A Matéria Prima…

Por: Wilson Sallouti

Observando a proeminente evolução tecnológica demonstrada na ultima Expolux, resolvi propor um despretensioso e descontraído questionamento aos profissionais de iluminação que por lá circulavam, fossem eles especificadores, lojistas ou fabricantes. A pergunta era: “Qual é – ou deveria ser – a matéria prima do profissional de iluminação?”

Recebi diferentes e interessantes respostas, sob variados pontos de vista, que passaram por: “a criatividade”, “os catálogos de produtos”, “as luminárias”, “a tecnologia”… Tecnologia! Mas, no caso da iluminação, seria ela uma aliada ou uma vilã? Após mais de 20 anos trabalhando neste segmento no Brasil, ouso arriscar o palpite que ela pode assumir os dois papéis, dependendo da forma e contexto em que for empregada.

Sempre fui um defensor da idéia de que a escolha da tecnologia jamais deveria se sobrepor aos objetivos claramente definidos de iluminação desejados, sob o duro risco dos resultados serem comprometidos pelo emprego de modismos.

Se assim considerarmos, o mais coerente caminho seria antes desenhar a luz que se quer fazer, para somente depois buscar o que há disponível em termos de recursos, cujos pontos fortes e fracos permitam-nos chegar o mais próximo possível do efeito almejado.

Simplificando a idéia, convido o leitor a me acompanhar em um descontraído devaneio. Vamos imaginar que o mercado de iluminação profissional realmente tivesse evoluído consideravelmente por um lado, mas ainda vivêssemos na era do fogo, sem nem mesmo a invenção da lâmpada elétrica.

Então, os fabricantes de luminárias, estariam empenhados em desenvolver corpos óticos para atingir os mais diversos efeitos (como “up fires” e “down fires”, por exemplo), que seriam expostos numa eventual “ExpoFireLux” e posteriormente usados com maestria pelos “Fire Lighting Designers” em seus projetos.

Note, caro leitor, que mesmo nesta hipotética (e quase patética) situação, nossa essência iluminadora já se faria presente, buscando gerar funcionalidade, causar emoções, criar ambientes confortáveis, iluminar espaços e pessoas, independente dos níveis tecnológicos a que tenhamos alcançado.

Partindo desta premissa, talvez possamos concluir que a criatividade se colocaria como a inspiração artística do profissional de iluminação. E que as luminárias e catálogos de produtos (ou seja, a tal tecnologia) seriam algumas das principais ferramentas de trabalho. Mas a verdadeira e eterna matéria prima seria sempre, pura e simplesmente…

A LUZ!!!

Wilson Sallouti – Diretoria

FASA Fibra Ótica www.fibraotica.com.br Tel.: +55 (13) 3458-2878 E-mail: wilson@fibraotica.com.br

Reader: cores e mais cores

É, resolvi fazer um post mais leve baseado em meu reader já que andam me chamando de ranzinza (ah ah ah). Vamos então a um post sobre o uso de cores e outros detalhes interessantes que encontrei em meu reader hoje. Quem vai gostar é a minha amiga mega colorida Joyce Diehl:

foto 1 – woodmat1

Simples, alegre, divertido, customizável nas cores. Adorei!!!

foto 2 – Corian Loves Missoni

Quem já trabalhou com este material conhece bem suas características físicas como a sua resistência e durabilidade. Isso possibilita a sua aplicação em áreas perigosas e problemáticas como os banheiros. Porque não tornar os banheiros mais alegres, usar e abusar dos geometrismos na paginação?

foto 3 – Hot Paper Restaurant

Eu simplesmente amei o detalhe da parede com built-in.

Podemos chamar este elemento de “sanca de parede”?

Para facilitar as coisas, sim.

Como podem perceber, é um ambiente sóbrio. Mas a cor entra sutilmente neste elemento de parede quebrando a seriedade do espaço tornando-o mais leve.

foto 4 – Acne Store

Gritante e berrante sobreposição de tons de vermelhos.

Achou pesado?

Eu não.

Na verdade eu amo estas ousadias que, infelizmente, poucos clientes permitem.

foto 5 – house beautful banheiro

Perceberam a leveza desta cor aplicada neste banheiro? Relaxante e suave.

Outro detalhe é a brincadeira gráfica do revestimento das paredes.

Show!!!

foto 6 – quarto Contemporary Condo

E quem falou que o preto não é cor? (tou brincando ok teóricos chatos de plantão!)

Quem estudou comigo e teve aulas com um determinado professor vai entender esta frase:

“Olhem o lilás das flores….. que lindo… perfeito… é o ponto focal…”

AHAHAHAHARRRRRRRRRRRGH!!!

Agora, parando de brincadeira, sim o preto é cor pigmento. Sóbrio e sério como o perfil de muitos clientes. Porém, culturalmente, aqui no Brasil ele ainda é relacionado com um lado não muito agradável da vida: a morte, o doloroso luto (credo, que incoerência entre os termos vida e morte).

Mas ele é “chique no úrtimo” e a garantia de espaços lindíssimos. Outra prova disso vocês podem ver neste post sobre o ateliê do artista plástico Jadir Battaglia.

Eu adoro!!!

foto 7 – a arte dos dedos mágicos de Judith Ann Braun

Não consigo expressar tamanha surpresa e admiração ao descobrir esta artista. Sugiro que visitem o site dela para conhecer outros trabalhos e mais detalhes sobre a sua arte “digital”

foto 9 – Sala

A beleza está nos detalhes que alegram e personalizam os ambientes.

;-)

As fotos à seguir vieram do excelente Retail Design Blog by Artica que conheci este final de semana. Já entrou para meu reader e para o blogroll aqui do blog!!!

Foto 10 – “SUPER by Dr. Nicholas Perricone” store by Janis Bell Design, Malibu

Duas considerações sobre este projeto:

1 – a deliciosa mistura de cores tem tudo a ver com a empresa: se observarem atentamente irão perceber que cada cor utilizada nos módulos é a mesma que está presente na embalagem dos produtos expostos em cada um deles.

2 – a perfeição do IRC do projeto de iluminação garantindo a fidelidade exata da reprodução das cores do ambiente e das embalagens/produtos.

PERFECT!!!

;-)

foto 11 – Etch Web lamp by Tom Dixon

Luz e texturas ou luz e sombra brincando, dialogando numa perfeita interação.

foto 12 – Aurelia lamp by QisDesign

Luz e cor ou, luz é cor. Não importa.

Observando bem percebemos que esta é uma luminária que, apesar de ter a luz mais aberta (espalha-se pelo ambiente) não interfere tanto em outros efeitos que podemos utilizar no restante do ambiente.

foto 13 – Luxury cladding collection by Lithos Design

Olha o preto aí de novo, mas desta vez sem o seu fiel escudeiro branco e sim acompanhado do dourado…

Confesso que demorei um pouco para entender o que é este revestimento mesmo observando as fotos mas próximas.

Pelo que entendi (em meu inglês nem tão perfeito), trata-se de placas cerâmicas pretas e os círculos dourados são, na verdade, “entalhes”.

Possuem duas opções de cores: preto com dourado e preto com prata.

Vertiginosamente lindo!!!

fotos 14, 15 e 16 – Dent Cube by Teruo Yasuda for Inax

Quando vi este produto me lembrei na hora do revestimento da TWBrazil que usei na mostra e que agora está aqui em casa num painel de TV na sala.

Só que este não é de madeira. Porém ele é um produto muito versátil podemdo ser aplicado de diversas formas e pode ser customizado em suas cores como podem observar nas duas fotos a seguir:

Para os que buscam possibilidades em paisagismo vertical.

Para os que buscam mais alegria e cor nos ambientes.

Finalizando, deixo alguns vídeos para apreciação de vocês.

Primeiro, três vídeos do The Creators Project:

E agora vejam este desfile. Passarela limpa, estrutura simples e um elemento excelente como pano de fundo:

Aproveito para deixar um exercício de observação: estes quadros no piso da passarela, do lado direito, são o que? Projeção, elemento físico (algum material aplicado) ou o que?

Espero que tenham gostado.

Até o próximo post!!!

;-)

LD > algumas características fundamentais da luz

A Marcia Nassrallah postou no grupo deste blog no facebook, um vídeo bem interessante sobre uma característica da luz: a cor.

Simples, direto e interessante. Vale a pena compartilha-lo:

Ressalto que cor/luz (a cor da luz) é bem diferente de cor/pigmento (a cor das tintas). Logo, a mistura de cores na cor/luz resulta em cores bem diferentes de quando misturamos as cores/pigmentos.

Esta é uma característica fundamental da luz e que deve ser dominadam para quem quer trabalhar com LD. A confusão gerada entre essa diferença de resultados entre cor/luz e cor/pigmento tem gerado projetos muito estranhos.

Por falar em características fundamentais da luz, encontrei este outro video que mostra com perfeição a questão da reflexão (reflexo) da luz.

Isso tem muito a ver com qualquer post que eu já fiz (e farei quantas vezes forem necessárias) sobre erros em projetos de iluminação. Esta característica da luz é a que provoca reflexos nos ambientes, como mostrado já aqui neste post, mais especificamente neste aqui e em vários outros.

A não observação dos elementos que compõem o espaço à ser iluminado leva o profissional a cometer estes erros reflexivos que, na maioria das vezes, acaba com o resultado estético do mesmo. Por mais caras que sejam as peças nele alocadas, os reflexos irão sobressair-se por serem elementos incomodativos.

Vale a pena também mostrar este outro vídeo que trata de outra importante característica da luz > a refração:

Prestem muita atenção neste vídeo pois ele nos mostra como a luz comporta-se de maneiras diferentes com diferentes materiais. E observe também os efeitos resultantes disso tudo.

Aulinha básica “di grátis” pra vocês!!!

Abraços e até o próximo post!!!

;-))

A cor da luz

Por Farlley Derze*

Texto originalmente publicado na Revista Luz & Cena, edição número 149, dez/2011, autorizado pelo professor Farlley a sua publicação aqui em meu blog. Este faz parte de uma série de 5 artigos que serão publicados na revista.

Aurora Boreal. Fonte: Curiosando

Uma das maravilhas que a natureza nos proporciona é a poesia das cores da luz, durante as 24h do dia. Nós brasileiros, devido à posição de nosso território no globo terrestre podemos contemplar as nuances coloridas no horizonte quando desperta o sol, ou quando ele se despede ao anoitecer. Por outro lado, os povos que habitam próximo aos polos têm a chance de assistir a outro espetáculo de cores: a aurora boreal no polo norte e aurora austral no polo sul, quando rajadas de ventos solares (neutrinos) colidem com o conjunto de gases de nossa atmosfera. Resultado: um ballet de cores em movimento a altitudes que variam entre 80km a 200km, onde cada cor representa um tipo de gás.

Como o assunto é a cor, olhemos para a realidade tecnológica da iluminação artificial, dos dias atuais. Quem frequenta casas de espetáculos tem a oportunidade de assistir em peças de teatro ou shows de dança e música, uma multidão de cores que dialogam com a cena. Então podemos pensar metaforicamente em linguagem ou linguagens de iluminação, tal qual ocorreu no mundo da pintura ocidental e suas linguagens: pintura medieval, renascentista, barroca, neoclássica, romântica e uma avalanche de “ismos” que caracterizou a pintura moderna (impressionismo, pontilhismo, expressionismo, futurismo, cubismo, primitivismo, raionismo, construtivismo, fauvismo, surrealismo, abstracionismo…). Assim como por traz de cada linguagem pictórica havia um grupo de pintores que a representava, nas linguagens da iluminação cênica há um grupo de artistas que as representam – os iluminadores cênicos. Pintores e iluminadores cênicos têm muito em comum. Refiro-me à maneira como conjugam poeticamente a cor, os contrastes de luz (do brilho mais intenso ao facho mais tênue), os diálogos entre luz, sombra e escuridão, a distribuição dos movimentos de luz que convidam nossos olhos a passear pelas superfícies e vãos que se alternam no espaço. Por trás do repertório poético de cada profissional há o repertório tecnológico com o qual lidam para unir conhecimento e criatividade a serviço da cena a ser iluminada. Os pintores medievais, renascentistas, barrocos faziam de forma caseira suas tintas coloridas com gema de ovo, sangue de animais, metais oxidados, ervas, carvão e óleos vegetais. Após entrevistar dezenas de iluminadores cênicos brasileiros descobri que muitos deles criaram artefatos como mesas de luz, refletores e dimmers, dentre outros, artesanalmente. Souberam dar soluções muito criativas para a obtenção de luz colorida bem como para a obtenção de materiais para montar refletores. Um deles me contou que pegava restos da indústria automobilística, como porta de fusca, e em casa retorcia a chapa para montar um refletor do tipo PC. Eu adoraria compartilhar essas histórias que ouvi desses profissionais aqui nessa coluna, em edições futuras.

Como prometi na edição anterior vou compartilhar com vocês a ideia que o italiano Sebastiano Serlio teve em 1551, e que deu origem à iluminação colorida na cena. Com base na fonte bibliográfica que tenho em meus arquivos, um livro de 1929 chamado The history of stage and theatre lighiting, Sebastiano Serlio trabalhava em um teatro no século 16 e teve a ideia de posicionar algumas velas atrás de garrafas de vidro que estavam cheias de uma mistura de água com líquidos de cor vermelha ou azul. O resultado foi a propagação de luz colorida por causa das propriedades físicas da luz, como reflexão e refração. Para intensificar o efeito, ele teve a ideia de posicionar atrás das velas uma espécie de disco de metal para aumentar o poder de reflexão, como se fosse um espelho. O conjunto então era: garrafas cheias de líquidos coloridos, por detrás delas as velas, e atrás das velas as superfícies metálicas. Caso o prezado leitor tenha interesse em ler esse livro, eu o tenho no formato digital (pdf). Basta solicitar por e-mail: diretoria@jamiletormann.com

Agora nos resta fazer uso da imaginação para vislumbramos o efeito luminoso – cênico – proporcionado pela ideia desse italiano renascentista, numa época onde um ambiente fechado como o teatro dispunha apenas da chama acesa como fonte luz a contracenar com manchas de escuridão. Imaginemos agora as velas, garrafas coloridas e superfícies metálicas a esparramar cores na cena teatral.

Nos dias atuais, o diodo emissor de luz (LED) é a vedete tecnológica. Oferece baixo consumo energético, pouca dissipação de calor e muita variedade de cores. Entretanto, basta ouvir o que pensam os membros da Associação Brasileira de Iluminação Cênica (AbrIC), os membros do Instituto Brasileiro de Tecnologia Teatral (IBTT), e professores do Instituto de Pós-Graduação (IPOG) que juntos formam uma rede cultural de profissionais da iluminação. Eles apontam limites do LED no que tange às respostas dessa fonte de luz ao dinamismo das linguagens da iluminação cênica, mais especificamente no âmbito do teatro, já que no âmbito da iluminação arquitetural já se encontraram soluções para colorir fachadas, por exemplo, e demais elementos estáticos. Pela lógica histórica, o tempo é o recurso que funciona para aperfeiçoar as soluções tecnológicas que nascem rudimentares e limitadas até que se encontrem mais lapidadas para maior proveito em determinada área de atuação, com base nas intenções de cada geração profissional que tenha oportunidade de interagir com os diversos estágios da tecnologia. Foi assim com a iluminação cênica quando na Idade Média se usavam velas e archotes até que estivessem disponíveis os lampiões a querosene e lâmpadas a gás no séc. 19. Com a conquista da eletricidade, uma família de lâmpadas de arco-voltaico e incandescentes aos poucos proporcionou recursos técnicos e artísticos como a dimerização, que ao lado do repertório crescente de tipos de refletores e jogos de cores possibilitaram mais plasticidade na linguagem artística do iluminador cênico que recita sua poesia no espaço. Eu acredito na iluminação cênica como mais um bom ingrediente, dentre as inúmeras formas que nós temos à disposição, para se compreender facetas do mundo da arte e da ciência na conexão entre sensações biológicas, realidade cultural e avanços tecnológicos.

Dos ritos medievais à indústria do entretenimento a iluminação cênica nasceu e se desenvolveu graças àqueles que descobriram como provocar a imaginação humana.

*Farlley Derze é Prof.do Instituto de Pós-Graduação; Dir. de Gestão e Pesquisa da empresa Jamile Tormann Ilum. Cênica e Arquitetural.; membro do Núcleo de Estética e Semiótica da UnB. Doutorando em Arquitetura. diretoria@jamiletormann.com

O cheiro da luz

Por Farlley Derze*

Texto originalmente publicado na Revista Luz & Cena, edição número 148, nov/2011, autorizado pelo professor Farlley a sua publicação aqui em meu blog. Este faz parte de uma série de 5 artigos que serão publicados na revista.

Durante milênios para se produzir luz artificial foi necessário alguma forma de combustão: foi assim com nossos ancestrais paleolíticos das cavernas há aproximadamente 500.000 anos, quando descobriram o valor do fogo para aquecer o grupo e iluminar o espaço noturno. A chama como fonte de luz artificial foi uma situação que perdurou até o final do século 19. Conclusão: a luz artificial tinha cheiro. Uáu! Então nossos tataravós e toda aquela gente famosa como Platão, Cleópatra, Nero, Joana D’Arc, Galileu, Mozart e quem mais você puder se lembrar tinha o seu ambiente noturno iluminado por chamas. Podemos então inverter o velho ditado e dizer: “onde há fogo há fumaça” (e um cheirinho). Roupas, cortinas, cabelos, tapetes, paredes… o ar…, se o ambiente era escuro sem janelas, ou quando a noite chegasse, a luz tinha seu cheiro. De 2009 a 2011, compilei mais de 600 entrevistas em 14 capitais brasileiras com idosos que foram testemunhas da iluminação artificial produzida por uma chama. Ouvi relatos de que ao se dormir com as lamparinas de querosene acesas, à meia-luz, as narinas amanheciam pretas da fumaça. Os cabelos e os pijamas tinham os vestígios do cheiro do querosene. Voltemos no tempo: imaginemos nossos ancestrais das cavernas, Aristóteles ou Beethoven e nossos tataravós que também não conheceram a iluminação elétrica, essa que temos hoje – inodora. Que tal voltarmos nos tempos de Shakespeare para nos sentarmos dentro de um teatro elisabetano e assistir a uma de suas obras à luz de velas? E a fumaça? Há inúmeros filmes de época que mostram a realidade tecnológica da iluminação artificial, e lembrei-me agora do filme “Em nome de Deus”, que se passa no século 12. Lá tem uma cena no interior de uma taberna onde se desenrola uma peça teatral. Você vai ver a quantidade de fumaça que exala das velas situadas na boca de cena – as luzes da ribalta daquela época.

A essa altura você já deve ter concluído: uáu, a luz artificial além de ter cheiro tinha apenas uma cor, a cor amarelada da chama… … inclusive a cor da luz se manteve amarelada mesmo com a chegada das primeiras lâmpadas elétricas no século 19. Basta compararmos a chama acesa da combustão com aquele pedaço de brasa do filamento incandescente que foi engarrafado dentro de uma bolha de vidro. Concordo com sua conclusão, e acrescento um tempero a ela. Foi o químico inglês Humphry Davy que deu o ponta-pé inicial para a conquista da luz elétrica, ao demonstrar em 1802 que um filamento de platina incandescia quando oferecia resistência à passagem da corrente elétrica. Em 1808 ele criou a primeira lâmpada elétrica, que não era incandescente e sim a arco-voltaico, que iluminou cidades da Europa nas duas últimas décadas do séc. 19 e nossa antiga capital Rio de Janeiro até 1920, além de servir ao cinema para projeções até os anos 80. Durante o séc. 19, um francês, um russo e outro inglês inventaram suas lâmpadas elétricas incandescentes, mas nenhum deles teve a perspicácia de Thomas Edison. Foi Thomas Edison que… digamos…socializou o artefato, pois criou a primeira fábrica em 1890 – a Edison General Eletric (GE). Pronto: luz elétrica em casa, luz sem cheiro. Edison tentou 2.000 tipos de filamentos: bambu carbonizado, platina…e até cabelo de seus funcionários ele arrancava de suas cabeças para fazer passar a corrente elétrica…enfim, testava tudo que a imaginação permitisse. Mas foi uma simples linha de algodão (daquelas de costura) que se demonstrou ser o melhor filamento para deixar a lâmpada acesa por aproximadamente 45 horas – um recorde. Bastou impregnar a linha com alguns restos carbonizados que ficavam depositados no fundo dos lampiões a querosene. E a linha enegrecida ficou em brasa com a passagem da corrente elétrica. Luz elétrica, e luz sem cheiro.

Hoje a vedete tecnológica é o LED, isto é, os “diodos emissores de luz”, que eu gosto de pensar neles como uma espécie de vagalumes artificiais.

Agora você chegou a mais uma conclusão: o mundo se coloriu a partir da luz elétrica. Quem não se lembra da luz colorida da lâmpada de néon, inventada pelo químico francês George Claude em 1902? Hoje as cores luminosas estão em telas de computadores, celulares, tablets, TVs, nas ruas e nos olhos apaixonados. Contudo, justiça seja feita, o teatro deu sua contribuição às cores da luz muito antes da eletricidade, lá nos tempos de Pedro Álvares Cabral. Foi uma ideia do italiano Sebastiano Serlio, em 1551, que deu origem à iluminação colorida na cena, história que vou contar na próxima edição. Despeço-me com um abraço a todos os iluminadores cênicos, essas criaturas geniais que criam colmeias de luz na caixa cênica.

*Farlley Derze é Prof.do Instituto de Pós-Graduação; Diretor de Gestão e Pesquisa da empresa Jamile Tormann Iluminação Cênica e Arquitetural; membro do Núcleo de Estética e Semiótica da UnB. Doutorando em Arquitetura. diretoria@jamiletormann.com

Especialista em Lighting Design???

Vejo com tristeza diariamente diversos profissionais não especialistas falando sobre LD sem ter a menor noção do que vem a ser isso na realidade. Na verdade, é um show de repetições de jargões e clichês que estão na mídia acessível a qualquer um, especialmente através do Google. Fazem isso apenas para garantir um naco do mercado tentando iludir e confundir os clientes.

Já escrevi sobre isso aqui no blog algumas vezes mas nunca é demais voltar à este assunto dada a sua relevância e seriedade.

“LD é uma iluminação mais cênica” – clichê mais que batido, não cola mais hoje em dia pois LD nunca foi apenas isso.

Na verdade, o cênico em um projeto de LD fica apenas em suas bases.  Cênica é o conceito básico do projeto e não a aplicação ou resultado final (salvo em caso de iluminação cênica mesmo: teatro, dança, shows, etc). Tem gente que chega até a usar aquelas luminárias em formato reduzido dos refletores de palco para tentar iludir e reforçar essa falsa idéia do que vem a ser um verdadeiro projeto de LD. No entanto ISSO NÃO QUER DIZER NADA. É apenas mais uma luminária solta no espaço.

“LD é buscar a eficiência energética” – também mas não só isso.

A eficiência energética e o baixo impacto ambiental são apenas premissas de um projeto de LD de qualidade, devem fazer parte dele, devem ser pensados e considerados no momento do projetar, desde o início. Mas não são o todo de um projeto de LD.

“LD é atender às necessidades do usuário” – no entanto o que vemos nas imagens logo após o destaque da frase é um show de sandices luminotécnicas. Vemos uma re-re-re-re-repetição de erros crassos e básicos cometidos ainda nos bancos das faculdades, pelos acadêmicos iniciantes que não sabem de nada sobre iluminação e/ou elétrica. Vemos também muitas repetições dos erros baseados nas tendências e na “moda” que as revistas, infelizmente, pregam.

“Esta luminária do fulano é de design assinado e garantirá a qualidade e beleza no projeto de lighting design que estou fazendo” – MINTCHIIIIIRAAAAAAAAAAA!!!

Gente, para um projeto de LD o que menos importa é a estética da luminária e sim o efeito que a luz proporcionará. Não é a toa que num projeto de LD verdadeiro você dificilmente percebe as luminárias. Elas só ficam visíveis quando não há outra opção mesmo. Um verdadeiro LD muito dificilmente especificará um pendente de cristais caríssimo sobre a mesa de jantar (carne-de-vaca) pois sabe que ele irá acabar com os efeitos do entorno pois é uma luminária que não tem controle de luz.

Isso me lembrou também que o verdadeiro LD não está preocupado com quanto ele ganhará de RTs das lojas. Se ele tiver de escolher entre um pendente de cristais de 30.000 e um projetor de 300 ele certamente optará pelo projetor.

O profissional de LD é aquele que busca a especialização, aprofunda-se diariamente, embrenha-se sem medo no universo da iluminação. É aquele que conhece antecipadamente o que há por vir sobre tecnologias em iluminação. É, especialmente, aquele que trabalha exclusivamente com projetos de iluminação e, quando não encontra uma luminária que atenda às necessidades do projeto, concebe, cria, desenha, projeta e produz uma – ou várias – específica. É também aquele profissional que não inventa respostas para dar a seus clientes.

Buscar a especialização, tornar-se um especialista nesse sentido não quer dizer fazer uma pós-graduação apenas (isso qualquer um faz). Conheço muita gente que fez diversos cursos de iluminação – incluindo especializações – e seus projetos não mudaram absolutamente nada do que era feito antes. Tem gente que continua confundindo e desconhecendo as lâmpadas, não faz a menor idéia dos requisitos mínimos para a aplicação das ARs, continuam a errar em seus projetos ou a solicitar a especificação dos equipamentos para os vendedores de lojas simplesmente porque não dominam a matéria/produto que estão vendendo para seus clientes.

Infelizmente tem muitos profissionais que fazem especialização, levam o curso com a barriga e depois recebem o papel que lhes dará o direito de ostentar o título de “Lighting Designer” ou “especialista em iluminação” por aí, enganando o mercado e seus clientes e soltando estas mesmas frases clichês quando surge uma oportunidade na mídia.

O pior disso tudo? Alimentam e ampliam o rol dos desinformados e incompetentes que marcham atrapalhando o desenvolvimento sério da área através de seus projetos toscos e chupados – pode-se dizer também, chutados.

Quer realmente ser um profissional de LD?

Então viva da luz e na luz!!!

Leve choques acompanhando o eletricista instalando os equipamentos, faça você mesmo a afinação da iluminação, atreva-se a instalar luminárias e, principalmente, tenha experiência em iluminação de teatros.

Dias atrás dei uma entrevista para a Helenida Tauil aqui de Londrina e quando ela me perguntou a diferença entre iluminação e lighting design eu coloquei mais ou menos isso:

Num projeto de iluminação – que é o que vemos em revistas – o profissional define o layout e depois joga a luz em cima com a intenção de “tapar buracos” ou esconder aquilo que não se quer mostrar através da ausência de luz. Num projeto de LD o especialista faz o caminho inverso: primeiro ele pensa na luz buscando atender às necessidades do cliente/usuário e depois complementa com o layout. Seja na arquitetura ou em interiores o ponto de partida é sempre a luz, seja ela natural ou artificial, ou ainda quando possível, as duas.

Sim o LD não trabalha apenas com a luz artificial. A luz natural faz parte de seu trabalho também.

Estou trabalhando atualmente em 5 projetos onde o ponto de partida (ou partido) é a luz – isso aprendi conversando com o Oz Perrenoud.

Estranho? Difícil entender? Complicado demais conceber algo partindo da luz?

Um destes projetos é um oratório e comecei pensando em tudo que a Cruz e a vida de Jesus representam. Eu sempre tive na cruz a imagem da Luz Divina, da luz irradiando dela banhando nossas vidas. Parti daí.

“A cruz será com retro-iluminada então Paulo?”

NÃO! Built-in nisso seria óbvio demais.

“Ah, então terá um projetor no centro dela jogando luz pra frente ou pegando ela de frente?”

NÃO! Isso seria brega e comum demais.

“#ComoFaz então Paulo?”

Aguardem pois assim que estiver finalizado tirarei fotos e colocarei aqui para vocês verem. Mas posso adiantar: comecei pelas sensações que eu quero que as pessoas tenham ao estar naquele ambiente. E a luz é uma sensação fundamental para a vida, incluindo a vida espiritual.

Portanto, se você usa o título LD ou especialista em iluminação – ou qualquer outro – sem ter conhecimento tenha consciência de que quem está perdendo é você mesmo ao enganar seus clientes oferecendo um produto para o qual você não é capacitado e, principalmente, o respeito dos profissionais sérios da área e que são verdadeiros LDs.

#FicaDica

Parcerize-se com um verdadeiro especialista no assunto. Já no primeiro projeto em parceria você irá perceber o ganho em qualidade no seu projeto.

;-)

pós: A luz sob CONTROLE

Pois é, tive esse final de semana o último módulo da pós do IPOG.

Começou na sexta feira a tarde com uma palestra da Jamile Tormann falando sobre mercado e projetos de iluminação. Super como sempre.

Depois entrou o professor Ricardo Honório ( sales engineer-Brasil da Lutron) com o módulo “A Luz sob Controle”.

Ok, vou organizar os materiais aqui e preparar um post especial sobre este módulo.

Você trabalha com automação? Pois saiba que isso é coisa do passado. Automatizar hoje qualquer um automatiza.

Eu não quero mais só isso.

Agora eu quero é o controle total da luz, certificação LEED.

Automação se preocupa apenas com cenas (ao menos é o que é vendido e mostrado) dimerizadas ou equipamentos controlados. O controle da luz vai muito além disso. Para o controle, temos de planejar e projetar o tipo de carga, as  zonas, circuitos, as cenas e os pontos e tipos de controle.

Apesar da semelhança com a automação, este é um trabalho muito mais complexo e que vai bem além dos controles “xikes” via i-pad, i-phone e “i-coisa”.

Foi mega cansativo pois foi muita informação em pouco tempo, mas cada segundo deste módulo valeu diamantes!!!

TEXTURIZANDO COM A LUZ

Uma opção bastante inteligente e bela de melhorar os ambientes é usando o efeito de texturização através da luz.

#CUMA?

Simples: lançando mão de luminárias, equipamentos e revestimentos que favorecem as manchas (ou desenhos) que formarão as texturas.

Pode ser um simples abajour ou uma arandela, ou a aplicação de iluminação built-in em painéis recortados ou ainda com o uso de equipamentos de iluminação cênica: o efeito é sempre bárbaro e vai surpreender a todos.

Alguns exemplos:

Jessica Rosenkrantz and Jesse Louis-Rosenberg - "Hyphae"

Taí um exemplo do uso de abajour texturizando as superfícies. Assim como esta existem inúmeros outros modelos de luminárias que causam este tipo de efeito. Fica muito bom se usado corretamente.

Outro efeito bastante interessante é aproveitar os elementos disponíveis no ambiente e forçar a sombra deles sobre as paredes como na foto acima. Com luminárias simples consegue-se este tipo de efeito. Perceba que além de texturizar as paredes, você tem uma falsa impressão de volume maior.

Aqui já temos a opção de painéis retro iluminados (built-in) – é um processo similar ao utilizado em sancas que também aparecem na foto acima.

Por falar em sancas, quem disse que elas tem de ser retinhas, certinhas?

Ou que elas podem ser usadas apenas no teto?

Já mostrei num post anterior sobre o uso de películas em vidros visando alcançar este efeito. No entanto a foto não estava muito boa pois não mostrava corretamente o efeito. Então aí vai outra:

Tudo vai depender do desenho que você escolher e da incidência da luz solar ou artificial na área externa, nesse caso.

Também há neste mesmo espaço o uso de painéis com iluminação built-in que ficou bastante interessante e vale destacar aqui:

Já nos equipamentos de iluminação cênica a possibilidade de efeitos é giga.

Tá, eu sei que essa imagem acima vem de um espetáculo de dança, mas foi só para apresentar o tipo de efeito que, produzidos por estes equipamentos são bem mais precisos e intensos.

Este equipamento da luz vermelha é um basicão utilizado em boates e danceterias. No entanto, hoje já existem luminárias bem menores (LED + lentes) que oferecem a possibilidade de fazer estes riscos de luz nas paredes, teto, piso, etc.

Caso você tenha um bom eletricista, talvez consiga que ele faça uma aplicação de LEDs ou fibra ótica como esta:

Nos equipamentos de iluminação cênica, o mais indicado para ambientes residenciais são os projetores gobos:

Como se pode observar na foto acima, os gobos são customizados. Você pode mandar fabricar um especial para o seu cliente usando textos, fotos, abstratos ou texturas:

E os gobos podem ser utilizados em áreas externas também:

Como podem ver, são muitas as possibilidades e este é sem sombra de dúvida um super equipamento para utilizar nos projetos de iluminação.

Se o cliente dispõe de uma verba bastante boa para o projeto de iluminação, você pode especificar produtos mais complexos como este painel de LEDS:

Além de texturar a parede, estes painéis tem a possibilidade de aplicação da luz dinâmica que nada mais é que o sistema RGB aliado a desenhos predefinidos no sistema do conjunto.

Comemoração 700.000 – Sorteio assinatura da Lume Arquitetura

Olá meus nobbres leitores. Comemorando os 700.000 acessos a este blog vamos sortear mais uma assinatura da revista Lume Arquitetura, cortesia da Lume Editora ;-)

O processo é semelhante ao do primeiro sorteio e está valendo:


Uma assinatura de um ano da revista Lume Arquitetura!

Para concorrer é fácil:

1- Siga no twitter: @lumearquitetura e @ldpaulooliveira

2- Dê RT na mensagem de divulgação da promoção no Twitter.

3- Depois, poste uma frase aqui nos comentários, dizendo porque você deseja ganhar esta assinatura.

4- Espalhe no twitter a frase:

Eu quero ganhar a assinatura da Revista @lumearquitetura que o @ldpaulooliveira está sorteando aqui em seu blog #DAC.

O limite para inscrições é as 23:59h do dia 28/02/2011 – hora de Brasília.

O vencedor será divulgado no dia 1° de março de 2011, às 15h – hora de Brasília.

Procedimento de sorteio:

Somente estarão validados os comentários cujos autores forem seguidores no Twitter da @lumearquitetura e @ldpaulooliveira;

Cada comentário será numerado na ordem de sequência de postagem;

O sorteio será realizado através do site http://www.random.org/

O número gerado automaticamente pelo widget do site será o vencedor da promoção;

A tela do sorteio será fotografada indicando hora e data e inserida a imagem neste mesmo post;

ATENÇÃO:

Algumas regras importantes da Revista Lume Arquitetura para recebimento do prêmio:

1- A assinatura sorteada não poderá ser trocada por uma já paga vigente. Neste caso a pessoa tem a renovação automática por conta do sorteio para o próximo período.

2- O valor da assinatura não é reversível em dinheiro.

3- A assinatura também não pode ser substituída por outro produto comercializado pela editora.

4- Para efetivar a assinatura será necessário o preenchimento de nosso formulário. (encaminharei o formulário por e-mail para o vencedor).

5- Assim que preenchido enviar formulário por e-mail para: katia@lumearquitetura.com.br

6 – A responsabilidade das informações sobre endereço de entrega são do vencedor da promoção também.

7- O sorteado deve estar ciente de todos este itens.

.

Vamos lá!

Boa sorte a todos!!!

Boas festas!

Bom pessoal,

estou bastante sumido estes dias pois estou finalizando um trabalho da pós sobre iluminação de exteriores. Tenho de encaminhar ainda hoje…

Eu estava pensando em fazer um cartão como sempre faço e postar aqui para vocês, mas a minha madrinha me enviou um vídeo pelo orkut que é perfeito para a ocasião.

Assim, desejo a todos um Natal grandioso em paz, amor ágape e luz (que vem de Deus) e que 2011 venha carregado de gratas surpresas como a que este vídeo mostra:

Um forte abraço a todos!

Promoção DAC + Revista Lume Arquitetura.

Um presentaço de final de ano para vocês leitores deste blog:

 

Uma assinatura de um ano da revista Lume Arquitetura!

Para concorrer é fácil:

1- Siga no twitter: @lumearquitetura e @ldpaulooliveira

2- Dê RT na mensagem de divulgação da promoção no twitter.

3- Elabore uma frase aqui nos comentários deste post (abaixo) usando as palavras “luz” e “vida”;

4- Depois de postada a sua frase aqui nos comentários, espalhe no twitter a frase:

Eu quero ganhar a assinatura da Revista @lumearquitetura que o @ldpaulooliveira está sorteando em seu blog #DAC. (ACRESCENTAR O LINK DESTA PÁGINA DA PROMOÇÃO USANDO ESTE COMPACTADOR DE LINKS).

O limite para envio das frases é as 23:59h do dia 30/11/2010 – hora de Brasília.

O vencedor será divulgado no dia 1° de dezembro de 2010, às 15h – hora de Brasília.

 

Procedimento de sorteio:

Serão escolhidas as 20 melhores frases.

Estas frases selecionadas serão divulgadas num post específico montando uma lista numérica de 1 a 20.

O sorteio será realizado através do site http://www.random.org/.

O número gerado automaticamente pelo widget do site será o vencedor da promoção.

A tela do sorteio será fotografada indicando hora e data e inserida a imagem no post.

ATENÇÃO:

Algumas regras importantes da Revista Lume Arquitetura para recebimento do prêmio:

1- A assinatura sorteada não poderá ser trocada por uma já paga vigente. Neste caso a pessoa tem a renovação automática por conta do sorteio para o próximo período.

2- O valor da assinatura não é reversível em dinheiro.

3- A assinatura também não pode ser substituída por outro produto comercializado pela editora.

4- Para efetivar a assinatura será necessário o preenchimento de nosso formulário. (encaminharei o formulário por e-mail para o vencedor).

5- Assim que preenchido enviar formulário por e-mail para: katia@lumearquitetura.com.br

6 – A responsabilidade das informações sobre endereço de entrega são do vencedor da promoção também.

7- O sorteado deve estar ciente de todos este itens.

.

Vamos lá!

Usem a sua criatividade e boa sorte a todos!!!

************

E o vencedor é:

ARARUBA

Com a frase:

“Só com luz se vê a vida.”

Postada em novembro 29, 2010 às 8:38 pm.

Por favor entre em contato comigo pelo e-mail ptram@sercomtel.com.br com urgência.

Depois de receber a minha confirmação, envie um e-mail para katia@lumearquitetura.com.br para formalizar a premiação ok?

Parabéns ao vencedor, tenho certeza de que irá gostar muito da revista.

E agradecemos a participação de todos vocês.

Aguardem pois temos mais três assinaturas para serem sorteadas durante 2011 para vocês.

Abraços!

Palestra LAC Philips/Senac – SP

Como vocês já estão sabendo, o LAC da Philips encontra-se de mudança e por isso não estão sendo ofertados cursos neste segundo semestre. No entanto eles estão ministrando palestras junto a IES e associações.

Hoje recebi um informativo da Lume Arquitetura falando sobre uma destas palestras:

PALESTRAS DE ILUMINAÇÃO NO SENAC LAPA TITO

O Senac Lapa Tito, juntamente com o LAC (Lighting Aplication Center) da Philips, realiza em 29 de setembro as palestras:

Princípios Básicos de Iluminação, das 14 às 16 horas

Iluminação Residencial, das 16 às 18 horas.

Entre os temas abordados estão: geração de luz; o que é luz; reflexão; absorção e transmissão; visão; curva da sensibilidade do olho; princípios básicos da luz e pigmentos de cores; e a maneira adequada de iluminar os mais variados ambientes residenciais, abordando também a iluminação decorativa.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site do Senac.

Local: Senac Lapa Tito
Endereço: Rua Tito, 54 – Vila Romana – São Paulo -SP
Data: 29 de setembro
Horário: das 14 às 16 horas e das 16 às 18 horas
Preço: gratuito
Inscrições: www.sp.senac.br
Mais informações: (11) 2888-5500 ou lapatito@sp.senac.br

Entrevista: Jamile Tormann – iluminadora

Bom, prometi que iria começar a sessão de entrevistas aqui no blog em alto estilo. Cumpro a promessa com esta entrevista exclusiva da lighting designer Jamile Tormann.

Uma “iluminadora de bolso” (como ela mesma se entitula) que tem um trabalho de excelência e respeitadíssimo. Pesquisadora, autora de livros, coordenadora de cursos, faz parte e ajudou a fundar as principais associações de iluminação do Brasil além de ser uma pessoa adorável.

Agradeço a ela pela presteza e simpatia de sempre no atendimento aos seus contatos e também, por aceitar compartilhar -e muito – de sua experiência profissional com todos através desta entrevista.

Para quem desejar conhecer mais de seu trabalho, visite o site dela, sempre recheado de informações e novidades.

Segue a entrevista:

Jamile, fale um pouco sobre a sua formação e início de carreira.

Trabalho há 21 anos com iluminação. Tornei-me iluminadora graças à minha fada madrinha, Marga Ferreira, que desde os meus seis anos, me levava para os teatros gaúchos todos os finais de semana. Minha escolha profissional teve influência também em minha mãe, que foi professora de artes dramáticas, em meu pai, que chegou a ser editor de revistas, meu irmão que sempre me incentivou e por muita gente que sem saber passou por mim, e me influenciou no jeito de ver “luz”, de conceber, de agir, de pensar e de ser. Como diz Kafka: “somos a quantidade de pessoas que conhecemos”. Com 14 anos me tornei assistente de iluminação de João Acir de Oliveira, então chefe do Teatro São Pedro e, entre separar um filtro e outro, meu interesse pela área cresceu. Hoje, moro em Brasília, realizo projetos de iluminação cênica e arquitetural, sempre executado por equipes das empresas atuantes no mercado, supervisionadas por minha equipe. Como pesquisadora, investigo há seis anos a educação profissional no mundo produtivo da iluminação, com o objetivo de atuar no processo de formação, bem como de encontrar subsídios para desenvolver minha proposta de regulamentação profissional no Brasil, junto à Câmara Legislativa.

Sou sócio-fundadora de duas associações: A Associação Brasileira de Iluminação (ABIL) e a Associação Brasileira de Iluminação Cênica (ABrIC). Coordeno o curso de especialização em Iluminação e o Master em Arquitetura, ambos do Instituto de Pós-Graduação (IPOG). Cursei Arquitetura e Urbanismo, no Rio de Janeiro, e Licenciatura Plena em Artes Visuais, em Brasília, tenho pós-graduação em Iluminação, mestrado em arquitetura.

Quais as principais dificuldades encontradas nesse início? Como as superou?

O problema, desde sempre, foi a ausência da regulamentação da profissão de iluminador.  O governo necessita deste olhar mais apurado e urgente sobre o assunto para colocar ordem na casa. Fala-se tanto em eficiência energética e etiquetagem de edifícios, sabe-se que a economia gerada pelo entretenimento é a quarta maior do mundo, que sem luz não vivemos, e ainda assim não sabemos qual profissional estará de fato qualificado para atender estas demandas e lidar com a tecnologia de ponta que nos invade a cada dia. Quem sabe projetar com luz ? Ser projetista de iluminação é ser responsável por direcionar o olhar do outro. É ser um alfabetizador visual. É oferecer conforto luminoso para todos que quiserem nos contratar e usufruir deste prazer necessário. No entanto, ainda não há esse reconhecimento e nossa profissão sequer consta na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO, do Ministério do Trabalho). Somos aquele item “outros” para a lei e para os formulários que preenchemos quando, por exemplo, fazemos um check in nos hotéis. Essa é uma das razões para eu realizar uma pesquisa, por meio do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, sob a coordenação da professora doutora Cláudia Naves Amorim. Esta pesquisa pretende revelar qual a importância do profissional de iluminação, sua trajetória, área de atuação, organização, atribuições, condições de trabalho e formação profissional e, ainda, se o mercado está apto a recebê-lo. A pesquisa será a base para a elaboração do projeto de lei que pretende regulamentar o setor e será apresentado à Câmara dos Deputados pelo deputado federal Luiz Paulo Velloso Lucas (PSDB/ES).

A falta de formação do profissional de iluminação e a falta de uma metodologia de projeto, com uma linguagem unificada, são duas coisas que sempre me incomodaram muito desde o inicio. Busco desafios e tento abrir o mercado de trabalho para os que estão se formando, pesquisando e estudando, pois o empirismo acabou nos anos 90 e precisamos dar um basta a ele.


Jamile, você que também trabalha diretamente com educação, sendo coordenadora e professora do curso de pós em iluminação do IPOG, como vê a formação em iluminação nos cursos de superiores (não pós) existentes no Brasil? Falta alguma coisa?

Não há exigência de diploma para que iluminadores/lighting designers, eu chamo “projetistas de iluminação”, possam exercer suas atividades. Não há cursos regulares de iluminação, mas sim cursos livres, esporádicos, inclusive oferecidos por empresas de iluminação.

Os interessados devem procurar estágios com profissionais que tenham escritórios, em teatros, TVs, produtoras, lojas de iluminação, empresas de iluminação ou a indústria, para aprender na prática. Para quem tem graduação em outra área, já podem contar com os cursos de especialização em Iluminação que algumas Universidades oferecem em cidades como: Rio de Janeiro, Florianópolis, Brasília, Belo Horizonte, Manaus, Belém, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Londrina, Fortaleza, Salvador, Aracaju, João Pessoa, Natal, Vitória, São Paulo, Florianópolis e São Luiz. Tais cursos trazem em sua grade excelentes profissionais e docentes, com uma boa proposta pedagógica e de especialização para o profissional voltar ao mercado de trabalho com formação adequada.

Uma proposta de curso, em nível superior, poderia criar diferenciais para se crescer na profissão, seja pela aquisição de um conhecimento objetivamente sistematizado, isto é, para aplicação na vida prática do mundo produtivo, seja pela inserção do profissional no campo da pesquisa, que ainda é quase inexistente no Brasil. Eu apresentei um projeto de graduação em iluminação em 2006 mas ao longo de minha pesquisa descobri que falta mesmo é função técnica, de nível técnico, no mercado. Temos deficiência de profissionais qualificados em executarem nossos projetos. Profissionais que saibam ler o que está nas plantas e ser reconhecido como tal. Espero que a pesquisa e a regulamentação da profissão, possam ajudar a modificar para melhor o cenário da formação do profissional em iluminação, no Brasil, com o apoio da indústria, das empresas e dos profissionais deste segmento.

Pós -formação. Qual a importância disso na vida do profissional?

Sabe-se que o mercado de trabalho, nos dias de hoje, vem exigindo dos trabalhadores níveis de formação cada vez mais altos, para que desenvolvam competências cada vez mais refinadas, exigidas pela complexidade que caracteriza a vida em sociedade.

Segundo relatório da UNESCO para a Educação do século XXI (UNESCO, p. 1, 2002) a Educação Profissional no Brasil está mudando. O país alertou-se para o fato de que sua população economicamente ativa não pode permanecer com tão baixos níveis de escolaridade e de formação profissional.

Nesse contexto, a educação profissional precisa proporcionar às pessoas um nível mínimo de competências que lhes possibilitem:
– Capacidade de adaptação a um aprendizado ágil e contínuo;
– Flexibilidade na aprendizagem;
– Domínio das novas tecnologias, incorporadas ao mundo do trabalho e ao conhecimento humano;
– Refletir sobre o que diz Berger Filho, quando escreveu em 2002 sobre a educação profissional e o mundo produtivo, que “o princípio da educação profissional é o da empregabilidade, pois não adianta formar pessoas para um mercado que não existe.

O mercado existe e isso explica meu esforço para com a educação profissional.

Hoje existem cursos de pós-graduação em iluminação, e o acesso ao conhecimento está mais fácil do que há 10 anos. A troca de informações entre os profissionais também melhorou bastante. Existe uma demanda grande no mercado de iluminação para profissionais capacitados e, nesse sentido, se o profissional quer sobreviver ao mercado, precisa se especializar. Não tem para onde correr.

Com relação ao mercado de trabalho, percebo que fora dos grandes centros, a resistência do mercado a projetos de Lighting Design ainda é grande. O que vemos na maioria das vezes é a aplicação daqueles “splashes” de luz colorida. Qual a situação atual e as perspectivas para o Lighting Design aqui no Brasil fora dos grandes centros?

O fazer iluminação evoluiu e transformou-se no mundo produtivo, mas não tão rápido e nítido como os equipamentos de iluminação disponíveis atualmente no mercado. A razão disto está ligada ao fato de que o material humano não é tão maleável como a aparelhagem técnica. (ROUBINE, 1998, p.182).

Quando o assunto diz respeito aos profissionais de iluminação, o ato de intervir no espaço com a luz agrega um conjunto de ações que resultam no ato de iluminar, ato sujeito às especificidades de cada situação (local, prazos, objetivos, espaço, estrutura física, outros profissionais envolvidos, tipos de equipamentos, materiais disponíveis, nível de conhecimento do projetista de iluminação (lighting designer) sobre o “objeto” que vai iluminar). Ser um profissional de iluminação significa pertencer a uma categoria com funções determinadas pela natureza do trabalho e conhecimento na área, que não pode se desvincular do desenvolvimento tecnológico da área e das áreas multidisciplinares com as quais é necessário dialogar.

O cenário de iluminação no Brasil, muitas vezes, apresenta uma dicotomia: de um lado profissionais com muita prática e sem o aprendizado teórico, e outros com muita formação teórica e nenhuma prática.

Não se trata aqui de julgar ou atribuir valores aos tipos de formação existentes, mas, antes, questionar o que seria necessário ou suficiente em termos de formação profissional. O que está na pauta, atualmente, nas reflexões que busco nutrir juntos aos pares, junto aos alunos, por exemplo, é que o mercado de trabalho, de maneira geral, vem buscando cada vez mais o profissional com conhecimento específico, aprimorado e atualizado. Em suma, alguém com desenvoltura artística e técnica, prática e teórica. Principalmente em virtude dos avanços tecnológicos e dos altos custos dos equipamentos de iluminação, bem como a sua manutenção.

Como o debate gira em torno de formação profissional, ou, ainda, a educação profissional e a sua relevância para as demandas do mundo produtivo, que são grandes, seria o caso de reconhecer o valor de uma formação que compreenda, no objeto de estudo, a prática e a teoria como fatores indissociáveis e complementares. Pois a teoria precisa estar vinculada à prática e esta, muitas vezes, precisa recorrer à teoria para obter respostas e soluções.

Assim, para que isto seja viável, entretanto, o mercado de trabalho precisa se adequar e promover as adaptações que se mostrarem necessárias para responder ao conjunto de necessidades que estiverem em jogo, seja por parte do empregador, seja por parte do novo ou antigo profissional.

A demanda é grande em centros urbanos mais populosos, mas fora deles não existe ainda a cultura de se contratar um profissional de iluminação. Muitas pessoas sequer sabem da nossa existência (profissional com formação acadêmica e pós-graduado) e quando sabem, por se tratar de algo ‘novo’, muitas vezes não querem pagar o valor que cobramos.

Quais pontos falham nesse sentido e que medidas poderiam ser tomadas visando o reconhecimento da profissão fora dos grandes centros?

Neste contexto de idéias que citei anteriormente, é necessário promover ajustes no espírito de um novo paradigma: a educação profissional do projetista de iluminação (lighting designer). Valorizar-se o estudo, o aperfeiçoamento, a teoria e a prática – o conhecimento cientifico (realização de pesquisas) em diálogo com o conhecimento adquirido empiricamente, situações de ensino e aprendizagem em favor do profissional, em favor da produção artística, em favor do mercado. Penso que há muita demanda de trabalho, mas os profissionais e o mercado de trabalho estão mais preocupados em resolver o agora e não a sustentabilidade do mercado e do profissional qualificado. É difícil o reconhecimento deste profissional fora dos grandes centros, pois as grandes indústrias estão nas grandes capitais brasileiras. No entanto, creio que o reconhecimento, por meio de lei, da nossa profissão, ajudará muito. Os profissionais também precisam se reconhecerem e compreenderem que pertencem a um núcleo de profissionais ou a uma categoria profissional.

Uma mostra pública – como a Luminalle, Fête dês Lumières, etc – não tornaria mais fácil a visualização por parte do mercado da diferença entre o trabalho do Lighting Designer especializado do daqueles profissionais com apenas a carga horária acadêmica de sua formação universitária? Quais as possibilidades disso acontecer aqui no Brasil mesmo que em menor porte que estas internacionais?

No Brasil já existem alguns eventos específicos, prova de que já existe um vasto mercado nessa área e público para essas mostras. Um exemplo é a Expolux, que já está indo para a 13ª edição e a Lighting Week Brasil, que acontecerá em São Paulo, no mês de setembro de 2010. Os organizadores precisam investir no material humano e a indústria precisa investir em pesquisa. O que se tem feito é marketing cultural e não cultura de disseminação em iluminação tampouco eventos de cunho científico.

“A aplicação de elementos cênicos na iluminação arquitetural” ou “A iluminação hoje em dia tem um caráter cênico”. Frases desse tipo já caíram nos discursos de profissionais não especializados na tentativa de trazer para o seu trabalho um valor a mais. Eu particularmente não percebo o Lighting Design presente nos projetos de grandes nomes da arquitetura e Design de Interiores (nacionais e locais) e sim apenas uma iluminação melhorzinha – esteticamente falando – que a anterior. Quais os pilares que o projeto deve estar alicerçado para poder realmente ser considerado um projeto de Lighting Design?

Meu processo de desenvolvimento de projetos é sempre criar o espaço a partir da luz, encontrar a função e o significado da luz naquela obra de arte, objeto ou espaço que estou iluminando, contar uma história com ela, depois analiso os recursos que tenho disponíveis e quais podem me auxiliar a contar esta história.  Ou seja, só depois parto para as especificidades de cada situação (local, prazos, objetivos, espaço, estrutura física, outros profissionais envolvidos, tipos de equipamentos, materiais disponíveis). Neste caso, creio que os principais fatores que devem ser levados em conta são:

1º. – cuidado e atenção. Tento pensar em várias possibilidades e achar soluções eficientes para aquele projeto. Pois não existe uma solução e sim uma para cada projeto. Projetar em escala e fazer o que está ao nosso alcance, com os pés no chão. Projeto que não é executado é sonho, não é realidade. A realidade, ou seja, a implantação do projeto de luz é que nos permite fechar o círculo infinito da criação, da contemplação, da reflexão, da mudança.

2º. – observar onde o projeto estará inserido, sob que contexto, que cultura. Que tipo de espectador ou usuário estará se apropriando dele, o quanto o usuário se apropria, o quanto este compreende os seus signos e valores, o quanto aquela luz é importante no cotidiano de vida dele. Eu acredito que a luz influenciou e influencia até hoje a vida e o comportamento das pessoas. Gosto de projetar pensando nestas questões e o quanto posso intervir e interferir neste percurso.  Procuro conhecer as pessoas, tento me familiarizar com o “modus operandi” delas.  Observo muito e fico calada. Depois, troco idéias com quem me contratou para projetar e tento trabalhar dentro da realidade local, agregando valor àquela cultura, através da iluminação.

Concordo com o Lighting Designer mexicano Gustavo Avilés, quando diz que “a luz pode ser considerada um elo entre aspectos subjetivos e objetivos da humanidade, pois funciona como mensageiro visual que permite ao ser humano fazer diversas correlações, como medidas lineares, volumes, área, geometria, contagem do tempo, outros eventos”.

3º. – projeto coerente ao orçamento, para que possa ser realizado integralmente.

E por fim – a escolha dos equipamentos (abertura de facho, desenho do facho, alcance em metros da luz, potência de luz – lumens – e temperatura de cor), em virtude dos fatores supramencionados.

Finalizando, sobre a ABIL. Como e porque surgiu esta associação?

A ABIL é uma associação, cultural e social, sem fins lucrativos, que surgiu para desenvolver o conhecimento da luz no âmbito nacional, criando assim uma cultura da luz.  Nossa missão é oferecer cursos, organizar palestras, organizar simpósios e mostras, que visam à divulgação da produção mundial das técnicas e arte de iluminar. Editar ou reeditar publicações nacionais e estrangeiras. Disponibilizar informações sobre assuntos luminotécnicos e afins de maneira mais eficaz. Mas a correria do dia-a-dia tem nos impedido de sermos mais eficientes como gostaríamos. Mas isso não anula os motivos que deram origem à Associação Brasileira de Iluminação (ABIL), isto é, a paixão pela iluminação em suas diversas linguagens e inserção no ambiente onde o ser humano interage. Já arcamos do próprio bolso a vinda de profissionais da França, Estados Unidos, Argentina, Chile, Áustria, Alemanha, além dos profissionais residentes nas várias cidades brasileiras. Tudo isso para mobilizar idéias, compartilhar experiências, produzir uma cultura da iluminação e consolidar a profissão. Nesse sentido, quero lhe parabenizar, Paulo Oliveira, por sua gestão na proliferação da cultura da iluminação, quando idealiza a realização de entrevistas com profissionais, quando administra um blog chamado Design: Ações e Críticas. Precisamos de mais pessoas como você. Obrigada.

final de semana de pós…

Este final de semana tive aula da pós com o Guinter Parschalk – do Studio IX – no módulo de percepção visual.

Foi uma mega aula onde consegui entender algumas coisas nesse campo. Talvez por eu já atuar especificamente com lighting consegui entender perfeitamente o porque deste módulo e qual a sua aplicabilidade no dia a dia.

A maior dificuldade para quem trabalha exclusivamente com iluminação, especialmente fora dos grandes centros, é conseguir fazer com que os clientes entendam o que é o projeto de lighting e como ele ficará depois de pronto e instalado.

Fonte: OliverMedia

Num projeto arquitetônico ou de Interiores temos o recurso das maquetes físicas e virtuais onde os clientes conseguem sentir os ambientes e estruturas facilmente. Da forma arquitetônica, aos mobiliários, revestimentos, acabamentos, cores e texturas, tudo já é possível ser representado virtualmente hoje em dia através de programas de 3D.

No caso da iluminação, nem mesmo o AGI32 que é considerado o melhor software para iluminação é incapaz de traduzir em imagens o que virá a ser realmente o projeto depois de instalado e em funcionamento.

Por mais perfeita que fique a maquete ela não conseguirá demonstrar as características da iluminação de forma precisa. E nesse caminho, o cliente certamente terá uma concepção errada do projeto. Por exemplo: na imagem acima, certamente os efeitos de luz que vemos não são os proporcionados pelos equipamentos especificados. Podem estar próximos, mas não são efetivamente a representação do produto final real.

A luz é um elemento imaterial, não paupável. Você não a pega, não a sente tatilmente falando (salvo o calor). Imagine então um cliente que não tem a concepção estética e o conhecimento sobre iluminação que nós temos. Fica realmente difícil.

A luz é um elemento essencialmente sensorial. Uma vez que o cliente não a sente na hora que está vendo o projeto, dificilmente conseguirá entendê-la. Daí a dificuldade de entendê-la mesmo através de maquetes.

Então, o foco deste módulo de percepção visual foi, além de nos brindar com belíssimas imagens de projetos e produtos que utilizam os elementos da percepção visual (ilusão de ótica, falso tridimensional, etc), nos forçar a elaborar a apresentação de um projeto para ser apresentado a um cliente onde, através de imagens, vídeos, manipulação de equipamentos ao vivo e outros materiais de referência, este projeto se torne compreensível aos olhos do cliente. Que através desta apresentação ele consiga entender melhor o que será feito sem que percamos tempo batendo em cima de uma maquete que ele não vai entender, ou entender poucas partes.

Lion – Parc de la Tete d’Orrc

Através desta apresentação, conseguimos levar o observador a criar a volumetria, perceber as texturas, ambientar-se no espaço e, perceber a luz de forma mais efetiva. Se esta apresentação for realizada em alguma loja de iluminação que disponha de um estúdio para demonstração melhor ainda pois assim ele terá a possibilidade de sentir a luz.

Um outro ponto que ele destacou foi a importância de pegar o cliente e sair dar uma volta noturna de carro. Passando por espaços que possuem projetos de lighting instalados, o cliente consegue entender melhor o que é o lighting design de fato. Quais as diferenças e vantagens deste em relação aos projetos de iluminação tradicionais.

Ninguém pode negar que em uma rua ou avenida, qualquer ponto de luz que destoe do entorno chama a atenção. Aqui perto de casa uma empresa colocou um projetor simples banhando uma palmeira de pequeno porte. A rua é bastante movimentada dia e noite e também bastante escura. No entanto, é impossível passar por aquele ponto sem olhar para a empresa durante a noite. Eu não sei do qual a área dessa empresa pois a placa está “apagada”, mas sei que ali tem uma palmeira iluminada de forma simples mas que a noite é um elemento surpresa numa rua escura.

Talvez venha daí a minha dificuldade em trabalhar aqui em Londrina: não existem projetos de lighting aqui, somente de iluminação. Não há referencial físico em lighting design aqui em Londrina e região. Com isso, quando os clientes me procuram, vem esperando um projeto de iluminação e quando apresento o lighting acabam ficando receosos. Por isso a minha atuação profissional ser essencialmente fora daqui.

Um outro ponto que acho até engraçado nisso tudo é que quando falamos da raiz cênica do LD eles de pronto imaginam aquele tipo de iluminação utilizada em festas de casamento, de 15 anos, bailes, etc. E não é fácil tirar isso da cabeça deles não…

Ao menos dos que não viajam para grandes centros.

Confesso que eu cometia algumas falhas sim nas apresentações dos projetos mas depois desse módulo creio que conseguirei demonstrar com maior clareza o que é e como ficará um projeto de LD.

Projeção arquitetural

No post anterior mostrei um vídeo de mapeamento arquitetural. No Mapeamento, buscamos as formas arquitetônicas e trabalhamos a luz em cima destas.

Na Projeção, as formas nem sempre são respeitadas, mas as percebemos sempre.

Observem agora estes com projeção arquitetural (alguns tem elementos de mapeamento):

Mapeamento arquitetural

Já postei aqui no blog tempos atrás sobre mapeamento arquitetural, um trabalho que envolve Lighting Design e Design de Interação.

Prestem atenção neste vídeo:

Tudo bem, estão pensando: “Ah mas isso foi feito dentro de uma sala usando módulos…”

Ok, vejam então a aplicação arquitetural disso neste próximo que mistura mapeamento com projeção:

E neste aqui também:

É…

Não temos como negar que a luz nos surpreende a cada lumen liberado.

Rhein Partie

É, as festas da iluminação estão ganhando o mundo. Só aqui no Brasil que não acontece nada…

Desta vez foi o Vale de Loreley, na Alemanha, que rendeu-se aos encantos da luz. Na verdade esta é uma mostra mais artística onde foram trabalhadas projeções sobre a paisagem, montes, construções, ruínas e outros elementos às margens do Rio  Reno. O resultado é surpreendente:

Neste trabalho, temos projeções de palavras sobre uma colina.

Aqui temos uma pesquisa da história das ruínas do Castelo de Rheinfels, a montagem grafica e de projeção (com mapeamento arquitetônico) de um filme contando esta história. Musica, imagens e luz.

Neste uma homenagem à reunificação da Alemanha.

Projeções urbanas.

Mais projeções sobre ruínas.

Mapa de localização das instalações.

Infelizmente, para quem vai viajar pra lá, a mostra já foi encerrada, Mas ano que vem, no mês de outubro acontecerá novamente. Então, agende-se.

Presente para compensar a minha ausência

E Deus disse:

Faça-se a Luz!

E fez-se a luz.

Olá pessoal, novamente passando e falando de minha correria rsrsrsr

Mas, dessa vez deixo aqui para vocês um mega presente que acabo de encontrar.

Trara-se de um documentário fa BBC sobre a Luz. Eu já o conhecia mas somente em inglês e, agora, para alegria dos preguiçosos, aí está a versão legendada.

Como são 4 episódios divididos em 7 videos cada, sugiro que assistam a 1 episódio por dia.

Espero que vocês curtam e prestem muita atenção pois, por mais que você não queira atuar especificamente em iluminação ou lighting, saber como a luz afeta o nosso dia a dia é imprescindível para projetar.

Como muitos já perceberam, o WordPress ultimamente tem sacaneado com este blog. São imagens que não aparecem, funções que não funcionam e por aí vai. Para segurança e certeza de que vocês conseguirão assistir a estes vídeos aqui vai a página no youtube onde eles estão guardados:

clique aqui

Bom, pra variar os vídeos foram excluídos…. infelizmente.

Como detectar problemas nas instalações elétricas

08/10/2008 11:30:23 – Portal Lumière
 

Choques no chuveiro, disjuntor desarmando, oscilações na luz, equipamentos demais, tomadas de menos… Essas cenas são muito comuns em grande parte das residências e sinalizam um grave problema: instalações elétricas obsoletas ou mal dimensionadas.

Esse mal acarreta resultados graves para a população e para o patrimônio, como falta de segurança, risco de acidentes e desperdício de energia.

Para evitar tudo isso, é necessário realizar verificações periódicas nas instalações elétricas, e reformas e adequações sempre que necessárias. Para saber quando está na hora de fazer a avaliação, damos aqui algumas dicas:

– Se a sua casa, apartamento ou condomínio tem mais de 10 anos e jamais passou por uma reforma no sistema elétrico, certamente está na hora de realizar uma verificação completa, com um profissional habilitado. Isso deve se repetir a cada 5 anos, mais ou menos;

– Fios e cabos com sinal de aquecimento mostram a necessidade de um check-up, pois indicam que há uma sobrecarga e que a instalação deve estar inadequada para as atuais necessidades de consumo;

– As instalações elétricas devem ter o fio terra instalado em todas as tomadas para proteger as pessoas contra o choque elétrico. Por este motivo todas as tomadas devem ser aquelas com o modelo de 3 pólos. Se sua instalação não possui esta configuração, programe uma reforma;

– Os quadros de forças não podem ser feitos em madeira ou qualquer outro material combustível. Se isso ocorre, eles devem ser trocados. Assim como as demais partes da instalação;

– Fusíveis tipo rolha ou cartucho são inadequados e devem ser substituídos;

– Caixas de passagem abertas, fios desencapados e emendas mal feitas são sinais de perigo e devem ser corrigidos imediatamente.

Dois últimos lembretes:

– Toda a instalação elétrica deve ser projetada por profissionais habilitados para este trabalho, ou seja, um engenheiro ou técnico em eletrotécnica. Estes profissionais devem seguir as regras estabelecidas. No caso de instalações elétricas residenciais ou comerciais, a norma técnica é a NBR 5410 (ABNT), que apresenta todos os requisitos mínimos para garantir o conforto, a qualidade e a segurança de uma instalação elétrica;

– Instalações elétricas possuem uma limitação de uso, seja pelo tempo de utilização (desgaste natural dos componentes) ou pela mudança dos hábitos e necessidades dos moradores (que com o passar dos anos acabam agregando vários equipamentos ou aumentando potências de chuveiros sem sequer verificar a instalação elétrica).

Fique atento para isso e garanta a segurança de seu imóvel e a economia de energia.
 
Edson Martinho é engenheiro eletricista e presidente da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel)

Vantagens da luz – LD

Uma das grandes vantagens em contratar um profissional de Light Design, por um profissional devidamente capacitado e habilitado, é o aproveitamento da plasticidade e, dependendo dos equipamentos utilizados, o lado mutável, ilusório, lúdico que a luz é capaz de nos proporcionar.

Colocar-se diante do mercado, dizendo-se ser, como um Lighting Designer hoje em dia é fácil graças à web. Nela encontramos facilmente as características, fundamentos, discursos e entrevistas de profissionais reconhecidos e que ao lê-las, muitos acabam incorporando no seu discurso no dia a dia profissional. É o caso do trabalho em cenas de luz. Hoje não se ilumina mais um ambiente mas sim as possíveis cenas que nele podem ser montadas.

Porém, o grande diferencial entre um Light Designer e um iluminador é o seu conhecimento técnico e as aplicações não comerciais/comuns/usuais que vemos infinitamente repetidos nos projetos por aí. É a capacidade de leitura dos espaços, adaptar equipamentos, criar novos equipamentos quando necessário.

Muitas vezes, um projeto que um iluminador iria surtar para resolver além de ter um alto custo, um Light Designer consegue resolver num piscar de olhos. Observe as imagens abaixo da mesma fachada:

Perceba que não foi feita alteração alguma nesta fachada. Provavelmente, se um iluminador comum tivesse pego este projeto o cliente teria um alto custo com instalações elétricas, muitas luminárias espalhadas pelo plano, alto consumo energético e, muito provavelmente, ela se pareceria e muito com as fachadas vizinhas.

Já o Light Designer consegue ver além da fachada, colocar a sua pincelada artística e aplicar conceitos e equipamentos que para um iluminador comum é dificil conceber pela simples razão dele desconhecer equipamentos e aplicações.

Taí o que foi usado para esta fachada. Dois projetores de imagens, ligados a um software e só.