Ergonomia?

Se tem uma coisa que me tira do sério, é a quantidade de posts nas redes sociais com imagens como a acima (tirada de Neuffert). Poucos são os que tem a capacidade de real de escrever sobre o tema. Minha vontade é de entrar e comentar algo, mas prefiro me calar e prefiro escrever aqui em meu blog para evitar gente melindrosa que certamente se sentirá ofendidinha ao invés de repensar seu “conhecimento” e rever suas postagens carregadas de baboseiras.

Quando postados por DInts, deixam claro que sua formação nessa disciplina foi superficial, certamente ofertada por alguém não especializado na ciência, tampouco formado(a) em Design. Provavelmente daquele tipo de “professor(a)” que não está ali para ensinar e sim, apenas pra ganhar uns trocados afim de pagar suas contas no final do mês. Ou seja, está ocupando uma vaga, atrapalhando e atrasando o ensino em nossos cursos.

Já nos posts de arquitetos (a maioria, diga-se de passagem), resta evidente que nem de longe margeiam o real significado da Ergonomia.

Pior é que vejo tais postagens sendo republicadas e/ou compartilhadas freneticamente por outros estudantes e profissionais.

Para quem não prestou atenção nem na capa do livro, isso se trata APENAS de dimensionamento. E, mesmo assim, não é aplicável a qualquer (ou todos) os usuários uma vez que temos biotipos diversos dentro de um mesmo núcleo familiar. Quiçá dentro de uma empresa… isso é apenas um pequeno conteúdo (recorte) dentro da Ergonomia.

No Brasil, décadas atrás, diversos grupos acadêmicos se uniram para fazer um levantamento na tentativa de definir as medidas padrão de nossa população de acordo visando ajustar Neuffert à nossa realidade bem como, outros aspectos da Ergonomia. Foram centenas de pesquisadores trabalhando e outros milhares de voluntários servindo de modelo. Mas simplesmente desistiram. Nossa mistura de raças é tão grande que não há um padrão de biotipo – ou dimensional – que atenda às necessidades de todos. Por fim, a indicação que ficou pode ser resumida da seguinte forma: observe atentamente as características INDIVIDUAIS antes de projetar. E projete de maneira a atender as necessidades ergonômicas de TODOS.

Vejo isso em minha própria família:

Eu, 1,82m;

Meu pai, 1,78m;

Minha mãe, 1,60m;

Minha irmã, 1,65m.

Além das diferentes alturas, existem as questões de extensões de membros superiores e inferiores que também variam bastante. Também, acuidade visual, auditiva, alergias, tons e sensibilidade de peles, etecéteras. Somos uma mistura de italianos, portugueses, espanhóis e índios(!) que vem de, ao menos 4 gerações se misturando. Dê uma espiada no Google sobre as características físicas destes povos. Agora tente imaginar cruzar tudo isso e os possíveis resultados.

Dê uma analisada de leve em sua família e perceba se não estou escrevendo uma verdade. Faça uma listinha com cada integrante e anote as características de cada um.

Logo, as medidas “padrão” demonstradas por Neuffert servem apenas – e tão somente – de base para os projetos e não para serem levadas ao pé da letra como muitos pregam em seus posts – e em sala de aulas.

Lamentavelmente, percebo que nas aulas de Ergonomia, em muitos cursos de DInt, ainda é pregada a questão da “distância mínima” entre sofá/mesa de centro, cadeira/mesa/parede, altura de bancadas e similares, reduzindo de forma absurda a disciplina mais importante de nossa profissão. Por acaso seus professores de Ergonomia e de iluminação alguma vez falaram sobre aspectos ergonômicos da luz? DUVIDO!

Longe de desmerecer os decoradores, mas essa preocupação é a deles que trabalham de forma mais superficial/visual os espaços. Nós, designers, não ficamos na superfície e temos o dever de mergulhar fundo nos problemas dos espaços. E este mergulho começa pela análise ergonômica completa.

O(a) de Ergonomia provavelmente ficou nessa brincadeira e o(a) de iluminação certamente se prendeu na NBR e na estética. Escrevo isso baseado na quantidade de curtidas e pelo conteúdo – se é assim que posso chamar – dos comentários nesse tipo de post.

Se serve de alerta, evite compartilhar esse tipo de postagem. Assim você estará ajudando a não disseminar desinformação.

Quer aprender realmente sobre a área? Leia livros, faça cursos, siga perfis de ergonomistas (profissionais e empresas) e, principalmente, de grupos de pesquisa e estudos sobre o assunto. Também, leia artigos sobre Ergonomia.

Menos desinformação.

Mais informação e conhecimento por favor!

R Design Capixaba 2015

E lá vou eu, de novo, ajudar a construir um país com designers mais críticos, pensantes, questionadores! Desta vez em Vitória – ES.

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É o RDesign Capixaba que jajá começa!

A programação está muuuuuuuuuuito boa! Foi pensada com carinho pela CORDe para atender a todos e com qualidade. Dá uma espiada clicando aqui.

O R Capixaba vai acontecer de 9 a 12 de outubro na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) – CCJE – Prédio ED III e ED IV.
Av. Fernando Ferrari, 514 – Goiabeiras, Vitória – ES

Para maiores informações acesse:

Facebook: clique aqui.

Site: clique aqui.

No vemos no R!

Pra não dizer que não falei…

Revista Lume Arquitetura
Coluna Luz e Design em Foco
Ed. n° 70 – 2014
“Pra não dizer que não falei…”
By Paulo Oliveira

70
…das flores,

mas não posso mais, pois, segundo o CAU, paisagismo é atribuição dos arquitetos, e as flores fazem parte desta disciplina. E não se tocaram que eu falava de um jardinzinho com flores com que resolvi presentear aquela senhorinha que acabou de perder sua família toda, para que ela tenha algum prazer no pouco tempo de vida que lhe resta.

…dos carros,

mas não posso mais, pois, segundo o CAU, mobilidade urbana é atribuição dos arquitetos e os carros fazem parte desta disciplina. E não perceberam que eu estava me referindo ao projeto de um motor office para uma ONG que trabalha com formação profissional, para que ela possa atender as comunidades mais distantes.

…das favelas,

mas não posso mais, pois, segundo o CAU, a favelização urbana não é atribuição nem responsabilidade dos arquitetos; são responsabilidade apenas dos governos. Mas não viram que eu estava fazendo um trabalho junto à comunidade sobre os acumuladores, a organização e as consequências disso sobre o bem viver e estar familiar e da população.

…das praças inutilizadas,

mas não posso mais, pois, segundo o CAU, projetos só podem ser feitos por profissionais habilitados nos termos da Lei. E não perceberam que eu estava auxiliando um grupo de moradores a pensar (brifando) sobre um espaço vazio de sua comunidade para que suas ideias pudessem chegar ao poder público e seus desejos e necessidades fossem realizados.

…do mobiliário,

mas não posso mais, pois, segundo o CAU, mobiliário é atribuição exclusiva dos arquitetos, de acordo com os cacos espalhados por trezentas disciplinas. E não perceberam que eu estava me referindo ao projeto de uma chaise, para que portadores de necessidades especiais consigam curtir os prazeres sexuais, em diversas posições, de maneira confortável e segura.

…da ergonomia,

mas não posso mais, pois, segundo o CAU, acessibilidade é atribuição dos arquitetos e os aspectos ergonômicos fazem parte desta disciplina. E não perceberam que eu estava me referindo à reorganização ergonômica de uma indústria visando à saúde, segurança e produtividade de seus empregados.

…do projeto,

mas não posso mais, pois, segundo o CAU, projeto é atribuição dos profissionais legalmente habilitados na forma da Lei. E não perceberam que eu estava me referindo ao briefing para a construção de um projeto educacional de uma creche que um grupo de empresários quer implantar próximo às suas empresas para atender a demanda de suas trabalhadoras.

…das luzes,

mas não posso mais, pois, segundo o CAU, iluminação é atribuição dos arquitetos e as luzes fazem parte desta disciplina. E não perceberam que eu estava me referindo às luzes cênicas daquela peça teatral de uma escola de periferia daqui de minha cidade, em homenagem ao dia das mães.

…“Fiat Lux!”

Aí vem o CAU dando carteirada, me enfiando uma notificação por exercício ilegal da profissão de arquiteto. E não percebeu que eu estava apenas começando a ler em voz alta a minha Bíblia em latim, em Gênesis 1:3, quando Deus diz isso.

Devaneios à parte, este é o quadro que se desenha à nossa frente: uma ditadura do CAU sobre tudo e todos. Eles agem através de dois lobbies: o primeiro, localizado no Congresso Nacional, onde se aproveitam do desconhecimento dos parlamentares sobre os assuntos e temas abordados e sapateiam na cara da sociedade e dos profissionais de outras áreas, induzindo nossos representantes ao erro, fazendo-os legislar apenas em favor dos arquitetos; o segundo é junto à mídia, onde eles conseguem anunciar o que for, mesmo que lesivo e prejudicial à sociedade, beneficiando apenas a sua classe e, propositadamente, desinformando a população.

Mas ainda dá tempo de acordar e impedir isso.

Escolhendo a cadeira ideal

Olha só gente, mais uma matéria diretamente de meu Reader que achei simples, porém bastante interessante por tratar de ergonomia:

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Escolhendo a cadeira ideal

Por: Eder L. Marques

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É fato. Na era da informação, passamos mais tempo sentados que em qualquer outra posição. Seja ao computador, em uma reunião, almoço ou jantar, são horas a fio nesta posição antifisiológica.

Segundo estudos, a pressão em nosso disco intervertebral é 50% maior do que quando estamos em pé. Não é de estranhar que tenhamos dificuldade em permanecer por muito tempo na mesma posição.Problemas com a postura Por causa de uma má postura, podemos desenvolver vários problemas.

Mas será que estamos dando a devida atenção a isso?


Vimos no artigo anterior alguns cuidados que podemos tormar para evitar os problemas causados por LER/DORT. Iremos agora conhecer os principais aspectos a serem observados para que possamos escolher uma cadeira adequada para o nosso dia-a-dia, e que não prejudique nossa coluna.

O que devemos levar em conta

  • Beleza ou preço não é sinônimo de qualidade: De nada adianta combinar o estofado com a decoração de seu escritório ou encontrar “aquela” promoção se a cadeira não respeita as minímas condições ergonômicas. O melhor é deixar esse aspecto em segundo plano. Ao encontrar a cadeira ideal, provavelmente ela estará disponível em várias cores.
  • Observe as normas existentes: Prefira cadeiras que respeitem e sejam certificadas pelas normas Técnicas estabelecidas pela ABNT. A norma em vigor é a NBR 13 962/2002.
  • Não se preocupe com o status: Uma cadeira “mais elegante” que as dos subordinados não garante uma melhor saúde no trabalho. É preferível utilizar o mesmo mobiliário – desde que seja adequado – do que procurar se diferenciar apenas por questões de hierarquia.

Problemas mais comuns

Entre os principais problemas de um mal mobiliário estão:

  • assento demasiado alto e não regulável, responsável por cansaço e dores no quadril.
  • assento não moldado segundo as depressões do corpo (curva das pernas, principalmente), o que pode provocar dores musculares e até varizes.
  • falta de regulagem da altura e do ângulo do encosto, provocando dores nas costas e na regial renal.
  • Apoio para os braços mal projetado, dificultando a apŕoximação à mesa e levando à posturas incorretas.

Escolhendo cadeira ideal

Como as mudanças de funcionários são maiores que as de mobiliário, as cadeiras do escritório precisam ser as mais ajustáveis possíveis. Além disso, entre as principais qualidades que devemos observar em uma cadeira utilizada em nosso dia-a-dia, estão:

  • Possuir uma mola amortecedora, para evitar impactos bruscos na base da coluna.cadeira2.jpg
  • O assento deve ser regulável, possuir um bom estofamento, bordas arredondadas, com uma pequena inclinação para trás e possuir depressões (escavações). Isto evita problemas de circulação, entre eles as temidas varizes.
  • Encosto regulável e côncavo, de modo a acompanhar a curvatura do dorso no sentido horizontal. A região renal deve ficar completamente apoiada, assim como as costas.
  • O apoio para os braços deve ter altura e largura reguláveis, de modo a não restringir a aproximação entre a cadeira e a mesa.
  • A altura da cadeira também deve ser regulável, de modo que quem irá sentar fique com os pés completamente apoiados no chão.
  • A cadeira deve permitir o relaxamento, através da mudança da posição sentada, quando desejado.

Tenha em mente que por mais que a cadeira seja confortável e respeite as normas brasileiras de ergonometria, se não adotarmos uma melhor postura, de nada adiantará. Portanto, junto com o novo mobiliário, tente adquirir uma nova postura!

Via: Administrando.net – Seu blog sobre gestão, marketing e finanças. Dicas e truques diários para melhorar a sua carreira. Agradeço ao Eder pela autorização para postar este post aqui.

Pós que podemos (e devemos) fazer

Muita gente me questiona sobre quais os cursos de pós são interessantes fazer após o curso superior de Design de Interiores/Ambientes. Bom, isso depende da sua formação superior, da modalidade em que se formou.

Se você se formou em um curso sequencial poderá optar por especializações (lato senso). Já aqueles que optaram por um curso tecnológico podem entrar em especializações (lato senso) , mestrados e doutorados (lato senso – profissionalizantes). Importante não confundir técnico (ensino médio) com tecnólogo (ensino superior).

Se a sua formação for uma graduação (licenciatura/bacharelado) poderá optar pelas especializações (lato senso) ou os mestrados e doutorados (strictu senso).

É importante salientar que no caso dos cursos tecnológicos e sequenciais, de acordo com o MEC, nenhuma universidade ou faculdade pode proibir o ingressos de pessoas formadas nessas modalidades nos cursos de especializações. Assim como, para o ingresso nos mestrados e doutorados (profissionalizantes), o acesso dos tecnólogos é garantido por Lei (Lei 9394/96, Parecer do Conselho Nacional de Educação – CNE/CP 29/2002, Resolução CNE/CP nº 3, de 18/12/2002 e Decreto 5773, de 09 de maio de 2006).

A IES que faz isso está infringindo a Lei.

Assim temos hoje as seguintes modalidades de Ensino Superior aqui no Brasil e suas respectivas características:

Bacharelado:
Formação de profissionais como médicos, engenheiros, advogados.
Horas De 2.400 horas (por exemplo museologia) a 7.200 horas (medicina).
Anos De 3 a 6 anos.
Pós-Graduação: Pode fazer qualquer tipo (profissional chamado de latu sensu, mestrado ou doutorado).

Tecnologia:
Formação de profissionais com ênfase na atividade prática.
Horas: Carga horária menor, varia entre 1.600 horas e 2.400 horas.
Anos: De 2 a 3 anos.
Pós-Graduação: Pode fazer qualquer tipo (profissional chamado de latu sensu, mestrado ou doutorado).

Licenciatura:
Formação de professores para ensino fundamental, médio e técnico.
Horas: No mínimo 2.800 horas Pelo menos 300 horas devem ser de estágio.
Anos: De 3,5 a 4 anos.
Pós-Graduação: Pode fazer qualquer tipo (profissional chamado de latu sensu, mestrado ou doutorado).

Sequencial de Formação Específica:
Não são cursos superiores de graduação. Oferecem formações diversas.
Horas: No mínimo 1.600 horas e 40 dias letivos.
Anos: No mínimo 2 anos.
Pós-Graduação: Só pode fazer pós-graduação profissional, chamada de latu sensu.

(fonte: Universitário)

Então, por partes, vamos aos cursos que são interessantes para a nossa formação:

Para aqueles que pretendem tornar-se professores universitários, o curso de Metodologia e Didática do Ensino Superior é fundamental, pois nele são repassadas a base pedagógica que não tivemos em nossa formação. Na maioria das IES, este curso é obrigatório para o ingresso no corpo docente.

Outros cursos de especialização:

Design de Interiores: eu sempre digo que é interessante assistir mais de uma palestra ou ler mais de um livro/artigo sobre o mesmo tema, pois cada palestrante/autor tem uma visão diferente sobre o mesmo assunto, uma abordagem diferenciada. Além disso há a possibilidade de realizar pesquisas que, infelizmente aqui no Brasil, nossa área é tão carente. Portanto, é interessante sim uma pós em nossa área específica.

Artes: serve tanto para quem pretende atuar como professor quanto para aqueles que querem aumentar o repertório/conhecimento artístico. Aqui encontram-se os cursos em artes plásticas, cênicas, música e dança em todas as suas vertentes: história, aplicadas, arteterapia, etc.

Artes cênicas: coloco este em separado também pois nestes cursos você poderá optar pela área de cenografia.

ECO’s: desenvolvimento, ecodesign, eficiência energética e tantos outros na linha “ECO” são cada dia mais solicitados pelo mercado de trabalho. O formação e conscientização correta sobre como projetos ECO podem melhorar a vida do ser humano e de nosso planeta deve ser uma constante em nosso trabalho.

Gestão: como administrar/gerir/empreender um projeto ou a área do Design é o foco destes cursos.

Ergonomia: cada dia mais presente e importante nos projetos, a ergonomia vem sendo valorizada tanto pelos clientes quanto pela indústria.

Moda: para aqueles que, como eu, trabalham com moda também. Entender o universo e os processos da moda é fundamental para a realização de trabalhos coerentes e que atendam as necessidades do cliente/produto.

Lighting Design: para aqueles que querem trabakhar nesta área é fundamental a conclusão deste curso pois, a formação recebida no curso superior faz apenas o iluminador básico. E, uma iluminação de qualidade técnica/estética pressuõe uma ampla especialização na área.

Produtos: para aqueles que desejam melhorar a qualidade técnica de seus projetos de mobiliários, equipamentos e acessórios ou até mesmo seguir profissionalmente a área de produtos.

Conforto Ambiental: iluminação, acústica e térmica são os pontos chaves desse curso e elementos essenciais num projeto.

Gráfico: é um curso bastante interessante para anossa área pois através dele teremos maior fundamentação sobre cor, semiótica, imagens, linguagens e tantos outros elementos gráficos que usamos rotineiramente em nossos projetos.

Paisagismo: para quem quer ampliar conhecimentos e o leque de mercado neste segmento.

Design de Interação: cada dia mais em voga e real, o design de interação busca aprimorar a experiência entre o usuário X produto, seja este físico ou sensorial.

Eventos: voltado para profissionais que atuam com produção/decoração de eventos.

Além destes existem muitos outros cursos de pós graduação possíveis. Basta que você analise o que deseja profissionalmente e direcionar a sua formação.

Design Inclusivo em 2 vols. online

Está disponível para consulta e download a publicação sobre Design Inclusivo – ‘A realidade deixa muito espaço à imaginação’- em dois volumes:

> Vol. I ‘Design Inclusivo. Acessibilidade e Usabilidade em Produtos, Serviços e Ambientes’ da autoria de Jorge Falcato Simões, arquitecto da Câmara Municipal de Lisboa, e Renato Bispo, designer e professor na ESAD Caldas da Rainha, ambos especialistas nesta área (download Vol 1. PDF);

> Vol. II ‘Experiências de Ensino do Design Inclusivo em Portugal’, da autoria do Centro Português de Design (download Vol 2. PDF),

Esta publicação foi editada pelo CPD no âmbito de Projecto Equal.designers – design inclusivo – Manual de Design Inclusivo.

Sugado: O Design e a Ergonomia

Mais algumas animações

Olhando os videos relacionados ao que coloquei no post anterior, encontrei mais estes também no Youtube feitos pelo mesmo grupo.

Bem interessantes, eles nos mostram a importância de uma boa sinalização, bem como o entendimento e atendimento dos usuários à mesma. Também nos levam por um passeio sobre o manuseio de equipamentos que necessitam de conhecimentos técnicos e que a leitura atenta dos manuais sempre é bem vinda. Cuidados no dia a dia entre varios outros assuntos ergonomicos e de segurança.

Vale a pena, espero que curtam.

Bom, que fique também registrada a minha contribuição educativa, através destas animações, para este dia das crianças.

Be happy!!!

O papel da Ergonomia no Design de Interiores

No universo dos projetos para espaços de funções diversificadas existem alguns profissionais responsáveis pela coordenação dos projetos para a qualidade do ambiente, dentre eles serão destacados aqui: o designer de interiores e o ergonomista. Definir o papel e o momento deles atuarem no projeto é uma questão que deve é determinada com muita cautela.

O ergonomista atua provocando a demanda e definindo cada vez mais seus serviços junto aos outros profissionais para garantir sua participação desde o início do projeto de novas situações de trabalho. Isto
seria a situação ideal, por assim dizer.

No entanto, na maioria das vezes o que acontece é à entrada deste profissional após a formalização ou até execução do projeto, o que restringe um pouco os resultados. Pela ergonomia ser ainda uma ciência
bastante desconhecida, o que ocorre mesmo é a ausência da aplicação de suas técnicas tanto antes quanto depois dos projetos.

Infelizmente no Brasil, a ergonomia não aparece como ferramenta importante na concepção dos projetos, mas como recurso posterior, e mesmo assim, é muito pouco aplicada junto aos profissionais de design de
interiores.

A ergonomia vem aos poucos ganhando importância como ferramenta fundamental para o design de interiores, e pode e deve trabalhar desde a formalização das idéias preliminares até o produto final, ou seja, na negociação do contrato, estudo preliminar, detalhamento do projeto, tomadas de orçamentos e acompanhamento da execução do projeto.

O design está em todo lugar e talvez por isso seja tão difícil encontrar uma definição específica. O design de interiores está presente numa ampla tipologia de ambientes: de um evento cultural até hospitais e aeroportos e seu objetivo principal está na busca do conforto e do fácil deslocamento dos espaços. Provavelmente, não existirá uma definição absoluta que agrade a todos, mas tentar achar pelo menos uma mais precisa pode ajudar até mesmo aos profissionais a entender suas responsabilidades.

Os designers de interiores necessitam de um profundo conhecimento, permitindo assim que façam projetos para qualquer pessoa e que estas se sintam plenamente satisfeitas. Estamos falando da sua casa ou seu
ambiente de trabalho. O conforto e o bem estar nestes casos é fundamental. Por essa necessidade é que surgem os métodos e processos ergonômicos, permitindo soluções para um grande número de pessoas, garantindo o conforto e o bem estar dos usuários. O ambiente deve ser harmônico, sem grandes complexidades e suas funções, sejam elas quais forem, devem ser claramente identificadas.

A ergonomia entra então como parceira ao design de interiores proporcionando através de suas técnicas o conforto e a adequação do mobiliário, cores, e outros recursos ao ambiente. Trata-se de um diferencial
importantíssimo adicionando bem estar, qualidade e conforto, em todos os aspectos, ao ambiente a ser projetado.


 
Responsável:  Beatriz Chimenti
Site: Designergonomia

E para encerrar este post, um vídeo com uma animação mostrando diversas formas de aplicação e a importância da ergonomia.

Planeje seu Espaço Profissional

A maioria das pessoas passa cerca de um terço de suas vidas trabalhando e poucas são aquelas que têm consciência do quanto é importante que o ambiente de trabalho possua algumas características que podem ser determinantes para a sua saúde. A configuração do ambiente pode afetar diretamente o bem-estar tanto físico quanto emocional das pessoas, determinando até o seu desempenho profissional. São vários os fatores que influenciam a qualidade do ambiente e eles devem ser levados em consideração no momento de escolher o lugar onde se pretende permanecer por um período tão longo de tempo.

O planejamento do local de trabalho deve contemplar uma boa iluminação, ambiente arejado, espaço suficiente para que a circulação ocorra sem dificuldades, ausência de odores fortes, baixo nível de ruídos, temperatura agradável, além de condições de segurança. Estes são itens básicos para se começar a criar um ambiente favorável ao bom desempenho no trabalho.

Também é importante que o mobiliário e os equipamentos atendam adequadamente às necessidades de cada tipo de trabalho e sejam ergonomicamente projetados, oferecendo conforto, de modo a proporcionar uma boa postura e mobilidade ao longo do dia. A beleza visual, por sua vez, ajuda a proporcionar a sensação de bem-estar que se espera sentir num local onde se permanece tantas horas durante o dia. O local de trabalho deve ser pensado como um sistema cujos elementos se inter-relacionam de tal modo a produzir o equilíbrio do todo.

É preciso atentar, também, para as cores que serão utilizadas porque nosso sistema nervoso reage a elas, afetando diretamente o humor. Escolhe-se a cor mais adequada a cada ambiente em função da resposta que se deseja provocar nas pessoas em termos de comportamento. Não é por acaso que os projetistas das grandes redes de lanchonetes escolhem o amarelo, o laranja e o vermelho. Eles sabem que essas cores são estimulantes e produzem o efeito de ativar a impulsividade. O resultado é que os indivíduos tornam-se mais propensos a reagir compulsivamente ao produto que estiver sendo oferecido ali. Em outras palavras, a comprar.

Por outro lado, os funcionários que permanecem o dia todo expostos a um ambiente carregado de cores vivas, têm seus centros nervosos continuamente excitados. O resultado é negativo para sua saúde porque provoca irritabilidade, estresse e apatia, além de outras consequências.

Em vista disso, deve-se optar por tons que tendem à neutralidade, por não interferirem tanto no humor. Tons suaves do lilás, verde, azul, rosa e laranja-claro podem ser usados porque, além de alegres, são aconchegantes. O verde claro tem efeito calmante e é altamente recomendado para ambientes terapêuticos, como hospitais e clínicas. Já o cinza, o preto e o marrom escuros tendem a provocar um efeito depressivo e devem, portanto, ser evitados.

O branco vai bem com qualquer ambiente e possui a vibração de todas as cores. Ele ilumina e amplia o ambiente, mas, em excesso, tende a produzir efeito desestimulante, entediante. As cores mais fortes e impactantes devem ser reservadas para pequenas áreas ou para os acessórios, complementando a decoração com um pequeno toque de contraste, nunca nas paredes, piso ou teto.

Quando o conjunto dos elementos com os quais interagimos cotidianamente é adequado, desenvolvemos uma predisposição positiva para trabalhar e isto se reflete na produtividade. O processo que gera essa predisposição, embora inconsciente, é o responsável pela fácil fluidez no desempenho das tarefas no dia-a-dia. Isso ocorre porque, num ambiente favorável, não desperdiçamos nossa energia para destacar dificuldades, reclamando de condições insatisfatórias.

Situações de baixa interferência externa negativa fazem com que toda a energia disponível seja canalizada para a atividade na qual se está concentrando. Condições favoráveis de trabalho levam o indivíduo a tornar-se o único responsável pelo seu desempenho. Ele não é alimentado com nenhum argumento que justifique uma má performance, de modo que fica desimpedido, livre para dar o melhor de si. Se estiver se sentindo devidamente aparelhado para realizar um bom trabalho, ele buscará em si mesmo as razões de suas falhas ou fracassos, quando – e se – ocorrerem.

Um bom desempenho no trabalho interessa a ambos, empregado e empregador. A este pelas razões óbvias, relacionadas a lucro; àquele, pelo aumento de sua auto-estima, conseqüência do sentimento de auto-gratificação, além do reconhecimento externo.

Há, evidentemente, muitos outros fatores que exercem influência importante sobre o sentimento de bem-estar, de satisfação pessoal e, por conseqüência, em produtividade no trabalho e não devem de forma alguma ser desconsiderados. O aspecto físico do ambiente de trabalho, porém, precisa ser elevado à categoria de elemento determinante do humor e pré-disposição. E, embora seja verdade que quase todo mundo prefere trabalhar num lugar bonito e bem decorado, isso só não basta: a adequação dessa estética às necessidades das pessoas que ali permanecerão tem que estar em primeiro lugar.

A falta de planejamento e o descuido com o ambiente de trabalho podem gerar conseqüências nefastas sobre a vida das pessoas, porque, ao desprazer, se associa diretamente a desmotivação, abrindo um perigoso caminho para o estado depressivo, que hoje é responsável por um número enorme de afastamentos do trabalho.

Também outras patologias estão diretamente ligadas à falta de planejamento e ao uso inadequado de equipamentos, como é o caso da DORT – Disfunção Osteomolecular Relacionada ao Trabalho, mais popularmente conhecida como LER, cuja principal causa é o esforço repetitivo associado às más condições de trabalho, como postura inadequada, excesso de horas numa mesma posição, fadiga mental e/ou muscular e estresse.

Artigo elaborado a partir de entrevista concedida pela autora à Revista Espaços Profissionais, Editora Online, que originou a matéria especial intitulada “Motivação: Item Fundamental”. A íntegra da entrevista foi publicada na revista Espaços Profissionais, Ano 2 – n? 6

Mariuza Pregnolato Tanouye é psicóloga clínica com especialidade em Psicologia Analítica e Terapia Corporal. Escreve crônicas, artigos e trabalhos científicos, ministra palestras e cursos. Atende em seu consultório à Av. Paulista 1159, conj. 1512 e pode ser contatada pelo telefone 11 – 3253 0384. E-mail: mptanouye@hotmail.com
Fonte – Artigos.com

Design de Interiores: transportes

Já fazia algum tempo que eu vinha querendo escrever sobre isso mas com a correria do dia a dia sempre acabava deixando pra depois. No entanto, em um debate com o Foster num outro blog o assunto acabou por ficar mais importante e tomar forma.

Falo sobre áreas de atuação em que o Designer de Interiores/Ambientes pode atuar e que a maioria não faz a menor idéia da existência das mesmas. Interiores de meios de transportes.

No começo do ano quando estive no litoral de São Paulo conheci uma designer que trabalha exclusivamente com interiores de embarcações. Ela começou a me falar sobre o trabalho e garanto: é encantador ao mesmo tempo que é um desafio dos grandes.

Deixando de lado a questão financeira envolvida (que é o sonho de qualquer designer) pensemos na parte técnica envolvida. Um iate ou um transatlântico são meios de transporte que necessitam sim de projetos muito específicos especialmente pelas pequenas dimensões dos ambientes. Isso também ocorre com outros segmentos: aviação, carros, ônibus, trens, metrôs, caminhões enfim, muitas possibilidades de atuação.

Dentro desta área voltada para o transporte, o trabalho do designer de interiores vai ter muita base no desenvolvimento de mobiliário e equipamentos específicos. Ergonomia e acessibilidade serão sempre elementos primordiais neste trabalho. E, claro, não podemos deixar de levar em consideração as outras normas técnicas envolvidas, especialmente as sobre segurança.

Pensemos em um avião com rotas internacionais. O usuário permanece por horas dentro do mesmo, confinado em um espaço consideravelmente pequeno. Alguns aviões de grandes empresas dispõe de espaços alternativos (salas de estar, bar, etc) para aqueles que desejam. Porém, temos de pensar que existem usuários que por vários motivos irão permanecer a viagem toda em suas poltronas seja por não gostar de voar, seja por ter tomado algum remédio para dormir para que aquela tormenta que é a viagem passe logo. Com tudo isso, temos de pensar na melhor forma de oferecer ao usuário ambientes e equipamentos o mais confortáveis possível.

Não devemos nos esquecer que existem normas específicas sobre iluminação para interiores em aviões e também que, quando fazemos um projeto deste, temos de pensar também no conforto da tripulação, seja lá na cabine de comando, seja em tudo que diz respeito ao trabalho e bem estar dos comissários de bordo (área de trabalho, equipamentos de trabalho, áreas de descanso, etc).

Os elementos citados acima devem ser considerados também no caso de projetos para interiores de embarcações, especialmente nas cabines que são espaços bastante reduzidos. Já em outros espaços, bem mais amplos fica mais fácil trabalhar, porém, atenção redobrada nas normas técnicas e de segurança. Lembre-se sempre de onde os usuários estarão no caso de um acidente: no mar. Portanto além de rotas de fuga limpas, devemos pensar na comunicação visual, iluminação de emergência, equipamentos de segurança e mais um monte de coisas. Nunca somente na beleza e conforto.

Em interiores de transportes terrestres (à excessão dos trens) o trabalho já é bem diferente e resume-se especialmente à concepção de equipamentos que venham a solucionar a falta de espaço interno. Seja num carro ou num caminhão sempre teremos espaços pequenos tendo de ao menos, aparentar ser grande ou maior do que é de fato. Com isso, a ergonomia é uma constante neste tipo de projeto.

Podem questionar o porque de eu ter colocado os caminhões neste meio: já ha bastante tempo as montadoras vem pensando no conforto e bem estar dos caminhoneiros. Lembrem-se sempre que a maioria deles dormem dentro das cabines, cozinham do lado de fora enfim, vivem um vida dentro e junto de seu caminhão.

Nos ônibus o trabalho não é diferente e também importante. Lembre-se sempre que existem grupos que fazem longas viagens de ônibus por ser mais barato que de avião. Também existem aqueles ônibus de grupos musicais, teatro e outros que sempre sofrem alterações internas de modo a tornar os ambientes mais agradáveis e compatíveis com as necessidades dos usários. Não posso deixar de citar também o trabalho junto aos motorhome (aquelas “casas ambulantes”) e trailers.

Também os ônibus urbanos e metropolitanos merecem atenção. No entanto vemos pouquíssimas alterações dentro ds mesmos. O básico e comum a todos seria uma visão como esta:

São pontos a se pensar: como podemos trabalhar para melhorar este tipo de transporte com o nosso trabalho?

Ainda na área terrestre temos os interiores automotivos. Os carros estão sofrendo alterações constantes sempre na intenção de melhorar o conforto, a segurança e praticidade para o usuário. Muitas destas alterações são feitas pelos fabricantes porém a maioria está vindo do pessoal que trabalha com tunning. Pra quem ainda não sabe, tunning é aquele trabalho de personalização dos carros tanto externa quanto interna.  O programa Lata Velha do Caldeirão do Huck é um bom exemplo deste trabalho. É o tipo de projeto que vai exigir muito conhecimento técnico do designer seja em equipamentos, em materiais, em estilo e conceito.

Indo para os trilhos temos: trens e metrôs. Infelizmente aqui no Brasil, não sei se por corporativismos, poucas são as cidades que ainda contam com transporte através de trens seja municipal ou intermunicipal. Lembro-me saudoso de minha infância quando cruzava as paisagens embalado pelo suave balanço dos trilhos. Nos trens temos de pensar que o usuário – à excessão dos trens bala – permanecerá um tempo considerável no transporte. Por isso é comum vermos vagões específicos: vagão restaurante, vagão bar, vagão dormitório, enfim… Já nos trens bala,  temos uma situação parecida com a dos aviões: espaço relativamente pequeno. Mas também pensemos que estas viagens são muito rápidas então, podemos ser menos rudes no trato com espaços. Mas também não podemos nos esquecer de pensar nos que trabalham ali assim como nos avões: pilotos, pessoal de bordo.

Já nos metrôs encontramos uma situação semelhante à dos ônibus urbanos e metropolitanos: grande quantidade de usuários. Portanto devemos pensar sempre na comodidade e conforto destes. Por isso não podemos deixar de observar questões de ergonomia, acessibilidade e também segurança.

Bom, se formos analisar bem, mercado de trabalho nesta área é o que não falta.

Esta é uma área que é deixada de lado na maioria dos cursos de Design de Interiores talvez por desconhecimentos dos próprios alunos, talvez por desconhecimento das próprias IES e talvez porque a maioria dos professores destes cursos vem da área de arquitetura e não do Design. Porém, pelo nome do curso sendo Design de Interiores, todos podem sim exigir que sejam repassadas informações e conteúdos sobre esta área em seus cursos.

Também vale a pena repensar as Matrizes Curriculares dos cursos existente no sentido de acrescentar ou trabalhar de forma mais aprofundada este segmento dentro dos mesmos.

Saudações luminosas a todos!!!