O Designer de Ambientes e o Mercado de Eventos: Gestão ou Projeto?

Titulo

O Designer de Ambientes e o Mercado de Eventos: Gestão ou Projeto?

The Interior Designer and the Market Events: Management or Project?

Autor

BARBOSA, Paula Glória [1]

ARAÚJO, Amanda Trindade Madeira [2]

LOPES, Marina Montenegro de Holanda [3]

MOREIRA, Samantha Cidaley de Oliveira [4]

Resumo: Ao definir evento e entender sobre as expertises do designer, é condizente relacionar a atuação desse profissional à gestão de um evento. Ao mesmo tempo é pertinente contrapor a realização deste à metodologia aplicada ao trabalho do designer de ambientes. Nessas condições, a expectativa é que este trabalho possa contribuir de maneira relevante para fomentar as reflexões sobre as múltiplas atuações do designer de ambientes em seu domínio profissional.

Palavras chave: gestão, projeto, eventos, design de ambientes.

Abstract: When defining an event and to understand about designer´s expertise, it is suitable to relate the performance of this professional to an event management. At the same time, it is relevant to contrast the performance of this to the methodology applied to the work of interior designers. In these circumstances, the expectation is that this work can contribute in important ways to encourage reflections about multiples roles of the interior designer in their professional area.

Key words: management, design, events, interior design.

Introdução

Designer de Ambientes é uma terminologia nova, instituída há cerca de 10 anos, utilizada para caracterizar o profissional da área do design que se destina ao projeto de ambientes – diz-se de ambientes os espaços da vida cotidiana de uso residencial e empresarial.

Em geral, os cursos de Design de Ambientes, oferecidos por mais de 100 escolas de design no Brasil, focam a atuação profissional dos alunos nos âmbitos residencial, comercial e institucional. Entretanto, a atuação do designer de ambientes ainda é pouco explorada para o projeto e gestão de eventos, como festas, exposições, mostras, feiras, shows, jogos e festivais, em que a diferença entre os demais ambientes está na efemeridade do produto final.

Erroneamente pode-se pensar que a atuação do design de ambientes na prática projetual de um evento se limite ao serviço de decoração, ou seja, à especificação de arranjos ornamentais, painéis de destaque, cor de toalhas dentre outras intervenções relacionadas à estética do lugar. Contudo, enquanto profissional da área do design, seu trabalho compreende, além da estética, a busca por soluções de problemas relacionados à funcionalidade, ergonomia, viabilidade, entre outros.

Desse modo, o trabalho do designer de ambientes é norteado por uma metodologia que o permite entender o problema, analisar a demanda, pesquisar, elaborar conceitos criativos e mapear processos produtivos para, então, gerar alternativas eficientes, definindo a solução mais adequada aos usuários.

Ademais, pode-se pensar equivocadamente que a atuação profissional do design de ambientes limita-se à prática projetual. PHILLIPS (2008) aponta uma nova vertente para o trabalho do designer: a gestão de projetos. Assim, a aptidão para a gerência configura-se como uma necessidade ao designer de ambientes, em especial para atuação no mercado de eventos.

Entende-se, pois, que esse mercado representa uma demanda para o designer de ambientes, ainda muito pouco explorada por este profissional. Propõe-se, assim, uma discussão acerta do trabalho do designer, que compreende o projeto e a gestão, aplicados ao evento.

Definição do Evento

“Por conceituação, evento é um acontecimento excepcional previamente planejado, que ocorre em determinado tempo e local e gera grande envolvimento e mobilização de um grupo ou comunidade, buscando a integração, a difusão e a sensibilização entre os participantes para os objetivos pretendidos” (KUNSCH, 1997, p.130).

Os eventos tornaram-se estratégias de comunicação de produtos e marcas de todos os tipos (NETO, 2001). Eles representam o conjunto de atividades profissionais desenvolvidas com o objetivo de alcançar o seu público-alvo pelo lançamento de produtos, apresentação de uma pessoa, empresa ou entidade, visando estabelecer o seu conceito ou recuperar a sua imagem (MATIAS, 2004).

Pode-se considerar o evento como uma atividade dinâmica, que modifica seu significado constantemente. É um conceito de domínio amplo, englobando desde cursos e palestras até shows, jogos e competições esportivas (NETO, 2001).

 Um evento, segundo MATIAS (2004), pode ser classificado de acordo com dois critérios: primeiramente em relação ao público, este sendo subdividido em público fechado e aberto; e por último em relação à área de interesse, seja ele de caráter cultural, mercadológico, científico, artístico, esportivo, social, religioso ou político (KUNSCH, 1997).

MATIAS (2004) aborda o processo de planejamento e organização de eventos em quatro fases denominadas concepção, pré-evento, transevento e pós-evento.

A primeira etapa consiste no processo de concepção a partir do levantamento do maior número de informações possíveis. Sob esse aspecto, a identificação do público alvo, o reconhecimento das necessidades do evento, a listagem dos resultados desejados, estimativas de exeqüibilidade econômica e técnica e estimativas de tempo e recursos necessários, por exemplo, constituem informações essenciais ao planejamento do evento.

Em seguida dá-se início à etapa do pré-evento, ou seja, das providências imediatas que devem ser tomadas após a decisão de realizar o evento, tais como a composição da estrutura administrativa e institucional, a abertura de conta bancária especial, a determinação das responsabilidades dos profissionais envolvidos e a contratação de prestadores de serviço necessários para a organização do evento. Há também a elaboração do projeto suficientemente detalhado para que o evento possa ser executado. Assim são contemplados, por exemplo, a escolha do local, a definição do tema, a elaboração do calendário e definição da data, a definição das estratégias de comunicação e marketing, a contratação de prestadores de serviços específicos, a especificação dos serviços de decoração, montagens e instalações.

Concluída essa etapa dá-se início ao transevento, que consiste na realização do planejamento. Essa fase é decisiva e muito importante, pois é posto em prática o que foi estabelecido nas duas primeiras fases do evento.

O pós-evento abrange o processo de encerramento do mesmo, possibilitando a sua avaliação técnica e administrativa.

O Projeto de Eventos pelo Designer de Ambientes

Metodologia Aplicada ao Projeto de Design de Ambientes

O designer de ambientes é o profissional habilitado a trabalhar diretamente com o esforço criativo destinado a solucionar racionalmente o arranjo e a ambiência de um espaço preocupando-se com a inovação e adequação do mesmo às características socioeconômicas e culturais dos usuários.

MOREIRA et al (2008a) apresenta um possível caminho para o desenvolvimento de projeto de design de ambientes que será tomado como referência para o presente artigo e norteará a análise do estudo de caso que se apresenta nesse tópico.

Identificar o problema é o primeiro passo, que abrange a necessidade e o objetivo do projeto. A próxima etapa consiste na elaboração do briefing1, um importante documento, instrumento de acompanhamento e avaliação, que compreende a coleta, análise e contextualização das informações para a solução pretendida.

PHILLIPS (2008) considera “o briefing como o ponto de partida para a descoberta de conceitos criativos”. Elaborado o briefing, o designer dá início à conceituação do projeto, que corresponde ao ajuste sensorial.

Paralelo à conceituação acontece o mapeamento funcional, etapa destinada ao ajuste prático do projeto. É nessa etapa que o organograma, o fluxograma, a setorização e a análise do fluxo pós setorização são discutidos com o intuído de planejar como serão estabelecidos às hierarquias, usos, funções e o intuito da ocupação, para que o ambiente seja eficiente às demandas do usuário em consonância com as do cliente.

A tradução do conceito e do mapeamento funcional em possíveis soluções corresponde à etapa da geração de alternativas. A melhor alternativa projetual é definida como solução do problema e apresentada ao cliente.

Na seqüência, a etapa de verificação identifica possíveis falhas nessa solução através da visualização ou experimentação. Considerada eficiente pelo cliente, o designer passa para a etapa de elaboração da solução, que compreende seu detalhamento, culminando no produto final.

A verificação da eficácia da solução projetual através de feedback, etapa denominada análise de resultados, acontece após a execução da solução.

Estudo de Caso

Localizada em Belo Horizonte, a empresa X, fundada em 1991, desenvolve projetos para eventos empresariais e sociais, ocupando posição de destaque em relação aos concorrentes.

Contratada há dois anos pela empresa X, a designer de ambientes – cujo trabalho apresenta-se como objeto de estudo – é responsável, juntamente com um outro profissional não-designer, pelos projetos dos eventos contratados.

A metodologia utilizada para este estudo de caso compreende as etapas de observação, registro de relatos e discussão.

Percebeu-se, durante três meses de observação e registro de relatos, a configuração da seguinte seqüência de atividades na rotina profissional da designer de ambientes:

Através de contato telefônico feito pelo cliente é agendada uma reunião juntamente com a designer. Nessa reunião são abordadas as necessidades e desejos do cliente. Inicia-se com o preenchimento de uma ficha constando dados pessoais do mesmo e outros dados como espaço, cerimonial, buffet e profissionais já contratados. Vale ressaltar que somente é possível iniciar o projeto se o espaço já estiver definido.

Através dos álbuns de fotos para consulta, fornecidos pela empresa, o cliente faz uma prévia escolha dos arranjos, mobiliários e toalhas, como também deixa previamente definido as cores e flores que serão utilizadas.

Embora o conceito do evento não seja documentado, ele é elaborado a partir das informações fornecidas pelo cliente à designer de ambientes. O mapeamento funcional do evento é criado nessa reunião, mas ele somente é entregue ao cliente após o fechamento do contrato.

Podem ocorrer também projetos específicos, nos quais a profissional identifica o diferencial desejado pelo cliente. Finalizada a reunião, o orçamento é destrinchado de acordo com as escolhas pré-definidas, permitindo que os coordenadores calculem o valor do mesmo.

Posteriormente, ocorrem duas situações: a primeira quando o contato é feito pelo próprio cliente, onde é novamente agendado um horário para revisão do projeto; a segunda quando o contato é feito pela empresa em busca de um retorno.

Durante a reunião de revisão do projeto acontece a apresentação do leiaute em aplicativo 2D. Se aprovada a proposta são negociadas as formas de pagamento. Caso o demandante não se decida naquele momento há uma prorrogação do prazo de validade do orçamento acarretando em outras reuniões até que o mesmo contrate ou não o projeto.

Aprovado o projeto, a designer de ambientes emite o contrato constando, em anexo, todos os itens do orçamento bem como o leiaute. Á partir desta aprovação, todo o material terceirizado como luz cênica, guardanapos de tecido e sousplats são encaminhados ao setor de coordenação para que seja confirmada a reserva dos mesmos nas empresas parceiras.

Em sua grande maioria, os eventos são contratados com um mínimo de oito meses de antecedência, exceto os empresariais, que reduzem este prazo pela metade. Nesse período a designer de ambientes planeja todo o evento e se prepara para a última reunião com o cliente, na qual ocorre a revisão de tudo o que foi planejado. Solicitações de mudanças no projeto podem acontecer durante esse tempo e são efetivadas nessa reunião.

Encerrada e concluída todas as alterações a designer de ambientes gera a ordem de decoração, que contém todos os itens e informações necessárias para a execução do evento, e o comando de flor, que contém a quantidade e o tipo de flor utilizada nos arranjos escolhidos.

Em algumas ocasiões ocorre uma reunião, coordenada pela designer de ambientes, com todos os parceiros diretamente envolvidos no evento. Nessa reunião é feita uma breve apresentação do projeto respondendo os check list de parceiros, em especial buffets e cerimoniais.

A ordem de decoração e o comando de flor são encaminhados aos coordenadores que dão segmento gerando respectivamente o check list, este para a empresa X, e o pedido de flor.

Na quarta-feira antecedente ao evento acontece uma reunião interna da empresa, na qual participam apenas os funcionários da mesma. Os eventos são brevemente apresentados pela designer, exceto quando há algum aspecto mais delicado a ser abordado a respeito da montagem, que é tratado com um tempo adequado. Em geral esse aspecto diz respeito a ornamentações aéreas no salão, particularidades do cliente ou do evento.

No dia da execução, data do evento, toda a equipe envolvida se dirige ao espaço onde este acontecerá. Com o leiaute, a ordem de decoração e o comando de flor em mãos a designer coordena toda a montagem de mobiliário, bem como todos os itens terceirizados e confecção dos arranjos. Por último, ficam os detalhes como colocação de jogo americano, sousplats, guardanapo de tecido e velas.

Em média, a montagem do evento acontece em nove horas. Após essa etapa, é encerrada a participação da designer.

Na segunda-feira posterior ao evento, a equipe de marketing entra em contato com o cliente buscando um feedback, satisfação do mesmo por todo o projeto, abrangendo desde o primeiro atendimento feito pela designer até a montagem executada pela equipe da empresa.

A prática projetual da designer de ambientes compreende todas as fases da metodologia de desenvolvimento de projeto. O diagnóstico da necessidade (compreensão do problema) é feito na primeira reunião, juntamente com o briefing. É interessante ressaltar, como afirma PHILLIPS (2008), que não existe uma receita para a elaboração do briefing. Ele precisa ter o tamanho e as informações necessárias para o desenvolvimento do projeto. Após aprovação do briefing, a designer apresenta a proposta de ornamentação, iluminação e disposição de mobiliário e serviços, o que configura a aplicação das etapas de conceituação e mapeamento funcional. A apresentação do projeto para o cliente, que acontece na segunda reunião, é a solução decorrente do processo de geração de alternativas. Nesse momento o cliente é convidado à etapa de verificação, juntamente com a designer, na qual identificam visualmente possíveis falhas na solução apresentada. Aprovada a solução, o designer segue para a etapa de elaboração, onde apresenta o detalhamento do projeto para os específicos setores da empresa e terceirizados. O acompanhamento da execução do projeto acontece no dia do evento, e o feedback, etapa de verificação, é realizado pela equipe de marketing da empresa.

Entende-se, pois, a partir da definição de evento e em conseqüência do processo de discussões que configuram a última etapa do estudo de caso, que a busca pela solução de um evento baseando-se na metodologia de desenvolvimento de projeto apresentada é absolutamente plausível.

Porém, entendendo que todo projeto de design deve ser inovador, questionou-se á designer de ambientes responsável pelos projetos dos eventos da empresa X quanto à ausência desse aspecto em seu trabalho. A mesma apresentou uma justificativa de tal atitude em virtude do custo adicional e material disponível:

O meu grande desafio, como designer, é fazer com que todos os projetos sejam elaborados de maneira exclusiva e diferenciada, mesmo que sejam utilizados os mesmos mobiliários, as mesmas peças, o mesmo acervo. Caso o cliente solicite algo inovador, estou apta a desenvolver e aprovar a sua execução. Esse tipo de situação equivale a menos de 1% da demanda da empresa. É importante destacar que isso acarreta em custos adicionais, e não há muitas pessoas dispostas a pagar por isso.

A Gestão de Eventos pelo Designer de Ambientes

Bem como à capacidade projetiva do designer de ambientes é pertinente pensar na sua atuação em gestão. Gerir é uma disciplina cujo profissional responsável precisa liderar, negociar e compreender o mundo que o cerca.

Kenneth Andrews, citado por PHILLIPS (2008), apresenta um tripé sobre o qual deve basear-se uma boa gestão:

O primeiro pé é uma capacidade técnica para dotar o grupo de instrumentos e organização para melhorar a capacidade técnica operacional do grupo. Segundo pé: uma liderança baseada na capacidade de comunicação, visão, atitude, lealdade e respeito ao grupo. Terceiro pé: a capacidade de conduzir os trabalhos na direção desejada, além da persistência para que os objetivos sejam alcançados (PHILLIPS, 2008, p.109).

Acredita-se que a graduação em design de ambientes deve ser capaz de formar empreendedores, uma vez que, para projetar espaços empresariais é necessário pensar como empresário e ter informação e conhecimento sobre o mundo dos negócios.

Quando se pensa em gestão de negócios o evento configura-se como uma possibilidade. Capacidade de análise, disposição para pesquisa, comportamento proativo, visão estratégica, conduta empreendedora e conhecimento técnico específico são expertises desenvolvidas pelo designer de ambientes que o predispõe à gestão de projetos.

Constatou-se, nesse sentido, que a designer de ambientes, cujo trabalho foi observado e analisado, desenvolve competências da gestão para viabilizar os eventos contratados. Ela, por exemplo, organiza as informações, articula a atuação de parceiros e terceirizados com os procedimentos internos à empresa, elabora check lists e delega responsabilidades para a execução da montagem.

Além da visão sistêmica do processo, que compreende projeto e gestão, o profissional precisa se manter atualizado e informado sobre o mundo dos negócios. A análise criteriosa e o conhecimento de mercado são quesitos necessários ao desenvolvimento de estratégias, bem como para a visualização de uma oportunidade de inovação, melhoria ou possibilidade de negócio.

Um Panorama sobre a Demanda de Eventos na Capital Mineira

Nos últimos quatro anos houve uma expansão extremamente significativa do mercado de eventos em Belo Horizonte. Muito se deve à ampliação do Expominas – o mais moderno centro de convenções, feiras e exposições do Brasil – que teve seu espaço triplicado possibilitando sediar eventos de grande porte como a Bienal do Livro de Minas Gerais (2008) e a 47ª Reunião Anual dos Governadores do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento (2006).

O turismo de negócios enxerga na capital mineira potencialidade para receber congressos da área de saúde, tecnologia e feiras de diversas naturezas. A SETUR – Secretária de Estado de Turismo propõe investimentos neste setor e estimula o mercado a conhecer Belo Horizonte como um pólo do turismo de negócios e eventos. Planos de ação são elaborados em prol dessa expansão, como a criação de ferramentas on-line que informam sobre agenda, captação de recursos e gestão de projetos, facilitando o acesso aos acontecimentos.

Por sua vez, a colaboração do governo do estado de Minas Gerais tem sido cada vez mais intensa. Investimentos em áreas paralelas ao turismo também vêm contribuindo para a ascensão desse setor – destaque para a expansão do Aeroporto Internacional Tancredo Neves e a concretização da Linha Verde, um conjunto de obras viárias que liga a capital à região metropolitana, possibilitando também, um melhor e mais rápido acesso a esse aeroporto.

No caso da empresa X, analisada no estudo de caso, observou-se que a mesma recebe uma crescente demanda de eventos empresariais, festas de quinze anos e principalmente casamentos, que são considerados, em média, 80% do seu faturamento.

Conclusão

O domínio dos aspectos relacionados ao planejamento e à gestão das soluções projetuais configura-se como uma possibilidade de atuação do designer de ambientes no mercado de eventos. Este mercado apresenta um relevante crescimento, em especial na cidade de Belo Horizonte, e coloca-se como um rico campo de oportunidades a ser explorado.

Considerações Finais

A necessidade de embasamento teórico e estudos acerca do design de ambientes nos permitiram a preposição desse estudo. Maior do que a satisfação de poder escrever um artigo expressando as idéias resultantes de discussões e pesquisas é incitar reflexões sobre as possibilidades de atuação profissional do designer de ambientes, bem como os processos e metodologia do seu trabalho.


Notas

1 – Para que o briefing seja bem elaborado e apresente-se como uma ferramenta estratégica fundamental na solução de problemas de design de ambientes ele deve compreender, dentre outros: “os objetivos, que determinam o foco do projeto, identificando os problemas a serem resolvidos, os ganhos esperados, o diferencial a ser explorado e os resultados desejáveis; […] o perfil do cliente – que diz de quem contrata e muitas vezes é o responsável pela aprovação do projeto – quais são suas experiências de vida, suas expectativas e peculiaridades; [..] o perfil dos usuários – que diz de quem usa o ambiente a ser projetado – qual sua faixa etária, sexo, escolaridade, ocupação, o que consome; […] as demandas, pois se relacionam às necessidades; […] é necessário que o designer conheça da localização e entorno – que define e caracteriza o lugar a ser projetado […]”; um estudo sobre as obras análogas, “análise crítica de projetos que sirvam de referência, com a finalidade de identificar os problemas e soluções comuns e freqüentes […]; e estabelecer detalhes sobre limitações de prazo e custo do projeto, que diz como executar e quanto investir” (MOREIRA 2008b, p.3-4).

Referência Bibliográfica

KUNSCH, Margarida M. Krohling (org.). Obtendo resultados com relações públicas.

São Paulo: Pioneira, 1997.

MATIAS, Marlene. Organização de eventos: procedimentos e técnicas. Barueri:

Manole, 2004.

NETO, Francisco P. de M. Criatividade em eventos. São Paulo: Contexto, 2001.

PHILLIPS, Peter L; (trad Itiro Iida). Briefign: a gestão do projeto de design. São Paulo: Blucher, 2008.

MOREIRA, Samantha C. O. et al. Caminho possível para o desenvolvimento de projeto de design de ambientes: uma metodologia. Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design (P&D Design 2008), São Paulo, 8ª edição, p.1-7, outubro. 2008a.

MOREIRA, Samantha C. O. et al. Briefing: Uma estratégia para o projeto de Design de Ambientes. Artigo inédito. p.1-6, outubro. 2008b.

Dados autor:

  1. BARBOSA, Paula Glória – Centro de Inovação para Ambientes ED/UEMG – Graduada em Design de Ambientes, UEMG .
  2. ARAÚJO, Amanda Trindade Madeira – Graduada em Design de Ambientes, UEMG
  3. LOPES, Marina Montenegro de Holanda – Graduando em Design de Ambientes, UEMG
  4. MOREIRA, Samantha Cidaley de Oliveira – Designer de Ambientes, Msc – Gestora de Empreendedorismo e Inovação – CDE/IED

ABD> Pauta Unificada

Pois é pessoas, encaminhei este texto à ABD no dia 30/07/2013, às 19:02 horas. Até o momento, mais de um mês depois, não obtive qualquer resposta sobre a mesma.

Dada a gravidade da situação que estamos passando era para a ABD ter se pronunciado de pronto sobre isso, sobre os pontos contidos nessa “pauta unificada”. Mas eles estão preferindo manter as reuniões de diretoria à cada 15 dias apenas. Será que a diretoria não julga esta minha carta (que tem por trás diversos profissionais e acadêmicos em coro) importante?

Ainda aguardando respostas sobre isso. Como perceberão claramente, nenhum dos itens é impossível de se colocar em prática. É só ter um pouco de boa vontade.

Segue o texto.

 

Londrina, 29 de Julho de 2013.

À Mesa Diretora da Associação Brasileira de Designers de Interiores

Considerando,

– As diversas conversas que tenho tido com vários membros de diretorias da ABD, sejam estes da nacional ou das regionais;

– A possibilidade inédita de sentarmos juntos, frente a frente, para debatermos abertamente sobre pontos importantes de nossa área, inclusive as discordâncias sobre a regulamentação profissional levantadas durante o NDesign 2013;

– A clareza de informações que me foram repassadas pela ABD, fato este que até então não havia presenciado;

– A perceptível ação atual, até então inexistente dentro da ABD;

– As pautas debatidas dentro das reuniões de diretoria que tomei conhecimento através da Bianka e numa conversa por telefone com a Renata;

– A visibilidade que tenho junto aos profissionais e acadêmicos de Design de Interiores/Ambientes no país;

– A deprimente e insustentável situação em que nos encontramos após a Resolução n° 51 do CAU que afetou a todos, deixando-nos abalados e preocupados com o nosso futuro profissional;

– E, finalizando, que ficou perceptível que até mesmo vocês, diretores da ABD, sentiram na pele que nem mesmo esta associação poderá salva-los e que, antes de diretores são designers assim como eu.

Elenco abaixo quatro pautas que deverão ser assumidas pela ABD, através de ofício, como compromisso público por parte desta associação, como condição para a minha volta ao quadro de associado.

Ressalto que quando escrevo “eu”, refiro-me a uma quantidade enorme de profissionais e acadêmicos que tem idéias afinadas ou próximas às minhas sobre a nossa área e o que esperamos desta associação.

Lembro ainda que a minha volta à associação trará todos estes “discordantes” para dentro da mesma e que esta pauta não foi definida apenas por mim.

São os seguintes pontos:

1- COMPROMISSO COM O DESIGN

Se, no enfrentamento da grave problemática atual, a ABD quiser levar em sua bandeira o nome da associação em prol da defesa da profissão relacionada ao Design e, por esta razão, tornar-se efetivamente uma associação de designers, deve assumir um compromisso definitivo com a área e a nossa raiz: o Design.

Tenho acompanhado através do site, releases e a página do facebook os chamados de eventos realizados pela Nacional e Regionais e venho percebendo a presença constante de arquitetos-decoradores ministrando palestras, workshops e cursos, além de escreverem para o website da associação sem qualquer atenção específica para os interesses dos profissionais realmente oriundos do Design.

Com tristeza percebi que o último CONAD (e em outros eventos regionais), levaram profissionais que claramente pagaram “jabá” para aparecer na mídia e construir o seu status. Como profissional e pesquisador da área acadêmica e mercadológica, repudio veementemente qualquer ação que acabe por dar eco a todas estas vozes vazias, sem uma contrapartida significativa para o apoio e desenvolvimento da atividade profissional dos autênticos designer que deveriam ser representados e cujos interesses resguardados.

Temos aqui no Brasil uma quantidade imensa de profissionais e acadêmicos produzindo conhecimento específico em nossa área e que não encontram espaço para disseminar e compartilhar os resultados de suas pesquisas e dos inúmeros trabalhos que desenvolvem. A ABD, como única associação de nível nacional, tem o dever moral e ético de proporcionar este espaço.

Ainda neste aspecto, sugiro a todos os diretores da ABD a leitura do livro “A Linguagem das Coisas” de Deyan Sudjic. Tendência não é Design, ela apenas faz parte dele, uma pequeníssima parte. E os eventos tem sido pautados nisso. Sei que muito disso se deve aos patrocinadores. Mas somos criativos e temos como apresenta-los sem que fiquemos reféns de um marketing eventual e oportunista.

Numa perspectiva teórico-prática, na forma de estudos e pesquisas, carecemos de uma autêntica produção do pensamento em Design que nos permita construir o nosso estatuto epistemológico sem o qual nossa profissão continuará indefinida ou, como acontece, com infinitas definições que se contradizem.

Assim, para que possamos alinhavar a partir da multiplicidade de saberes, numa perspectiva interdisciplinar, um referencial epistêmico articulador das práticas de pesquisa e das diversas formas de atuação profissional de nossa área, deverão ser convidados profissionais – da área do Design e de outras correlatas – que contribuam clara e efetivamente para a produção deste conhecimento teórico-prático em nossa área.

Cabe ressaltar que muitos destes profissionais descompromissados com nossa área se lançam na mídia como designers, entretanto, ao observarmos seus projetos constatamos que pouco ou nada se vê de Design de Interiores nos mesmos.

Por exemplo: pagar jabá em uma empresa para enfiar uma mesinha de torno que qualquer aluno de 5° ano produzia quando ainda existia técnicas industriais na escola, não é fazer Design, é enganação.

Outro exemplo: se for para falar sobre iluminação, que seja feito por um lighting DESIGNER e não por um arquiteto que trabalha com iluminação sem ter a devida especialização, salvo raríssimas exceções.

Esta ação não exige estrutura nem recursos, portanto deve ser implantada imediatamente.

2- APOIO/INCENTIVO/FOMENTO.

Junto de Bianka, Ana Eliza e Cátia participamos do NDesign 2013, realizado entre os dias 21 e 28 de julho em Salvador-BA. Não me causou estranheza a surpresa que elas tiveram por não conhecerem este evento e sua importância, não obstante o porte grandioso do mesmo. Afinal, para mim (e muitos mais, incluindo alguns de vocês) é fato que a antiga ABD não se importava e nem estava interessada em divulgar, apoiar, participar e incentivar eventos especificamente voltados para profissionais do Design e outras iniciativas desta natureza.

Um ponto que ficou bastante claro – creio que Ana e Cátia perceberam melhor por terem participado do evento por mais dias – diz respeito à estrutura do mesmo e os problemas que aconteceram. Todos estes problemas ocorrem por absoluta falta de apoio de associações e instituições de ensino que se mostram indiferentes para a importância de eventos como esse.

Longe de manifestar uma atitude arrogante, mas simplesmente explicando o processo e reforçando tudo que a antiga ABD sempre preferiu ignorar, nossa área conseguiu entrar na pauta do NDesign graças ao trabalho desenvolvido por mim por longos cinco anos junto ao órgão realizador do mesmo. Foram incontáveis conversas, trocas de e-mails, horas e mais horas através do Skype negociando, explicando corretamente sobre a especificidade e o significado da área do Design. Neste aspecto, esclarecendo dúvidas e cutucando (importunando sim) para que abrissem ao menos uma palestra para que pudessem ver a nossa área através de um profissional originário dela. Foi o meu trabalho realizado no NDesign 2012. Após isso, o Design de Interiores/Ambientes passou a fazer parte da pauta do NDesign, temos garantida a nossa área daqui para a frente em todas as edições. E ressalto ainda que, a ABD só foi convidada com meu apoio, numa tentativa de verificar in loco a real mudança de rumos que esta associação diz que está tomando.

Só ressaltando, o NDesign é o evento de caráter nacional. Mas existem também os RDesign que são os regionais. Geralmente acontecem de 5 a 8 R’s por ano espalhados pelo Brasil e nestes também a nossa área já está pautada.

Mas somente este evento não basta. Neste último NDesign estiveram presentes apenas 4 acadêmicos aqui de meu estado (PR) de nossa área. De minha região, nenhum. Tem estados que possuem cursos e nenhum acadêmico foi participar.

Assim, considerando que a ABD tem realizado eventos nas regionais que são claramente mais destinados aos profissionais e/ou com atividades únicas por edição proponho:

Que a ABD assuma o compromisso de realizar uma vez por ano, em cada diretoria/secretaria regional, um evento de um dia com uma grade voltada exclusivamente aos acadêmicos produzindo ao final de cada uma publicação mostrando os trabalhos realizados e os resultados dos mesmos.

As atividades deverão basear-se na parte teórica/pratica descartando tudo que for relativo a tendências e modismos. Deve ser um espaço democrático com pauta debatida e definida junto à comunidade acadêmica (alunos) e que sirva também – na forma de comunicações e painéis – para a apresentação do que vem sendo produzido de conhecimento dentro das universidades no campo das pesquisas, na graduação e pós-graduação.

Todo o programa do evento deverá ser envolver exclusivamente convidados devidamente habilitados (legalmente) em Design.

Sei que esta atividade necessita ser estruturada e serão necessários recursos. No entanto, sei também que há como uma associação buscar as verbas necessárias através dos governos em suas três esferas.

Por haver esta necessidade de estruturação, este compromisso não precisa ser executado imediatamente, mas os estudos e analises para tal devem ser iniciados imediatamente.

3- PRÊMIO JOVENS TALENTOS

Conforme já escrevi acima, nossa profissão irá permanecer incerta se não alinhavarmos e construirmos o nosso estatuto epistemológico. E este só se concretiza através de conhecimento debatido e produzido nas pesquisas acadêmicas e do pensar sobre a área. Assim proponho:

Que no Premio Jovens Talentos seja inserida a categoria Teoria. Esta categoria deverá contemplar dois segmentos: projetos de pesquisa e artigos relacionados à produção teórico-prática que fortaleça o discurso epistêmico sobre o Design. Ou ainda, incentivar o Design como objeto de pesquisa para além de suas ramificações.

Vejo com tristeza aqueles cursos que deixam de lado o pensar a área em favor de abordagens meramente técnicas que se reduzem ao projetar exaustivamente. Enquanto isso, temos profissionais de outras áreas falando sobre a nossa área e temos, consequentemente, uma enxurrada de desinformação na mídia e nas rodas de conversas. Enquanto permitirmos que outros pensem e falem por nós, não conseguiremos ser o que devemos ser.

Acredito que, ao abrir esta categoria de premiação, as IES irão repensar este assunto dentro de seus cursos e passarão a favorecer essa linha educacional. Vale ressaltar aqui que o MEC infelizmente baixou uma resolução onde as IES privadas ficam livres para definir se haverá ou não produção de artigos durante o curso e se haverá TCC ao final dos mesmos. E já sei de muitas IES que aboliram estas duas coisas. Isto não é um absurdo, é uma aberração!

Aponto ainda que uma das maiores dificuldades nos cursos de formação acadêmica em nossa área é o de encontrar profissionais da área de Design que sejam de fato preparados e aptos para o exercício da docência porque simplesmente não os temos à disposição. Há concursos para contratação de docentes cujas vagas são preenchidas por arquitetos, pois não aparecem designers nas inscrições. Todavia, não podemos ser ingênuos. Esta carência de docentes formados na área de Design acaba trazendo aos cursos de formação específica em nossa área profissionais despreparados e descompromissados para o desenvolvimento do Design de Interiores/Ambientes. Deste modo, muitos cursos de formação acadêmica específica em nossa área, além de ser coordenados por estes profissionais, trazem no seu corpo docente um número reduzido de designers. Isso gera um círculo vicioso: nos concursos públicos ou nos processos seletivos de contratações, acabam privilegiando outros profissionais e não propriamente o designer.  Ressalto ainda que muitos destes arquitetos-professores insistem em menosprezar e minimizar a nossa área. Estou atualmente fazendo uma complementação curricular para o mestrado em 2014 e ouvi de uma arquiteta-professora que “vocês pensam que são o que para querer ousar trabalhar o jardim da casa? Vocês tem que ficar contentes com as plantas dos vasos internos e só que servem para isso.”. Isso eu já venho berrando em meu blog há anos e ainda continua acontecendo.

Nos diversos eventos que tenho participado e nas palestras que tenho ministrado sempre me deparo com muitos acadêmicos que vêm ao meu encontro com a seguinte pergunta: “como me tornar um professor após a faculdade?”. Tem muita gente querendo isso, até mesmo profissionais. E estamos deixando isso passar em branco.

Acredito que inserindo esta categoria, os acadêmicos passarão a cobrar de seus professores e coordenadores que abram esta disciplina, ou ao menos um espaço para isso, dentro dos cursos para que eles possam participar do prêmio. Aí entrará também a Comissão para Assuntos Acadêmicos da ABD que terá o papel de incentivar isso junto às coordenações de cursos.

Devo também ressaltar que as parcas produções científicas que temos em nossa área ficam isoladas dentro das IES e não são levados ao conhecimento do universo acadêmico nacional. Já presenciei pesquisas idênticas tanto em cidades próximas quanto em distantes. Alias carecemos de iniciativas que objetivem a articulação das instituições universitárias, sobremaneira de cursos de pós-graduação, e quiçá no futuro algo como Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Design, à semelhante de outras áreas, por exemplo, como o CONPEDI para o Direito, ANPEPP para a Psicologia, ANPOF para Filosofia, ANPEd para a Educação, ANPOCS para Ciências sociais e tantos outros, os quais fortaleceram a produção de pesquisa em seus respectivos domínios.

Inicialmente pode-se colocar como premiação apenas a participação em algo como um “Anuário Teórico do Design de Interiores” à ser editado e publicado contendo os trabalhos selecionados/premiados. Posteriormente pode-se avançar e buscar fomento para premiações maiores. Como acadêmico sei o valor que uma publicação oficial tem no currículo de um profissional, especialmente aqueles que querem manter-se dentro da área acadêmica.

Outro detalhe muito importante é que este trabalho irá fatalmente incentivar aquele que será o grande alicerce de nossa profissão: a abertura de mestrados e doutorados em nossa área.

Sei que esta atividade necessita ser estruturada e serão necessários recursos. No entanto, sei também que há como uma associação buscar as verbas necessárias através dos governos em suas três esferas.

Como este trabalho exigirá logística e recursos, não precisa ser executado imediatamente, mas os estudos e analises para tal devem ser iniciados imediatamente.

4- REGULAMENTAÇÃO

Entendendo que as Comissões do Congresso Nacional, por onde o PL de regulamentação terá que tramitar, são constituídas para implementar aqueles ajustes e alterações necessários para que a publicação da Lei seja justa e coerente. Portanto, este é o momento exato para que estas sejam debatidas e realizadas.

Entendendo também que qualquer alteração necessária à Lei após a sua publicação deverá passar por todo este trâmite e nos custará muito tempo para que estes ajustes sejam realizados, atrapalhando, inclusive, a implantação do Conselho Federal de Design de Interiores pois terão que ser feitas antes deste ato, pauto o último compromisso:

Que a ABD trabalhe junto com o Deputado Ricardo Izar visando a abertura de audiências públicas dentro destas Comissões para que possamos realizar estes ajustes juntos, de forma democrática e franca.

Tais alterações que concluímos necessárias, após analise dos resultados da mesa que tive com a Bianka são:

– A retirada do termo “não estrutural” do texto da Lei. Deixar o texto livre nos possibilitando pensar e propor alterações. O parágrafo único do Art. 6° faz a ressalva de que somos obrigados ao acompanhamento de profissionais habilitados no caso do inciso IV. Obviamente isto remete que, em qualquer alteração estrutural que se fizer necessária em um planejamento ou proposta necessária para a solução do problema do espaço visando a usabilidade do mesmo, deveremos contar com o acompanhamento de um profissional habilitado para efetuar tal alteração.

Portanto, que se retire a citação ao inciso IV e em outros dentro do PL e se faça uma alteração indicando, neste parágrafo único, que qualquer proposta fora de nossas atribuições devem ter o acompanhamento de um profissional especializado na área tratada.

– Algumas alterações e inserções no texto da justificativa –  o qual, após a publicação, torna-se o substrato conceitual da norma e, deste modo, sua referência hermenêutica – que, tanto na presente produção da lei, quanto na sua futura aplicação, impeçam interpretações equivocadas. Neste sentido impõe-se desvincular-se da área da arquitetura exclusivamente de modo a inserir elementos que nos abram outros mercados que não se reduzam aos objetos arquitetônicos (Ex. embarcações, motor homes, aeronaves e outros).

Apenas isso.

Com este compromisso teremos a certeza de que a ABD realmente está de “cara nova”, ou melhor ainda, “com a verdadeira cara dos Designers de Interiores/Ambientes”, sem máscaras e democrática.

Com este compromisso teremos a certeza de que podemos confiar nesta nova ABD.

Com este compromisso iremos finalmente acreditar que podemos nos unir em torno de nossa causa em comum: a nossa profissão.

Encerrando, quando me desassociei da ABD o fiz motivado por muitas insatisfações relacionadas às posições das antigas diretorias desta associação que, creio eu, todos vocês conhecem muito bem. Era uma associação que não passava para os associados e os não associados qualquer credibilidade no tocante à representatividade e tampouco na luta real pelos interesses inerentes ao nosso exercício profissional. Assim como eu, muitos profissionais se desassociaram da ABD pelos mesmos motivos que eu. Porém existe uma multa cobrada por esta associação para quem deseja voltar a ser associado. Assim, julgo justo, que esta associação promova uma anistia com relação à esta multa para todos os ex-associados que voltarem para a ABD.

Atenciosamente,

Paulo Oliveira

ainda dá tempo: 350.org

A campanha internacional 350.org acaba de lançar uma convocatória para o Dia Global de Soluções Climáticas, no próximo 10 de outubro (10/10/10), quando promoverá em todo o mundo eventos de combate ao aquecimento global.

A 10/10 é uma campanha que começou na Inglaterra em 2009 para ajudar e unir um movimento de cidadãos, escolas, organizações, governos e empresas para cumprir o ambicioso objetivo de reduzir as suas emissões em 10% até 2010.  A 350.org Brasil, está liderando nacionalmente a Campanha 10/10/10  para apoiar as pessoas que querem aderir a este objetivo, e para coordenar projetos de sustentabilidade em todo o Brasil no dia de Soluções Climáticas em 10/10/10.

Quem quiser se juntar ao movimento, pode participar dos eventos já definidos (mais aqui) ou organizar a sua própria ação. Algumas sugestões: plantar árvores, divulgar projetos de energia solar, promover uma marcha ou pedalada, trabalhar em uma horta orgânica ou ajudar na limpeza de parques e praias.

O site da 350.org, com versão em português, conta com um espaço para o cadastro dos eventos já definidos. Até agora, foram contabilizadas mais de 1.300 ações. Na home da campanha Tic Tac Tic Tac, que apoia a 350.org, você encontra materiais para produzir camisetas, faixas e banners com a mensagem “Estamos colocando as mãos à obra – e vocês?”

A 350.org ainda pede que o organizador não deixe de fotografar ou filmar a atividade. A campanha pretende reunir todos esses registros em um grande mosaico e divulgá-los para os governantes e a mídia em todo o mundo.

Para inscrever seu evento, clique aqui.

Agenda:

A seguir tres eventos importantes que vão acontecer até o final do ano:

De 25/8 a 1º/12/2010, o Senac realiza o Design Essencial 2010  em 18 unidades da capital e do interior do Estado de São Paulo. São diversas atividades ligadas ao universo de concepção e produção em design, como exposições, workshops, palestras e encontros com o tema Brasilidade no Design. Mais informações aqui.

De 14/09 a 31/10 de 2010 – Curitiba – Paraná. Maiores informações aqui.

Participe!

Bienal de Design 2010 – Curitiba

Pois é pessoal, muitos já devem saber que este ano a Bienal Brasileira de Design acontecerá em Curitiba – PR, de 14 de setembro a 31 de outubro.

Andei olhando o site da Bienal e lá pude encontrar informações bem detalhadas sobre tudo o que vai rolar neste evento impostantíssimo para o Design nacional.

Vale a pena conferir os workshops, cursos, palestras, eventos paralelos, etc.

Só me entristece perceber que mais uma vez o Design de Interiores foi deixado de lado pelo grupo que organiza a Bienal. Já percebi em diversos fóruns que alguns* profissionais e associações de Desenho Industrial tem uma resistência enorme contra o Design de Interiores e não conseguem – ou não querem – ver as características reais da profissão e dos cursos. estes só conseguem ver os cursos como sendo algo ligado apenas à decoração.

Isso ficou claro tempos atrás na formação de mais uma associação aqui no Paraná onde, de forma jocosa e irresponsável, o Design de Interiores foi excluído do rol de profissões associadas. No entanto aceitaram publicitários… vai entender….

Assim, fica aqui mais uma dica para a ABD: lutar pelo nosso reconhecimento dentro da nossa propria área mãe/raiz: o Design.

* – não me refiro a todos e sim a alguns profissionais.

Pós que podemos (e devemos) fazer

Muita gente me questiona sobre quais os cursos de pós são interessantes fazer após o curso superior de Design de Interiores/Ambientes. Bom, isso depende da sua formação superior, da modalidade em que se formou.

Se você se formou em um curso sequencial poderá optar por especializações (lato senso). Já aqueles que optaram por um curso tecnológico podem entrar em especializações (lato senso) , mestrados e doutorados (lato senso – profissionalizantes). Importante não confundir técnico (ensino médio) com tecnólogo (ensino superior).

Se a sua formação for uma graduação (licenciatura/bacharelado) poderá optar pelas especializações (lato senso) ou os mestrados e doutorados (strictu senso).

É importante salientar que no caso dos cursos tecnológicos e sequenciais, de acordo com o MEC, nenhuma universidade ou faculdade pode proibir o ingressos de pessoas formadas nessas modalidades nos cursos de especializações. Assim como, para o ingresso nos mestrados e doutorados (profissionalizantes), o acesso dos tecnólogos é garantido por Lei (Lei 9394/96, Parecer do Conselho Nacional de Educação – CNE/CP 29/2002, Resolução CNE/CP nº 3, de 18/12/2002 e Decreto 5773, de 09 de maio de 2006).

A IES que faz isso está infringindo a Lei.

Assim temos hoje as seguintes modalidades de Ensino Superior aqui no Brasil e suas respectivas características:

Bacharelado:
Formação de profissionais como médicos, engenheiros, advogados.
Horas De 2.400 horas (por exemplo museologia) a 7.200 horas (medicina).
Anos De 3 a 6 anos.
Pós-Graduação: Pode fazer qualquer tipo (profissional chamado de latu sensu, mestrado ou doutorado).

Tecnologia:
Formação de profissionais com ênfase na atividade prática.
Horas: Carga horária menor, varia entre 1.600 horas e 2.400 horas.
Anos: De 2 a 3 anos.
Pós-Graduação: Pode fazer qualquer tipo (profissional chamado de latu sensu, mestrado ou doutorado).

Licenciatura:
Formação de professores para ensino fundamental, médio e técnico.
Horas: No mínimo 2.800 horas Pelo menos 300 horas devem ser de estágio.
Anos: De 3,5 a 4 anos.
Pós-Graduação: Pode fazer qualquer tipo (profissional chamado de latu sensu, mestrado ou doutorado).

Sequencial de Formação Específica:
Não são cursos superiores de graduação. Oferecem formações diversas.
Horas: No mínimo 1.600 horas e 40 dias letivos.
Anos: No mínimo 2 anos.
Pós-Graduação: Só pode fazer pós-graduação profissional, chamada de latu sensu.

(fonte: Universitário)

Então, por partes, vamos aos cursos que são interessantes para a nossa formação:

Para aqueles que pretendem tornar-se professores universitários, o curso de Metodologia e Didática do Ensino Superior é fundamental, pois nele são repassadas a base pedagógica que não tivemos em nossa formação. Na maioria das IES, este curso é obrigatório para o ingresso no corpo docente.

Outros cursos de especialização:

Design de Interiores: eu sempre digo que é interessante assistir mais de uma palestra ou ler mais de um livro/artigo sobre o mesmo tema, pois cada palestrante/autor tem uma visão diferente sobre o mesmo assunto, uma abordagem diferenciada. Além disso há a possibilidade de realizar pesquisas que, infelizmente aqui no Brasil, nossa área é tão carente. Portanto, é interessante sim uma pós em nossa área específica.

Artes: serve tanto para quem pretende atuar como professor quanto para aqueles que querem aumentar o repertório/conhecimento artístico. Aqui encontram-se os cursos em artes plásticas, cênicas, música e dança em todas as suas vertentes: história, aplicadas, arteterapia, etc.

Artes cênicas: coloco este em separado também pois nestes cursos você poderá optar pela área de cenografia.

ECO’s: desenvolvimento, ecodesign, eficiência energética e tantos outros na linha “ECO” são cada dia mais solicitados pelo mercado de trabalho. O formação e conscientização correta sobre como projetos ECO podem melhorar a vida do ser humano e de nosso planeta deve ser uma constante em nosso trabalho.

Gestão: como administrar/gerir/empreender um projeto ou a área do Design é o foco destes cursos.

Ergonomia: cada dia mais presente e importante nos projetos, a ergonomia vem sendo valorizada tanto pelos clientes quanto pela indústria.

Moda: para aqueles que, como eu, trabalham com moda também. Entender o universo e os processos da moda é fundamental para a realização de trabalhos coerentes e que atendam as necessidades do cliente/produto.

Lighting Design: para aqueles que querem trabakhar nesta área é fundamental a conclusão deste curso pois, a formação recebida no curso superior faz apenas o iluminador básico. E, uma iluminação de qualidade técnica/estética pressuõe uma ampla especialização na área.

Produtos: para aqueles que desejam melhorar a qualidade técnica de seus projetos de mobiliários, equipamentos e acessórios ou até mesmo seguir profissionalmente a área de produtos.

Conforto Ambiental: iluminação, acústica e térmica são os pontos chaves desse curso e elementos essenciais num projeto.

Gráfico: é um curso bastante interessante para anossa área pois através dele teremos maior fundamentação sobre cor, semiótica, imagens, linguagens e tantos outros elementos gráficos que usamos rotineiramente em nossos projetos.

Paisagismo: para quem quer ampliar conhecimentos e o leque de mercado neste segmento.

Design de Interação: cada dia mais em voga e real, o design de interação busca aprimorar a experiência entre o usuário X produto, seja este físico ou sensorial.

Eventos: voltado para profissionais que atuam com produção/decoração de eventos.

Além destes existem muitos outros cursos de pós graduação possíveis. Basta que você analise o que deseja profissionalmente e direcionar a sua formação.

Design Essencial – SENAC

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O Senac realiza Design Essencial 2009.

Entre setembro e novembro de 2009, o Senac realiza a quarta edição do evento Design Essencial, com foco no tema A Democratização do Design. A escolha do tema baseia-se nas transformações sociais do século 21, que estimulam a criatividade individual e diversificam o design contemporâneo.

O encontro debate a importância da democratização do design, apresentando projetos que incluem todas as classes e setores da sociedade, sem deixar de lado as questões ecológicas, o bom uso da matéria-prima e a melhoria da qualidade de vida.

Entre os palestrantes, estão importantes profissionais da área de arquitetura e design, como Fernando Brandão, arquiteto premiado pelo projeto da livraria Cultura de São Paulo; Christian Ullmann, designer argentino premiado por desenvolver projetos sustentáveis; Marcelo Teixeira, antigo designer da Embraer; Pedro Paulo Franco, designer e proprietário de empresa do setor; e Alessandro Jordão, Kiko Sobrino e Fábio Galeazzo, designers premiados e que participaram da Casa Cor São Paulo 2009.

O evento é realizado em 19 unidades do Senac na forma de exposições, workshops, palestras, encontros e debates sobre o tema. É dirigido a arquitetos, decoradores, designers, designers de produto, empresários da área, estudantes e demais interessados no assunto.

Por enquanto só estão agendados eventos no estado de São paulo (pra variar…). Acesse este link para saber a agenda e locais.

The Halle Tony Garnier – Paris

The Halle Tony Garnier, surgiu após uma uma estrutura industrial construída em 1889 ser transformada num espaço para eventos e shows, em Paris. Com um grandioso projeto envolvendo áreas como arquiteura, engenharias, lighting e design, fizeram uma revolução.

O projeto de 17.000m² que mescla estruturas originais de madeira e alvenaria com grandes panos de vidro e outras estruturas metálicas no teto e nas paredes.

O resultado desse trabalho em parceria entre diversos profissionais só poderia resultar num projeto de excelência e belíssimo.

Imagens: Aphex Twin, Xuan NGUYEN aka Xuxu, Leandro’s World Tour on flickr, and from wikipedia

Agenda 2009

Atenção para as datas dos principais cursos, feiras e eventos em 2009:

Prêmio Abilux Projetos de Iluminação 2009
As inscrições estarão abertas de 6 de abril a 30 de junho de 2009

Paisagem urbana com   preocupações contemporâneas
Recriar a paisagem urbana alinhada às questões contemporâneas é o foco da pós-graduação do Centro Universitário Senac

Especialização em ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA – Cesumar
A Arquitetura Bioclimática vem responder aos anseios da sociedade face à emergência das questões ambientais, ao desenvolvimento de uma sociedade mais informada e consciente quanto aos meios de interação entre o homem e o meio ambiente.O setor de Construção Civil possui uma especial responsabilidade sobre os gastos energéticos e o impacto ambiental produzido nos processos de manufatura, exploração, utilização, descarte e industrialização em todos seus setores produtivos.O curso visa formar profissionais da área da Construção Civil, interessados na preservação do meio ambiente, com conhecimento específico das questões relativas ao aproveitamento das variáveis climáticas para o desenvolvimento de projetos, planejamento e controle dos processos produtivos, visando um maior conforto ambiental, integrando o homem ao meio ambiente.

14ª Edição CRAFT DESIGN
De 28 Fevereiro a 03 de Março de 2009.
Das 10h às 20h.
Centro de Eventos São Luís
Rua Luís Coelho, 323
Consolação – São Paulo – SP

15ª PARALELA GIFT – 2009
Feira de Design e Produtos Contemporâneos
A ParalelaGift se propõe a surpreender, orientar, estimular e encantar os visitantes, com a exposição de produtos contemporâneos, inovadores e antenados com as mais recentes tendências do design mundial. 03/03/09 até 05/03/09
LOCAL: Bienal
São Paulo – SP

Se você souber de mais alguma feira, curso, evento interessante e importante mande-nos o link para que possamos acrescentar a esta lista.