O Projeto Design de Interiores Brasil (DIntBR) acabou de lançar seu primeiro material: o primeiro volume da Cartilha DIntBR.
Já está disponível para download através do blog do Projeto.
Clique na Imagem e baixe a sua!
Pois bem meus leitores, no momento atual em que a regulamentação profissional está em pauta, faz-se necessário novamente levantar alguns pontos sobre este assunto e apresentar dados reais sobre o que está acontecendo, de fato, com a nossa área. Mais precisamente, a forma antiética da atuação da Associação Brasileira dos Designers de Interiores Decoradores, doravante apenas ABD, nos bastidores deste processo.
Não é de hoje que lutamos por uma profissão regulamentada aqui no Brasil. Foram tentativas que infelizmente foram derrubadas:
1980 – PL n° 2946/80 – autoria Deputado Athiê Coury – arquivado em 1983;
1983 – PL n° 1055/83 – autoria deputado Celso Pessanha – arquivado em 1989;
1989 – PL n° 03515/89 – autoria deputado Meurílio Ferreira Lima – arquivado em 1993;
1989 – PL n° 6647/02 – autoria do deputado José Carlos Coutinho – arquivado em 2003;
2003 – PL n° 2621/2003 – autoria deputado Eduardo Paes – arquivado em 2007;
Observem que são mais de 30 anos de esforços na tentativa de regulamentar o Design aqui no Brasil. Das tentativas anteriores o que se pode observar basicamente são duas coisas:
A – a desinformação sobre a área que imperava na maioria dos parlamentares;
B – o forte lobby dos arquitetos agindo nos bastidores do Congresso Nacional.
O primeiro ponto (A) fica claro nos votos dos relatores e pareceres das comissões quando afirmam coisas mostrando que o entendimento deles sobre a área estava equivocada: tratavam Design como Artesanato.
O segundo ponto (B), no vídeo da ADG que apresento mais abaixo onde fica bem clara a existência dele e de sua força lá dentro.
Como todos sabem, atualmente tramitam no Congresso Nacional dois Projetos de Lei (PL) de regulamentação de profissões de Design, à saber:
– O PL 1391/2011 de autoria do Deputado Penna que regulamenta a profissão do Designer contemplando todas as áreas, menos a nossa. Este PL já está na última Comissão e tem todas as possibilidades de ser aprovado, finalmente, e ir para a sanção presidencial.
– O PL 4692/2012 de autoria do Deputado Ricardo Izar que regulamenta a área de Design de Interiores, projeto este feito pela ABD e que, em vários aspectos, minimiza a área apenas ao objeto arquitetônico além de diversos outros problemas que este não trata. (farei um adendo à isto no capítulo 2, abaixo).
Isso se deve à ingerência e arrogância da ABD ao se achar no direito de “falar em nome de todos os profissionais”, inclusive aqueles que não fazem parte de seu quadro de associados que, diga-se de passagem, é a maioria esmagadora dos profissionais habilitados aqui no Brasil.
Tudo aconteceu na primeira reunião da comissão formada por designers de varias áreas e de renome nacional (Van Camp, Harsi, Porto entre outros), que se uniram em prol da regulamentação para estudar e elaborar um texto base (minuta) que servisse para o futuro PL de regulamentação.
Nesse contexto inicial, foram chamadas as associações profissionais para fazer parte da comissão. Mesmo com protestos de diversos profissionais de Design de Interiores (ainda na época do Orkut), alguns membros da comissão resolveram manter a ABD como integrante da comissão e não abriram a possibilidade da participação de uma única voz discordante da ABD lá dentro.
Um aparte: a ADG, ADP e outras associações de design atuam dentro de suas áreas específicas respeitando-as e construindo-as. É bastante raro perceber, mesmo na web, vozes dissonantes ou contrárias às mesmas com dados precisos e contundentes. Fato este que não ocorre com relação à ABD: ela sempre foi alvo de graves críticas, desmascarada em ações nada éticas e, principalmente, nunca ouviu realmente o que os profissionais habilitados falam. Até mesmo os associados reclamam que nunca conseguem ajuda alguma desta associação, especialmente jurídica e de relações de mercado.
Este fato pode ser observado neste vídeo do “Encontro ADG: Sobre a Regulamentação do profissional de Design”, nas palavras do designer Ernesto Harsi que diz, com todas as letras, os motivos da área ter sido retirada do PL. A partir dos 30 minutos começa a parte que ele deixa isso bem claro. Sobre a ABD, está a partir do minuto 32:20m.
http://www.ustream.tv/recorded/22297935
Para mascarar tudo isso, vez ou outra a ABD lança umas “pesquisas de mercado” em seu site. Porém, comodamente, ela não toca nas questões que são as mazelas do mercado. Assim é fácil passar a impressão que a profissão é um “mar de rosas”, que a profissão é magnífica e que todos vão sair nas revistas de alta circulação e mídias além de ficarem ricos. E, quando aparece alguma outra pesquisa levantando assuntos espinhosos e sérios, tentam desqualifica-la.
Vale lembrar que a ABD significa na realidade Associação Brasileira dos Decoradores. Quando a área de Design de Interiores/Ambientes começou a ganhar espaço na mídia e status no mercado (na gestão da Brunette Fracaroli), numa reunião fechada da diretoria eles resolveram alterar a denominação para Associação Brasileira dos Designers de Interiores.
Mas vale ressaltar que a ABD é uma associação multiprofissional: ela agrega basicamente três profissionais entre seus associados:
Os decoradores, dos quais muitos deles são oriundos daqueles antigos cursos de curta duração que eram oferecidos por instituições como Senac, por exemplo. Observa-se que, considerando este aspecto, nem de longe chega perto da amplitude formativa do Design de Interiores/Ambientes.
Poucos decoradores oriundos dos primeiros cursos superiores da área que são o início da implantação (tardia se comparada aos outros países) da área de Design de Interiores/Ambientes no Brasil.
Os arquitetos decoradores, como aqueles profissionais que não trabalham – ou pouco trabalham – com arquitetura, mas que também não tem formação ou especialização alguma em Design de Interiores/Ambientes e que encontraram na área de Design e Decoração um excelente filão a ser explorado com interesses financeiros.
E finalizando, os designers que são formados por escolas técnicas ou superior, devidamente habilitados em Design de Interiores/Ambientes.
Ou seja, ela não é nem nunca foi uma associação exclusiva da área de Design de Interiores/Ambientes.
Abaixo, apresento uma tabela quantitativa de associados que fiz com base nos dados levantados por mim no site da própria ABD no dia 06/03/13, na seção “Guia de Designers”:
Vale aqui ressaltar alguns pontos interessantes encontrados nessa lista:
* Estados onde percebi nomes duplicados sejam como estudante/estudante, estudante/profissional ou profissional/profissional ou ainda, todas as duplicações exemplificadas.
** Acreditem, o único estudante cadastrado está duplicado
*** Pelo numero elevado de associados me poupei de contar tendo de fazer a seleção visual na lista buscando identificar entre profissionais e estudantes cadastrados e misturados sem a possibilidade de filtrar os resultados. Porém percebe-se uma alta quantidade de nomes duplicados (mais de 40 numa rápida olhada em menos da metade da lista completa do estado).
De acordo com o site da ABD no dia 13/03/2013, há um total de associados de 2.773. No entanto, estima-se que hoje existam mais de 30.000 profissionais habilitados formados na área aqui no Brasil atuando nos mais diversos setores do mercado: lojas, escritórios próprios, empregados em escritórios de outros profissionais, indústrias, Instituições de Ensino Superior e Técnico entre outros.
É bastante comum vermos notícias da ABD alegando que o quadro de associados vem crescendo “vertiginosamente”. Em 2012 li matérias onde a ABD ora alegava ter 8.000, em outra anterior eram 9.000, no final do ano somavam 10.000 associados. Estamos em 2013 e o site da associação (recentemente totalmente reformulado e atualizado segundo a própria associação) mostra números bem diferentes.
Alegarão o que sobre esta discrepância? Seja o que for eu acredito mesmo é na ineficiência e desorganização da associação. Como pode uma associação crescer assim enquanto suas regionais fecham as portas? Isso é informação de fonte segura. Mas, mesmo com o hipotético numero de 10.000 associados, não cabe representatividade legal por não ser uma associação exclusiva.
Por ser esta uma associação multiprofissional, em nome do bom senso e da ética de mercado, ela deveria apresentar corretamente os associados deixando clara a sua formação. Entretanto, ela prefere afirmar que todos são designers, incluindo os ainda estudantes, lançando-os todos dentro de um mesmo balaio alimentando, assim, a desinformação sobre a área.
Não se sabe quantos arquitetos fazem parte dessa lista, nem quantos são os decoradores e muito menos quantos designers devidamente habilitados estão ali escondidos. E os ainda estudantes, aparecem em seu site como DESIGNERS!!!!
Claro, se ela fizer esta distinção entre os profissionais associados será obrigada a fazer a correta separação e consequente divulgação das barreiras profissionais, segmentando seus associados em grupos específicos. Isso fatalmente levaria vários profissionais que ali estão associados, já com anos de carreia, a serem impedidos de realizar determinados trabalhos por não serem devidamente habilitados para tal. Incluindo diretores.
Também devo salientar que a ABD jamais terá coragem de enfrentar os desmandos e abusos cometidos pelo CAU, CREA e outros órgãos ligados à Arquitetura e à Engenharia contra os profissionais de Design de Interiores/Ambientes. Na verdade ela somente se mexe quando estes órgãos atingem algum dos diretores, como foi o caso da Fabianne Brandalise(que era diretora regional do PR), de Curitiba, que se viu envolvida num mal estar com arquitetos provocado por um erro de uma jornalista. Um dos problemas corriqueiros no mercado de trabalho que afeta muitos profissionais e que, apesar das denúncias – incluindo de associados – a ABD sempre fazia “vistas grossas” e nunca agia na defesa destes.
Outro fator que devo salientar para deixar claro a não representatividade da ABD sobre a área de Design de Interiores/Ambientes é a sua consciente ignorância sobre a mesma. Observem este vídeo que a ABD lançou anteontem (12/03/13) em sua página do facebook:
É o programa Transforma Decor de Vitória-ES. Na entrevista, a atual presidente Renata Amaral descreve a profissão e também o Jéthero em sua fala faz alguns complementos.
Perceberam como a ABD amarra a área exclusivamente ao objeto arquitetônico?
Para esta associação, Design de Interiores/Ambientes é somente isso: aquele profissional que visa melhorar a casa, a loja, o escritório. Duvida ainda? Olhem o que diz o site da associação:
“O que é?
(…)
Um projeto de interiores deve considerar a estrutura do edifício, sua localização, o contexto social e legal do uso e o respeito ao meio ambiente. A criação exige uma metodologia sistemática e coordenada que inclui pesquisa e levantamento das necessidades do Cliente e sua adequação às soluções estruturais e de sistemas e produtos.”
“Especialidades
Designers de interiores podem ser especializados em um ou mais segmentos de atuação, sejam eles residenciais ou comerciais.
Residencial – Projetos de interiores para casas e apartamentos, novos ou reforma, localizados no campo, na cidade ou na praia, com intervenção em salas, cozinhas, banheiros, dormitórios e outras áreas. Para elaborar um projeto de interiores na área residencial estuda-se os hábitos dos indivíduos habitantes do espaço, como desejos aspiracionais e de relacionamento entre os membros da família, e as condições do edifício. Aspectos técnicos como elétrica, hidráulica e outras condições precisam ser avaliadas com atenção nos projetos residenciais
Comercial – Na área comercial, as exigências associadas à performance econômica são mais importantes e devem ser consideradas, ainda, questões como segurança, normas e regulamentos para cada segmento. Muitos designers de interiores são especializados em diversos campos do design comercial:
– Entretenimento: Emprego de avançadas tecnologias na concepção de espaços tais como: salas de cinema, teatros, casas de espetáculo, museus, galerias de artes, clubes de música e jogos etc.
– Saúde: Ambientes desenvolvidos sob rígidas condições de operação que abrigam clínicas, ambulatórios, consultórios médicos e dentários entre outros.
– Hospitality: Espaços destinados a prestar serviços ao público, como restaurantes, hotéis, auditórios, centros de convenções, night clubs etc.
– Escritórios (ou Espaços Corporativos): Instalações para acomodar colaboradores, dentro de exigências de conforto e saúde, em empresas de qualquer porte ou ramos de atuação.
– Varejo: Planificação de lojas, supermercados, shoppings centers, showroons, padarias e outros espaços destinados à comercialização de produtos e serviços.”
Eles não falam sobre isso, pois simplesmente não conhecem a área em sua essência, em sua amplitude, em sua complexidade e abrangência. Existem muitos associados – incluindo diretores – que não tem formação em Design. Portanto, são incapazes de projetar outros espaços/ambientes como, por exemplo, uma aeronave. Logo, não são na verdade Designers de Interiores/Ambientes.
Fui usado de diversas formas pela ABD na tentativa de calar-me e nisso inclui-se o fato de membros desta associação se aproximar de mim passando-se por “amigos”.
Um exemplo disso é o diretor Jéthero que, após diversas trocas de e-mails PARTICULARES entre eu e ele, estes foram apresentados abertamente numa reunião de diretoria (tenho testemunhas lá dentro que presenciaram o fato e estão dispostas a testemunhar sobre o ocorrido caso necessário).
Num momento anterior a isso e importantíssimo sobre essa situação é que, na última conversa que tive com o Jéthero por telefone (quando aguardava a conexão de vôo em São Paulo para Londrina no retorno do NDesign 2012), ele me falou que os planos da ABD eram regulamentar a área separadamente para inseri-la dentro do CAU!!!
É!!! Eles não querem um Conselho Federal próprio. É mais fácil eles se manterem no poder dentro do CAU (com diretorias indicadas) de quem já são muito amigos que num Conselho próprio onde há eleições que não podem ser manipuladas com tem sido as da ABD.
Já temos problemas demais com alguns arquitetos que não nos aceitam (incluindo autoridades do CAU) e ainda querem nos enfiar lá dentro?
Seremos o que afinal de contas? O mesmo que os arquitetos foram por anos dentro do CREA? Massacrados, sem voz, sem preferência, sem tudo? Foram estes problemas que os levaram à alforria e à criação do CAU, separando-se definitivamente dos engenheiros para que pudessem cuidar decentemente da Arquitetura. Viviam num Conselho onde existiam “50 tons” de Engenharia (especialidades) e “2 tons” de Arquitetura (Arquitetura e Urbanismo). Óbvio que eram voto vencido. Uma batalha inglória e injusta.
Vale ressaltar aqui a visão tosca que o sistema CREA/CONFEA tem sobre a área de Design de Interiores. Até hoje o sistema CREA/CONFEA não aceita o registro de profissionais de Design de Interiores com nível superior. Aceitam apenas o registro se este for de nível médio (técnico) e de acordo com as legislações internas, as atribuições profissionais são apenas aquelas relativas à Decoração. Não consegui ainda encontrar nada do CAU sobre o assunto, mas duvido que haja diferença nesse discernimento sobre Design de Interiores/Ambientes uma vez que estas legislações do sistema CREA/CONFEA foram feitas dentro da Câmara de Arquitetura do CREA, antes da existência do CAU.
E como se não bastasse tudo isso, esta associação age de maneira mafiosa. É bastante comum as empresas oferecerem aos profissionais programas de benefícios. Alguns pagam as promíscuas RTs, outras premiam os maiores especificadores com viagens e outros prêmios. Porém o que vemos em grandes redes como a Tok & Stok, Etna, Leroy Merlyn e tantas outras lojas grandes e importantes é a exigência da associação à ABD para poder fazer parte dos programas. Há também mostras e até mesmo concursos que exigem a associação.
Mas isso é CRIME!
A ABD não tem representatividade e tampouco poder legal de um Conselho Federal para impor estas restrições no mercado ou qualquer norma sobre a área. Ela força a reserva destes benefícios e direitos apenas para seus associados.
Também levanto a questão do desrespeito com todos os profissionais de Design envolvidos direta e indiretamente na elaboração e tramitação do PL 1391/2011 que regulamenta o Design. É fato que o Design ainda não é compreendido corretamente por alguns parlamentares. Até mesmo na tramitação deste PL houveram algumas confusões de conceito, como as já demonstradas no inicio e a ADEGRAF teve que trabalhar muito lá em Brasília esclarecendo os parlamentares que ainda tinham dúvidas sobre a área.
Porém, quando encaminhei o e-mail ao Jéthero (aquele entre eu e ele que ele apresentou à toda a diretoria) dizendo que nós (diversos designers que mantenho contato e que me seguem nas redes sociais e aqui em meu blog) não apoiaríamos o PL deles e que daríamos apoio integral ao PL do Design o que a ABD fez?
Mostrou a verdadeira face: arrogância, prepotência, desrespeito e egoísmo.
No desespero de perder o suposto poder que acreditam ter, enfiaram o PL deles dentro do Congresso Nacional cientes que esta confusão de conceitos e entendimento sobre Design poderia levar todo o trabalho feito até aqui pró-regulamentação do Design pelo ralo, atropelando todos os que outrora chamaram de amigos e deram tapinhas nas costas (a comissão do Design e associações envolvidas).
Oras, um deputado que ainda tem dúvidas sobre o que é Design certamente irá pensar:
“Mas o que é isso? Acaba de passar um PL por aqui sobre Design e agora vem mais um?”
Isso irá acontecer até mesmo com os que já são esclarecidos com relação ao tema e, fatalmente poderá atrapalhar o andamento do PL do Design isso se não chegar a parar a sua tramitação e, mais uma vez, vermos todo o árduo e competente trabalho desenvolvido por uma equipe séria ser desmantelado por mero egoísmo de um grupinho.
Não podemos permitir que isso aconteça.
É jogo sujo demais por trás de uma fachada bonitinha.
Com isso tudo exposto fica então a questão:
Que representatividade legal é essa que ela diz ter para “falar e agir em nosso nome”?
No meu ponto de vista, NENHUM!!!!
Portanto, diga não ao PL 4692/2012 da ABD.
Encaminhe e-mails aos deputados de seu estado rejeitando este PL.
Encaminhe e-mails ao deputado Ricardo Izar (dep.ricardoizar@camara.leg.br) rejeitando este PL.
Encaminhe e-mails à relatora Dep. Andreia Zito (dep.andreiazito@camara.leg.br ) rejeitando este projeto.
Encaminhe e-mails aos deputados da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público rejeitando este PL. Para saber quais são os membros acesse este link que irá aparecer uma lista de membros por partido. É essencial que todos os deputados desta comissão recebam e-mails rejeitando o PL da ABD. http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/ctasp/conheca-a-comissao/membros
Mas só rejeitar não adianta.
Temos de dar apoio ao PL 1391/2011 que está atualmente na CCJC – Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Aqui está a lista dos membros desta Comissão: http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/ccjc/conheca/membros
Além de apoiar o PL 1391/2011, devemos apresentar o nosso desejo de que a nossa área seja inserida no referido PL após a sanção presidencial, através de emenda.
Isso é fácil de se fazer, rápido, justo e ético.
Caso você não goste de escrever ou tenha dúvidas sobre o conteúdo do texto para encaminhar aos deputados, copie o link deste post e encaminhe aos deputados apresentando-se como profissional da área e solicitando que eles leiam com atenção este post.
Faça a sua parte!!!!
O Design brasileiro agradece!!!
Dias atras aconteceu mais um vez um problema recorrente, creio, não só comigo: clientes pedindo projetos com prazos curtíssimos. Já faz tempo que quero escrever sobre isso e sempre fico protelando. Mas vamos lá, vou relatar o que aconteceu.
Recebi na terça feira (11/09) um e-mail de um diretor de uma instituição pública. Nesta instituição existe um espaço do qual ele é diretor que necessita de uma readequação, especialmente na parte de iluminação. Um excelente projeto, com muita visibilidade.
Para tal, ele necessitava de especificações e orçamentos para encaminhar aos gestores para verificação da possibilidade de liberação de verbas para a execução do projeto.
Iniciados os contatos, tudo correndo bem até que ele me revelou o prazo para entrega do material: até dia 19/09/2012.
IMPOSSÍVEL!!!!
É humanamente e tecnicamente impossível realizar este trabalho num prazo tão curto.
Humanamente pois estou com minha agenda abarrotada, já comprometida até a metade de outubro com outros projetos.
Tecnicamente, pois as empresas demoram vários dias para responder orçamentos, especialmente de um projeto com equipamentos bem específicos para iluminação de obras de arte. Só este fator já estoura o prazo definido por ele.
Por sorte, este cliente é bem esclarecido, consciente e entendeu o porque de minha recusa para o projeto neste momento.
Outro fator que pesou na recusa é que para especificar adequadamente os equipamentos, eu teria de projetar. Pelas dimensões dos ambientes, não dá para supor que esta luminária com aquela lâmpada irá atender às necessidades e resolver os problemas. Para esta definição, faz-se necessário o projeto que é onde iremos analisar, testar, re-testar, alterar, 2D, 3D, softwares de iluminação, catálogos e mais catálogos afinal, não quero meu nome atrelado a um projeto mal resolvido através de suposições.
No entanto, este ato de projetar somente seria remunerado caso os gestores aprovassem o projeto. Se não aprovassem, eu teria trabalhado em vão. Expliquei isso a ele que entendeu perfeitamente a situação e me solicitou um orçamento de projeto para ser analisado pelos gestores e, caso aprovado, futuramente a contratação de meus serviços e a execução do projeto.
Como coloquei no início deste post, este é um problema bastante comum que enfrentamos no dia a dia. Os clientes pensam que somos mágicos e conseguimos projetar e executar uma obra num estalar de dedos ou num piscar de olhos. Afinal, muitos tem a visão tosca de que fazemos “apenas uns deseinhos”, é fácil.
O problema, por outro lado, tem raízes também dentro dos profissionais. Existem muitos por aí que tem “projetos de gaveta” e acabam aceitando esse tipo de coisa. Mas vale explicar o que são esses tais projetos:
Um projeto de gaveta é aquele projeto que você fez para um determinado cliente e que ficou bom. Aí, você o deixa numa pasta separada. Uma hora ou outra vai aparecer um cliente com um ambiente semelhante, com os mesmos gostos e aí é só ajustar o layout dentro do espaço. Fácil assim não é mesmo?
E engana-se quem pensa que isso acontece só na nossa área. Conheço arquitetos que tem projetos de gaveta também. Engenheiros idem.
O pior é que, por não precisarem “trabalhar” para projetar, esses “proficionals” cobram uma ninharia dos cllientes. Por isso vemos alguns com uma quantidade espantosa de clientes tendo conhecimento que a qualidade de seus projetos é no mínimo, duvidosa.
Sem contar que, por cobrarem mais barato, estes profissionais são os que mais prostituem o mercado com as RTs.
Assim, como explicar a um cliente que você não consegue projetar num prazo tão enxuto enquanto ele aponta outro profissional que afirma conseguir fazer?
Explique a situação, seja honesto mesmo que tenha de “queimar” o outro profissional esclarecendo sobre esses projetos de gaveta, que são a única forma possível de realizar um projeto em seis dias (como no caso exemplificado no inicio).
É anti-ético, imoral e desrespeitoso com os colegas de profissão, com os clientes, com o mercado.
Mas, como diz o ditado, quem está na chuva é pra se molhar… Sim, nos molhemos então, mas deixemos esses profissionais sem noção ensopados e atolados em sua propria lama.
Por isso é urgente que a regulamentação profissional aconteça. Mas uma séria e exclusiva para os profissionais devidamente formados em Design de Interiores/Ambientes, não a palhaçada que a ABD está tentando fazer.
O mercado e a nossa classe profissional não precisa de gente assim.
É bastante comum a confusão entre o que é arquiteto, decorador, designer de interiores e designer de ambientes. Pela pouca produção teórica específica na área que mostra-se incipiente e também por poucos profissionais dispensarem alguns momentos para pensar a profissão por estarem sempre enfiados em projetos e mais projetos, vivemos em meio a este turbilhão de desinformação. Precisamos pensar a nossa profissão de maneira coerente, séria e ética. É isso que proponho com este texto.
Há anos cobramos da ABD uma definição que, pelas praticas desta associação, constata-se uma forte resistência a esta definição correta. Buscam então impor a desinformação, sem qualquer possibilidade de diálogo.
Já escrevi em meu blog “Design: Ações e Críticas” sobre as diferenças básicas neste post e também neste outro. Mas vou ser mais profundo, crítico e prático sobre o assunto.
Atenção: Nem de longe pretendo aqui desmerecer ou desqualificar a arquitetura, que fique muito claro isso. Quem entender assim o fará por pura deturpação de meu texto, baseado em sua visão corporativista. Então muito cuidado com a interpretação do conteúdo deste texto. Vale lembrar que:
“Eu sou responsável pelo que escrevo, penso e falo. Nunca pelo que você entende de maneira distorcida”.
Existe um ditado no meio profissional que afirma:
“Todo arquiteto é designer e nenhum designer é arquiteto”.
Calma lá, as coisas não são bem assim. Não podemos admitir que “todo arquiteto é designer” de forma leviana como vem sendo pregado. As coisas não são bem assim. Então vamos colocar os pingos nos “Is”.
Essa linha de raciocínio vem dos catedráticos que impõem leis por eles ditadas ou replicadas como se fossem verdades absolutas e que ninguém, nunca, deve ousar questioná-las. Porque é Vitruvius (sem bem que este coitado é mais distorcido que Marx nas interpretações e releituras), Gropius ou qualquer outro “deus” da arquitetura, é inadmissível refutar e muito menos ousar tentar derrubar qualquer uma de suas teorias. Teorias estas que são repassadas de geração em geração da mesma forma como um cabresto. Devemos aceitar que nos enfiem goela abaixo, mesmo que forçado, tudo isso sem questionar absolutamente nada. Porém vale lembrar que eles são meros humanos, pensantes, como eu, você e qualquer outro. Não foram, não são e tampouco serão deuses. As praticas, formas de pensar deles relacionam-se com o seu momento, o seu tempo, o seu contexto histórico, com as suas necessidades. Se vivessem hoje, teriam certamente outra forma de pensar. E nas academias, de um modo geral, teorias não devem ser contestadas.
O equivoco hermenêutico é desconsiderar o tempo e o espaço em que se insere um determinado autor. Só há espaço para pensar o novo se for relacionado a tecnologias.
Em primeiro lugar, a academia de arquitetura e os profissionais devem parar de colocar que tudo, desde a criação é arquitetura. Isso é uma mentira debochada e leviana. Ah, o homem de neanderthal, numa caçada encontra-se repentinamente em meio a uma tempestade e não tem onde abrigar-se. Pega então três galhos, joga umas folhas por cima e voilá: é arquitetura!
Não mesmo. É uma barraca e arquitetos não projetam barracas nesse sentido. Isso é produto. Arquitetura é fixa, é estrutura, é construção. Não a carregamos nas costas para onde vamos.
Portanto, nem todo arquiteto é designer. Alguns – muito poucos – podem vir a serem sim. Mas apenas por receber seu diploma de arquitetura não. Nenhum arquiteto sai da universidade como designer, com conhecimentos específicos sobre a área que o enquadrem como Designer. Ter tido em sua matriz curricular disciplinas como História do Design ou desenho e detalhamento de móveis não o tornam designers. Design é tão complexo em sua especificidade quanto a arquitetura, tanto que os cursos são tão longos quanto os de arquitetura. Apenas aqueles que buscam especializar-se e atuar especificamente com Design podem ser reconhecidos como tal. O restante, são arquitetos.
Em segundo lugar, ainda corroborando o parágrafo acima e apenas para lançar um breve exemplo disso, o desenho e detalhamento de móveis ensinado nas faculdades de arquitetura nem de longe se aproxima da mesma disciplina ensinada nos cursos de Design. Na arquitetura ficam basicamente na forma, função e estética (não necessariamente nessa ordem). Os desenhos são geralmente um esboço do que foi idealizado. As soluções técnicas construtivas ficam a cargo dos marceneiros que definirão e solucionarão a resistência dos materiais, ferragens (pregos, parafusos, dobradiças, corrediças, etc), processos de montagem. Nenhum arquiteto sai da universidade consciente do que é um desenho industrial e capaz de fazê-lo de tal maneira que possa ser inserido na central de controle de uma linha de produção para que o produto saia na última máquina pronto, sem falhas ou interrupções. Nem mesmo os ciclos do processo produtivo e de vida do produto são ensinados. Portanto, não é Design.
Os arquitetos de formação são na verdade arquitetos-decoradores, nunca arquitetos designers de interiores por estas e várias outras situações que poderia elencar neste post. Mas ainda vale lembrar que sim, Decoração nasceu dentro da arquitetura, mas em seu início não era feita por arquitetos. Ou será que o primeiro neanderthal que resolveu usar uma caverna como abrigo ocupando seus espaços tinha feito uma faculdade de arquitetura? Sabemos piamente que não. Então porque este processo não pode também ser admitido como o princípio do Design de Ambientes? Porque não se pode questionar isso? Devemos nos lembrar também que dos primeiros arquitetos reais até bem pouco tempo atrás, eles cuidavam da estrutura, da edificação, da construção, de seu impacto no entorno, das cidades. A parte interna, decorativa, geralmente era feita por pessoas de bom gosto. Os mobiliários, projetados e confeccionados por marceneiros (artesãos). E nenhum deles eram arquitetos.
Mas prefiro aproveitar o espaço do presente texto para esclarecer corretamente porque Design de Ambientes tem sua raiz no Design e não na Arquitetura.
Como não temos a intenção de projetar e tampouco construir edificações e tampouco este é o nosso foco, não temos o menor interesse em sermos reconhecidos como arquitetos. Portanto, não cabe a acusação de que tentamos invadir a arquitetura.
Já a idéia de que Design de Interiores (doravante, Designer de Ambientes ou Design de Ambientes) é uma “evolução” da decoração – inclusive a ABD prega isso como regra – precisa ser desmentida pois trata-se de uma falácia maldosa e sem sustentação teórica alguma.
Nem de longe aqueles antigos cursos de curta duração (poucos dias) tem algo a ver com Design de Ambientes. Na verdade, a Decoração é apenas uma pequena parte dentro do Design de Ambientes e da Arquitetura. Como já expliquei aqui em meu blog, Decoração é o ato de coordenar panejamentos, revestimentos e acessórios com a intenção de embelezar os interiores. Não deve ser negado o fato de que estes cursos antigos eram freqüentados essencialmente por madames que buscavam conhecimentos para melhorar esteticamente as suas próprias residências ou para ocupar o seu tempo ocioso. Poucos estudavam para aprender uma nova profissão e trilhar este caminho. Tanto que os decoradores – e nós também – sofrem até hoje com o estigma de que “isso é coisa de madame que não sabe o que fazer na sua vida” ou “isso é meramente um hobby e não uma profissão”.
Também devo ressaltar a questão da especificação: decoradores especificam móveis prontos e no máximo lançam escopos de algo mais personalizado, mas não fazem a menor idéia de como desenvolver o projeto de um móvel e desconhecem os processos envolvidos. Sempre são peças únicas e/ou adaptadas de outros projetos. Outros detalhes que deixam claro essa diferença: nos cursos de decoração não eram ensinados projetos hidráulicos, elétricos, sistemas prediais, ergonomia, segurança entre vários outros elementos que a Arquitetura e o Design de Ambientes utilizam em seus projetos. Também vale ressaltar que o processo projetual na Decoração coloca a estética/estilo/bem-estar antes de elementos muito mais importantes como os estudos de levantamento, detecção e soluções para o problema, função, formas e meios de produção entre outros.
Portanto não, Decoração não é o mesmo que Design de Ambientes. É apenas uma pequena parte dele e da Arquitetura.
Chegamos finalmente ao Design de Ambientes.
Eu me recuso a utilizar o termo Interiores e uso Ambientes. Explico o porquê:
O termo “Interiores” vem do nascimento desta profissão e que, infelizmente, foi elaborada e pensada nas universidades essencialmente por arquitetos. Especialmente aqui no Brasil. poucos foram os designers – das diversas áreas – que tiveram acesso a esse processo de pensar a profissão. Tanto é verdade que até hoje a maioria dos docentes dos cursos são arquitetos, incluindo disciplinas específicas em Design onde, também a maioria, não tem qualquer especialização ou conhecimentos específicos no assunto. Isso atrapalha e engessa desde o pensar até a definição e evolução para chegar à informação correta, à acreditação e visibilidade da profissão. Muitos debocham de seus alunos com relação à escolha da profissão denegrindo-a. Outros tantos estão ali não por amor à educação mais por interesses pecuniários do que propriamente reconhecer o valor do profissional que está sendo formado dentro de um currículo. Estão distantes do que propõe a proposta curricular do curso onde são docentes.
Longe de desmerecer a atuação docente dos arquitetos dentro dos cursos de Design de Interiores/Ambientes, o correto, coerente e ético é que eles permaneçam no corpo docente, mas apenas em disciplinas de sua alçada: sistemas prediais, sistemas estruturais, desenho arquitetônico, história da arquitetura, restauração, etc. Deixando a parte relativa ao Design, com docentes da área do Design. Até mesmo iluminação é interessante deixar nas mãos de um designer afinal, já tem especialistas no assunto no mercado.
Isso também tem a ver com as distorções detectadas em praticamente todos os cursos de Design de Interiores e a própria nomenclatura que leva-me a acreditar que essa escolha foi proposital. É comum alunos ouvirem de seus professores arquitetos que o curso é de “interiores”, portanto nada que estiver para fora das quatro paredes (exterior) podemos mexer.
Se um cliente contrata um designer e o ambiente é composto por um living com uma varanda anexa, insistem que o designer não pode atuar na varanda por ser um ambiente externo. No entanto não reclamam de um artista plástico faz uma intervenção numa fachada.
Incoerente isso.
Esse tipo de atitude levanta muralhas psicológicas no acadêmico que permanecerão durante sua vida profissional cerceando a sua capacidade criativa e conseqüente produção. E são impostas como leis irrefutáveis.
Outro ponto importante é que os arquitetos lidam essencialmente com arquitetura e tem seu foco mercadológico nessa área. Com isso, as disciplinas de projetos ficam na maioria das vezes focadas apenas em interiores residenciais e comerciais. Esquecem-se, no entanto, que existem muitos outros segmentos em que o designer de ambientes pode e deve atuar. Na verdade reafirmam veementemente que a atuação resume-se aos projetos de interiores. Percebe-se claramente que a exigência na elaboração dos projetos impõe tendências, peças de design assinado ou os clássicos em suma, um arranjo de coisas prontas, bonitas e organizadas que são mais decoração que design.
Afirmo isso pois é inadmissível um paradigma que enjaula e engessa todo o conhecimento de um designer de ambientes – seja por corporativismo ou qual motivo for – entre quatro paredes permaneça intocável, como se fosse um baluarte santificado.
Se aprendemos a projetar um banco para uma residência, porque não podemos projetá-lo para uma praça? Se aprendemos paisagismo, porque aprisionar o nosso conhecimento em jardins de inverno ou vasos no interior? Só porque o nome do curso é Interiores?
Creio que seja por causa do desconhecimento que estes tem sobre o que é DESIGN. Muitos acham que sabem o que é Design quando na verdade tem apenas uma vaga idéia, e bastante distorcida. E vemos constantemente na mídia provas disso. Outros tantos o fazem pela visão errada de que estamos invadindo áreas o que também é uma falácia em que acreditam. Se formos por esse caminho, arquitetos invadem a área da engenharia civil e aí como fica?
Podem também alegar os Designers de Produto que estamos invadindo a área deles? Sim em partes, pois o projeto de um móvel feito por um profissional de produto tem um estilo seriado e industrial ou seja, comercial. O de ambientes faz o mesmo projeto de produto, porém consegue captar necessidades, peculiaridades e personalidade das pessoas e adaptá-las na seriação de maneira que possa ser também vendável e rentável respeitando igualmente todo o ciclo de produção e vida do produto final. E não, afinal nossa raiz é a mesma: o Design.
Não somos e tampouco queremos invadir. Nosso foco é outro completamente diferente.
Porém não podemos deixar de contribuir, somar.
Na verdade esta é a meta de todas as profissões: contribuir para a construção de um mundo melhor, mais justo, mais seguro, mais humano, mais viável, mais prático, mais belo, mais ético. E nenhuma, absolutamente nenhuma profissão é capaz de realizar isso sozinha. Todas dependem direta ou indiretamente umas das outras.
E o Design está em tudo, em todos os lugares, em todas as áreas e tem muito a contribuir com todas as outras profissões e a sociedade. E estamos aqui exatamente para isso.
E, antes de sermos designers de ambientes, devemos nos lembrar que nossa raiz está no Design.
Portanto, passemos a utilizar a nomenclatura mais adequada: Design de Ambientes como profissão; designer de ambientes como profissional.
Pois é nobres colegas de profissão, mais um ano se passou e pouca coisa mudou.
– Continuamos com um mercado prostituído.
– Continuamos com profissionais prostitutos.
– Continuamos tentanto explicar o que é Design.
– Continuamos enfrentando o descaso de profissionais em questões sérias relativas ao mercado.
– Continuamos com a falta de compromisso dos profissionais com a profissão.
– Continuamos com a fileira regulamentista quase sem novas adesões por mero comodismo ou umbiguismo.
– Continuamos com associações degladiando-se para ver quem vai ser o rei no futuro Conselho Federal de Design – talvez daí a necessidade da ABD não juntar-se ao grupo sério que busca a regulamentação do Design: para não perder o troninho que acham que tem, não perder a suposta majestade.
Porém demos um passo importantíssimo este ano: finalmente conseguimos colocar (mais um) Projeto de Lei (PL) de regulamentação dentro da Câmara dos Deputados.
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Sim, temos de comemorar e muito essa vitória pois todos sabemos que aquela casa somente funciona na base do lobbie ou seja: quem dá mais.
Mas sempre tem alguma alma boa (difícil encontrar mas tem) que não está vendido ao capeta. Sim, digo isso pois uma vez entrei em contato com vários parlamentares para falar sobre a regulamentação e, geralmente as respostas eram de que não poderiam ajudar. Porém um deputado me respondeu que ja “estava comprometido com a causa dos arquitetos (CAU)”. Questionei então se este comprometimento era sério ou se era baseado em troca$$ de favores.
Ele me respondeu dizendo que a partir dali eu trataria com a equipe jurídica dele. Fazem mais de 3 anos e estou até agora esperando esse contato para poder colocar meu advogado em campo e nada até agora… ahahahahha.
Também escrevi este ano a “Carta Aberta ao Senado Federal” que teve uma boa repercussão. Engraçado que esta carta repercutiu em diversas mídias e dentro da comunidade brasileira de Design. No entanto, a ABD fez de conta que não viu. Não houve sequer um único pronunciamento sobre o assunto e sobre os pontos sérios que levanto sobre a atuação do Designer de Interiores/Ambientes. Ela prefere fazer vista grossa ao enviar aquele projeto paralelo e fake de regulamentação (LIXO!), separado do projeto do grupo do Freddy Van Camp.
Pois bem, neste ano temos de agradecer muito a este grupo que trabalhou em cima de um texto sério e coerente de um projeto de regulamentação profissional.
Temos também de agradecer ao deputado José Luiz Penna (pv-sp) que acolheu esta demanda e reconhece nela a real necessidade da regulamentação desta profissão séria.
Assim, parabéns colegas Designers!!
Parabéns Design Nacional!!!
Parabéns a todos aqueles que lutam diariamente para tornar a nossa profissão reconhecida, séria e regulamentada.
Parabéns a todos nós, regulamentistas graças à Deus!!!
Quando fui incentivado para escrever este blog fiquei pensando sobre a melhor maneira de apresentar o Design de forma concisa, objetiva e clara. Sinceramente, não sou muito fã de colocar um amontoado de fotos de produtos e os nomes de lojas onde são comercializados e os respectivos preços. Entendo que isso não significa apresentar adequadamente o Design ao mercado. Ao contrário, esta maneira distorcida de reduzir o Design a uma comercialização tácita e leviana de produtos leva os leigos a compreendê-la como uma mera vitrine de consumo sem a menor fundamentação. Desta forma o Design torna-se refém de uma inversão mercadológica voltada para a criação de necessidades quase sempre “desnecessárias”. Entendo que uma mídia (e este meu blog faz parte desta) não pode resumir sua atuação ao interesse comercial, mas sobretudo informar corretamente.
Uma das minhas maiores preocupações desde meu ingresso na área do Design relaciona-se com o desconhecimento generalizado sobre o que vem a ser o Design. Para que serve o Design afinal de contas? Deparamo-nos constantemente com pessoas falando sobre Design. Entretanto, em seus discursos, demonstram claramente que não conhecem o que ele seja na realidade e deixam claro que não tem qualquer formação acadêmica em Design. Vemos também pessoas usando o termo Design para nomear quaisquer profissões que absolutamente nada tem a ver com o Design propriamente dito. Portanto, levo este blog por este caminho: busco conscientizar sobre o que é e para que serve o Design ao mesmo tempo que apresento alguns produtos e esclareço um pouco mais sobre as reais áreas do Design e a sua necessária formação acadêmica para o exercício profissional.
De início, convém esclarecer alguns aspectos. Muitas pessoas reclamam sobre nomear esta profissão com um termo estrangeiro. O fato é que, por incrível que pareça, não existe uma palavra na língua portuguesa que compreenda o todo do Design. Projetista? Não apenas isso. Desenhista? Muito mais que isso. Artista? Bastante criativo também. Arquiteto? Um pouco disso também. Engenheiro? Em algumas coisas sim. O Design é um complexo jogo multidisciplinar que agrega em si muitas outras áreas, da filosofia à engenharia. Se observarmos ao nosso redor, vivemos cercados pelo Design. Esta tela pela qual me lê, por exemplo, apresenta-se como fruto de áreas do Design: gráfico, interação, web, produto – isso sem contar a área a acadêmica na qual mergulho a cada post por mais simples que seja.
A área é Design e o profissional é Designer. Ainda, a título de exemplo, Design Gráfico (profissão) e Designer Gráfico (profissional).
Ultimamente temos visto uma enxurrada de “X” design como já coloquei anteriormente. No entanto, a aplicação do termo Design em algumas profissões apresenta-se incorreta pelo simples fato de não haver projeto do produto final e, principalmente, reduzir-se apenas a uma técnica. Logo, pintar unhas não tem absolutamente nada a ver com Design (mesmo se considerarmos o desenho), assim como misturar tintas e dar tesouradas no cabelo também não é Design. Receitas de seja lá o que for também não é design. É preciso ter consciência de que Design não é sinônimo de artesanato ou mera técnica. Também não se forma um designer em cursos de finais de semana ou de poucos meses ou ainda que ensine a utilizar softwares, mesmo que de última geração.
Aproveito então este post para explanar brevemente sobre quais são então, na verdade, as áreas principais do Design. Todas que apresentarei agora são “filhas” do Design (Desenho Industrial). Baseado nas necessidades mercadológicas o Design foi se especializando em diferentes áreas. Assim como ocorre na engenharia e na medicina com suas especialidades, da mesma forma, a complexidade do Design levou a compreender que um só profissional não conseguiria trabalhar com tudo. Portanto, dividiu-se o Design em áreas.
Design de produtos:
Design Gráfico:
Design de Embalagens:
Design de Interiores/Ambientes:
Esta área, pode-se dizer, é uma evolução da Decoração. Além de trabalhar a estética do ambiente como o decorador faz, o profissional de Design de Interiores/Ambientes vai mais além: ele foi habilitado em sua formação acadêmica para executar intervenções mais profundas nos ambientes que visam a melhoria da qualidade de vida do usuário final. Além da escolha de almofadas, acessórios e cores, o profissional é capaz de resolver os espaços através da aplicação de conhecimentos como ergonomia, conforto térmico, acústico e luminoso, semiótica, projeto de mobiliários, adequação e correção de fluxos, redesign arquitetônico e outros tantos mais. É um profissional cada vez mais requisitado já no momento do início de um projeto arquitetônico, trabalhando junto ao arquiteto. Também está aparecendo cada dia mais nas reformas de edificações já prontas pela sua facilidade em retrabalhar e readequar os ambientes para novos usos. Engana-se quem pensa que um Designer de Interiores/Ambientes trabalha apenas com ambientes residenciais. Este profissional está apto a trabalhar com ambientes comerciais, corporativos, clínicas, cenografia, eventos, stands, desfiles e editoriais de moda, interiores de automóveis, barcos e aviões ente outros. Da simples troca de almofadas, passando por uma redistribuição dos móveis até uma intervenção mais ampla com troca de pisos e algumas alvenarias, você pode contar com este profissional.
Design de Interação:
Lighting Design:
Design de Moda:
Existem ainda outras áreas específicas que estão desvinculando-se e formando seus próprios campos. Todas as áreas conversam entre si, trabalham juntas e às vezes com os mesmos projetos e produtos. Outras vezes, num mesmo produto, cada um desenvolvendo o seu foco.
Como se pode ver, o Design é uma ferramenta fundamental hoje em dia seja no campo corporativo ou pessoal.
A verdade é que não se vive sem Design hoje em dia.
Bom, vamos a mais um post sobre o que encontrei de interessante pelo meu reader.
Para iniciar, quero compartilhar este texto “Diploma para quê?” da Ligia Fascioni. Ele não é novo e não estava na atualização de meu reader, mas fuçando no blog dela acabei encontrando-o e vale o comentário e citação neste post. Não o copiei e colei aqui pois não pedi permissão para ela, então fica aí o link. Posso copiar e colar aqui na íntegra os que eu gostar Ligia????
Ela tem muito material interessante em seu site e em seu blog que vale a pena vocês conhecer.
Hoje que percebi que ainda não tinha colocado o link do blog dela aqui no meu blogroll. Agora já está devidamente arrumada esta minha falha ok Ligia? Mais que merecida a citação de seu trabalho aqui.
Bom, com relação ao texto é aquilo que eu sempre escrevo: um diploma só – ou vários de vários níveis como ela diz no texto – não valem absolutamente nada se você não coloca todos estes conhecimentos em prática no dia a dia. Nem as revistas, nem as IES, nem eu e nem os outros blogs mentem quando dizem que a atualização e especialização profissional são importantíssimas em nossa área, porém,
“Não estão. É que, teoricamente, se você tem vários diplomas, teve acesso a vários conjuntos de informações específicas. Isso aumenta muito as suas chances de recombiná-las e criar algo que, de fato, tenha valor para o mercado. Que faça diferença na vida das pessoas. Que seja desejável a ponto de alguém poder pagar mais por isso. Quanto mais cursos, mais combustível e mais matéria prima para converter em excelência. Quem sabe aproveitar isso, ganha mais, claro.”
Leiam este texto, ele esclarece muitas coisas em poucas linhas ok?
E parabéns Lígia por mais este brilhante texto!!!
Encontrei também este vídeo no Youtube mostrando a importância do Design na nossa vida, brincando com dois mundos paralelos:
1 – com a presença do Design em todas as suas áreas
2 – sem a presença do Design
Simples, bonito e vai direto ao ponto. Foi feito, pelo que entendi, por um grupo de estudantes de Design da UFRGS.
Parabéns pela iniciativa e pelo resultado pessoal!!!
Por falar em resultados e aplicação dos conhecimentos adiquiridos em busca de algo novo, diferente, até que ponto você tem aplicado seus conhecimentos em seus projetos?
Você é daqueles que prefere especificar mobiliário de lojas ou é do time da criação personalizando seus projetos?
Pois é, tenho percebido uma grande quantidade de profissionais da área de Design de Interiores/Ambientes acomodando-se dentro de lojas de planejados e buscando as terríveis RTs.
E onde você enfia todo o conhecimento restante que adiquiriu em seu curso? Pra que então você investiu tempo e dinheiro na sua formação? Especificar modulados onde o vendedor é quem vai fazer o projeto qualquer um faz, até minha vizinha de 5 anos. Isso não faz o Designer pelo contrário, depõe contra a nossa profissão. Transformam o Designer num mero decorador ou pior, atestam o que falam e escrevem por aí que esta área é coisa de madame desocupada.
Isso inclusive reforça a visão tosca que alguns arquitetos* disseminam aos quatro cantos contra a nossa profissão sendo inclusive um dos “boatos” de que o CAU – recém aprovado e em fase de implantação – deve restringir a área exclusivamente para arquitetos. Estão usando erradamente a denominação “arquitetura de interiores” como sinônimo de Design de Interiores – o que é um erro gravíssimo e demonstra total e absoluto desconhecimento sobre as duas coisas – uma vez que muitos profissionais formados em Design de Interiores/Ambientes estão manchando a profissão com atitudes umbiguistas e equivocadas abrindo então esta brecha.
Gente, com as matrizes curriculares dos cursos de Design de Interiores/Ambientes é inadmissível que esse tipo de atitude aconteça. Buscar soluções exclusivas, criativas, inovadoras e que atendam principalmente à personalidade do cliente é fundamental. E não é numa loja de planejados ou de móveis prontos que isso vai acontecer. Não mesmo!
Nem é tão difícil assim chegar a uma solução com identidade própria. Veja este exemplo:
Fotos: String_Gardens
Observem como uma solução simples deu um toque todo especial neste projeto. Tá, eu sei que isso não tem muito a ver com as soluções de mobiliário que eu vinha falando, mas faz parte do processo criativo.
Por falar nisso, você só projeta quando tem um cliente ou faz isso diariamente como forma de estudo, testes, aplicações, etc? Prefere deixar a sua mente atrofiar ou explora seus conhecimentos, pesquisa sobre novas coisas?
Olhem o que Robert Butkovic fez: estipulou que produziria 100 logos diferentes em 100 dias. Não foram projetos para clientes mas sim apenas uma forma de desenvolver, explorar e ampliar o seu pensamento criativo. Esse tipo de atitude serve como estudo através do qual acabaremos descobrindo e criando muitas coisas. Só temos a ganhar com esse tipo de atitude.
Outra coisa é a absurda falta de união dos profissionais. Vejo uma grande parcela olhando o colega profissional como um inimigo comercial e não como um aliado até mesmo quando o assunto refere-se a questões como a regulamentação profissional que é de interesse de todos: nós profissionais, nossos clientes e o mercado.
#ficadica: se não nos unirmos urgente a coisa vai ficar feia em pouco tempo. Vamos levar uma rasteira e depois não adianta ficar de chororô por aí não.
Então pessoal, que tal começar a levar mais a sério a profissão e trabalhar pelo coletivo em benefício de todos nós?
Vamos parar de olhar apenas para nossos umbigos quando o assunto refere-se à atuação e exercício profissional?
Pensem e reflitam seriamente sobre isso ok?
Abraços e até o próximo post.
.
*alguns arquitetos: não me refiro a todos os arquitetos mas como a expressão diz, apenas a alguns que insistem em denegrir, deturpar, desinformar, fazer denúncias vazias e atrapalhar os trapalhos desenvolvidos pelos Designers de Interiores.
Depois de mais de um ano com conta aberta e sem usar o meu twitter, @ldpaulooliveira, resolvi encarar a empreitada.
Antes não tinha muita paciência de ficar lá na página web atualizando e atualizando e atualizando além de que, pra mim, escrever em poucas palavras sempre foi uma tortura.
Até que dias atrás um amigo me indicou o TweetDeck. Meus problemas se acabaram!!! Maravilha! Ele só não escreve as mensagens por mim, mas atualiza automaticamente, tenho acesso a todas as informações que preciso sobre os perfis, etc.
Bom, comecei a usa-lo e rapidamente percebi a quantidade de candidatos que estão utilizando esta ferramenta em suas campanhas eleitorais.
Sei que este assunto (política) provoca um embróglio no estômago de muitas pessoas, e que outras preferem “não se sujar” ao se envolver com isso.
Ao mesmo tempo percebo, triste, uma quantidade absurda de designers twitando sobre jogo de futebol, cor que pintou os cabelos, que vai pra balada e mais um mundaréu de fuleirices sem noção. Tudo bem, gosto é gosto e cada um tem o seu direito de ir e vir.
Porém, entre estes que perdem tempo com blablabla infinito e inútil, encontram-se vários que reclamam da falta da regulamentação do Design aqui no Brasil.
Reclamar é fácil, dizia minha avó. Difícil é agir, dar a cara pra bater sobre algo que você acredita defendendo isso publicamente.
Novamente falo sobre os “expertus” que preferem ficar confortavelmente sentadinhos em suas poltronas esperando outros levarem porrada em seu lugar pra depois, quando a regulamentação acontecer, serem os primeiros a exigir a carteira do conselho federal.
Vamos lá pessoal, não custa nada fazer algo de bom e de útil pela profissão que vocês escolheram, ou ao menos aparentemente escolheram.
Comecei ha três dias uma série de postagens diretas aos candidatos seja de que estado for. Geralmente o texto é este:
“@srfulano, qual a sua posição com relação à #regulamentação da profissão de #designer no #Brasil? #5do11 #DesignBR”
Mando e fico aguardando.
Enquanto aguardo faço minhas outras coisas.
Quando recebo alguma resposta dou RT rapidamente para que os que me seguem por lá fiquem sabendo seja a resposta positiva ou negativa.
Se demora muito a vir a resposta, mando de novo. Faço juz ao que dizem de mim porém com ajustes: não sou chato, sou persistente e luto pelo que acredito.
De um modo geral, já consegui alguns retornos bem interessantes de alguns candidatos como por exemplo:
@Raul_Jungmann: Sou a favor da regulamentação da profissão de designer, ok?
@Raul_Jungmann: Claro, estou a disposição. Aliás, vou amanhã prá Brasília. Me mande mais informações, ok?
@SenCesar222: Caro Paulo, a profissão de Designer deve sim ser regularizada, ela q mostra cada vez mais a sua importância p a sociedade.
@SenCesar222: A profissão precisa ser regulamentada nos termos da lei, por fazer parte do nosso dia a dia com atribuições tão próprias.
@alberto_fraga: Acredito que profissões novas como #design precisam ser reconhecidas, só assim os profissionais terão reconhecimento.
@deputadoHauly: sou a favor da regulamentação sim, trabalharemos para isso. Obrigado.
@alvarodias_ sou favorável à regulamentaçao de todas as profissoes. Direitos e deveres consagrados em legislaçao apropriada
@alvarodias_ vou tentar ajudar a acelerar a tramitaçao.
@alvarodias_ vou procurar saber e opinar.Primeiro verificr com quem está parado o projeto e depois solicitar que seja colocado na pauta
@deputadocaiado Toda profissão merece ser regulamentada. Até hoje, nós, médicos, não temos a nossa regulamentada.
@edmararruda Vou verificar e estudar o assunto e responderei, certo?
Nada nada, temos alguns exemplos aí em cima de candidatos conscientes sobre o assunto e outros que disseram que vão estudar e conhecer melhor a situação.
Já um grande passo.
Além de questionar sobre a posição, convido cada candidato a acessar o portal DesignBR.ning e também mando o link do portal designbrasil direto na página sobre a regulamentação.
fonte: designcomlimao
São ações que não me custam nada e que podem vir sim contribuir para a nossa tão sonhada #regulamentação do #design aqui no nosso #Brasil.
Quem sabe no dia #5do11 teremos finalmente algo a comemorar e possamos bradar felizes que o design brasileiro conta com parlamentares conscientes e comprometidos com a nossa causa.
Faça a sua parte.
A sua profissão e seus clientes agradecem.
Recebi hoje um comentário, na página Portfólio, de minha eterna Mestre e ex-professora, Drª Maria Tereza Devides.
Já a citei aqui neste blog algumas vezes pois sou mesmo fã dela.
Bom, recebi um convite para uma palestra/conversa com os alunos do primeiro período do curso de Design de Interiores da Unopar amanhã a noite (16/06).
Muito me honra este pedido vindo de quem vem e também pela oportunidade de poder conversar com o pessoal que está iniciando na área, certamente carregados de dúvidas e incertezas sobre o futuro profissional.
Não vou perder tempo dizendo quem sou eu, o que faço pois pelo que pude perceber eles já sabem pois conhecem e acompanham meu blog e meu trabalho. Então vou procurar focar na profissão, mercado e legislação vigente, associações, áreas profissionais possíveis, etc.
Infelizmente não é aberto então nao posso convidar outros para participar ok?
Vou logo avisando, este texto não é no tom de desabafo (parece), nem tão pouco pessoal (mas poderia ser) e nem sequer vem desejar pisar nos calos de ninguém (mas eu sei que pisa)
Eu converso diariamente com diversos designers e vira e mexe converso também com uns “dizairneres” que eu carinhosamente chamo de entusiastas (Um dia titio Ed explica o porque desse apelidinho carinhoso).
E se temos algo em comum é que todos reclamam da ausência de direitos que nossa atividade vive nos dias de hoje.
Ora bolas! Mas que direitos? Nem regularizados estamos como poderíamos ter direitos? A não ser que sejam os direitos Miranda*, mas como não estamos nos EUA, nem isso temos!
A regularização da nossa atividade visa realmente conseguir alguns direitos para nossa classe, mas nem tudo são rosas!
Quem já assinou um contrato na vida (ou teve que fazer um) sabe que a velha máxima do Tio Bem (tio do Peter Parker…O HOMEM-ARANHA!!!) é verdadeira; vamos a máxima:
“Com grandes poderes (ou direitos) vem grandes responsabilidades.”
E é exatamente por isso, que todo contrato que se preze, se o seu não tem é por que não é um contrato que se preze, só lamento especifica claramente em um item a parte em letras garrafais DAS RESPONSABILIDADES… (daí o título desse texto…tá vendo como tudo aqui tem um por quê?)
E a, triste, verdade é essa mesma. Todo direito vem cercado de deveres e por assim dizer, responsabilidades. Afinal é assim desde que somos crianças: “Quer comer a sobremesa? Então tem que raspar o prato!” (um caramelo para quem nunca ouviu isso a mãe ou da avó! Eu sei que ouvi…MUITO!).
E como esse texto não trata dos direitos e sim dos deveres vamos a eles? Agora vocês podem fechar o browser e ignorar o que vêm a seguir, ou tomar a decisão que eu tomei na faculdade, ler se conscientizar e ficar chato que nem eu! To avisando que é um caminho sem volta!
1) O dever de zelar pela profissão:
Você é profissional? Ótimo! Não faz mais que a sua obrigação! A verdade é essa mesma, vendeu? Entregue no prazo e em perfeitas condições de uso. Ao fazer isso você está zelando não apenas pelo seu bom nome profissional mas também de toda uma classe de profissionais.
E não é só isso não. Cada um de nós somos fiscais da nossa atividade. Afinal uma maça podre pode arruinar um cesto inteiro em pouco tempo.
Então, profissional do design, fiscalize. Entusiastas, “dizaineres”, blogueiros, micreiros, AUTODIDATAS (eu não disse que ia pisar em calos?) NÃO SÃO DESIGNERS! Logo não deveriam exercer a mesma atividade que você… Eu, enquanto não se regulariza a atividade, faço a minha parte denunciando esses escroques sempre que os encontro vendendo “conhecimento” que não possuem…
E diga-se que as vezes denuncio até mesmo maus profissionais…mas isso também faz parte de zelar pela profissão.
2) O dever de atualizar-se:
Isso vale para qualquer atividade… OU você segue as tendências ou acaba fora do mercado. Qual vai ser?
Ou você acha que a cerejinha do sundae hoje em dia é um “super-site” em HTML e GIFS Animados? (eu vi semana passada um néscio vendendo isso como se fosse a descoberta da pólvora…).
Seu cliente quer o melhor, e merece! Então ofereça isso ou caia fora!
3) Ética não é opcional de fabrica é, sim, um DEVER:
Isso por si só já dava um novo texto, então eu faço o seguinte, vou resumir aqui nesse parágrafo e depois venho com um sermão maior sobre Ética (Deus sabe como esse país precisa disso…)
Povo, é sério, contrato não é só para impressionar o cliente não. Ë um ACORDO entre as partes, está lá? Então é para ser cumprido por AMBAS as partes. Simples assim!
Prometeu? Entrega.
Errou? Assuma o erro e concerte-o sem ônus para a outra parte.
Eu tenho uma frase que resume bem isso, quando meus clientes começam a chorar suas pitangas sobre os “profissionais” do passado com os quais se meteram eu sempre digo:
“Bom, desses eu não sei. Só dou garantias sobre o MEU trabalho.”
Muito se fala em comer o bolo, todos querem os direitos de se viver em uma legislação que acalente e proteja o profissional.
Mas quantos profissionais estão, hoje, dispostos a viver sob a batuta de um estatuto que regulamente e rege DEVERES que devem ser obedecidos com o risco de sanções para aqueles que o descumprem?
As vezes eu penso que é por isso que tem tanto designer contra a regulamentação…a anarquia é mais segura.
*Para os que desconhecem a legislação americana, e nem tenham assistido a um episódio de Lay & Order nos últimos 18 anos (por onde vocês andaram caramba???) eu explico:
Miranda Rights é um direito garantido ao réu/suspeito de uma ação criminal que no momento de sua prisão deve ser avisado pelo responsável pela efetuação da mesma o direito que assiste a esse réu/suspeito de permanecer calado e de que tudo que ele possa por ventura dizer, poderá e será usado contra ele no tribunal. Ele também tem direito a um advogado para assistir a sua defesa e caso não tenha meios de prove-lo o ESTADO providenciará um advogado para ele.
Viu? NEM ISSO TEMOS!
Por Ed Sturges
Existem controvérsia a respeito de que tipos de atividades poderiam ser consideradas design. O design está intimamente ligado às artes aplicadas, à arquitetura, à área de comunicação, à engenharia, e a todo tipo de atividade produtiva humana, mas especificar quais são essas relações pode ser muito difícil. Existem diversas possibilidades de cursos de pós-graduação em lato senso e stricto senso e especialização.
Dentre as especializações do design mais comuns na atualidade se encontram:
Design Gráfico
Design de fontes
Design editorial
Design institucional
Design de embalagem
Design de hipermídia
Webdesign
Design de jogos
Design de Produto
Design automobilístico
Design de embalagem
Design de mobiliário
Design de Moda
Design de jóias
Design de Ambientes
Design de interiores
Light Design
Entre as profissões que são relacionadas ao design, estão inclusas arquitetura, artes-plásticas, engenharia, publicidade, marketing, e outros.
Hoje, uma enorme variedade de profissões passaram a ser identificadas com a expressão “designer”, quase sempre de forma errônea, algumas delas são: cake designer (para confeiteiro), hair designer (para cabeleireiro), body designer (para tatuador).
Fonte: Wikipédia
Sugado: http://nossobrasil.wordpress.com
Design (em alguns casos projeto ou projecto) é um esforço criativo relacionado à configuração, concepção, elaboração e especificação de um artefato. Esse esforço normalmente é orientado por uma intenção ou objetivo, ou para a solução de um problema.
Exemplos de coisas que se podem projetar incluem muitos tipos de objetos, como utensílios domésticos, vestimentas, máquinas, ambientes, e também imagens, como em peças gráficas, famílias de letras, livros, e (recentemente) interfaces de programas.
Design é também a profissão que projeta os artefatos. Existem diversas especializações, de acordo com o tipo de coisa a projetar. Atualmente as mais comuns são o design de produto, design gráfico, design de moda e o design de interiores. O profissional que trabalha na área de design é chamado de designer.
Finalmente, o design pode ser também uma qualidade daquilo que foi projetado.
O termo deriva, originalmente, de designare, palavra em latim, sendo mais tarde adaptado para o inglês design. Houve uma série de tentativas de tradução do termo, mas os possíveis nomes como projética industrial que acabaram em desuso.
Fonte: Wikipédia
Sugado: http://nossobrasil.wordpress.com