, física, organizacional, etc;
Tecnologia de materiais:
Biomateriais, pesquisa, inovação, processos, etc; |
Perceba que dentro destas especialidades principais já encontramos, hoje, outros segmentos que vem se desenvolvendo, sempre em busca dos melhores resultados. Por mais que pareçam semelhantes, a pesquisa específica dentro de cada especialidade alcança resultado distinto de uma área para outra, pois cada especialidade pesquisa temas relevantes para o seu segmento ampliando, assim, o conhecimento específico destes segmentos e das próprias especialidades.
O melhor é que os conhecimentos produzidos por estes segmentos não ficam amarrados apenas ao Design e sim, buscam auxiliar e também melhorar todas as outras profissões em diversos aspectos. E não duvidem se, em breve, termos mais segmentos específicos atendendo a uma ou diversas especialidades.
Isso será sempre bem vindo afinal, estamos constantemente contribuindo com a sociedade através do conhecimento e a visão do mundo (e das coisas) pela ótica de nossa área.
Do preconceito – ou pré-conceito
É bastante comum vermos no dia a dia, especialmente nas redes sociais, provocações preconceituosas contra a nossa área. Sejam estas provocadas por mero desconhecimento e ignorância sobre o que é Design até mesmo as mais graves vindas daqueles que sabem exatamente do que se trata e do potencial da área. Todas estas tem a sua origem no pré-conceito que, segundo o Dicionário Michaelis, significa:
“Preconceito
pre.con.cei.to – sm (pre+conceito) 1 Conceito ou opinião formados antes de ter os conhecimentos adequados. 2 Opinião ou sentimento desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão. 3 Superstição que obriga a certos atos ou impede que eles se pratiquem. 4 Sociol Atitude emocionalmente condicionada, baseada em crença, opinião ou generalização, determinando simpatia ou antipatia para com indivíduos ou grupos. P. de classe: atitudes discriminatórias incondicionadas contra pessoas de outra classe social. P. racial: manifestação hostil ou desprezo contra indivíduos ou povos de outras raças. P. religioso: intolerância manifesta contra indivíduos ou grupos que seguem outras religiões.” (grifos meus).
Como fica claro, toda e qualquer manifestação preconceituosa tem a sua raiz na ignorância das pessoas sobre determinado assunto ou tema. E vivemos aqui no Brasil uma situação complicada, especialmente fora dos grandes centros, onde o Design e seus profissionais são alvos constantes dessa ignorância. E ele vem da sociedade, de outras áreas profissionais e o pior de todos: dos profissionais e acadêmicos de nossa própria área.
Da sociedade
Quem já não ouviu frases como “ah, você faz desenhos no computador”? Acredito que a maioria dos designers já trombaram com esta e outras frases que deixam claro o desconhecimento por parte das pessoas sobre o que é Design e o que um designer faz. Até mesmo dentro da própria família é comum isso acontecer. O ato de confundir o Design com a Arquitetura também é bastante comum porém, igualmente errado.
O problema aqui é que sempre que vemos matérias na grande mídia – seja esta digital, televisiva ou impressa – há equívocos apresentados como se verdade fossem. E, para um leigo da sociedade, ok. Se é isso que estão falando, amém. Porém o problema maior é que raramente estas mídias buscam entrevistar designers verdadeiros, com formação na área. Grande parte das matérias usam profissionais de outras áreas que acham que são designers só porque desenvolveram um ou outro mobiliário e saem falando absurdos que o mercado, por sua ignorante inocência, acaba assumindo como se verdade fosse.
Um exemplo clássico disso é o Lighting Design. Por mais que a área já tenha mais de 20 anos de desenvolvimento e conte com profissionais especializados é bastante comum profissionais sem conhecimento aprofundado em iluminação utilizarem este termo como forma de agregar valor aos seus projetos. No entanto, quando questionados sobre o que é o Lighting Design soltam respostas como: “É uma iluminação mais cênica.” (SIC). E o mercado acaba assimilando esta ideia de que o LD trabalha apenas com cenas programadas em equipamentos de automação residencial ou de efeitos visuais. Está totalmente equivocada esta informação, pois o LD trabalha desde o desenvolvimento de luminárias até as questões ergonômicas, de salubridade, segurança e informativas, qualidade da luz nos ambientes entre diversos outros aspectos antes de chegar à tal luz cênica. Aliás, a iluminação cênica é o berço do LD e muito de sua técnica é aplicada em projetos desenvolvidos por verdadeiros lighting designers.
Um exemplo?
Num bom projeto de LD o que importa é a qualidade da luz, a quantidade correta de luz para cada usuário e/ou tarefa. Num bom projeto de LD as luminárias raramente ficam visíveis por o que importa são as sensações que a luz irá provocar nos usuários. Assim como num palco de teatro onde você não vê os projetores, você apenas sente a luz – sem perceber – e como ela enriquece a cena.
De profissionais de outras áreas
Neste caso encontramos problemas variados que vão dos pré-conceitos aos preconceitos.
No caso dos pré-conceitos o problema é bastante similar ao citado no exemplo anterior, da sociedade. Resumem-se meramente à desinformação sobre o que é Design.
Já os preconceitos vêm daqueles que se julgam designers e não tem habilitação técnica específica na área. Seja como forma de se manter num nicho de mercado que encontraram, totalmente desregulamentado – portando “sem dono” – ou por mero melindre pessoal, já que não aceitam que existam outras pessoas mais criativas e capazes de solucionar problemas que eles. Estes são os mais danosos e perigosos. E sempre são estes que acabam falando bobagens nas mídias disseminando a desinformação sobre o que é Design e quem é ou qual o papel do designer na sociedade e no mercado.
Isso fica claro quando, ao mesmo tempo em que alegam que “são designers”, não sabem nem explicar o que é isso. Quando questionados, dão explicações vazias que confundem o Design com as suas áreas de origem. Quando falam sobre Design em mostras, especialmente, referem-se à esta área apenas como detalhes e equipamentos utilizados em seus projetos que fazem parte dos catálogos de lançamentos de seus patrocinadores como revestimentos, por exemplo.
Quando questionados sobre Ergonomia, sempre confundem com acessibilidade ou fazem uma verdadeira salada misturando as duas coisas e soltando respostas, por vezes, sem sentido, duvidosas e até mesmo equivocadas.
Entre os próprios designers
Sim, há preconceito dentro das universidades e no mercado de trabalho. Até pouco tempo atrás o Design de Interiores/Ambientes não era reconhecido pelos designers de outras áreas como uma área do Design. Alegavam que era decoração e que por isso era coisa da Arquitetura. Foi árdua a luta travada por diversos profissionais para conseguir mostrar a eles que sim, somos designers e a nossa raiz é o Design. Mas ainda hoje existem alguns que não aceitam.
Prova disso é que a nossa área só foi reconhecida oficialmente no NDesign (Encontro Nacional dos Estudantes de Design) em 2012, quando ganhou o devido espaço e reconhecimento na grade do evento. Já na Bienal Brasileira de Design a nossa área ainda não foi aceita. Preferem contratar cenografistas ou resolver da forma deles mesmos, a inserir a nossa área na Bienal, aproveitando para aprender mais sobre a nossa área além de mostrar ao público do que o Design de Interiores e Ambientes é capaz.
Mas dentro da academia ainda perduram o que alguns chamam de brincadeiras, mas que na verdade expressam preconceitos e pré-conceitos seja por parte de discentes e de docentes. Infelizmente essas atitudes não se resumem apenas à nossa área.
“Ah, ele partiu pra Produto porque não tem o dom da arte”, diz um gráfico.
“Ah, ele foi pra Gráfico porque é péssimo em desenho técnico” diz o de produto.
“Ah, Interiores é coisa de patricinha ou de fresquinho”, dizem alguns.
Estas são frases comuns nos corredores e, até mesmo, em algumas salas de professores. Se fossem Docentes, seriam decentes. Mas percebe-se que não passam de pseudos-professores (com “p” minúsculo mesmo, daqueles que não estão preocupados com a qualidade da educação e formação acadêmica). Isso nos mostra que ainda falta interação:
Entre alunos; Entre turmas do próprio curso; Entre turmas de cursos diferentes; Entre docentes; Entre disciplinas; Em trabalhos e pesquisas; Em eventos acadêmicos.
Não há interação, não há integração. Ficam todos fechados em seus mundinhos, observando e absorvendo apenas o que está em seu campo visual (aproximadamente 150° somando a visão central + a periférica) nos esquecendo dos 210° restantes, não percebendo, portanto, as possibilidades que estão à sua volta.
Tenho observado, em alguns eventos que ando participando, a realidade disso. Mesmo em eventos onde todas as áreas do Design estão presentes é comum perceber as panelinhas. Desde a baixa participação e interesse por palestras, oficinas e workshops de outras áreas até a interação entre os profissionais ou acadêmicos de especialidades distintas. Na realidade são poucos aqueles que já perceberam a importância de conhecer – ao menos o básico – sobre a outra especialidade, seja para não sair falando bobagens, seja para observar e absorver conteúdos e conhecimentos que possam ser aplicados em seus trabalhos e até mesmo, analisar como criar potenciais parcerias profissionais.
No entanto, vale destacar aqui que isso tudo acontece porque fomos programados assim. Duvida? Observe estas frases:
“Somos ricos, não se misture com “aquela gentinha”;
“Aquele menino não é uma boa companhia para você”;
“Não devemos nos casar com outro de jugo desigual”;
“Meu garoto! Esse vai ser garanhão, pegar muitas meninas e ter vários filhos”.
“A sociedade, que devemos participar, é apenas aquela à qual pertencemos”;
Atire a primeira pedra quem nunca ouviu ao menos uma destas ou outras carregadas de pré-conceitos e preconceitos sobre diversos aspectos de nossas vidas. Isso reflete claramente os padrões sociais que foram sendo formulados com o tempo e que, apesar do passar de tantos anos, ainda perduram em algumas mentes e são repassadas de pai para filho, de geração em geração.
O “não se misture” ainda permanece vivo nas mentes de alguns que insistem em não evoluir, infelizmente. Saia perguntando aos designers que você conhece “O que é Design?”. Não se surpreenda se constatar que cada um vai responder de acordo com a sua especialidade. O gráfico irá responder de acordo com a sua visão. O de produtos idem. O de Interiores idem e assim por diante. Poucos são os que conseguem ver o Design antes do designer.
Dificilmente um designer de moda conseguirá lhe dizer, com um mínimo de precisão, o que é Interiores. Provavelmente ele irá responder algo bastante próximo da Decoração. Assim como o inverso é verdadeiro.
Se você perguntar como Produto interage com Gráfico, a maioria não saberá responder com precisão.
Por acaso você sabe qual a relação e interação entre Moda e a sua área e quais as possibilidades de atuação conjunta entre vocês?
O que e como o pessoal de Gráfico pode aproveitar os conhecimentos de Interiores e vice-versa?
O que e como o pessoal de Produto pode aproveitar os conhecimentos de Interiores e vice-versa?
O que e como o pessoal de Games pode aproveitar os conhecimentos de Interiores e vice-versa?
Lamentavelmente este desconhecimento acaba afastando profissionais que poderiam trabalhar em parcerias gerando excelentes projetos, aumentando a qualidade dos mesmos bem como agradando ainda mais os clientes através dos resultados.
Portanto o que devemos fazer é acabar com os guetos, com este apartheid que ainda impera, mesmo que disfarçadamente, em alguns cantos. O Design é uma área em constante mutação e evolução como já demonstrei anteriormente quando citei as especialidades. Algumas já bem posicionadas e definidas e outras ainda em evolução.
Então, vamos evoluir?
Muitos alegam que o Design é uma área multidisciplinar. Porém, esta palavra significa que existe uma temática comum, mas não existe relação entre as disciplinas.
“Mais de uma disciplina; aparentemente, não tem relação uma com a outra; cada disciplina permanece com sua metodologia própria; não há um resultado integrado. Segundo Piaget, é quando a solução de um problema requer a obtenção de informações de uma ou mais ciências ou setores do conhecimento sem que as disciplinas evocadas sejam alteadas ou enriquecidas.”[2]
Eu sinceramente não consigo perceber o Design desta forma, trancafiado numa caixinha e isolado, contribuindo pouco ou nada com outras áreas. A produção do Design já tem mostrado que isso é uma inverdade. Acredito sim que esta é uma área transdisciplinar, que acontece quando há cooperação entre todas as disciplinas e interdisciplinar.
“Etapa superior a interdisciplinaridade; não atinge apenas as interações ou reciprocidades, mas situa essas relações no interior de um sistema total; interação global das várias ciências; inovador; não é possível separar as matérias.”[3]
Design é uma área totalmente híbrida e permeável. Ao mesmo tempo em que se apodera dos conhecimentos de diversas disciplinas (ou áreas), é capaz de encontrar erros e corrigi-los, alterar a forma de observar, analisar os problemas e propor soluções mais adequadas entre tantas outras possibilidades. Sim, o Design invade outras áreas. Mas nem de longe deseja assumir o papel destas. Não deseja pois sabe que pode contribuir com o desenvolvimento das mesmas sem precisar assumir um papel que não lhe cabe. Portanto, interdisciplinar.
Apesar de tantos designers, tantos “pensares” distintos… Todas são, antes de tudo, Design.
Todas as áreas do design interagem umas com as outras. Todas necessitam de conhecimentos das outras.
Saia de sua zona de conforto e comodismo.
Evolua!
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[1] Dicionário Michaellis.
[2] https://osmurosdaescola.wordpress.com/2011/07/06/multi-pluri-trans-inter-mas-o-que-e-tudo-isso/
[3] Idem.
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